Amor E Caos... escrita por Bel Russeal


Capítulo 17
O casal improvável.


Notas iniciais do capítulo

Obrigado a todas que vem comentando e acompanhando.



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Segurava a barra do meu vestido juntamente com as minhas sandálias, mas parte do vestido escapava da minha mão e se misturavam com a água do mar, com a mão direita eu segurava a mão esquerda de Antenor, e caminhávamos pela beira do mar ao horizonte da praia.

_ De algum jeito, ainda me sinto culpado por não contar o que eu passava a Peter.

_ Antenor, quando vai se tocar que Peter não é seu amigo de verdade.

_ Eu sei que você tem todas as razões para achar ele uma péssima pessoa, mas apesar de tudo ele sempre foi um amigo para mim, você ouviu ele pagou o aluguel atrasado mesmo sem eu ter contado o que estava acontecendo.

_ Talvez isso seja apenas um reflexo de fidelidade que ele tinha a você por fazer junto com ele todas as idiotices que ele queria, mas foi só você a se negar que ele tentou te humilhar.

Antenor caminhou para fora de alcance das ondas e sentamos na areia, ele me acolheu em seus braços e suspirou.

_ Um amigo de verdade, gosta de você do que jeito que você é. Não precisa incentivar a ser alguém que você não queira ser , para que assim possa te aceitar. – Falei dando um leve beijo em seu rosto.

_ Talvez você tenha razão. Ele passou dos limites falando da minha mãe.

_ Eu sinto muito. – Disse dando um selinho nele e ele esboçou um leve sorriso.

Deitou na areia e me abraçou para junto a ele, eu deitei em seu ombro e ele devia sentir minha respiração em seu pescoço de tão próximos.

_ Ela descobriu que estava com câncer quando eu tinha apenas oito anos, eu ainda não entendia direito o que estava acontecendo com minha família, mas eu soube que algo tinha mudado. De repente, meu pai tocava mais violão do que o normal porque miha mãe adorava vê-lo tocar e ele passava mais tempo em casa do que no trabalho, era como uma despedida.

Ele respirou e expirou, e continuou a falar:

_ Durante um longo ano de luta contra ao câncer, minha mãe se despedia e tentava a me incentivar a ser forte e lhe dar com a falta dela. Ela fez com que eu e meu pai nos uníssemos mais do que tudo. Ela se foi em uma noite de natal, ela dormiu enquanto meu pai tocava Jingle bel Rock no violão e não mais acordou. – Ele tinha os olhos marejados enquanto falava.

_ Não precisa falar disso agora se não quiser. – Disse o abraçando.

_ Eu e meu pai éramos melhores amigos, assim como ela quis. Até ele se apaixonar por Ana e virar uma pessoa da qual eu não conheço mais.

Eu queria poder dizer algo para que o pudesse confortá-lo, mas o que eu poderia dizer para diminuir a dor dele, nada. Eu mais do que ninguém sabia a dor de perder alguém e não ter um pai para contar em um momento difícil.

***

Na cozinha, terminava de tomar o meu café da manhã, depois de um final de semana tranqüilo, seria certamente um dia difícil e conturbado hoje, teria pela frente uma conversa com Gabriele, mas em relação a Caio estava bem mais tranqüila já que Antenor e ele viajaram juntos no fim de semana, ele super aceitou e nem ficou surpreso.

_ Samantha, ou eu acordei em um universo paralelo ou é o Antenor Grayson que está na nossa porta dizendo que veio lhe dar uma carona para escola. – Cezar se colocou em minha frente com seu jornal na mão e tinha confuso escrito em sua testa.

_Não tem universo paralelo nenhum. Tenho que ir estou atrasada. – Disse dando mais um gole no suco de laranja e levantando.

_ Vocês estão juntos? – Ele perguntou mais confuso ainda.

_ Não é de seu interesse, Cezar. Mas sei que a sua curiosidade esta o corroendo por dentro, então sim, estamos namorando.

_ Sabia que aquelas brigas eram intensas até demais. Mas, Sam, toma cuidado. Antenor é um menino muito complicado, não quero que se machuque.

_ Dispenso a preocupação. – Disse saindo ao encontro de Antenor.

...

_ Por que não disse que vinha? – Falei ao encontrar Antenor sentado na varanda a minha espera.

_ Queria fazer uma surpresa, acho que o dia de hoje vai ser dureza, então que tal começarmos juntos? – Ele disse me abraçando.

_ Eu acho ótimo. – Dei um selinho nele. – Vamos, a escola fica em algumas quadras, temos que andar rápido para não chegarmos atrasados. – Disse segurando sua mão e o arrastando ao portão.

