X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 15
Universal


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :D Olha, depois de semanas e semanas de mistério, cá estou eu postando esse capítulo que - na minha opinião - é o ponto chave dessa história! Tipo, é a essência dela! Achei bem difícil e tenso de escrever, principalmente na hora de explicar o que estava acontecendo, então, se não entenderem, mil perdões e podem perguntar qualquer coisa pelos reviews ou MPs. Espero que se divirtam muito! E olha, já escrevi essa história. Sim, eu terminei. Escrevi até o 19º capítulo, mas todos ficaram meio longos, então vou pensar em dividir algum e chegar até o 20, quem sabe. Só digo uma coisa: Se preparem!



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Imediatamente após isso, Alice só conseguiu pensar em como tirar Erik dali. Ora, se a batalha tão esperada acontecesse naquele galpão, tudo entraria em combustão, num turbilhão de chamas vermelhas e azuis, e Erik poderia se ferir ainda mais.

Os olhos de Fênix pareceram, de alguma forma, tomarem a cor preta, desde as pupilas até as órbitas. Os cabelos vermelhos de Jean fulguravam contra o vento, e ela avançava lenta e certeiramente na direção de Alice. O problema maior é que Alice, em seu desespero, correu para tentar tirar Erik dali.

Naquele momento, Magneto encontrava-se ainda meio desorientado, mas pelo menos, estava consciente. Ele estava de pé, recostado a uma parede, com seus machucados ainda vertendo sangue.

- Erik, eu vou tirar você daqui... – Alice, falou, puxando-o pelo braço, desejando não piorar os ferimentos dele ainda mais. Erik ofereceu resistência no início, mas acabou se deixando ser levado por Alice.

Ela corria, buscando tentar tirá-lo de lá antes que a Fênix andasse mais rápido. Alice olhou de soslaio, e percebeu com alívio e surpresa, que a Fênix estava estática. Aliás, Jean não estava parada porque esperava Erik ir embora. Ela parou porque estava invocando seu poder, reunindo toda a energia que possuía. Ela conclamava seu poder ilimitado...  

Alice, depois disso, estava prestes a deixar Erik longe do galpão, quase alcançando a porta. Contudo, de súbito, ela recebeu um golpe certeiro em suas costas. Puro fogo vermelho.

Agora, Jean estava com metade do corpo em chamas, e lançava jatos de fogo contra Alice, como uma metralhadora. Alice se adiantou, também buscando invocar seus poderes para deter a Fênix, e foi quando Erik se postou em sua frente. Tudo só podia ser fruto de alguma ilusão ou devaneio. Jean lançava fogo em Alice. E Erik corria para ficar na frente da amada, a fim de tomar os golpes em seu lugar. Novamente, desejando protegê-la. Salvá-la.

Alice teve certeza de que delirava. Tudo o que ela mais desejou foi que o fogo não acertasse Erik, ainda que isso acontecesse de alguma forma milagrosa. Como esse sonho tão inalcançável poderia se tornar realidade? Foi então que o fogo perpassou por ele, como se Erik fosse invisível, intangível...

E Alice abaixou os olhos, nervosa. Não queria encarar a realidade. Na verdade, ela mal sabia se sonhava ou se estava no plano real. Isso porque Kitty Pryde estava aos pés de Erik, tocando-os. Ela estava transferindo seus poderes para ele, salvando a sua vida.

Erik estava bem.

 Alice, ainda meio atordoada, olhou para o seu lado direito. Então, ela viu um jato pousando silenciosamente na campina, cortando a noite embaçada. Os X-Men, em sua formação completa, estavam lá. Alice não participaria dessa batalha sozinha.

