Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 12
O menino Ferreira.




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— Mandie?

Quando abri os olhos, percebi que todos estavam no quarto. Gabes estava sentado ao meu lado, olhando pra mim, em minha cama. Virei pro lado e ele se deitou ao meu lado. Natie fungou.

— Tá bem? – perguntou. Eu assenti – Certeza? – assenti de novo – Olhe pra mim.

— Me deixa dormir – resmunguei.

— Você está inchada!

— Já viu uma pessoa depois que acorda? Fica inchada, mal humorada e explosiva e perigosa.

— Ui. Adoro perigo.

Bufei e pulei da cama. Ele veio atrás de mim e me segurou pela cintura com suas mãozinhas quentes. Bruna riu sem humor, abraçada a Lucas.

— Pomme – miei

— Diga.

— Preciso falar contigo. Posso... Lucas?

— Claro – disse ele, rindo.

Ela riu e me tirou dos braços de Gabriel, arrastando-me pra um canto afastado.

— E o Ferreira?

— O que tem ele?

— E aí?

— A gente terminou antes de vir...

Assenti. Ferreira era o Cainho da Bruna. E eu não acreditava que ela tinha terminado com ele, porque ele era simplesmente o garoto mais perfeito do mundo depois do Caio. Era, inclusive, meu melhor amigo.

— Você... Terminou com o Ferreira.

— Amanda, relacionamentos à distância não são pra mim. Mal sei como a gente sobreviveu à viagem pra Búzios.

— E você gostava mesmo dele?

— Sendo sincera... Mais ou menos. Eu sentia atração física, e tinham as festinhas e nossos encontros em casais.

Assenti tristemente e voltamos ao quarto. Subi em minha cama e peguei o celular. Ela me encarou e arqueou a sobrancelha.

— O que tá fazendo?

— Falar com ele via skype.

— Ferreira?

— Eu sou a pequena dele.

Ela assentiu com uma expressão do tipo “ô filha da puta, não acredito”, e eu sorri de maneira doce. Gabriel sentou-se ao meu lado, fitando o celular.

— Quem é esse tal Ferreira?

— Ninguém que lhe interesse.

— Que estupidez.

Rolei os olhos, ajeitando-me na cama e ele se ajeitou ao meu lado. Sorri boba.

— Ele está online!

— Que legal, hein.

— Quem é? – perguntou Lucas

— Meu melhor amigo.

— Pra ele você responde.

— Sim – disse, sorrindo.

 

Bernardo: Pequena ♥

Froid: Ferreeeeeeeira!

Bernardo: Sdds de você, amorzão!

Froid: Você tem noção do quanto é difícil viver sem você?

Bernardo: Aposto que tá sobrevivendo super bem sem mim.

Froid: Me liga. Preciso ouvir sua voz.

 

Fechei o Skype e fiquei algum tempo aguardando sua ligação. Sentei-me na cama, pulando eufórica. A voz de Ferreira costumava ser minha tarja preta. Era totalmente tranquilizante. Quando o celular tocou Beth, na versão de Glee, eu sorri.

Pequena!

— Ferreira, meu amor! – gritei

— Ah, Jesus, mais essa agora – resmungou Gabriel

— Tá com ciuminho, é, Gabriel? – disse Gus, rindo.

— Calados! – gritei – Que saudade do meu bebê!

Meu amor, a gente se viu na quarta.

— Dane-se. Avise a senhora sua mãe que as contas de telefone virão mais altas este mês.

Ela já sabe que meu monstrinho não vive sem minha melódica voz — disse, e tive certeza que estava dando aquele seu sorriso presunçoso que eu amo.

— Monstrinho, Bê?

— Sim. O meu.

Meus olhos encheram d’água e senti aquela lágrima tosca descendo lentamente e molhando meu rosto. Gabriel me abraçou.

— O que foi?! – perguntou.

Quem tá aí?

— Muita gente falando ao mesmo tempo! – gemi.

Eu. Fala comigo, lembra de mim, monstrinho.

— Sinto sua falta – miei.

Eu também, minha pequena.

— Mas o Cainho não tinha...

— Gabriel, Caio é outro – disse Pomme, calmamente.

Caio? Gabriel? Pequena?

— Oi! Gabriel é só um amiguinho dela! – gritou Gabes

Desliguei o telefone na cara do pobre Bernardo e deitei na cama de Bruna, me encolhendo. Braços me envolveram e eu bufei. Quando ele encostou o nariz no meu pescoço numa espécie de afago desajeitado, senti meu corpo todo se arrepia. Mordi o lábio e tentei me reerguer.

— Fica aí – sussurrou.

Beth I hear you calling, but I can’t GO come right now, ‘cuz me and the boys are playing..

— Desculpa – sussurrei.

Você desligou o telefone na minha cara?

— Sim. Dei uma surtada básica.

E agora?

— Ela se acalmou porque eu a abracei, e...

Ah, Jesus, e quem é agora?

— Gabriel. É um brasileiro que resolveu cismar comigo.

Entenda, pequena. Todo mundo cisma com você.


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