Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 48
O melhor amigo, dois novatos e muito ciúme




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Duas semanas haviam se passado desde que Gabriel me pedira em namoro. Foram duas semanas maravilhosas e eu não poderia pedir um namorado melhor. Estava deitada na cama, ainda de conchinha com ele. Gabes havia decidido que realmente não iria mais dormir em outro lugar que não na cama comigo. O toque de mensagens disparou e amaldiçoei Ivan por um segundo.

Sim, o garoto do tênis. Havíamos nos tornado amigos desde então e meu amor o odiava por esse simples motivo. Tateei a cama em busca do celular e Gabriel me entregou o mesmo, colocando o travesseiro sobre o rosto logo depois e resmungando.

B. diz: Que andar tu tá?

Casiraghi, A. F diz: Oxi, eu to no Bloco Y, ap. 657

B. diz: To subindo. Se veste.

Encarei aquela mensagem por um tempo. Era melhor não duvidar, afinal. Pulei da cama e vesti uma camiseta de Gabes que estava jogada no chão (não pensem besteira, ok? Ainda não fizemos nada. Sempre havia alguém pra nos interromper) e estava com um short. Muito curto, mas ainda um short. Preparei um espresso pra mim e um pra Gabriel, que após alguns resmungos, pulou pra fora da cama também e trancou-se no banheiro. Liguei a TV e me joguei no sofá com a xícara nas mãos. A porta do elevador se escancarou e um garoto muito alto, muito branco, muito magro, muito lindo e muito meu parado à porta.

Meu Bernardo estava ali parado, me fitando com seus grandes olhos azuis. Abriu os braços e um enorme sorriso, e eu saí correndo em sua direção, jogando-me em seu colo.

Deus sabia o quanto eu estava com saudade daquele garoto. De seu abraço protetor, que não deixaria nada me ferir. De seus olhos miúdos que revelavam tudo o que Bernardo sentia ou queria. Do sorriso doce e da risada maravilhosa. Da voz rouca me chamando de “pequena”. Minha nossa, eu sentia tanta falta dele que nem mesmo me lembrava disso.

— Como foi passar esse tempo todo sem mim? – sussurrou, beijando minha testa

— Insuportável, Bê – disse, abraçando-o com mais força.

— Hey Mandie, onde está...

Gabes entrou na sala e se deparou com a seguinte cena: sua namorada havia jogado o café no chão, quebrado uma xícara e estava no colo de um garoto muito alto, muito bonito, muito branco, muito magro e muito dela. Não era a melhor cena pra se ver logo ao acordar.

— Gabes – sussurrei – Esse é o Bernardo.

— Ah, o amigo ex da Bruna, né? – assenti – Eu sou o namorado dela.

— Eu sei – disse Bernardo, sorrindo irônico – Acredite, meu amigo, eu sei tudo que se passa aqui. Eu sou o melhor amigo dela. Melhor amigo.

— Achei que fosse o Thiago.

— Não sei quem é Thiago, mas ele não se compara a mim. E me responda, cu, por que você não está em aula?

Dei os ombros e Bernardo negou com a cabeça. Sempre se preocupou mais com a minha educação do que meus pais; e isso me irritava profundamente.

— Vai pra aula.

— Mas agora não dá mais! – protestei

— Vamos esperar até a troca de aulas então.

Assenti e dei um braço a ele e outro a Gabriel, que não parecia nem um pouco feliz. Tenho certeza que teríamos uma longa discussão de relação durante a aula de francês. Quando descemos, fomos direto à uma lanchonete. Be nunca me deixou ficar sem comer por muito tempo, pois esteve comigo na época difícil em que eu não comia nada. No caminho, esbarramos com mais dois novatos.

— Que é isso, vem gente nova de bicas.

— Claro. Chove gente nova aqui. Talvez porque seja começo de bimestre, lesa.

Soltei um “Ah” longo e perdido, fazendo os dois rirem. Caminhamos até os novatos e os encarei.

— Oi! – soltei – Novos? – a garota assentiu.

— Eu me chamo Lisa, e esse é meu irmão Chris.

— Muito prazer – os cumprimentei e os garotos não fizeram o mesmo.

Chris era um cara bonito, eu não ia mentir. Quero dizer, ele tinha belos olhos, muito azuis. Era do tamanho de Gabriel e tinha a pele levemente bronzeada. O cabelo era quase inexistente, era bem baixinho e parecia recém-raspado.

— Já sabem onde ficam os quartos?

— Fico no quarto de um garoto do sobrenome confuso – disse Chris – Na verdade, são dois garotos.

— Casiraghi? – perguntei, rindo baixinho

— Isso!

— Abriram duas vagas no quarto – disse Gabes, rolando os olhos – Ninguém precisou sair pra isso, mas perdemos um ótimo beliche que servia pra bagunças.

— Uma é minha e outra do amigão aqui – disse Bernardo, sorrindo divertido.

— To sentindo que aquele quarto vai se tornar um programa da Márcia logo, logo – brinquei.

Gabriel bufou e começou a resmungar a caminho da lanchonete. Se ele soubesse o quanto fica lindo nervoso e o quanto eu gosto de vê-lo assim, não demonstraria tanto.


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