Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 9
Capítulo 08




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Estava escuro e eu mal conseguia enxergar as coisas, mas eu continuava andando em meio aquela escuridão. Fui quando a vi. Hermione estava sendo puxava por algum tipo de fumaça negra que a envolvia. Ela me estendeu a mãos e tentou dizer algo, que foi abafado pelas trevas. Mas eu pude ver seus lábios se movendo em um, “me ajude”.

Eu me aproximei dela e peguei suas mãos enquanto a puxava para mim. Não aconteceu nada e eu continuava a puxando para mim. Aquelas trevas estavam muito poderosas, mas eu não desistiria dela, eu nunca desistiria dela.

– Eu não vou desistir de você! – Eu disse enquanto a puxava para mim.

Fui então que algo aconteceu: da união de nossas mãos surgiu um brilho forte que acabou com as trevas que a prendiam e eu pude, finalmente, abraça-la. Ela também me abraçou, não parecia mais assustada, parecia aliviada.

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Eu acordei arfando. Era a quinta vez nessa semana que eu tinha esse sonho. Levantei, irritado e tomei um banho. Hermione estava desmaiada a uma semana e meia e Dumbledore havia contratado uma curandeira, mãe da prof. Fontaine, para poder cuidar de Hermione, ao invés de levá-la ao St. Mungos. Há três dias havia surgido um boato de que alguém lançara uma maldição antiga e que ela só poderia acordar com um beijo de amor verdadeiro.

Céus! Como Skeeter tinha imaginação. Deveria começar a escrever livros de ficção ao invés de um jornal. Graças a ela o Profeta Diário vinha se tornando um tabloide e perdendo o publico para o Pergaminho de Notícias. E isso me fazia rir. Mas ambos estavam certos em uma coisa: Hermione não estava bem, e isso era visível.

Todos estavam preocupados. E por mais que Draco tentasse esconder ou negar, era possível vê-lo preocupado com ela sempre que Dumbledore anunciava algo relativo a ela. Troquei de roupa e fui até o refeitório exausto.

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Era quase impossível de se acreditar naquilo. Eu fiz a comparação de semelhanças entre a menina, Granger, e Lanora, elas eram simplesmente muito parecidas. Peguei a ficha que fiz de Granger. A menina, Hermione, fora adotada pelo casal Everton e Jenna Granger, há 15 anos, quando a menina era um pequeno bebê. O casal resolvera adotar Granger, já que Jenna havia sofrido um aborto.

Há 16 anos eu havia visto Lanora junto ao nascido-trouxa. Há 16 anos eu quase matei este nascido trouxa. Há 16 anos ela conseguiu esconder aquela criança de mim. Lanora tinha uma filha de um sangue ruim. Uma filha que era para ser minha. E apenas minha. Aquilo me fez odiar a garota, tanto quanto eu odiava Lanora. Eu queria matá-la e torturá-la. Só para mais tarde ver Lanora sofrer, e chorar.

Olhei para a foto de Granger e sorri de forma cruel. Seria divertido fazê-la sofrer. Ah, sim, seria muito divertido...

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– Eu achei algo que talvez possa nos ser útil. – Disse minha mãe, enquanto invadia o escritório de Dumbledore, onde eu e o diretor estávamos junto de Leonidas.

– Está esperando um pedido escrito para dizer? – Perguntou Leo. Eu o chutei enquanto, o olhava de forma severa, mamãe também olhou assim para ele.

– Bom, eu pesquisei o motivo da Srt. Granger estar doente, e descobri que o motivo é ela está encantada. – Todos a olharam, como se ela fosse louca. – Não é um simples encantamento. O encanto foi feito de magia bruxa, provavelmente quando ela era uma criança, só que o encanto está mais forte que a magia natural dela, pois está se alimentando da magia ao redor. Como o encanto esta mais forte, ele a está envenenando e desta ela está muito mal.

– Que tipo de encanto, Sr.a Fontaine?

– Eu ainda não sei, Dumbledore! Não sei se o encanto é para protegê-la ou qualquer outra coisa, mas ele não a está fazendo bem agora. Eu pensei em tirar o encanto dela, mas seria muito difícil, sem antes saber sua real natureza.

– Mas tem uma ideia do que fazer... – Disse Dumbledore. Minha mãe acenou positivamente.

– Ela está mal, pois sua magia natural está enfraquecida pela magia ao seu redor! Então eu pensei que talvez, pudéssemos alimentar, ou melhor, fortalecer sua magia fazendo o uso da magia druida.

– Mas não é a magia que a está enfraquecendo.

– Preste atenção, Leo. A magia bruxa a esta enfraquecendo, mas ela sendo o que é, a magia druida pode salvá-la. – Eu disse a ele.

