X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 21
Veredicto


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo, galera! Semana que vem posto o epílogo! Reparem que eu estou postando cedinho, antes de ir pra facul. Acho que agora terá de ser assim, beijos e até logo! ♥♥♥



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Erik suspirou, e novamente seu semblante pareceu um pouco distante e ressentido.

– Estamos. O Avião está no piloto automático. Logan... Bem, ele não queria se envolver mais nisso.

Alice franziu a testa, num gesto de confusão. Logan? Bem, havia muito o que ser explicado. E assim Erik o fez. Ele segurou numa mão de Alice, enquanto contava como planejara a fuga.

Ora, cada dia em Utopia após a prisão de Alice tinha sido uma tortura. A atmosfera lá era triste, vazia, e os X-Men sentiam como se tivessem tomado um golpe de injustiça. Por mais que Alice tivesse aceitado passivamente sua prisão, por achar que merecia tal fardo, ninguém em Utopia concordava com isso. Nem mesmo Charles. No entanto, era meio complicado tomar uma atitude quando o mundo está perseguindo mutantes e estes pretendem revogar a decisão de uma instituição tão importante como a ESPADA. Os X-Men não teriam chance. Mesmo assim, em cada noite e dia, eles pesquisavam e tentavam planejar coisas e eventos para resgatar Alice. Charles, como sempre, buscava a diplomacia como método de honra para resolver tudo.

Erik não.

Pelo contrário. Nesses seis meses, ele se tornara novamente amargurado, doloroso e rude. A possibilidade de quase perder Alice daquela maneira o fustigava. Ora, ela tinha sido presa por liberar seus poderes mutantes, os quais originalmente estavam ocultos. Em essência, era isso. Ele se irritava por levarem presa a sua amada. E, se irritava mais ainda pelo fato de ela ser presa simplesmente porque liberara sua natureza. Ora, Alice era mutante, não era? Perfeitamente normal que seus poderes evoluíssem. Mas não para a patética humanidade. E essa conjuntura de fatos perseguia Erik a cada segundo de seus dias. Prenderam Alice, a sua garota. E prenderam-na por ser uma mutante poderosa. Cometiam duas injustiças imperdoáveis. Alice e Erik haviam de ter sua vingança.

Assim, ele planejou uma forma de resgatá-la. Ele conversara várias vezes com Charles, mas o professor era comedido demais para ele. Charles dizia que Alice poderia estar cada vez mais instável, e que seus poderes poderiam evoluir de estágio. Erik, ao ouvir isso, semeara sua ideia.

E assim ocorrera. No sexto mês, a visita fora proibida. Mas, no sétimo, ele efetuaria seu plano. Erik conversara com Logan e expôs sua situação. Poderia tê-lo manipulado, já que o esqueleto de Wolverine era de metal. Mas não o fez. Contou o que sentia por Alice e o quão doloroso era não tê-la por perto. Assim, eles combinaram tudo. Erik e Logan – Wolverine–, pegaram um jato dos X-Men, no dia da visita. Charles, proibido expressamente pela ESPADA, não iria.

Assim, Erik visitou Alice. Comprovara sua tese. Ela adquirira poderes telepáticos. Assim, como Magneto, ele usou seus poderes de campo magnético para ativar os alarmes e as bombas de segurança que havia em toda a base da ESPADA. Um caos fora gerado. Erik lamentou por trair a confiança de Charles, mas tudo aquilo era necessário.

Luzes vermelhas de emergência se acenderam e tropas foram deslocadas. A ESPADA estava em pânico por uma possível tentativa de fuga. Assim, Erik, ainda com seus poderes, tirara placas de revestimento de metal da parede. Um buraco seria aberto. Com o pedaço de metal retirado, ele quebrou o vidro resistente que o separava de Alice. Ela parecia mal e confusa. Mesmo assim, ele retirou-a de sua prisão, lutou contra alguns guardas e fez outra coisa.

Tirou mais revestimento das paredes. Com aquele corredor exposto ao espaço sideral, nenhum guarda conseguia se aproximar sem ser morto pela falta de ar. Assim, Erik envolveu a ele e Alice num casulo de metal, feito com pedaços retirados da base. E os guiou, planando naquela redoma de metal, pelo espaço até onde a sua nave estava. Logan os esperava lá. Eles enfrentaram alguns aviões da ESPADA que tentaram impedi-los, mas conseguiram fugir.

Logan não estava preocupado em ser preso. Ele diria que Erik havia controlado seu esqueleto de adamantium, obrigando-o a fazer o que não queria. Então, a prisão com certeza não seria o destino certo de Wolverine. Depois disso, eles entraram na órbita da Terra. Logan sentia remorso por Charles, e preferiu ser deixado em NY. No avião, deixara apenas Alice e Erik. Magneto tomara cuidado e retirara qualquer dispositivo de rastreamento do lugar. Eles estavam impossíveis de rastrear. Estavam livres.

Alice ouviu aquilo com paciência e atenção. Fora um plano bastante engenhoso. Agora, todo aquele sofrimento pareceu tão distante, como se Alice o tivesse apenas imaginado. No entanto, a dúvida tomou conta dela novamente. Como seria dali pra frente? Que perspectivas de vida ela e Erik teriam?