E imediatamente ela compreendeu o que acontecera, e só pediria confirmações sobre suas conslusões mais tarde. Alice não tinha tempo para entender plenamente o que tinha acontecido. Ela tinha uma batalha para lutar. Para vencer. Mas, algumas coisas Alice captara... Provavelmente, Charles se dera conta do sumiço de Erik e de Alice, e rastreara os últimos passos dela em Utopia. Rastreara as coordenadas do jato roubado por ela. Mais do que isso. Ele percebera que os dois sumiços estavam interligados. E então, levara os X-Men consigo até o lugar indicado. Além disso, Alice tinha a impressão de que Charles também percebera a presença definitva e carnal da Fênix, e por isso reunira todos com tanta urgência e maquinário pesado.

Uma compreensão muda se deu entre os olhares naquela campina. Alice perpassava seus olhos em cada X-Men ali presente, agradecendo-os e apoiando-os com seus olhos castanhos; e recebendo tais sentimentos em retribuição. Nada precisava ser dito naquele momento.

- Pensei que não fosse nos chamar para a festa, guria... – Disse Logan divertidamente, afiando suas garras umas nas outras.

Alice sorriu por um momento, com Erik ainda ao seu lado. Kitty se adiantou e  avisou:

- Vou levar ele pro avião... Trouxemos alguns novatos curandeiros.

E prontamente levou Erik até o jato que tão recentemente chegara.

- Obrigada. Obrigada a todos vocês. – Disse Alice, olhando pronfudamente nos olhos de Charles e depois, novamente, em cada par de olhos que ali se encontrava.

No entanto, Alice não podia ficar apenas nos agradecimentos. Passos curtos e certeiros, acompanhados de um cheiro de fuligem, indicavam que a Fênix retornara de seu transe. Mais letal do que nunca.

- Jean? – Ouviu-se alguém chamá-la.

Era Scott. Scott Summers.

Ele fitava a antiga amada com ressentimento e saudade, provavelmente se perguntando o que ela se tornara. A tristeza em sua expressão era visível, mesmo com o capacete especial praticamente blindando sua visão.

- Eu deveria me lembrar de quem você é? – Fênix disse secamente, com os braços em combustão, pronta para o combate.

Por um momento, Alice pensou que Scott fosse desistir da luta. E ela não o culparia. Deveria ser um choque imenso encontrar o amor da sua vida possuído por uma entidade cósmica destrutiva, ainda mais dizendo aquelas palavras cruéis.

Mas então, um brilho vermelho ínfimo surgiu nos olhos de Scott. Alice sorriu lateralmente, percebendo o quão corajoso seu amigo era. Scott falou, firmemente, entre uma rajada óptica e outra:

- Não. Mas com certeza, a partir de hoje, se lembrará de mim. De todos nós.

Uma rajada óptica vermelha foi disparada em meio à noite escura, e um grito foi ouvido. Scott e Fênix lutavam. Era esse o sinal. A Águia precisava chegar.

- Alice! Nós vamos te dar toda cobertura possível, mas já conversamos sobre isso! Essa batalha é mais sua do que de qualquer outra pessoa! Você deve enfrentá-la... – Gritou Charles, puxando Alice a um canto e falando com ela urgentemente.

Do outro lado da campina, todos os X-Men enfrentavam a Fênix, mas nada muito efetivo. Esses ataques serviam para distraí-la, enquanto Alice conversava com Charles e combinava o que deveria ser feito.

- Eu sei, Charles! – Ela confirmou, assentindo.

- Você não tem chance se ela virar um pássaro. Sabe disso. – Comentou ele, alheio aos ruídos da batalha, apenas confortando Alice como um pai diria à uma filha em véspera de prova na escola.

- Sei. Mas vou tentar de tudo. – Alice comentou, tentando ao máximo impedir que o desânimo a vencesse.

- Erik projetou uma coisa, no tempo em que vocês estavam longe um do outro... – Charles mostrou um dispositivo prata que parecia um celular comum. – Ele usou seu DNA similar ao da Fênix, para criar ondas eletromagnéticas capazes de aprisioná-la em sua forma humana.

            Alice sentiu seu rosto iluminar-se. Ela sabia que tudo que pudesse ajudar seria de extrema importância para a luta. Ela, de alguma  forma, vira no ato de Erik um pouco mais do que tanto precisava naquele momento de pura tensão... Amor e esperança.