_ Andando? – Ele riu.

_ Sim, pelo o que eu sei, o playboy da escola vendeu o carro para contratar um advogado. – Disse o beijando.

_Eu não precisei contratar ninguém, eu pedi ajuda de alguém nesse fim de semana fora da cidade. E agora eu to morando em um apê novo em frente a praia, o que é a melhor parte nisso tudo. – Ele falou abrindo um sorriso largo e leve.

_ O quê? Como? – Disse animada.

_ Uma longa história e vai render uma confusão com o meu pai, mas te conto com mais detalhes no caminho, enquanto eu dirijo o meu carro novo. – Ele disse empolgado.

...

Antenor estacionou o carro e respirou fundo depois de me contar o que tinha acontecido no final de semana depois da festa P&B e da nossa noite na praia. Ele passara o final de semana na cidade vizinha com o avô, pai da mãe dele, ele estava ajudando Antenor depois de ouvir tudo que se passava recentemente na vida do neto. O avô dele se mudou para a cidade e comprou um novo apartamento para Antenor.

_ Eu só não entendo porque isso vai irritar seu pai, Antenor. Seu avô aqui na cidade lhe dando apoio não era para ser ótimo. – disse tirando o cinto do carro.

_ Meu pai e meu avô se odeiam. – Antenor dizia retirando o seu cinto também – E pra completar o único que pode mexer na minha herança até eu chegar à idade é meu avô, esta no contrato.

_ Espera, parte da empresa do seu pai também era da sua mãe e é sua herança não é? - Disse adivinhando.

_ Sim, meu avô nunca mexeu na herança porque ele nunca precisou dela, tem sua própria fortuna, ele acha que esse foi o presente da minha mãe para mim, então continua intacta.

_ Mas ele voltou. – Falei.

_ Isso, quando ele foi embora da cidade, eu e meu pai tínhamos uma ótima relação, ele achou que eu nunca teria problemas financeiros e nem nada. Mas quando ele soube de Ana e tudo isso, ele voltou para proteger o que é meu.

_ Isso é bom, não é? – Disse – Quero dizer, que assim você tem alguém protegendo o que é seu;

_ Meu pai vai achar que fiz isso para comprar briga. Ele detesta meu avô. – Antenor disse apoiando a cabeça no volante.

_ Ei... Não pode desanimar, lembre-se que o dia só ta piorando. – Disse rindo e levantei sua cabeça dando um beijo e o mostrei o tanto de gente que esperavam por nós na frente da escola.

...

Antenor e eu saímos do carro, ele segurou minha mão e caminhamos juntos pelo campus, todos olhavam como se tivéssemos duas setas gigantes em cima de nós, mas não, éramos somente o casal mais improvável do colégio e parecia que todos tinham interesse nisso.

_ Ta todo mundo olhando. – Sussurrei para Antenor.

_Desculpa, mas você tem que se acostumar com os holofotes de seu namorado, se não vamos ter que terminar, porque eu não namoro ninguém que tenha vergonha da minha fama. – Ele disse convencido e colocando seus óculos escuros e fazendo carão.

_ Ah ta. – Disse rindo – Lembre-se que você só está famoso porque esta namorando com uma Lorenzzi, ou seja, sua fama vem de mim. – Disse pegando seus óculos escuros e o imitando.

_ Ei, espera. – ele disse parando no meio do campus – Essa é definitivamente a nossa primeira briga de casal, porque é lógico que você é ofuscada por mim. – Ele disse rindo.

_ Eu já falei o quanto você é idiota?

_ Tantas vezes que perdi a conta. Eu só queria que o número de nossos beijos superasse esse resultado.

_ Então vamos nos esforçar mais para conseguir esse resultado. – Disse o beijando.

_ Talvez se você me chamasse menos de “idiota”. – Ele dizia entre as pausas de nossos beijos.

_ Isso é quase impossível.

...

_ Que tal irmos ao boliche hoje à noite? – Antenor se escorou no armário ao lado do meu, e jogava uma bola para o alto e aparava fazendo isso várias vezes.

_ Claro, melhor que ir aquela peça sem graça de hoje a noite. – Afirmei.

_ Nos vemos depois do treino. – Antenor me beijou e sumiu no fim do corredor, peguei alguns livros e fechei o meu armário e vi Gabriele arrumando o seu armário no outro lado do corredor.

_Oi! – Disse me aproximando dela.

_ Oi. – Ela disse fria e colocou alguns livros na bolsa, e retocava seu batom no espelho da porta do armário.

_ Você não quer tomar um suco antes do ensaio da peça? – perguntei nervosa.

