– Eu estou apaixonado por uma certa menina. – ela entendeu que ele estava apaixonado por uma garota qualquer, menos ela.

– Hã? É.. Que bom, hein, Oliver? – disse ela em tom irônico, ele não ligou, era ela, a paixão dele.

– Tá. Você já teve alta. Vamos embora? – falou ele querendo liberdade, ele estava ali com ela, já que os pais não se importavam com a filha.

– Vamos, mas me dê licença, vou trocar essas roupas idiotas! – falou, ele cedeu e saiu.

Ela ficou trocando a roupa branca, enquanto deixava algumas poucas lágrimas que procuravam por encharcar seu rosto, sem poder evitar, encharcaram. Jade ficou lá, entretida com a roupa, vozes vieram em sua mente, ele estava apaixonado, queria conselhos, talvez. Aquilo era o fim do mundo para ela, seu grande amor pedindo conselhos sobre uma paixão? O quê seria dela? Ela teria que o esquecer? Impossível, ela o amava tanto, a ponto de se matar caso não consiga namorar com ele. Era um sonha quase que impossível, já que o coração dele já tinha dona.

– Terminou? Saí logo desse quarto. – reclamou Beck, batendo na porta duas vezes.

– Espera Oliver! – gritou ela irritada. Talvez os homens não esperassem as mulheres se arrumarem, mas ela não demorava, afinal.

– Ok. Você tem cinco minutos! – ele sorriu. Ela ficou nervosa, mas viu um sorriso se fazendo nos seus lábios.

– Relaxa, que saco. – falou Jade. Ela vestiu sua roupa, penteou o cabelo e saiu, calçando uma sapatilha.

– Você está.. Linda? – ele disse sarcástico, mas quando se viu já estava beijando ela. O quê? Já? Jade ficou sem reação.

– É.. Oliver.. Eu.. Hã? – ela ainda estava confusa, aquilo era tão.. Tão mágico! Aqueles lábios doces. Tudo. O encosto das bocas, seu hálito de menta, a sua respiração ofegante ao se separarem.

– Me desculpe, mas.. – quando ele foi mentir, percebeu que deveria revelar, estava na hora, e se ele mentisse? – Eu tenho me sentido estranho uns dias pra trás. Acho que estou apaixonado.. Por você, Jade! Eu, doce, gentil estou apaixonado por uma garota grossa e meio hostil.

– Ah, você me.. O quê? Apaixonado? Oliver, se liga! Eu sou hostil, e não posso amar um gentil e doce, eu odeio esse tipo de pessoa. – mentiu. Ele sentiu um aperto no coração. Aquilo o feria tanto, aquelas palavras dominaram sua mente. Ela não o amava? Era isso, ele tinha que ficar apaixonado, ela não podia ser tão atraente assim.

– Eu.. É.. Tchau West. – saiu correndo, nesse momento Tori chegou no hospital.

– Prima, eu fiquei sabendo que você desmaiou lá na escola no almoço, não pude sair, porque tinha prova, só fui liberada agora, você está bem? – ela perguntou, Jade balançou a cabeça afirmando que estava bem sim.

– Estou, não se preocupe Tori. – falou ela, com cara falsa, Tori já sabia que era falsa, mas aproveitou aquela cara fingida.

– Vamos! – falou puxando Jade pelo braço, pegou a ficha de alta no balcão e levou Jade até o volvo, onde dirigiu até o apartamento da menina.

– Você vai dormir aqui é? – perguntou Jade em uma indireta, Tori sorriu cinicamente.

– Vou! Ou você quer que eu durma no lixão? – perguntou, mesmo sabendo a resposta que levaria.

– Quero! Tchau. Eu te busco amanhã. – falou ironicamente, Tori sorriu sarcasticamente.

– Não, obrigada. Eu durmo aqui no sofá mesmo. – disse Tori se jogando no pequeno sofá.

– Tá. – disse falso, ela queria mesmo é que a prima saísse de lá, saísse para nunca mais voltar. Era óbvio que queria. – Vou fazer a janta, senhora preguiça! Eu sei que você não sabe cozinhar. – falou ela sarcasticamente, era óbvio que ela mesmo não sabia cozinhar muito bem, mas Tori deu de ombros.

– Faz aí tua especialidade! Arroz e bife. – riu Tori, Jade deu de ombros, sem se importar.

– Ah, vai te catar Tori. – disse ela jogando a tapioca pra cima, a pegando com a panela logo em seguida, a prima riu.

Elas comeram, realmente estava boa, nem tanto polvilho, crocante, com recheio de frango, com aquelas pitadas de pimenta, era esquisito, mas Jade amava, e Tori odiava, por isso que Jade fez. Elas ficaram trocando mentiras, como, “eu te amo prima”, não mais ela não estava mentindo, ela começou a gostar de Tori. “Eu te dolo”, também não era mentira, ela estava adorando passar os dias com a prima, mesmo que ela seja irritante e grosseira, pouco hostil, como dizia Beck. Já no RV, Beck chorava desesperadamente, não jantou, nem bebeu nada, nem comeu sua típica maçã que passava sua fome.

Perguntas como “se ela não gostasse de mim, por quê ficou gaguejando ao falar comigo? Por que ela ficaria envergonhada ao me ver na porta da diretoria?”, era verdade, ele tinha razão, mas Jade pensava diferente, “eu tenho plena certeza que não o amava mesmo, eu posso arrumar um namorado mais bonito que ele, talvez eu ficava envergonhada e gaguejando, pois me apaixonei na primeira vez que o vi, mas já que é doce e gentil, eu não amo gente assim, fora a Tori besta”. Eles eram perfeitos um para o outro, mas não era pra ser? Realmente o destino foi cruel com esse amor proibido?

O quê eles sentiam já não era a mesma coisa? Errado, era sim, eles ainda se amam, mas o destino, ou o coração não permite que Jade ame um garoto doce, mas não era o coração que não deixava, pois o coração era o quê mais queria, ter Beck em seus braços, poder chamá-lo de meu amor, ou baby. Enfim, o instinto de Jade falava maior que o coração, você não pode o amar Jade, sua reputação iria para o lixo! Não faça isso! Ele é doce, você é grossa e nunca tem paciência com ninguém, ele já tem, dá conselhos para todos, conselhos bons, o mínimo que você faria é dar um elogio bom a quem realmente descobriu que gosta, sua prima.

O coração falava isso, você odiava sua prima, por perder atenção. Enfim, o quê você realmente quer? Uma hora você se apaixona por um garoto popular, na outra você recusa um beijo dele. Uma hora você fala que odeia sua prima, pois ela tira a sua atenção, na outra você diz que a ama sabendo que está falando a verdade. Enfim Jade, o quê você realmente quer? Isso congelou Jade, talvez ela amasse.. O.. Menino que se declarou hoje, mas que foi rejeitado! Jade confie em mim, eu sou seu coração, o dono de todo o amor de sua alma.