X-Men: O Renascer Da Fênix escrita por Tenebris


Capítulo 14
Contra o Tempo


Notas iniciais do capítulo

Agora é oficial :D Batalha a caminho o/ Destaque para ela no capítulo 15, que é o tema central. Maaaaaaaas, acho que altas surpresas estão por vir :D Espero que gostem, e meus agradecimentos à Katherine, (http://fanfiction.com.br/u/312001/) com todo apoio e incentivo, você já é muito querida :D Beijos!



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Alice estremeceu.

Ora, ela se enganara. Enganara-se ao acreditar que as coisas ruins parariam de assombrá-la. O bilhete ainda estava em suas mãos, e algumas cinzas voavam inocentes pelo ar, dançando. Então tudo estava se encaixando. Todos os acontecimentos recentes e ruins da vida de Alice só levavam a um único lugar. Só levavam a um derradeiro acontecimento. A chegada da Fênix.

E essa força cósmica raptara Liam e Erik, para atrair sua verdadeira inimiga: Alice. Porque Alice era a Águia, era a ameaça que precisava ser combatida. Com um suspiro e um sufoco na garganta, Alice guardou o bilhete no bolso da roupa. A hora chegara, de uma vez só. Era hora de provar que Alice podia ser X-Men, que ela era corajosa e boa o bastante para isso. Era hora de provar que ela podia salvar seu pai e Erik das garras de sua inimiga mortal.

Era hora de provar que ela podia vencer a invencível Fênix.

Ela correu desesperadamente até o laboratório de Charles. Sabia que o professor estava reunido com os outros X-Men, explicando que Erik sumira e a relação disso com ela mesma. Charles não seria um problema.

Mas o tempo parecia não passar, e Alice olhou no relógio. Onze horas. Ela corria, e sentia que uma barreira a impedia de avançar mais rápido, e chegar até seu destino. Ela chegou ao laboratório, e correu até a máquina que identificava leituras energéticas de mutantes. A máquina Cérebro.

Alice a ligou, e torceu para saber mexer corretamente no equipamento. Ela não sabia como tivera a ideia, mas teve a sensação de que acharia a localização da Fênix com base na leitura do poder dela. Seria fácil. Ora, a Fênix queria ser encontrada. Deixara isso bem claro no bilhete deixado a Alice, sabe-se lá como.

Se Alice encontrasse altas leituras de energia, em algum ponto do mapa, sabia que seriam de Jean. A máquina ligara, os sensores iniciaram seu trabalho, e logo Alice viu um ponto vermelho no monitor, com a inscrição ao lado: “Leitura energética: 300%”. Ela sabia que somente a Fênix teria tanta energia. Aquele ponto vermelho estava mostrando a localização de sua maior inimiga.

Vendo-se perdida, mas disposta a arriscar tudo, Alice murmurou para o sistema:

- Preparar o Jato G6 com as coordenadas da tela. Faça tudo em sigilo.

Ela deixou o bilhete de Jean em cima da mesa, a fim de que alguém o encontrasse depois e entendesse tudo. Ela esperou um pouco, e logo ouviu uma das portas da parede se abrir. Ela correu, e observou que o jato pedido esperava por ela. Era um jato simples, indicado para cinco ou seis pessoas, de pequeno porte. Alice sabia pilotá-lo, mas nunca o fizera muitas vezes. Ela mordeu um lábio e subiu no veículo.

Ela não tinha tempo para uma fuga mais bem planejada. Não tinha tempo de ocultar seus caminhos, e nem poderia evitar que descobrissem que ela pegou um jato secretamente. Mas ao mesmo tempo, ela viu uma vantagem naquela situação. Charles perceberia que Alice fugira às pressas, e logo viria atrás dela. Era isso mesmo que Alice queria. Ela queria encontrar a Fênix a sós, resgatar Liam e Erik. Mas depois, precisaria da ajuda de todos os X-Men para deter sua inimiga. Então, não ocupou-se em acobertar sua fuga com precisão.

Ela suspirou bem fundo, e disse, enquanto levantava voo:

- Me perdoe, Charles. Mas acho que alguém conseguiu deixar uma Águia muito furiosa.

Alice pilotou o Jato G6 seguindo as coordenadas, e percebeu que não ficava tão longe dali. Ela notou que o local apontado era em uma montanha, um local deserto, nas extremidades da Califórnia. Ela demoraria meia hora para chegar até lá, com alguma sorte.