_ Não, eu tenho que decorar minhas falas, sozinha eu tenho mais concentração. – Ela disse na defensiva.

_ Você já decorou suas falas há semanas, na verdade quem deveria ficar com o papel de Melanie era você, já que sabe as falas dela e de todo mundo e atua melhor, é claro. – Disse rindo.

_ Não precisa me bajular, eu já disse que to ocupada não vou poder acompanhar você. – Ela disse fechando o armário.

_ Gabe, eu sei que não contei antes para você, eu pretendia, mas é que aconteceu tudo aquilo na festa e...

_ Você está namorando o Antenor, e daí? Por que teria que me contar? Você já é bem grandinha, Samantha, não precisa contar nada para ninguém do que faz da sua vida. – Ela falou e saiu andando pelo corredor, e eu a acompanhava tentando me explicar.

_ Mas eu devia te contar, já que é minha melhor amiga.

_Melhor amiga? – Ela disse rindo.

_Sim. – disse nervosa.

_Nos conhecemos esse ano, não somos tão próximas.

_ Mas achei que já fossemos unidas o suficiente.

_ Não somos tanto assim, eu saberia se minha melhor amiga estivesse apaixonada pelo babaca da escola. – Ela parou em frente à sala e disse um pouco mais alto.

_Eu fiquei com medo de te contar, você o odeia e entendo os seus motivos, mas eu também o detestava, mas você tem que conhecê-l o melhor, ele é diferente do que todos pensam aqui, Caio tinha razão, ele é uma boa pessoa no fundo dessa capa toda que o Peter e companhia tentaram o transformar...

_ Agora a culpa é do Peter de Toni ter humilhado e planejado vários trotes para destruir a moral e a autoestima de muitos daqui? – Gabriele ria de forma irônica.

_ Não, eu sei o que ele fez, mas...

_Não sabe, você chegou aqui esse ano. Eu já acompanhei o império de Antenor desde o inicio, é normal você ter se encantado pelo garoto charmoso e bonito que ele é, o capitão do time, pelo menos era não é ? – ela disse rindo em desdenho - Antenor tem seus encantos, olhos azuis, rico, galanteador, mas não se engane em pensar que ele se apaixonou por você e tudo vai mudar..

_ Ele não precisa mudar tanto assim, ele só precisa mostra o que ele verdadeiramente é, você devia abaixar a defesa e tentar conhecer ele melhor, que tal se a gente sair hoje, eu, você, ele e o Caio ? – Tentava convencer Gabriele a baixar toda a sua guarda.

_Não se engane, Sam, muitas garotas já estiveram no seu lugar, não vai ser uma historia diferente com você, é só um passa tempo dele... - Gabriele tinha o direito de discordar de Antenor, mas isso não significava que suas palavras não me machucassem.

_ Você foi uma dessas garotas não é? – Caio apareceu do meu lado, ele devia estar acompanhando a nossa conversa desde o inicio, mas nos não o vimos.

_ O quê? – Gabe perguntou.

_ Ele te machucou e você não superou ele ainda, mesmo depois de todo esse tempo. – Caio disse irritado.

_ Antenor é insignificante para mim, não tem nada a ser superado. – Ela afirmou.

_ Então deixa Samantha tentar ser feliz com ele, isso é ciúmes? – Caio replicou.

_ O quê? – Ela riu – Claro que não. E eu não to impedindo ninguém, eu só não quero que ela se machuque que nem ele faz com todas. – Gabe elevou a voz irritada.

_ Sabe? Isso que você faz, não supera aquele baile, me irrita. Eu to aqui, Gabe. Eu estou aqui desde aquele dia, ao seu lado, tentando te mostrar que o que Peter e Antenor fizeram no baile foi insignificante, porque eu ainda continuei no seu lado, mas só você não enxergou porque não aceita que o te machucou naquela noite, não foi o fato de não ficarmos juntos, mas sim o fato de que o que você teve com Antenor era irreal, era um trote.

_ Cala boca! – Gabe disse alto e com marejados.

_ Gente, vamos conversar com calma e... – Tentei falar, mas Gabe me atropelou com palavras novamente:

_ A gente não ficou junto porque você não lutou mais por mim desde a noite do baile, você só queria uma amizade. Porque achou que assim conservaria o lugar de Toni e o meu na sua vida e não teria que abrir mão de nenhum dos dois. – Gabriele chorava e eu me sentia mais culpada ainda por tudo vir a tona novamente do que ela e Caio viveram.

