Amor E Caos... escrita por Bel Russeal


Capítulo 7
A perfeita família Grayson


Notas iniciais do capítulo

"há uma linha fina entre o amor e ódio."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/371333/chapter/7

Era a sábado e minha felicidade era muita, pois não haveria aula, não haveria professores, não haveria Melanie, Peter e nem Antenor, bom assim eu esperava, já que ainda tinha chances de encontrá-lo, já que, infelizmente, é meu vizinho. Mas isso não aconteceria se eu não saísse de casa.

Então preparei uma programação de sábado perfeita, Tv, pipoca, brigadeiro e ficar de pijama o dia inteiro. Isso me parecia perfeito, mas Cezar tinha que acabar com isso:

_Vamos sair hoje à noite?

_Que ir de novo ao restaurante de Sandra? – perguntei e então ele ergueu dois convites e me aproximei mais dele no sofá para observá-los.

_Festa de aniversário de casamentos dos Grayson. – ele leu no convite.

_Quem são os Graysons?

_ Nossos vizinhos.

_Os pai de Antenor? – perguntei.

_ Sim e temos que ir, trabalho com o Jorge, pai dele.

_Não, você tem que ir. Eu tenho que ficar em casa. –Disse cruzando minhas pernas sobre a mesinha e Cezar pousou seus olhos nela.

_ Sério? Meia nesse calor? – Ele disse olhando para os meus pés.

_ Acostumei. – Disse revirando os olhos.

_ Enfim, coloque um vestido bem bonito e fique pronta as 21 h.

_Negativo, porque você não vai sozinho? – Disse tentando convencê-lo.

_Sei lá, vou me sentir solitário demais em uma festa de comemoração a um aniversario de casamento.

_Ótimo, então arrume uma namorada, então não precisará de mim.

_Samantha... –Ele disse reprovador.

_A Sandra é linda e gostei dela.

_ Ela é casada, somos somente amigos. – ele disse revirando os olhos.

_Eu não quero ir.

_ Eu não vou te deixar sozinha em casa.

_ Eu já fiquei aqui sozinha, várias vezes, quando volta tarde do trabalho.

_Te deixo escolher o lugar em que vamos almoçar durante uma semana. – Ele disse tentando me convencer

_Fechado. – Concordei, não suportava mais comer congelados.

Narração de Antenor:

_ Obrigado, parceiro. Não sei se suportaria essa festa sem alguém pra me distrair. – Comentava com Caio que se distraia com meus CDs na prateleira do quarto.

_Pode contar comigo. Só não entendi porque inventou aquela história pra galera de dirigir bêbado e tal.

_Não quero que fiquem comentando minha vida familiar na escola, é melhor assim. – Disse terminando de abotoar a camisa.

_Vamos descer?

_ Já é!

Caio e eu, descemos para área externa da casa, já tinha várias pessoas no ambiente dançando ao som da música ao vivo que uma banda tocava no palco montado, algo bem exagerado de acordo como Ana.

_Essas festas sempre são um tédio, quem dera ao menos ela escolher uma banda melhor.

_Tem uísque. – Caio disse estendendo o seu copo e fizemos um brinde.

_Mas não deveria ter para os dois, são menores de idade, meninos. – Ana chegou com o meu pai, retirando os dois copos de bebidas das nossas mãos.

_A falsa moralista e puritana. – disse revirando os olhos.

_ Toni, por farvor! – Meu pai advertiu.

_ Tudo bem, Jorge. Adolescentes são assim mesmo. – Ana saiu puxando meu pai para dançar e se saindo de vítima como sempre.

_ Ei calma!! – Caio alertou quando viu quebrando o copo em minha mão.

_Ela me irrita, cara!

_Vai da um jeito nisso, antes de alguém ver. – Ele disse ao ver minha mão sangrando.

Caminhei até uma mesa e enrolei minha mão a um guardanapo estancando o sangue, que não era muito, mas que fez com o que o Guardanapo branco ficasse avermelhado.

_Ei amigo, pode trazer alguns curativos para mim? – pedi a um dos empregados da casa que passava com algumas taças de bebida.

_ Ah claro, senhor. – Ele me olhou um pouco curioso ao ver minha mão sangrando, mas logo foi atrás do que pedi.