No entanto, essa meia hora passou como se fossem séculos. As mãos de Alice pareciam ter se fundido aos controles do jato. Ela respirava com calma, tentando absorver cada molécula de oxigênio que podia, como se isso significasse algo vital para ela.

Desse modo, um pouco antes de meia noite, Alice chegou ao local pretendido. Era no topo de uma montanha. A vegetação do lugar era rasteira e escassa. Coincidência ou não, o topo da montanha era um lugar grande, espaçoso e plano. Ao fundo, havia um galpão abandonado. Muito conveniente.

Alice pousou o jato, e suas mãos ainda tremiam. Sua garganta estava seca quando ela respirou aliviada, com o jato em terra firme. Ela, por vida das dúvidas, colocou uma arma no cinto, mas sabia que não adiantaria de nada. Pelo menos a arma era feita de Adamantium, e não poderia derreter com o calor de seu fogo azul. Desse modo, Alice saiu do jato.

Encarou a noite fria por um momento, e se sentiu estúpida por admirar a luz da lua. Ela caminhou até o galpão. Havia algo de mistério no ar, de ameaça... Alice podia sentir a presença da Fênix, mas não podia vê-la. Ela caminhou mais um pouco e encontrou a porta principal do galpão aberta. Ela entrou, e avistou uma pequena figura ao fundo.

Alice sentia-se espreitada, vigiada constantemente, e por várias vezes achou ter ouvido risos cruéis ecoando ao redor dela sinistramente. Sentia como se estivesse caminhando em um corredor para a morte, como se caminhasse para uma luta vã, cujo futuro seria a sua própria morte.

Ela continuou avançando. No Galpão, só havia uma luz ligada, mas não adiantava muito. Ela ouviu murmuros baixos vindo do fundo.

Alice caminhou mais rapidamente, e observou que havia alguém amarrado à uma cadeira, debatendo-se fracamente.

Sua testa se vincou de preocupação. Ela correu e aproximou-se da pessoa... Era Erik.

Alice correu para ajudá-lo, esquecendo-se de todos os conflitos recentes. Erik estava machucado, ferido. Hematomas percorriam todo o corpo dele. A camisa estava queimada em partes, exibindo seu peito nu com grandes queimaduras irregulares. Havia cortes espalhados na testa dele, e ele parecia esgotado. Estava amarrado à cadeira com cordas que foram claramente fundidas para que ele não pudesse se soltar delas. O mesmo cheiro de cinzas surgiu no ar. O cheiro do bilhete.

- Erik! Oh, meu Deus! – Exclamou Alice, tentando soltá-lo.

- SAIA DAQUI! AGORA! – Gritou ele, desesperado. Alice nunca o vira daquele jeito antes. Ela encarou-o sem entender.

- Erik, eu vou soltar você. – Ela disse, esquentando os pulsos a fim de criar fogo e romper a corda.

- Você não entende, Alice... Precisa ir embora! Seu pai não está aqui! – Erik disse, flexionando os dedos, depois de tanto tempo com a mão presa.

- Do que está falando? – Alice disse, querendo que Erik explicasse melhor as coisas.

E Erik revirava os olhos, ardendo em febre. Suor escorria sobre a testa dele. A Fênix deveria tê-lo drogado... Manipulado. Torturado.

- Alice, eu já disse. SAIA DAQUI. FUJA! Salve-se, antes que eu perca você outra vez... – Ele disse, rastejando pelo chão.

Alice ficou muda, tentou recuperar a voz, e sentiu que ser sincera era a melhor opção:

- Não vim aqui só por causa do meu pai, Erik.

Erik a olhou, por um momento, com a expressão que Alice conhecia. Sereno, misterioso... O Erik de que ela se lembrava. Sem problemas ou erros para separá-los.

Mas uma voz interrompeu-os.

Era uma voz sarcástica, ácida... O timbre era bonito, sonoro, como sinos ao vento, mas por trás de tudo isso, havia fúria. Todos podiam sentir aquilo.

A figura apareceu, ninguém viu exatamente de onde. Era alta, esguia, atlética. Os cabelos intensamente vermelhos mexiam-se como se estivessem dançando entrelaçados com o vento permanentemente. O vestido e capa eram de um tom rosado, o que realçava a magnificência daquele ser. Os olhos estavam, naquele momento, negros. Quase beiravam o tom de vinho. A figura se aproximou lentamente, cruzando os braços. Tinha a expressão de vitória certa, de alguém que examina como vencer da maneira mais gloriosa. Havia também vestígios de curiosidade.

