Absence escrita por Thalita Moraes


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Ultimamente eu tenho lido muito Barbara Cartland. >.

Sei que alguns de vocês não gostam deles, (no momento, nem eu. não do jeito em que estão na história) mas essa parte é crucial.

Enjoy! o/



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Do lado de lá, Lisanna acordava com um sorriso enquanto aceitava o beijo quente em sua bochecha esquerda. Natsu poderia parar naquele momento e desejá-la bom dia, mas ele simplesmente continuou a beijá-la em sua bochecha. Apesar dele saber explicitamente quem estava dormindo ao lado dele, ainda assim tinha medo de ser Lisanna. Ele sabia a quem pertencia aquele cabelo branco, ele sabia de quem era aquela pele pálida, ele sabia que aquela pele macia e quente não era de Lucy. Mas ainda assim, não queria acreditar, como se, enquanto ela não virasse o rosto, suas fantasias continuariam a imaginar Lucy.

Lucy...

Ele ainda pensava em Lucy. Estava hipnotizado por ela. Por seus cabelos loiros, por seus olhos castanhos e sorriso contagiante, seus lábios convidativos. Ele não conseguia parar de pensar nela, e, quanto mais olhava para o rosto monocromático de Lisanna, mais se sentia culpado.

Sim, ele tinha sentimentos por Lisanna e provavelmente a amava tanto quanto achava que amava Lucy. Mas o sentimento de posse perdida era maior.

Sabe aquele momento em que você passa a valorizar alguma coisa somente depois que você perde? Pois então. Era o mesmo sentimento que Natsu tinha por Lucy. Como se o amor dele por ela tivesse aumentado depois que a tivesse perdido, porque ele sabia que tinha perdido para Gajeel. Era como se Natsu entrasse numa sala e alguém lhe dissesse que ele não pode sentar naquela cadeira específica. Ela queria se sentar naquela cadeira, grudar-se nela, não deixar ninguém chegar perto enquanto rosnava “minha”.

Provavelmente ele estava sendo egoísta e mimado, como uma criança que perdeu um brinquedo. Mas ele ainda era imaturo em relação ao amor e não conhecia nenhuma outra maneira de demonstrar seu afeto por Lucy além de marcá-la como sua. Esse era seu instinto como dragão. A única forma de amar que sabia era marcá-la como posse.

Então Lisanna virou o rosto enquanto Natsu continuava a atacar sua bochecha, acertando por engano os lábios dela. Não tinha mais como sua mente tentar se enganar. Aquela que estava deitada ao seu lado, aquela que recebia seus beijos era Lisanna.

E ele a amava.

Não é?

—Bom dia. — Lisanna disse em meio à um sorriso, deixando seu hálito de sono escapar por entre seus lábios. Ela virou-se na cama, ficando frente a frente com Natsu enquanto se esticava na cama, os braços postos entre suas orelhas, alongando-se para mais um novo dia.

—Bom dia.

O clima matutino de dois amantes foi interrompido, quando uma explosão de alegria veio da porta na forma de um gato azul com asas.

—O-hayo, minna! — Disse Happy, carregando um balde d'água nas patas a apenas 50 centímetros da cama. Ele estava planejando encharcar os dois enquanto os acordava, mas seu plano foi por água a baixo. Não teria mais graça agora que eles acordaram. — Eu já ia chamar vocês.

—Você estava planejando me molhar? — Perguntou Natsu, já acostumado com as graças de Happy.

Happy ignorou a pergunta de Natsu e colocou o balde no chão enquanto falava animadamente:

—Ne, ne! Vocês vão tomar café da manhã? Vamos tomar café da manhã? Eu já tomei, mas não importaria em tomar de novo. Esse hotel tem um monte de coisa boa! Eles têm vários tipos de bolo! Tem bolo de iogurte, de goiabada, de milho e vários sucos diferentes! Eu comi um sanduíche de atum e palmito e um suco de caju! Eu não achei que fosse gostoso, mas é muito bom! É bom demais! Tem também uma coisa chamada pettit four, não achei que fosse bom até eu comer. É uma delícia! — Happy se desmanchou em palavras, falando rápido demais para leigos entenderem. O gato azul estava disparado. Ele corria com as palavras enquanto voava no ar, de um lado para outro sem conseguir parar.

—Você tomou café? — Perguntou Natsu.

—Eu tomei café com leite. É uma delícia! Mais gostoso do que café normal. Mas pera aí, como você sabe?

—Você sabe que não pode tomar café. Você fica muito agitado.

—Mas estava tão gostoso! — Happy finalmente parou com as asas, parando entre Natsu e Lisanna. Ela deu uma risadinha e passou a mão na cabeça de Happy, enquanto dizia num tom amável:

—É? Que bom.

Então, Lisanna levantou-se e foi ao banheiro se lavar enquanto Happy a observava atônito. Ela sempre foi tão carinhosa daquele jeito? Ele não se lembrava daquilo. Mas afinal, tinha passado muito tempo desde a última vez que a vira. Depois de anos na outra Fairy Tail, é lógico que uma pessoa iria mudar. Happy não achou que seria tanto. Talvez ela não tenha mudado muito. É que ele não sabia dizer se ela sempre foi daquele jeito.

De repente, uma imagem surge na cabeça do gatinho agitado. Ele, então, entra noutro assunto, conversando disparado:

—Ah, é! E quanto à Lucy, Natsu? A gente ainda vai no hospital interrogar aquelas pessoas da vila? Eu quero interrogá-las. Aposto que eu posso passar por mal policial. Eu deixo você ser o bom.

Ah, sim... Lucy. Lisanna tinha se esquecido do real propósito deles estarem em Hargeon. Era para Lucy, para saber o que tinha acontecido com ela. Lisanna parou na porta do banheiro e olhou para Natsu. Ela o perguntou com os olhos. “Vamos continuar com isso?”

Não veja isso de maneira errada. Lisanna não era do mal, ela não queria parar tudo e voltar para Fairy Tail como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivessem posto os pés em Hargeon em busca de respostas para o que aconteceu com Lucy. Mas o ciúmes em sua cabeça era fora do normal. Ela se sentia muito insegura quando o assunto era Lucy. Lisanna sentia que Natsu estava hipnotizado por Lucy e achava que o motivo por isso era porque ela tinha mais peitos e menos cintura e mais bunda... Basicamente, ela sentia como se sumisse perto de Lucy, com aquele corpo de violão que chamava atenção. E aquelas roupas curtas e indecedentes para uma mulher do porte dela.

Natsu não respondeu à pergunta de Happy, e Lisanna queria saber a resposta.

—Então, Natsu? — Ele abaixou a cabeça. — Vamos?

—A gente veio aqui para isso, não foi? — Natsu respondeu, ainda com a cabeça abaixada, escolhendo suas palavras com cuidado. Ele não queria machucar Lisanna. — Vamos terminar a missão juntos e voltar para Fairy Tail.


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Notas finais do capítulo

PS: Alguém notou alguma semelhança nas metáforas? (HIMYM)