Colégio Interno escrita por Híbrida
— Mandie?
Quando abri os olhos, percebi que todos estavam no quarto. Gabes estava sentado ao meu lado, olhando pra mim, em minha cama. Virei pro lado e ele se deitou ao meu lado. Natie fungou.
— Tá bem? – perguntou. Eu assenti – Certeza? – assenti de novo – Olhe pra mim.
— Me deixa dormir – resmunguei.
— Você está inchada!
— Já viu uma pessoa depois que acorda? Fica inchada, mal humorada e explosiva e perigosa.
— Ui. Adoro perigo.
Bufei e pulei da cama. Ele veio atrás de mim e me segurou pela cintura com suas mãozinhas quentes. Bruna riu sem humor, abraçada a Lucas.
— Pomme – miei
— Diga.
— Preciso falar contigo. Posso... Lucas?
— Claro – disse ele, rindo.
Ela riu e me tirou dos braços de Gabriel, arrastando-me pra um canto afastado.
— E o Ferreira?
— O que tem ele?
— E aí?
— A gente terminou antes de vir...
Assenti. Ferreira era o Cainho da Bruna. E eu não acreditava que ela tinha terminado com ele, porque ele era simplesmente o garoto mais perfeito do mundo depois do Caio. Era, inclusive, meu melhor amigo.
— Você... Terminou com o Ferreira.
— Amanda, relacionamentos à distância não são pra mim. Mal sei como a gente sobreviveu à viagem pra Búzios.
— E você gostava mesmo dele?
— Sendo sincera... Mais ou menos. Eu sentia atração física, e tinham as festinhas e nossos encontros em casais.
Assenti tristemente e voltamos ao quarto. Subi em minha cama e peguei o celular. Ela me encarou e arqueou a sobrancelha.
— O que tá fazendo?
— Falar com ele via skype.
— Ferreira?
— Eu sou a pequena dele.
Ela assentiu com uma expressão do tipo “ô filha da puta, não acredito”, e eu sorri de maneira doce. Gabriel sentou-se ao meu lado, fitando o celular.
— Quem é esse tal Ferreira?
— Ninguém que lhe interesse.
— Que estupidez.
Rolei os olhos, ajeitando-me na cama e ele se ajeitou ao meu lado. Sorri boba.
— Ele está online!
— Que legal, hein.
— Quem é? – perguntou Lucas
— Meu melhor amigo.
— Pra ele você responde.
— Sim – disse, sorrindo.
Bernardo: Pequena ♥
Froid: Ferreeeeeeeira!
Bernardo: Sdds de você, amorzão!
Froid: Você tem noção do quanto é difícil viver sem você?
Bernardo: Aposto que tá sobrevivendo super bem sem mim.
Froid: Me liga. Preciso ouvir sua voz.
Fechei o Skype e fiquei algum tempo aguardando sua ligação. Sentei-me na cama, pulando eufórica. A voz de Ferreira costumava ser minha tarja preta. Era totalmente tranquilizante. Quando o celular tocou Beth, na versão de Glee, eu sorri.
— Pequena!
— Ferreira, meu amor! – gritei
— Ah, Jesus, mais essa agora – resmungou Gabriel
— Tá com ciuminho, é, Gabriel? – disse Gus, rindo.
— Calados! – gritei – Que saudade do meu bebê!
— Meu amor, a gente se viu na quarta.
— Dane-se. Avise a senhora sua mãe que as contas de telefone virão mais altas este mês.
— Ela já sabe que meu monstrinho não vive sem minha melódica voz — disse, e tive certeza que estava dando aquele seu sorriso presunçoso que eu amo.
— Monstrinho, Bê?
— Sim. O meu.
Meus olhos encheram d’água e senti aquela lágrima tosca descendo lentamente e molhando meu rosto. Gabriel me abraçou.
— O que foi?! – perguntou.
— Quem tá aí?
— Muita gente falando ao mesmo tempo! – gemi.
— Eu. Fala comigo, lembra de mim, monstrinho.
— Sinto sua falta – miei.
— Eu também, minha pequena.
— Mas o Cainho não tinha...
— Gabriel, Caio é outro – disse Pomme, calmamente.
— Caio? Gabriel? Pequena?
— Oi! Gabriel é só um amiguinho dela! – gritou Gabes
Desliguei o telefone na cara do pobre Bernardo e deitei na cama de Bruna, me encolhendo. Braços me envolveram e eu bufei. Quando ele encostou o nariz no meu pescoço numa espécie de afago desajeitado, senti meu corpo todo se arrepia. Mordi o lábio e tentei me reerguer.
— Fica aí – sussurrou.
Beth I hear you calling, but I can’t GO come right now, ‘cuz me and the boys are playing..
— Desculpa – sussurrei.
— Você desligou o telefone na minha cara?
— Sim. Dei uma surtada básica.
— E agora?
— Ela se acalmou porque eu a abracei, e...
— Ah, Jesus, e quem é agora?
— Gabriel. É um brasileiro que resolveu cismar comigo.
— Entenda, pequena. Todo mundo cisma com você.
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