Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 58
Chantagens, mordidas e Jarvis


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, meus anjinhos! Estou tentando ser mais frequente aqui, vocês repararam?! hahah
Espero que gostem desse capítulo. Estou me deliciando com essas chantagens.
Qualquer dica ou sugestão, vocês podem me mandar tanto mensagens quanto comentários e eu terei o maios prazer em procurar inserir vossas ideias na fic, ok? Obrigada



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/369744/chapter/58

Decidimos começar a chantagem num momento em que estivéssemos todos no quarto e com os celulares em mãos. Era bem comum, já que com essa maldita inclusão digital, passávamos metade dos dias com eles em mãos. A TV estava ligada e quase todos de nós a rodeávamos. Estava eu, sentada ao lado de Bernardo, quando ele escreveu a seguinte mensagem:

Número privado: Sei o que você fez. E tenho uns vídeos deliciosos seus.

Prendi o riso e esperei que ela respondesse. Bernardo mantinha sua pose de blasé, sem esboçar reação alguma. Lisa começou a digitar e percebemos pelo semblante intranquilo que ela havia sentido a pressão do negócio. Eu e meu pequenino não estávamos ali pra brincar.

Lis: Porque eu teria medo de você?

Número privado lhe mandou um vídeo.

Era um vídeo muito indecente que eu tenho certeza que ela não queria que fosse divulgado. Pude ver seus olhos se arregalando quando o download terminou.

Lis: O que você quer?

Número privado: Transformar tua vida num inferno.

Mordi o lábio, enquanto via a garota levantando-se e caminhando até o elevador. Olhei pra Bernardo e deitei a cabeça em seu ombro. Gabriel me encarou, puxando-me pra si e mordendo a pontinha do meu nariz.

— Você está dando mais atenção a ele que pra mim – disse, fazendo beicinho.

— Nós temos uns planos – retrucou Bê, mostrando a língua – Acho que você não é o geniozinho da computação dela

— Ah, e você é?!

Bernardo assentiu, orgulhoso. Sempre fora. Não que eu não conseguisse me virar com assuntos da internet, mas quando o assunto era mais sério e apareciam aquelas telas negras com letras verdes à la Matrix, era coisa do Bernardo. Suas especialidades sempre foram apagar minhas suspensões do sistema e alterar suas notas no boletim. O garoto era simplesmente um gênio, mas era preguiçoso demais pra estudar.

— Vocês não vão brigar por isso também, né? – perguntei, cansada, jogando as pernas sobre Ivan, que jazia no chão em minha frente. Ele mordeu a batata da minha perna e eu soltei um gemido – Filho da puta

— Não te dei essas liberdades – ele disse, fazendo beicinho. Estava me imitando, o filho da puta – Thiago, sente-se aqui pra essa moça abusar da sua boa vontade

— Com certeza, deixo a Amanda abusar de mim quando ela quiser.

Thi abriu um sorriso malicioso e colocou minhas pernas sobre seus ombros, apertando meus calcanhares e fazendo seu irmão o encarar e chutar sua cabeça. Para esclarecer como estávamos sentados:

Eu estava no meio do sofá de três lugares, onde sentávamos sempre em cinco ou seis. Bernardo estava à minha esquerda e Gustavo estava sentado no braço do sofá. À minha direita, Gabriel e Desirèe. No chão, abaixo de Dê, estava Henrique. Ao seu lado, Rodrigo com Chloe sentada entre suas pernas. Ivan estava ao seu lado, e Thiago em minha frente, segurando minhas pernas. Heloise jazia sentada ao seu lado, arrancando pontas duplas. O garoto novo, Chris, estava ao seu lado. Bruna e Lucas estavam deitados na cama. Fazendo o que, sinceramente, eu tenho medo de saber.

— Minha pequena não precisa abusar de você porque ela já tem a mim para abusar dela.

— O que?! – Rodrigo, Thiago e Bernardo gritaram em uníssono.

— A garota tem um coro de melhores amigos – caçoou o menino novo.

— Ei, cadê sua irmã?! – perguntou Ivan – A garota sumiu. Será que ela foi se matar?

Comecei a rir. A expressão no rosto de Ivan era impagável. Ele realmente cria que a garota havia ido se matar. Começou a justificar sua afirmação pelo fato de ter reparado nas feições assustadas dela a sair do quarto. De repente, o celular de Bernardo vibrou e eu o tirei do bolso, fazendo-o resmungar.

— Não toque no Jarvis sem me pedir.

— Jarvis é meu afilhado e eu toco nele quando quiser – resmunguei, empurrando-o com o cotovelo – E preste atenção, é uma daquelas mensagens.

— Quais são aquelas mensagens?! – perguntou Desirèe, se enfiando entre nós para lê-la. Bloqueei a tela do celular e me encolhi para cima de Bê.

— Que curiosidade é essa?! Está se envolvendo no meu papo de irmão e irmã, Andrieux?

Ela deu os ombros, visivelmente chateada e eu deitei por cima de Gabriel para chegar até ela e abraça-la. Abracei suas pernas e barriga e mordi sua costela. Tínhamos, naquele quarto, pego a mania de nos mordermos. Não era legal e dava o que falar, porque todos que ali residiam ou parasitavam tinham espalhados por si marcas e mais marcas roxas.

— Temos que parar com isso – disse Dê – Se minha mãe vem pra cá e vê uma coisa dessas...

— Sua mãe não se importa com você – disse Heloise, simplesmente.

Um silêncio constrangedor se estabeleceu no quarto e logo depois Desirèe mandou um “Vai se foder”, quebrando o clima pesado e me fazendo rir. Era sempre engraçado quando o anjinho de gelo falava palavrão. Eu gostava. Ajeitei-me em meu lugar novamente, saindo de cima de Gabriel, e desbloqueei ‘Jarvis.

Lis: Quanto você quer pra esquecer tudo isso?

Entreguei o celular a Bernardo. Apesar de eu ser má, ele era o cara assustador e perturbado. Ele sabia chantagear. Ele assustava. Era ele o garoto quase suicida que sabia, como ninguém, demonstrar a dor da maneira mais viva e real. Bernardo Ferreira era um misto tão grande de emoções que me surpreendia cada santa vez em que eu tentava decifrá-lo

Número Privado: Você não pode – nem vai – comprar meu silêncio, garota. Só te prepara, tá? Te garanto que vai doer mais que uns socos na boca do estômago.

Deu um sorriso afetado e mandou. Segurou minha mão com força e beijou demoradamente minha testa, fazendo com que eu sentisse que nada no mundo pudesse me machucar, nunca mais.

— Eu não vou deixar que nenhuma vagabunda te machuque de novo, ok? – sussurrou.

Existiam coisas a meu respeito que só Bernardo sabia. E eu não queria que mais ninguém soubesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Colégio Interno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.