_ Esquece, você nunca vai entender ou nunca vai admitir o porquê de não ficarmos juntos, mas isso não importa mais, o baile já passou e as possibilidades de um romance também. – Caio disse mais calmo. – Eu quero tomar um suco, você não vem, Sam? – Ele estendeu a mão pra mim.

_ E você não quer vir, Gabe? – perguntei novamente.

_ Não. – Ela disse limpando as lágrimas – Tenho uma peça para ensaiar e pelo menos nela eu não sou a vilã da história. – Ela disse entrando na sala.

...

Apesar de tudo, estava feliz de ainda ter Caio me apoiando, brigar com a Gabriele era a pior coisa no dia. Mas com a apresentação da peça hoje à noite, me mantia muito ocupada organizando os figurinos de todos no teatro da cidade.

_ Eu nem acreditei quando vi você beijando Antenor Grayson na festa P&B . – Caroline dizia ainda eufórica enquanto me ajudava a guardar os figurinos em um tipo de cabines de lona preta.

_ No inicio, eu não sabia explicar, era uma coisa bem confusa, uma hora era raiva e outra era paixão. Agora eu entendo melhor...

_ Vocês realmente estão apaixonados. – Caroline completou e eu ri.

_Pensei que também seria contra o nosso relacionamento. – Falei.

_ Antenor realmente mudou esse ano, ele está tentando ser uma pessoa melhor. Acho que você é uma ótima influencia para ele. – Caroline disse.

_ Samantha, rápido temos que levar essas roupas ao camarim. – A professora disse nervosa.

_ Caroline, pode levar esses na frente, eu termino de guardar o resto desses figurinos e levo depois. – Pedi e Caroline assim fez.

Terminei de guardar todos os restantes de roupas nos cabides, e de forma desajeitada carregava com cuidado para não amassar nada, mas o plano não deu muito certo, quando me esbarrei com alguém e por fim caindo e derrubando todos os cabides no chão.

_ Você não olha por onde anda garota. – Mel entrou nos bastidores do teatro, onde eu estava.

_ Eu estava com um mutuado de roupa se você não percebeu. – Disse irritada e recolhia as roupas.

_ Espero que meu figurino não esteja entre esses aí. – Ela disse histérica.

_ Não está, a Caroline levou o seu. – Disse terminando de recolher os cabides.

_ Ótimo, vou estar divina hoje a noite.

_ Isso se conseguir decorar as falas. – sussurrei e soltei uma risada um pouco baixa.

_ o que ta sussurrando aí?

_ Nada.

_Já selecionei o lugar de Antenor na fila da frente, Mel. – Vanessa uma das fiéis seguidores de Mel disse ao entrar.

_ ótimo, assim ele me verá de perto o quanto brilharei essa noite. – Ela disse e ri novamente.

_ Ta rindo do quê, Lorenzzi? Acha que ele não virá porque esta com você? – Ela disse desdenhando – Eu conheço o Toni, ele só esta brincando com você, mas eu e ele fomos destinados um ao outro.

_Acho que ele não acredita em destino. – Eu disse.

_ Não tem problema, eu acredito e sou eu que faço o meu destino, e o meu destino é ter o sobrenome Grayson junto ao meu nome. – Ela disse me fazendo rir de novo;

_ Não tenho tempo para as sua ilusões, Melanie. – Disse tentando passar por ela.

_ Epa, isso só é um aviso prévio: Se afasta do Toni. – Ela disse passando por mim novamente e derrubando os cabides de minhas mãos.

Terminei de organizar cada figurino nos camarins e o dever estava cumprindo, agora eu poderia ir para minha casa descansar. Ao sair do teatro, avistei Antenor conversando com um senhor de mais idade, deveria ser o avô, antes que eu me aproximasse de Antenor, o senhor entrou em uma limusine e Toni acenava para ela.

_ O que faz aqui? – Perguntei surpresa.

_ Ah, meu avô recebeu uns convites para a peça de hoje, fez questão de me chamar aqui e me convidar, e ficou reclamando porque não comentei sobre a peça de teatro. – Olhei para entrada do teatro e Mel acenou para mim, é claro que ela tinha um jeito de fazer Antenor assistir a peça;

_ Normal, você tem tantas coisas na cabeça. – Eu disse.

_Eu sei, eu não queria vir a essa peça, mas não posso fazer desfeitas com meu avô. Então você não se importa de marcarmos aquela ida ao boliche para outro dia não é ?

_ Claro que não.

_ Obrigado. – Ele disse me dando um beijo.

_ Eu também virei, quero ver se meus figurinos serão aprovados. – Eu disse.

