Quando Mais Precisava escrita por AnaMM


Capítulo 12
Caótica, romântica e às vezes bipolar.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me o atraso! Tive uns compromissos que me obrigaram a ter menos tempo de computador e atrapalharam a atualização ;) Espero que gostem!

Não exatamente uma trilha, mas a música que inspirou a descrição que a Ju faz da Lia :P Não curto a novela, mas as músicas são bonitinhas e essa é a cara de Lidinho
http://www.youtube.com/watch?v=OlY3rTWlYV8



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– Eu posso não confiar no Dinho, mas se tem uma coisa que eu sei fazer é controlar os- - Um flash voltou à mente de Lia. Era a segunda vez que quase falava o que não devia. Vitor tinha razão, não podia confiar em si, já havia dado errado. Porém, era Lia Martins e não dava o braço a torcer. – Eu sei controlar os avanços do Dinho. Ele não vai fazer nada.

– Que você não queira. – Vitor completou.

Ao ver o olhar irritado de Lia, retirou-se. Irritado, seguiu em direção ao Misturama. Não esperava encontrar justamente seu rival sentado com Fatinha e com Orelha em uma das mesas. Reparou no estado de Adriano.

– Isso tudo foi a Lia? – Perguntou debochado.

– Sim, nós nos divertimos na cama hoje. – Dinho respondeu no mesmo tom, com um sorriso no rosto.

– Ela me disse que vocês dormiram com a Ju e com o Gil. Virou suruba agora?

– Opa! E nem me convidaram? – Orelha reclamou. – Sacanagem, meu irmão, você sabe que o meu sonho é traçar Lia e Ju ao mesmo tempo! Lembra quando você cogitou?

Dinho riu. Era feliz quando seu maior problema era escolher entre Ju e Lia.

– Olha o respeito com a minha namorada, Orelha! – Vitor defendeu irritado.

– Calma, Vitinho, você acha mesmo que elas iam aceitar uma suruba com esse nerd? – Fatinha riu. – Mas poxa, Dinho, você bem que podia ter me avisado, sabe? Você E o Gil? Que delícia, hein?

Os melhores amigos gargalharam, deixando Vitor incômodo.

– Relaxa, anjo, a gente tá só zoando. – Fatinha garantiu em tom dúbio. – Até porque eu estou muito feliz com o meu moreno!

Durante a tarde que passaram juntos, haviam atualizado Dinho nas novidades do Quadrante. Estava feliz por Fatinha ter finalmente conquistado o irmão de Ju, embora também estivesse apreensivo. Ironicamente, não confiava em Bruno.

– Você não acredita? Pergunta pra Lia! Ela vai adorar contar como passou a manhã me agarrando! – Dinho zombou, irritando o namorado da roqueira.

– A situação entre vocês está tão enterrada que a sua maior alegria é apanhar da Lia? Pelo visto, não preciso me preocupar. – Vitor retrucou.

– Se você nos conhecesse não estaria tão confiante. – Adriano apontou.

– Se você ainda se lembra de como é a Lia, tampouco estaria. Ela te odeia.

– Ela me odeia? Que pena! Ela já me odiava quando a gente se beijou na frente do colégio inteiro na peça de teatro. Quando a gente ficou pela primeira vez, também. – Dinho respondeu ironicamente, escondendo o desconforto com a lembrança da fragilidade de sua situação com a ex.

Dessa vez o ódio era diferente, podia não ter volta. Arrepiou-se com o pensamento. Focou em Orelha e Fatinha, que se divertiam com a discussão.

– E você, Fatinha? É só esse cara ressurgir das cinzas que você me troca por ele assim? – Vitor questionou revoltado.

– Poxa, anjo, desculpa, é que eu tava há um ano sem ver o Dinho! E LiDinho sempre me emocionou! Não é pessoal, é só que... Eu torci por eles desde o início, sabe? – Fatinha justificou sem jeito.

– Lidi o que? – Os três adolescentes perguntaram ao mesmo tempo.

– LiDinho. Já que criaram um nome pra mim e pro moreno, eu criei um pra eles também.

– Fatinha! – Vitor protestou.

– Desculpa, desculpa! Cara, eu super torço por você, mas é que... É que o Dinho é meu irmão e eu me considero madrinha deles, entende? Poxa, eu não posso trair a causa dos meus pombinhos briguentinhos assim do nada. Você lembra que eu fiquei irritada quando você começou a cercar a Lia? – Fatinha se explicou.

– Eu pensei que você estivesse gostando de mim, não que estivesse protegendo a memória de Lidiseiláoque!

– Assim, eu até tava interessada, mas era principalmente porque eu sentia que a Lia tava traindo o Dinho se aproximando de um outro cara tão rápido. Sei lá, eu só queria defender a memória do meu melhor amigo.

Dinho escutava atentamente. Sentiu um baque ao saber que a ex havia conhecido Vitor e se aproximado do motoqueiro tão cedo. Se a periguete do Quadrante achara repentino, provavelmente haviam se conhecido na semana seguinte, ou, talvez, ainda pior: na mesma semana. Seria irônico que logo Lia, tão fechada, tivesse se aberto para o primeiro motoqueiro pedante que encontrasse pela frente após o término conturbado com quem dizia ser o amor de sua vida.

Vitor também se sentia traído. Sentia-se enganado, enrolado por Fatinha. Pensava que podia confiar na loira. Agora, não sabia de mais nada.

– E na casa do Pilha? Você se jogando pra mim?