_Arranjei novos uísques. – Caio se aproximou animado, como uma criança fazendo algo proibido.

_Aqui, beba. Vai aliviar a raiva. – ele disse estendo um copo a mim.

Mas me distrai totalmente de Caio, ao olhar para entrada da festa. Ela estava linda, de maneira absurda e irritadamente linda, em um vestido preto e longo que colocava em seu corpo deixando suas curvas evidentes, seus cabelos castanhos soltos, mas de uma maneira diferente da escola, ele não cobria o seu rosto. Ela não fazia questão de se esconder nele dessa vez, e pela primeira vez pude observar direito o seu rosto, seus olhos claros quase cinzas e tão profundos, que quase me faziam esquecer o quanto aquela garota me irritava.

_ Se não pegar logo, eu não deixo pra você. – Caio disse me tirando do transe.

_ Pegar quem? – disse rápido sem deixar espaço para respirar.

_ Pegar “o que”, o uísque, cara, ta distraído. – Caio disse rindo e enfim peguei o copo que ele estendia.

_Samantha aqui? Na sua casa? – Caio disse ao avistar Sam, um pouco surpreso.

_ O pai dele trabalha para o meu, com certeza ela está o acompanhando. – disse satisfazendo a curiosidade de Caio.

_Isso explica, um convite seu não seria, porque vocês não se suportam.

_Na verdade, eu não me importo com ela. Então, nem ligo e nem perco o meu tempo a suportando ou não. –disse tentando desviar o foco de Sam que era recebida pela minha querida madrasta na porta.

_ Sei, não perde tempo bagunçando com a vida dela na escola, você, Melanie, Peter e o resto da turma.

_ É só pra diversão. –disse rindo – Ela é a culpada, se não agisse tão estranha e sozinha e não se irritasse fácil não seria alvo.

_Cara, ela só quer ficar na dela e em paz. Ela não queria se mudar pra cá, ta tentando lhe dar com a cidade e toda mudança. – Caio tentava a defender.

_ Então, porque se mudou? – colocava toda minha ironia naquele debate com Caio e ria.

_Não sei, ela não comenta muito sobre isso. Ela é tão misteriosa. – Caio disse lançando um olhar diferente a ela e não sei por que me sentia incomodado.

_Você e ela?

_ Ah não! – Caio respondeu rápido e gaguejando- Não ,somos amigos. Como você disse, ela prefere ficar sozinha e na dela.

_Um alvo fácil para galera do time. – repeti novamente.

_Essas zoações tem que parar, não só com a Sam, mas com todos.

_ Eu não sou o único, o pessoal do time faz e a maioria da galera da escola adora. – Disse em tom confiante.

_ Você faz isso porque a maioria deles adora, mas você, Antenor, detesta. Você no fundo não gosta de ser assim, detesta essa versão, mas você faz isso pra não ficar sozinho. Pra ser popular e não ficar sozinho.

_Você não sabe o que diz, Caio. – disse com a voz tremula.

_Talvez seja por isso que você pega no pé da Sam, porque ela te faz questionar, ela te surpreende porque ela não liga se ficar na dela, sozinha e não tem a necessidade e nem se importa com que os outros se agradem com ela.

_Ela não significa nada, ela não me questiona nada.

_Você zoa com muitos, mas na verdade, tem medo de ser você mesmo.

_ Cala boca, Caio. –disse alto, chamando atenção de quem estava em volta.

_ Eu sou seu amigo desde pequeno, você não consegue mentir pra mim, porque eu sou o único que sabe quem você é de verdade.

_ É melhor você ir embora. –disse colocando o copo de uísque, agora vazio, na mesa.

_Você tem que parar de manter aquela sua versão de rei do colégio, o valentão e bonitão, o melhor e popular, porque você na verdade não é ele.

_ E você quem é? Meu amigo ou tem apenas inveja do que tenho, do que conquistei? –disse alto e todos na festa olhavam.

_ Inveja? De que? Dessa sua versão? Não mesmo. Essa sua versão apenas esconde o medo de você ficar sozinho que nem quando você ficou quando a sua mãe foi embora.

_ Você não sabe de nada, não tem esse direito. – disse o empurrando e Caio tropeçou sobre a mesa, derrubando-a com toda decoração e bufê.