- Isso é ótimo, Charles. – Ela comentou, segurando o dispositivo. – Como podemos usá-lo?

Charles sorriu, com a mesma expressão esperançosa de Alice.

- Logan cuida disso. Ele vai instalar na primeira torre elétrica que encontrarmos. Ele vai ligar e, quando isso acontecer, Jean será só uma mutante comum. Mas você precisa ser rápida... O efeito passa em questão de minutos e o dispositivo entra em curto circuito. Você precisa destruí-la rapidamente.

Alice mordeu o lábio, apenas concentrando-se em seus objetivos de batalha. Ela não podia falhar.

- Certo... – Ela confirmou. – Se me dá licença, Charles...

Alice se despediu do Professor e saiu correndo pro lado oposto, disposta a atrair a atenção da Fênix e terminar com tudo aquilo de uma vez por todas. No entanto, enquanto corria, ela tentava entrar em combustão.

Tentava invocar seu poder, e deixar as chamas azuis tomarem conta de seu corpo. Em questão de segundos, Alice tinha uma camada de fogo circundando-a pelo corpo todo, iluminando aquela noite escura com sua clariade de estrela supernova.

Mas naõ parecia ser suficiente. Alice a fitava com agonia, enquanto a Fênix lutava. Jean tinha muito mais chamas do que ela. O fogo vermelho possuía todo o corpo dela; e mais ao redor, como se ela estivesse envolvida numa cápsula que vertia chamas... Ela era o puro fogo. O lugar ao redor dela, também. Uma perfeita Fênix em chamas.

Alice se sentiu fraca. Ela não tinha tanto poder quanto a Fênix. Como poderia vencê-la? Então, ao observar cada X-Men lutando, tentando se aproximar do monstro em chamas, se ferindo, se erguendo, acreditando... Ela teve uma ideia.

Alice voltou à sua forma normal, e chamou pelo único nome que veio em sua mente para fazer o que ela queria:

- LOGAN!

Alice gritava o nome, esperando por algum sinal de Wolverine.

Depois de segundos torturantes de espera, Logan surgiu ao lado dela, arquejando pelo cansaço da batalha:

- Que foi, Alice?

- Me bate. – Ela pediu diretamente, segurando firmemente nos ombros dele, tentando chamar a sua atenção para o que ela pedira.

- O que? – A testa de Logan franziu, pela confusão e indignação do pedido.

- Vamos. Usa suas garras. Machuque-me... – Alice insistiu, apertando os ombros dele mais intensamente, procurando fazer-se ouvida.

- Aonde tu bateu a cabeça? – Disse Logan, olhando para ela com um misto de diversão e preocupação.

- Logan, se você me bater, me machucar, eu vou ficar com raiva e com dor. Com esses sentimentos, vou conseguir invocar meus poderes mais obscuros e poderosos. Só assim posso... Vencê-la. – Alice falou, indicando a Fênix com a cabeça.

A compreensão, então, tomou o rosto de Logan. Ele suspirou por alguns segundos, e Alice teve certeza de que ele hesitaria por mais um bom tempo, se a circunstância fosse outra. Porque agora não havia mais tempo para hesitações. Não numa batalha daquelas proporções.

Logan assentiu, parecendo meio desorientado. Ele estendeu suas garras e, num rápido golpe, fez um corte no ombro direito de Alice... Ela urrou de dor, mas estava satisfeita.

Então, Logan partiu para um combate físico, e Alice não ofereceu resistêcia. Logan a golpeava, e ela deixava a raiva e a dor a consumirem, como se fossem suas próprias chamas.

Ao final, Logan fez um corte no outro braço dela, e disse irônico:

- E esse foi por você se apaixonar pelo otário do Magneto. Agora, boa sorte, guria!

E voltou para a batalha.