_ É claro que serão, mas agora eu tenho que ir. Tem uma reunião com o time em uma lanchonete aqui perto, estou atrasado. – Ele distribuiu mais alguns beijos e entrou em seu carro e acenei para ele.

Narração de Antenor:

Entrei na lanchonete e o time todo já estava lá a espera do treinado, depois de amanha seria o grande jogo com a presença de Crawford. Escolhi uma mesa mais afastada da galera e me sentei com Caio, Peter me encarava de longe e Gabriel o tentava distrair com brincadeiras com as garçonetes.

_ Peter não tira os olhos daqui. – Caio comentou.

_ Acho que ele ta querendo outro olho roxo. – Disse impaciente.

_ Mantenha a calma.

Era fácil falar, mas manter a calma era difícil. Peter se aproximava até a nossa mesa:

_ Podemos conversar? – Peter disse sério, sem o seu tom de desdenho de sempre.

_ Conversar? – perguntei surpreso e olhei para Caio que deu de ombros.

_ Sim, em particular. – Ele disse calmo, então levantei da mesa e ele me acompanhou até o lado de fora do estabelecimento.

Peter puxou um cigarro do bolso e acendeu, se escorou em seu carro e tragou o cigarro uma vez e soltou à fumaça de forma descontraída. Cruzei os meus braços e fiquei em sua frente esperando que ele se pronunciasse.

_ Então? – Disse impaciente, ele soltou um leve sorriso e me ofereceu um cigarro.

_ Eu só fumo socialmente, você sabe. – Disse recusando e ele ainda tinha a carteira de cigarros estendidas.

_ Considere essa uma ocasião social, não acho que mudou tanto assim. – Peguei o cigarro e ele acendeu, traguei uma vez e ele riu.

_ Desculpa se eu não percebi seu joguinho antes, Toni. – Ele disse rindo e levou as mãos na cabeça. – Você é brilhante;

_ O quê? – perguntei confuso.

_ Qual é? Pode se abrir comigo, eu só lhe ajudarei mais com esse plano. – Ele disse empolgado, mas eu ainda não entendia onde queria chegar.

_O Dinho está realmente transtornado com isso, eu o vi pela manhã conversando com aquele Vini, amigo dele. – Peter dizia animado. – Ele queria Samantha e você a roubou.

_ Espera, acha que eu estou com Samantha para afetar o Dinho? Por vingança?- Perguntei confuso e surpreso.

_ Essa é uma boa vingança, Toni. De quebra ainda se vinga da sulista. – Peter disse.

_ Não é uma vingança, Peter. Eu gosto dela, Samantha e eu estamos juntos e foda-se o Dinho. – Disse irritado, jogando o cigarro no chão e pisando em cima.

_ Ela é gostosinha e tal, mas Antenor o que você tem na cabeça? – Peter disse rindo.

_ Se é esse o rumo da conversa, estou indo. - Falei

_ Estou realmente surpreso por isso ser verdade. – Peter disse tranqüilo.

Puxei do bolso a minha carteira e retirei um bolinho de dinheiro de notas de 100 reais, com a quantia do aluguel que Peter havia pagado para mim e o entreguei.

_ Obrigado, mas estamos quites agora. - Falei.

_ Soube que seu avô está na cidade. Isso é bom para você. – Ele disse calmo.

_ As noticias correm rápido por aqui.

_ Sei que não me quer mais como seu amigo, mas sei que Dinho vai querer revidar contra você por esta com a Sam, e eu sou um dos poucos que acreditam que ele é tão pior caráter que eu. Então, quando quiser contra-atacar, estarei ao seu lado. – Ele disse e estendeu a mão para mim.

_ Eu não tenho medo de Dinho. – Afirmei e aceitei seu aperto de mão.

_ De maldade eu entendo, meu querido Antenor. Não fique tão tranqüilo em relação a ele. – Ele disse caminhando até a entrada da lanchonete e jogou seu cigarro e o pisou em seguida – Ah, dê esse dinheiro a quem precise. – Ele jogou o bolinho de dinheiro novamente para mim e eu aparei.

_De qualquer forma, obrigado Peter. – Disse e ele sorriu amigavelmente.

_ Acho que você sempre foi um bom rapaz, Toni. Acontece que eu prefiro os malvados. – Ele disse segurando a porta.

_ Eu não sou um bom rapaz, Peter. – Disse rindo.

_ Amem! – Ele suspirou aliviado – Estava com medo de confirmar o que eu disse. – Ele riu.

_ Quer saber... Foda-se. Vamos tomar algum uísque. – Disse entrando com ele na lanchonete.


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Notas finais do capítulo

Aguardo ansiosa pela opinião de vocês.
xoxo ;)



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