- Que bela cena... O amor é mesmo lindo. Eu já pensei assim... Há muito tempo atrás.

Era a Fênix.

Alice a encarou como se uma hipnose a obrigasse a fazer isso. A Fênix inspirava destruição, poder, ambição... A Águia jamais teria chance contra ela.

Alice levantou-se, tentando amparar Erik. A Fênix continuou:

- Scott Summers... Você o conhece? Alice... – Jean virou os olhos ao dizer o nome dela, ansiosa. – Mas é claro que conhece... Afinal, você é um deles...

- Saia, Erik. – Pediu Alice, esquentando os punhos novamente.

- Saia daqui você, agora... – Ele murmurou para Alice insistentemente.

- Que bonito... Uma pena que ninguém vai sair deste lugar. – Disse Jean sonoramente, caminhando até eles. Ela levantou as mãos e a porta do lugar se fechou com um estrondo.

- Ahhh! – Erik gritou, levando as mãos à cabeça. Jean deveria estar na mente dele, e Alice imediatamente percebeu isso também. Com sorte, Alice devia ser imune a esse poder de Jean.

- Alice Field... Esperei tanto por esse momento. Sabe... Você é a única coisa que me impede de explodir esse planeta ridículo. – Ela continuou, e sua voz era surpreendentemente calma... Até doce.

- Porque? Jean... – Alice falou, procurando dar tempo para Erik fugir. Sabia que usar o nome de Jean Grey provocaria a fera.

A Fênix riu sonoramente por um longo tempo.

- Jean? Eu sou mais do que isso. – O olhar dela ficou sério. – Eu sou a força cósmica mais forte da natureza. Quero vingança. Vou explodir esse planeta e criar outro bem melhor... Mas... Todo planeta tem seu guardião, não é mesmo?

Alice sentia sua respiração se tornar cada vez mais rápida e irregular. Só pensou em conseguir o máximo de tempo possível.

- O que? – Alice perguntou.

- Você é a Águia. Para eu reinar, você deve morrer. Devo dizer que só você tem força para me derrotar... Mas não vejo como. – Ela disse, e olhou para Alice como se ela fosse um inseto muito fácil de esmagar.

- Onde está meu pai? – Perguntou Alice, cruzando os braços.

Novamente, Fênix riu alegremente.

- Ora, Alice... Eu o sequestrei para atrair você até aqui... Mas percebi que ele não é a pessoa que você mais ama no mundo, não é? Então eu o deixei vivo em qualquer lugar... E voltei para buscar o que realmente importa pra você. – Ela disse, apontando misteriosamente para Erik. – Você gosta dele... E só viria até mim, se eu o pegasse. Porque...Você o ama.

Alice a encarou, sentindo uma raiva anormal surgir de dentro dela. Fênix brincava com tudo e com todos para atingir seus objetivos, e isso era totalmente cruél.

Por fim, Jean caminhou um pouco mais e continuou seu discurso:

- Não posso ler sua mente. Queria entendê-la melhor... O que leva você a me enfrentar, por exemplo... – Fênix comentava, curiosa.

Alice tentou encontrar coragem dentro de si mesma, à medida que a Fênix se aproximava cada vez mais.

- Você não vai destruir esse planeta. Me parece um bom motivo para te enfrentar... Porque Charles Xavier me ensinou muitas coisas. E uma delas é a ter esperança. Ele me ensinou a lutar, acima de tudo. Me ensinou a nunca desistir. Me ensinou a ter coragem mesmo nos momentos mais sombrios. Sabe, Jean... Você me atraiu até aqui da pior maneira possível, mas não vai encontrar uma garota fraca.

Pela primeira vez, o olhar vitorioso da Fênix vacilou. Depois, ela se recompôs e uma fúria letal perpassou por seus olhos:

- É só isso o que vai fazer? Acha que palavras podem me atingir?

Mas Alice estava bolando um plano. Ela só precisava ganhar tempo. A hora da lutal real estava se aproximando.

- Não. – Alice respondeu, arqueando as sobrancelhas com diversão. - Tem mais. Aliás, só pra avisar, você mexeu com a Águia errada.

Ela disse, enquanto sentia seus braços arderem em chamas azuis, rápidas e vorazes. Um fluxo de fogo saiu dos braços dela, e atingiu a Fênix.

Um rosnado de fúria vindo da fera deixava claro que a grande batalha tivera início.


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