Contudo, isso não seria mais tão necessário. Consumida pela dor, pela raiva, e por todos os sentimentos com os quais ela fora obrigada a conviver nos últimos tempos, Alice deixou seu poder fluir sobre ela com uma facilidade intensa. O fogo fluía pela corpo dela, tomando-o por inteiro, e até mesmo ao seu redor, circundando-a em labaredas gigantes. Alice sorriu, envolta em seu manto de fogo azul.

Ela avançou até a Fênix, e os outros X-Men foram gradualmente se afastando, percebendo que agora seu papel tinha acabado. E houve uma fusão, uma fusão de luz intensa, no momento em que as forças fundiram e se confrontaram, misturando o vermelho da vingança, com o azul da esperança.

•••

Logan corria, arfando de tempos em tempos. Parecia que nem a sua resistência física, nem o seu fator de cura o ajudavam a correr mais rápido.  Além disso, como ele corria em meio à uma floresta escura, só podia contar com três coisas para orientar-se: Seu faro animal, a luz da lua, e o clarão vermelho e azul de uma batalha ao longe.

Ora, Charles entregara o dispositivo para Logan. E Wolverine precisava correr rápido, até uma torre de energia que ele tinha avistado. Ficava a 500 metros do galpão, mas era a única torre perto o suficiente do local. Tudo o que ele precisava fazer era chegar à torre, escalá-la e ligar o dispostivo, a fim de enfraquecer a forma cósmica da Fênix. E era isso o que ele faria.

O único som que o acompanhava além da própria respiração descompassada e dos passos firmes, era o som da floresta, soturno e sinistro. Logan corria, com seus olhos obstinados sempre olhando à frente, buscando chegar ao seu destino mais do que qualquer outra coisa.

Mas algo havia se interposto em seu caminho. Um rugido, um cheiro de sangue fresco, um cabelo desgrenhado loiro, e umas unhas à sua frente indicavam que ele enfrentaria o obstáculo mais inoportuno que ele conhecia: Dentes de Sabre.

•••

Alice olhava fixamente para os olhos letais e raivosos da Fênix. E ela sabia que os seus próprios deveriam estar refletindo a mesma coisa.  

- Não importa o quanto reze, ou o que faça. – Disse Jean, com sua voz sombria e doce, simultaneamente. – Eu vou vencer essa guerra. Você é fraca demais, Alice...

Alice adiantou-se, prestes a atacá-la. Ela disse:

- Eu? Fraca? Você deixou seus poderes te dominarem. Quem é a fraca aqui mesmo?

E o combate se iniciou. Alice viu que os X-Men estavam no jato, em segurança, e atentos para o caso de Alice precisar deles de alguma forma. Ela também deduziu que Logan devia estar cumprindo seu plano, àquela altura da guerra. E então, ela voltou seu olhar para a Fênix, lançando chamas azuis diretamente nela, que pareciam se entrelaçar e fazer voltas em círculos, de tão energizadas que estavam.

As primeiras chamas atingiram Jean, que vacilou. No entanto, depois ela pareceu se preparar melhor e começou a se desviar delas. Alice continuou investindo, lançando o que parecia ser tornados de chamas, que voavam e faziam tudo queimar num raio de cinco metros.

Mas a Fênix também tinha seus truques. Jean tinha poder de levantar objetos com a força do pensamento, e foi isso o que ela fez. Ela pegou árvores, portas, janelas e tudo o que tinha ao redor do galpão, para atirar continuamente em Alice, e ela foi pega em cheio por muitos desses objetos.

E a luta ficou extremamente equilibrada dessa forma, pelo que pareceram séculos, mas eram apenas minutos. Minutos de uma fúria quase tangível naquele ambiente, com fogo vertendo para todos os lados, cintilando e brilhando mais do que a lua. Havia também objetos sendo lançados e luta corpo a corpo, com duas mutantes igualmente hábeis e resistentes.

- Você é fraca, sim, Alice... – Comentou Fênix, enquanto fazia cacos de vidro voarem na direção dela. – Você acredita em Charles, quando aquele velho patético só quer usar você pra salvar o planetinha perfeito dele e os seus habitantes ridículos!