Caio levantou, um pouco atordoado e sujo de glacê de um bolo que ali tinha, mas ainda estava transtornado pela minha raiva, e distribui dois ou mais socos. Mas Caio não se conteve me dando outro soco, cai sobre algumas mesas de alguns convidados, que logo se levantaram assustados.

_ Amigo ? Não você é um traidor. – disse agarrando Caio pela gola de seu terno e saímos bolando pela pista de dança.

_ Chega!! – Ouvi a voz de timbre forte do meu pai, logo depois da música parar de tocar.

Um dos garçons me afastou de Caio e tentavam me manter parado, outro segurava Caio, que estava mais tranquilo e amarrotando e tinha um corte sobre as sombracelhas, e pude sentir um golpe de arrependimento me invadindo e fui me acalmando.

_Está mais calmo? – um dos garçons perguntou e afirmei com a cabeça e limpei com a manga do terno o sangue que me saia pelo canto da boca.

_Estão malucos ? – Meu pai perguntou extremamente irritado e do seu lado estava a minha madrasta que estava em prantos e simuladamente arrasada.

_Desculpa, senhor, eu .. eu.. –Caio tentava se explicar.

_ Silencio, os dois, o que tem na cabeça? – olhei em volta e todos os convidados formavam um circulo em volta da pista e olhavam atentamente a nós, e entre um dos olhares avistei um claro quase cinza, preocupado e ao mesmo tempo assustado e curioso, era Sam, que acompanhava cada movimento meu e do Caio a cada estante.

_Eu provoquei ele, não devia, sei que Toni é impulsivo, não devia. Me desculpe, senhor e senhora Grayson, Caio disse com uma face culpada e devia esta arrependido assim quanto eu, mas ao contrario dele, eu não pediria desculpa e nem daria o braço a torcer, já tinha feito besteira mesmo.

_Tudo bem, Caio. Eu sei que você é um bom menino. – Ana disse falsamente dócil.

_ Claro que é, Caio. Vá para casa e cuidar desses ferimentos, porque é claro que isso só tem um responsável, ou melhor, irresponsável; - Meu pai virou para mim furioso.

_Foi culpa minha, eu insisto. –Caio tentava livrar minha barra.

_Já disse, vai para casa, Caio. – Caio não tentou mais, porque não tinha mais o que fazer para convencer meu pai e foi atravessando pelos os convidados curiosos. Sam tentou ir atrás de Caio, mas foi impedida pelo seu pai.

_ E você suba para mansão, eu já encontro com você lá, porque a festa aqui vai continuar, não vou estragar a minha noite com Ana, por causa de um egoísta como você .–ele disse frio e sério.

_Egoísta? Eu? –disse rindo e retirava o terno e os garçons acompanhavam cada movimento meu ,receosos;

_Sim, Antenor, suba agora! – ele disse autoritário.

_NÃO! – gritei.

_ O que? –ele disse surpreso.

_ O egoísta aqui é você. – disse alto.

_ Suba agora, Antenor. – ele disse apontando o dedo para mim com o timbre forte que tinha.

_Eu odeio essa casa, eu odeio essa festa, eu odeio esse seu casamento. – disse com a voz tremula e tomado pela raiva, mas meus olhos pousavam nos olhos do meu pai.

_Você não tem que amar ou odiar o meu relacionamento com a Ana, tem que aceitar, então suba agora para seu quarto.

_ Não! – gritei novamente e dando um passo para frente e empurrei um dos garçons que tentou me segurar e ele caiu ao chão.

_ Eu odeio você! – Disse alto e firme, dessa vez meu pai não disse nada me olhou incrédulo e imóvel.

Joguei o terno que tinha no chão e sai da pista de dança e tive que enfrentar o amontoado de convidados curiosos no caminho até a saída de casa. Fora da mansão havia vários carros estacionados, mas a rua estava deserta e fria, o vento batia o meu rosto fazendo as lágrimas geladas percorrerem em meu rosto.

Narração Samantha

Desci a escadas, erguendo a barra do meu vestido preto para não tropeçar e Cezar já estava na porta, surpreendentemente elegante e olhava o relógio ansioso.

_ Estou pronta. – anunciei.

_ Finalmente – ele dizia ainda olhando o relógio- pensei que não fosse sair mai... Nossa você esta linda. – ele disse agora me olhando.

