Talvez porque agora estava enfaixada, ela não parava de olhar para sua mão direita. A marca de sua guilda. E quanto mais olhava para sua mão, mais se sentia culpada por estar numa missão que não avisara a ninguém. Quer dizer, não foi exatamente para ninguém. Ela contara para Levy, Wendy e Mirajane. Talvez elas já teriam contado para o resto da guilda, a fofoca se espalhando como fogo.

Mas agora, ela já estava fazendo uma missão e não adiantava ficar se sentindo culpada. Assim ela se convenceu a sair da cama e se molhar para sair da casa e ir atrás de sua missão. Quando saiu pela porta da frente, dessa vez com a mente mais limpa, parece que pela primeira vez ela reparou na vila onde estava. Parecia uma cidadela, com árvores grossas e densas espalhando-se ao seu contorno. Mas seus pensamentos logo fugiram de sua mente quando uma explosão vinda do seu lado direito a assusta.

Uma luz branca piscou bem rápido, por um segundo, a terra pareceu tremer, e então a fumaça começou a sair por detrás da casa ao lado de Spetto-san. Lucy virou-se para analisar a fumaça. E nesse momento, pôde ver de relance, três guris, tr~Es moleques correndo pelas suas vidas.

Lucy mal terminou seu pensamento lógico e já foi atrás deles, correndo e gritando para que parassem.

— Estão nos seguindo! — Disse um deles, o mais baixinho.

— Deixa. — Disse o do meio, de cabelo tão vermelho que parecia ser pintado. — Vamos ver por quanto tempo ela aguenta correr.

— Ela está quase nos alcançando! — Disse o mais alto. Então o do meio olhou para trás. A loira peituda estava realmente quase os alcançando. Também, com pernas altas como aquelas...

— Vamos correr para a floresta! — Ele disse, com um tom de ordem. — Chegando lá, cada um vai prum lado!

E assim fizeram. Pularam um pedaço de tronco caído que havia no meio do caminho e Lucy passou por cima dela com a mesma facilidade que eles. Então, quando se escondera atrás das folhas verdes, todos se separaram e cada um seguiu pro seu lado. Então, Lucy parou. Ofegante, olhando para cada lado, Não querendo ir mais à frente por medo de não se perder. Então, virou para trás, ver se conseguia encontrar a vila de onde acabara de sair. Também não enxergava nada. E agora?

Deu meia volta, como se soubesse de que lado ela viera e tentou procurar seu caminho de volta. Até que encontra um homem andando por ali.

— Com licença! — Ela grita para ele. Ele se vira e seu queixo cai.

— Lucy Heartphilia? — Ele pergunta, ainda não conseguindo acreditar que era ela.

— Desculpa, eu te conheço? — Lucy pergunta.

— Não, mas... — Ele disse, pausadamente — Eu conheço você.

Lucy pareceu confusa. Será que ele era um daqueles stalkers, estilo Juvia? Ela deu uma boa olhada nele. Seus cabelos pretos que caíam no rosto, seu sorriso misterioso. Seus olhos que ela mal conseguia enxergar por causa do cabelo. Ele não parecia ser uma Juvia.

No entanto, ele deu uma risadinha. Sabia que ela não tinha o entendido muito bem.

— Eu leio sobre você. — Ele explicou. — Na Sorcerer Magazine. A mais poderosa maga celestial. Você é bem mais famosa do que imagina.

Lucy ficou sem jeito. Ela não esperava, algum dia, encontrar alguém que a adorasse da mesma forma como adorava a Fairy Tail antes mesmo dela entrar lá. Nunca esperou encontrar alguém que a conhecesse, não pelo seu nome, mas pelo que ela faz. Então, ela simplesmente não sabia como agir.

— Obrigada. — Ela disse, sem jeito, coçando a nuca.

— Na minha guilda... — Ele disse, puxando a camisa para cima, revelando seu tórax bem definido com uma tatuagem preta, cinco centímetros acima de sua calça do lado direito. Uma tatuagem que se assemelhava à uma garça com asas abertas. Lucy não deveria corar, mas corou um pouco quando viu os músculos dele. Conseguiam ser mais definidos do que os do Gray. Então, ele tapou a tatuagem e arrumou a camisa. — Valorizamos muito magos celestiais. É claro, não é tão famosa quanto Fairy Tail, mas... Um dia chegamos lá. Então, o que me diz?

Lucy olhou para ele com outros olhos, e, com uma mão no quadril, diz:

— Você não está sugerindo o que acho que está, está?

Ele olhou para ela com um sorriso sugestivo.

— Olha o que você me perguntando. — Lucy disse, começando a desamarrar a faixa de sua mão direita. — Se você lê, sobre mim. Então, já sabe. — Ela mostra a mão direita com a marca da Fairy Tail para ele. — Eu faço parte da Fairy Tail, e de lá eu não saio.

Ele ficou quieto por um segundo. Então, pegou a mão direita de Lucy e observou sua palma. Tinha um corte vermelho cortando-lhe a linha da mente e do coração. O corte que Lucy fez no dia anterior. Parecia mais feio agora.

— O que é isso? — Ele disse, fazendo Lucy puxar sua mão de volta. — Você se cortou?

— Um acidente com um copo. Acontece. — O homem, então, puxou sua mão de novo. — Ei, o que está fa... — Uma luz verde sai da mão dele e envolve a mão de Lucy. Sua ferida começa a sarar. — zendo... — Ela termina a frase, num tom diferente do qual começara. Parecia muito com as magias de Polyuska.

Ele olha para Lucy e sorri.

— Isso é uma magia curativa. Todos de minha guilda sabem usar. — Ele finalmente larga a mão de Lucy e ela olha para sua própria mão, pasma. O que ele tinha feito? — Fique tranquila. Eu só fiz sua mão voltar ao tempo, antes do momento em que você a machucou.

Então Lucy olha novamente para sua mão. Sua pele estava mais macia. E não tinha ficado nenhuma marca ou evidência de que tinha machucado a mão.

— O que você fez? — Lucy pergunta, ainda pasma pelo que ele tinha feito.

Ele dá uma risadinha.

— Curei sua mão. — Como se algo tivesse o chamado, ele vira sua cabeça abruptamente para o lado. Então, seu sorriso desaparece. — Eu preciso ir agora. Por favor, considere minha proposta de vir para minha guilda. Você será muito bem tratada lá.

— Eu já disse que não vou sair da Fairy Tail! — Lucy teve de gritar. — Qual o seu nome?

Ele virou-se para trás e sorriu para Lucy antes de sumir no verde da floresta.

— Yoshiaki!