Alice urrou de raiva, e criou mais fogo, formando uma barreira tão quente que os cacos viraram areia ao se aproximar.

- Cala a boca! Se você tivesse ouvido Charles quando teve chance, não teria se tornado esse monstro! – Alice respondeu, nervosa.

- Manipulada pelo velho... E refém de seus próprios sentimentos.  – A Fênix continuou, enquanto ainda atacava Alice incessantemente. – Com o peso de uma batalha nas costas, com o Governo te torturando e fazendo de tudo para te matar... Com uma família que mal conversa por medo de ser rejeitada, porque é mutante! Você nos desonra, garota!

 E Alice sentia uma raiva anormal crescer dentro dela, uma fúria mortífera que a consumia tanto quanto seu próprio fogo... Uma fúria, um ressentimento, e todo o tipo de sentimento negativo - sobretudo o desejo incomum e letal de matar a figura diante de si, que agora a provocava.

- Eu posso ler sua mente, Alice... Eu estou nela! – Dizia Jean, levantando os braços em direção ao céu, como se invocasse ainda mais poder. Então, a Fênix começou a voar, como se suas chamas criassem movimento, com ela planando a uns cinquenta metros acima do chão, os olhos negros fixos e desfocados. De alguma forma inexplicável, ela agora estava na mente de Alice.

E Alice estava no chão, com as mãos à cabeça, gritando, se lamentando e urrando ao mesmo tempo, até mesmo chorando.

- SAI DA MINHA CABEÇA, SAI! – Alice berrou, sentindo uma convergência de sentimetos dentro dela.

Ela se sentia sobrecarregada, como se cada sentimento, palavra, conversa ou situação dos últimos meses se condensassem dentro dela, provocando sentimentos em conflito que a estavam desgastando, fragilizando. Destruindo.

A Fênix voava, com a expressão vitoriosa, como se estivesse se preparando para o Gran Finale.

- E Erik? – Jean disse, com a voz provocativa. – Ele te salvou por interesse... Você era a arma perfeita. Depois, vocês se reencontraram... Ele sempre foi tão frio, tão distante, não é? Ele só manipulava você, só mentia pra você... Ele não gostava de você. Ele só queria seu poder e destruir sua família... Tudo foi ilusão... E você, parece sentir prazer ao ser enganada! Ao ser fraca! Será que ainda não está claro, Alice? Sua vida foi uma mentira. Uma mentira rodeada de interesse e poder! Você não passa de uma moeda de troca para todo mundo! Você... não é... absolutamente nada. Nunca foi real.

Alice respirava com dificuldade, e cada palavra proferida pela Fênix era ouvida por Alice com clareza e difinição assustadoras. Ora, Fênix se aproveitou das brechas e da momentânea fraqueza de Alice para entrar na cabeça dela.

E Alice ouvia cada palavra com desgosto. Fora um golpe e tanto. Mil vezes pior do que receber estilhaços de vidro ou fogo vermelho. Alice realmente sentiu-se golpeada pela verdade daquelas palavras... E aquele corredor da morte, que ela tinha imaginado, nunca lhe pareceu tão perto. E, ao mesmo tempo, nunca pareceu tão fácil de ser evitado.

Alice tinha uma missão. E tinha suas próprias ideologias e história. Um pássaro demoníaco não a atrapalharia naquela noite. Ela levantou-se, invocando tudo o que pôde reunir de seus poderes.

Suas chamas azuis nunca cintilaram tão intensamente.

Alice entrou em chamas e sentiu seus pés se elevando do chão, e sentiu-se poderosa como nunca antes. Ela disse, com a voz mais letal e fatal que consegiu produzir:

- Está tudo muito claro. E, sim, posso garatir-lhe que é real.

•••

- Droga, Victor! – Urrou Logan, colocando o dispositivo no bolso do uniforme. Ele dera de cara com Victor Creed: O Dentes de  Sabre. Seu maior inimigo. Justo naquela hora inoportuna...