_ Obrigada. – disse um pouco surpresa com o elogio.

_ Vamos?

Como a festa seria na casa ao lado, não precisamos do carro, andava lado a lado de Cezar, que comentava a quntidade de carros que tinha ali estacionado e deduzia que teria muita gente na festa.

_ Cezar, porque não arrumou alguém, depois que a mamãe partiu?- perguntei a ele que se engasgou com o que dizia antes.

_ Você quer dizer uma esposa ? – ele balbuciou.

_ Ou uma namorada, alguém sabe? Pra te fazer companhia, pra poder acompanhá-lo a essas festas e não precisar vim só ou com sua filha, o que ressalto, que é deprimente. – disse o fazendo rir.

_Eu tentei, me envolvi com algumas mulheres, mas nem uma era certa ou ideal para mim.

_ Ou você não era ideal para elas. – ele me olhou surpreso com o que disse.

_Você realmente não me acha uma boa pessoa não é mesmo?

_ Porque elas devem ser erradas pra você, talvez o problema seja você.

_ Mas o fato de não ter dado certo o meu relacionamento com outras mulheres, não quer dizer que sou um homem mau, ou um namorado ruim.

_ Mas foi um péssimo pai.

_ Sam, tem tantas coisas que não entende, mas eu pretendo te explicar..

_ Mas não agora. – disse o cortando ao entrarmos na mansão em que aconteceria a festa e estava tudo muito decorado e diferente da minha ultima visita.

_Boa noite. – Ana, a madrasta de Antenor, nos cumprimentou animada.

_ Boa noite, Ana. Parabéns a você e ao Laerte- disse Cezar simpático.

_ Obrigada, Cezar. Sempre gentil. – ela disse dócil e não via o porque de Antenor brigar tanto com ela, me parecia tão paciente e amável.

_Que linda sua filha. – ela disse me cumprimentando.

_ Obrigada. E parabéns pelo seu aniversário de casamento.

_ Obrigada, querida. Vem, vou levar vocês a uma mesa perto do palco e da pista de dança para se divertirem bastante. – ela se colocou no meio entre mim e Cezar e nos arrastava para dentro do local, mas parou como todo a nossa volta, com alguns gritos, parecia uma briga.

__ Você não sabe de nada, não tem esse direito. – Antenor gritava com Caio em um instante e no outro os dois bolavam no chão e todos estavam perplexos com aquela confusão.

_ Ah meu Deus, querido. O que está acontecendo? – Ana correu atrás do marido que também estava sem ação com aquela briga.

_ Chega! – Ouvi a voz de timbre forte interromper a confusão, finalmente, o anfitrião da festa interrompeu tudo aquilo.

Um dos garçons afastou Caio de Antenor, que estava visivelmente alterado pela raiva, tinha cortes na boca e no nariz, Caio com cortes na sobrancelhas, mas os dois estavam amarrotados e ofegantes.

_Estão malucos? – O Sr. Grayson perguntou extremamente irritado e do seu lado estava Ana em prantos.

_Desculpa, senhor, eu .. eu.. –Caio tentava se explicar.

_ Silencio, os dois, o que tem na cabeça? – Pai de Antenor estava furioso, já eu muito preocupada com Caio, estava ferido e me parecia arrependido e culpado pela confusão, mas Toni também me parecia abalado e eu não conseguia evitar de me preocupar-me com ele também.

_Eu provoquei ele, não devia, sei que Toni é impulsivo, não devia. Me desculpe, senhor e senhora Grayson - Caio disse nervoso tentando acalmar a situação, ao contrario de Antenor que continuava calado, ele era teimoso o bastante para não se desculpar.

_Tudo bem, Caio. Eu sei que você é um bom menino. – Ana disse compreensível e Toni tinha um sorriso sarcástico no rosto como se não acreditasse nela.

_ Claro que é, Caio. Vá para casa e cuidar desses ferimentos, porque é claro que isso só tem um responsável ou melhor irresponsável.

_Foi culpa minha, eu insisto. –Caio tentava convencer o pai de Antenor.

_Já disse vai para casa, Caio. – Caio não tentou mais e atravessou o aglomerado de pessoas em volta para sair.