– Então, é como eu falei, eu tava interessada. Só que, quando eu via você e a Lia tão próximos, batia o ciúme mais pelo Dinho que por gostar de você. Não me entenda mal, Vitor, eu te adoro! A nossa amizade é importante pra mim, e é verdadeira! Acontece que o Dinho é como um irmão pra mim, entende? – A periguete implorou em vão.

Enojado, Vitor se retirou. Não conseguia olhar na cara de Fatinha, nem para o rosto debochado de Adriano. Em poucos minutos descobrira que saber que Lia odiava Dinho não era o suficiente para tranquilizá-lo, que a lealdade de Fatinha era questionável e que nada do que conquistara no Rio de Janeiro parecia real. Seu irmão era um sequestrador, sua namorada estava dormindo com o ex e sua amiga o havia trocado por outro, mas não tinha com quem desabafar sobre as descobertas, sobre a queda de seu mundo perfeito. Lembrou-se, então, do único que sabia que estaria contra Adriano. Não tinha certeza, afinal, Gil havia dormido com Ju, Lia e Dinho na noite anterior, porém, conhecendo o grafiteiro, provavelmente estivesse apenas controlando como a roqueira e o ex se comportariam.

Sabia que Gil estava mexido ainda com a morte da mãe, como todos os alunos do colégio Quadrante, então seguiu para o apartamento de Juliana. Era o local mais comum de encontrá-lo ultimamente. Por sorte, deu de cara com Gilberto e a namorada saindo do apartamento dos Martins.

– Eu posso falar com vocês? É meio sério. – Vitor pediu.

– Vem, entra. – Ju o conduziu até seu quarto, apartamento adentro.

– É sobre a Lia. E o Dinho. – Acrescentou.

– Sempre ele... Quanto ao Adriano, você nem precisa se preocupar. Ele levou uma surra hoje. – Gil o acalmou.

– Então é verdade?

– Surra mais ou menos, né, que eles bem que se divertiram. Tava mais pra brincadeira de lutinha de duas crianças. – Ju acrescentou.

A situação apenas piorava para Vitor.

– Como assim? Eu encontrei com ele no Misturama, e o Dinho tava acabado! Aquilo é diversão pra eles? A Lia é também masoquista e eu não sabia?

– Vitor! Como vocês podem ter namorado por meses sem você saber disso? – Ju indagou chocada. – A Lia gerava briguinhas do nada com o Dinho só pelo gosto por implicâncias! – A it-girl riu. Jamais entenderia a melhor amiga.

– Só mais uma prova de que o namoro deles era imaturo e errado. Eu nem consigo ficar brigado com a Lia, tenho pavor das nossas discussões! Namoro é bom quando tem paz, carinho... – Vitor comentou.

– Paz? Com a Lia? – Ju riu. – Agora sim eu entendi porque ela gostou tanto de pular no Dinho hoje de manhã! A Lia gosta disso, de implicâncias. Vai ver por isso ela me parecia tão apática ultimamente. Paz e Lia Martins não andam juntas.

– Você também tá contra o nosso namoro agora, é isso?

– Não é isso, Vitor. Eu apoio a felicidade da Lia, seja com quem for. O Dinho errou muito com ela, e eu confesso que não fico confortável ainda vendo os dois juntos, quer dizer, mesmo como amigos, mas-

– Ah, não, Ju! Não vai me dizer que você vai fazer a Lia e me trocar por esse cara também! – Gil protestou.

– Não é isso, Gil! Você sabe que é só pela traição da amizade, mesmo, e não pelo Dinho. Eu gosto de você, ok? – Ju acalmou o namorado. – Acontece que eu conheço a Lia, e um namoro calmo e romântico não é a praia dela. Eu pensei que a Lia só tivesse amadurecido, mas depois do que eu vi hoje...

– Isso não é justo! Eu fiz de tudo por ela! Eu dei o melhor de mim pra ser o melhor namorado que ela já teve, um príncipe que a fizesse esquecer as decepções-

– Só que a Lia nunca quis um príncipe. Eu adoraria vê-la em um relacionamento perfeito com um cara que a respeitasse. Eu realmente apoio vocês dois, de verdade. Acontece que a Lia não é normal, e as expectativas tampouco podem ser. O que seria ideal para nós, que seria um relacionamento tranquilo, não é exatamente o ideal pra ela. E é por isso que nem eu daria certo com o Dinho, nem você está dando certo com a Lia: porque eles são malucos, esquisitos à maneira deles. O Dinho vive à flor da pele, deseja ao máximo, quer explorar cada momento, cada prazer. A Lia é intensa, passional; bipolar, às vezes. Você quer um relacionamento tranquilo, respeitoso. Eu queria um namorado romântico, calmo, que vivesse uma experiência de cada vez. Nós queremos um príncipe e uma princesa. A Lia e o Dinho nunca quiseram. Namorando o Gil, eu finalmente pude perceber por quê o meu namoro com o Dinho não tinha dado certo. Talvez você conheça uma Gil e entenda melhor o que está acontecendo.

– Você fala como se o meu namoro com a Lia não tivesse mais volta.

– Ela me contou meio por cima que vocês deram um tempo. Talvez eu esteja considerando apenas a Lia que eu conheci, e ela tenha de fato mudado. Eu torço pelo que for melhor pra vocês três. Talvez esse tempo seja o seu Gil. Talvez se afastando você possa repensar o relacionamento e recuperá-lo, ou desistir, perceber que não era pra ser. Eu não acho que a Lia queira voltar com o Dinho, nem acho que seja uma questão de escolha. Ela não quis me trair, aconteceu. Independente do que acontecer, não a julgue. O sentimento que une aqueles dois é mais forte do que eles.


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Notas finais do capítulo

Agradeço comentários ♥