- Você não liga... Não escreve... Esqueceu-se dos velhos inimigos, James? – Provocou Creed, afiando suas unhas numa casca de árvore.

E, em meio à noite, naquela floresta fechada de pinheiros, com estrondos da outra batalha como trilha sonora, eles lutaram.

Creed estava provavelmente só procurando uma boa briga para distração, e, ao passar por ali, deve ter sentido o cheiro de Logan. No entanto, embora fosse a vontade de Wolverine fatiar seu inimigo ali mesmo, ele tinha objetivos a cumprir.

Com alguma dificuldade e perda de tempo, ele conseguiu lutar com Creed e evitar que o dispositivo fosse amassado. Ao proteger o artefato, os movimentos de Logan ficavam comprometidos, mas ele conseguiu, num dado momento da batalha, derrubar uma tora de madeira na cabeça de Creed, ao que este desmaiou instantanemanete. Não morto, mas inconsciente por um bom tempo, desejou Logan. Por sorte, os machucados dele estavam cicatrizando, até que ele chegou à base da torre de transmissão finalmente.

Ele escalou a torre, usando todo o seu lado selvagem e animal, e grudou o dispositvo no topo da antena, com a ajuda de um suporte. Logan estava esgotado, totalmente desgastado. Mas essa missão colocava em jogo a vida de todos, e do próprio planeta. Logan encontrou forças e motivos dentro de si que superavam qualquer dificuldade, e apertou o botão para ligar o dispositivo. Assim, Fênix teria sérios problemas para resolver.

•••

No céu noturno, imerso em escuridão e incrustado de estrelas, brilhavam duas luzes em contraste. Uma vermelha, e outra azul. Havia momentos em que a vermelha parecia apta a engolir a azul e dizimá-la. No entanto, a azul sempre dava a volta por cima e emitia seu brilho que quase cegava, ofuscando a vermelha. Carmin e índigo lutando no céu da noite, num jogo de poder. De dominação.

Isso definia bem a batalha final.

Alice não tinha mais controle sobre seus poderes. De alguma forma, ao sentir que seus poderes podiam avançar e evoluir, ela permitiu que eles tomassem as decisões sozinhos. Alice cedeu seu controle sobre si mesma. Cedeu-o ao seu poder, à sua Águia interior.

Ela abdicara de seu próprio controle. Ela deixou-se ser controlada por seus poderes... E isso nunca tinha acontecido. Mas, ao sentir que entregava a sua vida nas mãos de seu dom, seus poderes só aumentavam, expandiam. Alice voava, e nela mal se via suas feições humanas.

Havia somente energia, uma energia azul incandescente, que tomava conta do céu, que tomava conta de tudo... E a Fênix só parecia contrair, como um ponto ínfimo no céu.

Alice, ou melhor, a Águia, sabia que a Fênix enfraquecia, presa em sua tola forma mortal. Fraca. Alice soltava jatos de chama intensa com a maior facilidade do mundo, e tudo se tornava um belo espetáculo incendiário. Os olhos negros e desfocados da Fênix ganhavam um tom normal, castanho esverdeado... Suas feições deixavam de ter veias saltadas, e seu cabelo vermelho parecia perder a vitalidade... Ela sucumbia perante às chamas azuis. Era muito poder. Muito poder azul bem direcionado. A Fênix caía...

- Isso... Isso não é você. – Foram as últimas palavras da Fênix, enquanto uma onde luminosa vermelha ainda cintilava, urrando pela própria vida, em alerta.

A Fênix novamente caía...

 E um clarão imenso surgiu no céu, como se a luz e a energia tivessem se apossado de tudo o que era universal. Tudo era engolido por chamas, por energia, tudo era poder... Tudo era a Águia


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Notas finais do capítulo

E aí? Surpresos? Nem tanto? Decepcionei? Enfim, me digam! Esse capítulo é a chave pra todo o resto! Beijos!