_ A onde pensa que vai ? – Cezar segurou meu braço impedindo de seguir a caio.

_ Preciso ver e ajudar Caio, ele é meu amigo.

_ Acho que ele está nervoso, precisa de um tempo só, Sam.

_ Tem razão. – Disse concordando com ele.

_ E você suba para mansão , eu já encontro com você lá, porque a festa aqui vai continuar, não vou estragar a minha noite com Ana, por causa de um egoísta como você – O Sr.- --- disse sério.

_Egoísta? Eu ? – Antenor disse rindo e retirava o terno e os garçons acompanhavam cada movimento , receosos;

_Sim, você Antenor, suba agora!

_NÂO! – Toni gritou e todos em voltas ficaram surpresos e cochichavam um entre outros.

_ O que? – balbuciou o pai de Toni.

_ O egoísta aqui é você. – disse alto.

_ Suba agora, Antenor. –

_Eu odeio essa casa, eu odeio essa festa, eu odeio esse seu casamento. – Antenor disse com a voz tremula, mas tinha tanta firmeza ao olhar para seu pai.

_Você não tem que amar ou odiar o meu relacionamento com a Ana, tem que aceitar, então suba agora para seu quarto.

_ Não! – gritou novamente e dando um passo para frente empurrando um dos garçons que tentava segurá-lo.

_ Eu odeio você! – Ele disse firme.

Antenor atravessa pelas pessoas que davam espaço para ele passar, ele estava arrasado e machucado e assim saiu da festa e da mansão, contrariando a ordem do seu pai.

_Nossa! E você não queria vim, ia perder esse escândalo da temporada. – Cezar disse de maneira engraçada e me puxou uma leve risada.

_Preocupada com seus amigos?

_ Com Caio.

_ Entendo e sei que não gosta de Antenor, mas acho que este mais abalado que Caio nesse momento, brigar daquela maneira com o pai, eles sempre foram tão apegados, mas de um tempo pra cá só brigam.

_ Antenor é uma pessoa horrível. Ele bateu no Caio, que dizia ser amigo dele. Toni não passa de um mimado que se acha superior.

_ Não concordo, trabalho para o pai dele a um bom tempo e sei que Antenor ta enfrentando alguma coisa seria para ta assim.

_ Ele é um moleque, não vejo o porquê de tanta defesa e compreensão.

_Queria que ao menos sentisse um pouco de preocupação ou pena dele, não queria que fosse tão fria assim.

_ Eu não disse que não estou.

_ Está?

_ Eu não sei. – disse confusa.

_ Eu vou tentar ajudar aos anfritões da festa a recomeçar tudo por aqui, fique a vontade. Eu já volto. –Cezar disse indo para o interior da mansão.

...

Todos na festa, cochichavam sobre a confusão, parecia que todos os esforços de Antenor passar a todos que sua família e sua vida era perfeita, foram abaixo, já que amanhã todos na escola saberiam disso.

Aproveitei que Cezar estava distraído ajudando na festa e resolvi voltar para casa, aquilo estava chato e eu não conhecia ninguém.

Ao atravessar o portão da mansão tirei meus saltos e levei os na mão e caminhava pela calçada deserta, distraída com o meu celular me assustei com um barulho. Parei onde estava e tentava localizar o barulho.

Vinha de um pouco mais ao fim da rua, era Antenor sentando no meio fio, ele tinha quebrado algo na rua, ainda estava transtornado.

_Ei! – gritei e ele ainda não ouvia me aproximei mais, passando adiante a minha casa e chegando perto dele.

_ Ei, o que está quebrando? – perguntei.

_ ME deixa sozinho, gauchinha. – ele disse abaixando a sua cabeça entre os joelhos.

_ Só porque me mudei do sul, não significa que sou gaucha. Nasci aqui. – disse rindo.

_ Tanto faz. – ele disse levantando, seu rosto estava vermelho e um pouco inchado, ele enxugava um pouco seus olhos lacrimosos.

_Nossa você está..

_ Lindo e irresistível. – ele completou minha frase antes.

_ Horrível, eu ia dizer horrível.

_Obrigado! – ele disse tentando caminhar em uma direção oposta a sua casa, pela rua.

_ A onde vai?

_Se importa? – ele parou e virou de frente a mim.

