Colégio Interno escrita por Híbrida
— É o Bernardo! – gritei, arrancando o celular de sua mão.
— Quem?
— O outro – sussurrou Nogueira.
— Bernardo, porra! – berrei – Mozão!
— Hey, anjo. Achei que você tivesse morrido. Tá feio a chuva aí, né?
— Tá horrível, Bernardo. E to trancada num quarto cheio de nego há duas semanas.
— Eita porra! Surubão mesmo?
— Claro.
— Se cuida, pequena. To morrendo de saudade de você, sério.
— Eu também. Te amo, delícia.
— Também te amo, gostosa.
— Vem pra cá logo que eu to morrendo de...
— Amanda! – gritou Gustavo.
— Estão me reprimindo aqui. Não querem que eu te amo.
— Tá namorando?
— Sabe que eu não amei ninguém desde o Caio.
— E eu?!
— Meu amante, querido.
Ele riu e provavelmente a ligação caiu. Quando desliguei, Gustavo e Gabriel jaziam me encarando como se fossem me dar uns tapas. Eu ri baixinho, guardando o celular no bolso.
— O que foi?
— Gatão, delícia... – resmungou Gu.
— Achei que ele fosse só teu amigo – disse Gabriel, um tanto puto.
— Que fofos, esses meninos com ciuminho!
— Ciúme. De você. – resmungou Gabriel – Jamais. Eu me recuso.
— Isso na linguagem Gabriellis, quer dizer: ô vagabunda, não era pra você saber – disse Thiago, rindo.
— Cala a boca – vociferou Gabriel.
— E é mentira? Gustavo tá igualzinho!
— Claro que é mentira! – gritou Gabriel.
— Eu acho muito fofo.
— Sério? – disse ele, abrindo um sorriso.
— Sim, mas você não tem. Só o Thi tem ciúme. Meu Best.
Ele bufou, irritado. Puxou-me dos braços de Thiago e me encarou.
— Você é minha baixinha, não dele.
— Sou?
— Claro! Quero dizer, não!
— Faça o favor de se decidir, Gabriel. Odeio garoto inseguro, que num tem palavra.
— Ok, eu tenho – admitiu – Eu morro de ciúme de você, Amanda.
Eu era louca por meninos ciumentos. Soltei um “awn” e o abracei de lado, fazendo com que ele sorrisse abertamente.
— Se eu soubesse que era tão fácil te conquistar tinha declarado meu ciúme logo.
Me soltei dele e o garoto me abraçou de novo, mordendo minha orelha.
— Te amo – sussurrou.
— Não, não ama. E eu num posso dizer o mesmo.
— Claro que pode – sussurrou, novamente.
— Não vou mentir pra você. Babaca.
— Também te amo, princesa.
— Princesa é o tipo de cantada que meu avô usava.
— Eu também te acho uma delícia.
— Você é ridículo e me enoja.
— Você também tem belos olhos.
— Eu sou vesga, cara.
— Não me ofenda!
— Como é?!
— Ok, parei.
Por algum motivo, o garoto se sentiu livre pra deitar no meu colo depois do momento awn.
— Folgado.
— Você não disse que me ama? Eu posso.
— Mas eu não disse.
— Puxa, eu ouvi errado? É uma pena.
— Uhum. Agora que já sabe, pode se levantar.
— Mas tá tão confortável!
— Foda-se.
— Não vou sair.
Pulei da cama, mas antes que pudesse pisar no chão, ele havia me puxado pela manga da blusa.
— Fica aqui, por favor – sussurrou com a voz rouca.
— Para com isso, que droga – disse, após sentir os pelos do meu braço se eriçarem – Odeio que sussurrem no meu ouvido.
— Por quê? – sussurrou, mordendo o lóbulo de minha orelha.
— Porque arrepia!
— Sério?
Virei bruscamente, olhando no fundo de seus olhos muito azuis. Ele abriu um enorme sorriso malicioso.
— Para.
— Não.
Mostrei o dedo do meio e o garoto riu, abaixando delicadamente minha mão e beijando meu dedo anelar.
— Também te amo.
— Ai, Gabriel, vai se fuder!
— Você vem comigo?
— Não, trouxa! – murmurei, mostrando a língua. Ele a puxou – Ai, filho de uma puta!
— Olha a boca.
— To olhando. Mais especificamente pra língua que você acabou de puxar, viadinho!
— Quer que eu te mostre o viadinho? – perguntou, perigosamente perto de mim.
— Mostra!
Algo me diz que eu não devia tê-lo desafiado...
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