– Para onde nós vamos então? – Ela perguntou, sentindo que ainda digeria toda aquela informação. Ora, as pessoas acostumam-se aos sofrimentos e as angústias da vida, ao ponto de tomarem a felicidade e a certeza como algo absolutamente fictício depois de um tempo. A liberdade ainda não parecia ter chegado para ela, de tão plena que tinha se tornado quando Erik aparecera e lhe devolvera à Alice.

Erik estudou a expressão de Alice durante um longo tempo. Ele tinha o semblante grave, reflexivo e pensativo. Parecia estar escolhendo que palavras usar. Com receio em sua voz, ele falou, fitando-a de maneira cuidadosa:

– Não podemos voltar para Utopia. O mundo estará nos vigiando, nos procurando... Vamos para um lugar distante o bastante. Eu vou cuidar de você e te ajudar a descobrir quem é a partir de agora. Afinal, depois de tudo isso, não espero que você seja a mesma Alice...

Alice, inconscientemente, olhou para as marcas em seu antebraço. Ela fazia isso com mais fequência do que gostaria de admitir. Essas cicatrizes eram as provas de que ela realmente mudara. De que tudo mudara.

– Eu posso ter mudado, Erik. Mas tem uma coisa em mim que não mudou, e nem pretendo que mude. – Ela falou seriamente.

Erik deixou escapar um sorriso frágil, e entrelaçou sua mão na mão direita de Alice. Ele disse:

– Vamos para Frankfurt, na Alemanha. Podemos viajar pela Europa... Mas eu prometo, vou cuidar de você.

Alice sorriu pela verdade daqueles fatos. Erik, em geral, cumpria suas promessas... Ela sabia disso.

– Cuidado, Magneto. Posso acreditar até demais em suas palavras. – Ela disse, fechando os olhos para concentrar os seus sentidos totalmente no toque suave de Erik, em suas mãos.

– Acredite em cada uma delas... – Ele comentou.

– Então... Será assim a partir de hoje? Sem rumo certo? – Alice indagou, mas não achava a possibilidade completamente ruim. Era a tão desejada liberdade que batia à sua porta, convidativa e disposta a fazer os erros e as dores do passado se estagnarem. Porque Alice jamais esqueceria tudo de ruim que passara ultimamente. Ela usaria isso para aprender a lidar com os novos desafios do futuro.

Então, Erik a fitou por um tempo. Ele sempre fazia isso. Estudava-a, tentando compreender o que se passava na mente de alguém com tanto poder. Uma mutante diferente, que lhe pertencia. E ele também era dela. Erik nunca sentira isso por ninguém. Essa necessidade, essa ânsia de proteger Alice. Com tudo de ruim que acontecera em sua própria vida, com a perda dos pais, com as marcas que a vida lhe impusera... Erik encontrava nela um propósito. Encontrava em Alice algo em que acreditar e fazer valer a pena como nunca antes. Ele amava Alice. Amava-a do seu jeito...

E Alice também o amava. Em meio ao ódio no ambiente familiar em que crescera, quando descobrira ser mutante, depois de todas as perseguições e infortúnios. Nos momentos mais inesperados de sua vida, lá estava Erik. Ele parecia emergir da escuridão para salvá-la. A essência de todo mistério, o convite pela descoberta que nunca viria... O homem imprevisível. Esse era Erik. Tantas brigas, desencontros, encontros... Talvez tais dificuldades fossem justamente a causa da aproximação deles, da confirmação de que Alice o amava. Ele era o controle e a sobriedade que ela não via em si mesma.

Então, como se fosse capaz de resumir num olhar e num gesto tudo o que sentia, Erik encostou sua testa na testa de Alice, fechando os olhos assim como ela fizera momentos antes. Era como se, nesse simples contato, ele captasse cada respiração, cada batimento cardíaco da amada e o fizesse parte de si.

– Sem um destino certo, mas com a liberdade em nosso horizonte. Sempre. – Ele comentou, enfatizando a palavra “sempre”. Então, num ímpeto de compreensão, eles entenderam muitas coisas que jamais poderiam ser explicadas racionalmente. Eles tinham encontrado um ao outro, mas se perderam no beijo.

Um beijo que sintetizava tudo. A saudade, a injustiça, as dores, as lágrimas, mas também a felicidade, o reencontro, cada olhar inesperado, cada respiração arquejante... Erik envolveu os seus braços ao redor de Alice, selando seus lábios num beijo apaixonante e envolvente. Os lábios encontravam-se e perdiam-se, mas sempre buscando-se com igual ansiedade e urgência, clamando por mais... Suplicando por sentirem um ao outro como se somente lhes restasse isso. O calor de uma chama incendiando dois seres, dois pensamentos, dois sonhos.

– Então... Estamos livres. Acabou mesmo dessa vez, não acabou? – Alice indagou, seus dedos percorrendo o pescoço de Erik com avidez e suavidade. Ela referia-se a tudo de ruim que tinham passado, todo o sofrimento e injustiça.

Erik encostou Alice em seu peito, fazendo com que ela ouvisse as batidas do coração dele. Batidas centradas e ritmadas, como o bater de um metal. Um metal em chamas, anunciando a certeza da união.

– Devo dizer que sua liberdade, agora é minha também. Estamos juntos. E... Na

verdade, não. Estamos apenas começando.


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