_Não, pendura na conta da curiosidade mórbida.

_Eu não sei.

_ Você está todo machucado e sujo de sangue.

_ Eu nem tinha percebido isso. – ele disse irônico e gemeu um pouco de dor.

_Com certeza, vou me arrepender disso. – pensava alto.

_ Arrepender de quê?

_ Na minha casa, tem curativos e remédios, acho que posso fazer a boa ação do dia.

_ Em outra situação que eu tivesse escolhas eu recusaria, mas..

...

_Aaai! Nossa você tem uma mão pesada. – Antenor reclamava, enquanto passava remédios em seu machucado nas costas e tirava alguns cacos de vidro também.

_ Não sou enfermeira e é uma forma divertida de me vingar de todas as suas irritações.

_ Engraçadinha. – ele disse com a voz fraca por causa da dor.

_ Tinha que quebrar as taças com as costas, ta difícil de tirar esses cacos de vidro.

_ Me desculpe, mas é que eu estava mais preocupado com o Caio em meu pescoço do que com as taças. – ele disse sarcástico como sempre

_Acho que terminei aqui. Deixa eu passar isso no seu rosto. – disse mergulhando outro algodão no frasco de remédio;

_Justo você me ajudando, que irônico. – ele deu um leve sorriso que se desmanchou quando encostei o algodão no seu rosto.

_Não faça eu me arrepender.

_ Isso arde muito.

_ Tenho que passar se não vai infeccionar.

_ Entende sobre isso, já fez muito curativo em caras brigões?

_ Confesso que fazia bastante no meu irmão, ele sempre inventava brigas no colégio. –disse rindo e lembrando.

_Você fica melhor quando não esconde esse sorriso com os cabelos ou livros na escola. – ele comentou me fazendo derrubar o pote de remédio surpresa, mas fomos ágeis e pegamos o frasco juntos.

Senti uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo ao encostar minha mão com a de Antenor, ele tinha seus olhos pousados no meu e ficamos ali tão próximos um do outro, com aquele frasco de remédio na mão. Por fim o remédio escorregou das nossas mãos e se quebrou no chão, a explicação encontrava-se, porque também fomos ágeis ao soltar o remédio quando nossas mãos se juntaram.

Olhei para o chão e vi o remédio espalhado pelo tapete da sala e ao olhar de novo aos olhos azuis de Antenor, só senti suas mãos percorrendo minhas costas e me juntando mais a ele, minha mão se juntou ao seu peitoral, sua pele estava quente e sentia seu coração bombear tão rápido, por fim nossos lábios se juntaram em um encaixe perfeito e em uma sincronização sem igual, ele me juntava mais a ele e eu explorava mais sua boca, eu tinha esquecido de tudo e me entreguei ao beijo, um beijo tão bom.

_Ah meu Deus. – disse me afastando e o empurrei, suas costas bateram com a parede e ele gemeu de dor.

_Não, não.. eu... Você. Não. - disse balbuciando e andava pro lado e pro outro.

Antenor estava nervoso e aéreo, pegou sua camisa que havia tirado para eu fazer os curativos e a vestiu em uma velocidade incrível.

_Eu não quis bei..

_ Não fala a palavra com b – disse antes dele se explicar.

_ O que? Beijar?

_Eu falei pra não falar. –dizia nervosa.

_ Eu realmente não quis bei.. você sabe. Esquece, esquece.. – Antenor tentava falar tão nervoso quanto eu.

_ O que a Sam tem que esquecer? – Cezar estava parado perto da porta olhando eu e Antenor, achando aquilo engraçado.

_ Nada, porque ela já esqueceu. Boa noite,senhor. – Antenor disse nervoso, tentando chegar à porta e enfim saiu.

_ O que aconteceu aqui? – Cezar perguntou confuso.

_ Ele estava na calçada ferido, fiz a boa ação do dia e fiz curativo nele, ele mandou esquecer, porque nos odiamos, só isso. Boa noite, Cezar. – Eu soltei as palavras tão rapidamente e subi ao meu quarto, só ai enfim pude respirar.

_Que porra foi aquela, Samantha? – disse pulando na minha cama e tentando me sufocar com o meu travesseiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando e se estiverem mesmo acompanhando deixe a opinião de vocês, é importante pra mim!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor E Caos..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.