Ouço o estrondo, madeira quebrando, tinir de corrente, assustado acordo – Carly – primeira coisa que me vem à mente, levanto seminu e corro para sala.

      - Sam?! – completamente espantado vejo a loira sentada no sofá comendo minhas últimas asinhas de frango. Ela chupa cada dedo com luxúria os olhos brilhantes de satisfação. Sinto um frio na espinha com aquela imagem, e encolho meu dorso nu automaticamente.

      - O que aconteceu com minha porta? – consigo dizer estrangulado, um pedaço da porta havia se lascado, a maçaneta estava no chão e levantei meu olhar para a amiga da minha irmã. Realmente fiquei aquela noite pensando quando Puckett chegaria de L.A depois do retorno da Carly de Florença para após o verão ir para UCLA estudar cinema.

      - Não grite a Carly esta dormindo, com aquele troço na cara e não quis acorda-la!

      - espantoso que não tenha acordado com o barulho.

      - não reclama.

      - tudo bem – sempre sou passivo, obediente, e senti muita falta daquela marrenta. Sentei-me ao lado dela ignorando tudo mais. Ainda espantado com o estado da porta, porém aliviado com Sammy no meu sofá como há um ano. Suspirei como um idiota sonhador, de alma leve com Carly no quarto e Sam ao meu lado, só faltava Freddie e não via a hora do garoto vim do acampamento  “Tecnologias inovadoras do século”.

      - Spencer você parece mais forte – Sam comentou pegando o controle e ligando a tevê, consegui encarar e dar meu sorriso mais largo, enquanto jogava minha longa franja para o lado.

      - Obrigado andei malhando – por mais estranho que soasse aquelas palavras em meus lábios, disse a verdade dos fatos, Meião tinha um primo que abriu uma academia e então  fazia os treinos de graça, juntando com a ausência de Carly andei praticando coisas novas como levantamento de Hauster, polibarras, supino , abdutor etc. – Um primo do Meião abriu uma academia na esquina...- expliquei tentando endurecer meu abdômen com começo de tanquinho.

      - Contudo, seu cabelo parece de mulher – meu sorriso murchou ao ouvir a loira.

      - obrigado – disse entredentes, pegando uma última asa de frango que Sam tirou de minha mão rapidamente antes que pudesse levar a boca. - isso era meu – comentei quando a loira com seus lábios carnudos deliciaram-se do toque da asa frita de frango, meu estômago reclamou.

      - não vejo indícios deste fato – Sam falou entre mastigadas. Nesse momento consegui reparar, como estava com as maçãs do rosto coradas, seu cabelo com cachos caiam com leveza ao lado de seu rosto, brilhante e com aspecto sedoso, quis tocar para ter certeza e o fiz, meus dedos longos e finos enroscaram em uma mecha e me desliguei - tão macio verdadeiros fios de ouro – pensei com aquele toque deixando um sorriso bobo se formar em minha face.

      - ta doidão Spencer? – Puckett disparou me olhando com olhos pequenos de analise e julgamento.

      - não, nada disso só estava vendo como seu cabelo ta bonito, que Shampoo você usa? cabelos secos, oleosos ou misto? – disparei fazendo um carinho com a mão toda pelos fios como aqueles homens gays.

      - o que estiver no banheiro – ela deu de ombros, consegui sorrir.

      - Uso shampoo de tratamento e fortalecimento – Comentou, mexendo em meus cabelos e acabando por enroscar meus dedos em um nó – ai , ai – reclamei tentando retirar meus dedos que haviam enganchado.

      - patético – Sam sibilou rindo, e me ajudando dando puxão em minha mão.

      - Ah!- gritei quando senti os cabelos serem puxados com violência.

      - resistentes – comentou Sam pegando o bolo de cabelo de meus dedos e olhando, e cheirou – cheiroso, mas precisa penteá-los Spencer – disse como se fosse uma revelação crucial para minha vida. Concordei com aceno ainda sentindo meu escapulo capilar arder.

      - Acredito Spencer  que você ficou com uma falha, falta cabelos aqui , o – ela apontou com seus lindos dedos na minha cabeça senti o toque, novamente um frio na espinha, mas dissipei o pensamento balançando a cabeça com rapidez.

      - Não Brinca ? – corri desengonçado tirando meu cabelo restante do rosto, para o espelho do corredor, tentei ver, mas naquele ângulo se tornou impossível fiquei rodando 360º e tentando olhar sobre os ombros sem sucesso.

      - hehe – ouvi um risinho de Sam, a observei pelo espelho.

      - que é?

      - parece um cão sarnento atrás do próprio rabo – o comentário me fez sentir corar.

      - ta tão ruim assim?

      - sim esse cabelo grande ta ridículo!

      - não, tô falando da falha!

      - isso ajuda a piorar a situação – enquanto Sam falava tentava arrumar minha franja as mechas jogando para um lado, me vi ali parecendo uma mulher, vaidosa, percebi que meus lindos cabelos ate o ombro em seu corte caia em camadas  não era másculo e nem principesco como imaginava.                                                        -

      - Hem...amanhã de manhã vou falar com Gibby, para o avô dele cortar – comentei derrotado.

      - Só tome cuidado com as orelhas – Ela comentou saindo e rindo, puxei minhas orelhas, observei no espelho, não eram tão grandes – que ela quis dizer com isso? – Mas a loira de cabelos perfeitos, tinha subido, me deixando ali puxando a orelha, coloquei cabelo para trás, puxei em um rabo de cavalo deixando minhas orelhas em evidência, fiquei de perfil tentando olhar pelo canto do olho para elas, ate me cansar. Talvez estivesse ficando velho e minhas orelhas estivessem aumentando! – Oh! Minhas orelhas estão envelhecendo! – desesperei-me.

      Aquela noite não conseguiu dormi, e não foi pelas orelhas grandes – Que eu Não Tenho! - ou pelo tufo de cabelo que faltava na minha cabeça, o motivo era como Samantha Puckett tinha os cabelos mais lindos que já tinha visto em uma loira e como seus lábios ficam inchados e vermelhos após comer frango frito. Estremeci e puxei a coberta, com quase 19 anos Sam se tornava uma mulher de arrasar quarteirão. – Mas é Só amiga da minha irmã, não pense nela, é errado, tentador, errado, amiga da minha irmã caçula, isso não pode é errado, tenho dobro da sua idade, torna mais errado ficar pensando quão errado isso é, a vi crescer, sou patético e pedófilo, ouw não...! Sam já é maior de idade! Droga!

      -Está tudo errado! – gritei no travesseiro tentando fixar que tudo estava errado.