– Sorte nossa, temos duas druidas a nossa disposição! – Nessa hora minha mãe bufou. Detestava quando Leo agia de forma infantil.

– Temos que nos apressar então. A Srt. Granger não vai melhorar sozinha! – Disse Dumbledore. – Clair, você tem o seu dia de folga para poder preparar tudo o que precisar, junto de sua mãe.

– Certo! Vamos, mãe!

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Uma semana e meia. Haviam se passado uma semana e meia. E Hermione ainda estava na porcaria de uma cama em um quarto isolado do castelo para que ninguém pudesse visitá-la. O mais irritante era ter que aturar a porcaria que Skeeter escrevia no Profeta Diário, sinceramente eu já havia largado o Profeta para ler o Pergaminho de Notícias, que pelo menos falava de coisas reais.

Desde que Hermione entrara em “coma” vamos por assim dizer, meu relacionamento com Gina ia mal. Gina parecia se sentir culpada pelo que aconteceu com Hermione, ou com alguma outra coisa que eu não fui capaz de distinguir. Entrei no Salão dos Estudantes e vi novamente o altar que Lilá e Parvati montaram para Hermione e que todos sempre acendiam um incenso ou vela para ela, e deixavam bilhetes de melhora.

Havia um garoto que se denominava “D” e colocava, todos os dias uma rosa e um incenso, outro “M” colocara buquês e bichos de pelúcia. A atitude daqueles garotos me deixava com raiva, eu não entendia o motivo, mas eu não queria que Hermione fosse alvo daquele tipo de atenção.

Eu suspirei, eu estava preocupado e com saudades. Hermione era minha melhor amiga e por mais que viesse me evitando nestes dias, eu sabia que ela ainda se importava comigo, da mesma forma como eu me importava com ela. Gina se sentou ao meu lado em um dos sofás do salão e disse.

– Também sente falta dela, não?

– Você não faz ideia!

– Sabe Harry, eu gosto muito de você, e sei que você também gosta de mim, mas...

– Não tá rolando?

– Não consigo mais pensar em você e não lembrar de Hermione... E também acho que não tem mais toda aquela magia que tinha no inicio, sabe?

– Entendo! – Foi tudo o que eu consegui responder.

Eu já sabia que íamos acabar assim, Gina me evitava sempre que lembrava de Hermione e as vezes dizia que era culpa dela Hermione estar assim. E teve um dia que ela me disse que a culpa de Hermione me evitar era dela, eu não entendi, e Rony disse que talvez um dia eu pudesse entender.

– Então estamos terminando? – Perguntei a ela. Ela afirmou com a cabeça, parecia forte, e certa, como se já esperasse para falar isso. Eu suspirei.

– Mas ainda podemos ser amigos! – Ela disse, com um sorriso nos lábios e eu assenti. Preferia sua amizade a nada.

– Amigos!

Apertamos as mãos. Um gesto meio incomum para os que tinham namorado durante 5 meses. Mas sabíamos que voltaria a ser comum, mais cedo ou mais tarde voltaria a ser muito comum.

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Eu e minha mãe fomos para casa, onde conseguimos tudo o que era necessário. Voltamos em um quarto próximo ao de Hermione e então minha mãe me explicou como deveríamos fazer o ritual, de início parecia simples. Eu teria que cantar uma velha cantiga que minha mãe usava para me ninar e que eu acabei de descobrir que na verdade era parte de um ritual que usavam para fortalecer os pequenos bebês quando este estavam doentes.

Cada uma de nós sentou de um lado de Hermione, para que pudéssemos segurar suas mãos frias e quase mortas. Minha mãe pegou a minha mão e prendemos nossas atenções em Hermione. Eu e mamãe começamos o ritual.

Brilha, brilha pequenina
Brilha até ofuscar o sol
Deixa tua luz em mim chegar
Deixa ela brilhar
Brilha, brilha pequenina
Venha ouvir o rouxinol
Deixa tua luz em mim tocar
Deixa ela brilhar

Com o fim da musica uma luz dourada apareceu da união de nossas mãos, e então foi em direção de Hermione. A luz a dourada se dissipou em poucos segundos. Nossa energia fora rejeitada. Mamãe havia me alertado dessa possibilidade, já que mesmo entre druidas às vezes há essa rejeição.

– Droga! – Sussurrou minha mãe.

– O que faremos? – Perguntei para ela.

– Tem que haver alguém neste país que possa alimentar a energia dela. – Disse minha mãe, que se levantou e foi em direção a porta, sabendo que encontraria Dumbledore e Leo.

Eu me pus a pensar. Eu e minha mãe éramos poderosas, mas fomos rejeitadas. Realmente deveria haver alguém capaz de fortalecê-la. E talvez estivesse mais próximo de nós do que imaginávamos. Me levantei e fui em direção a porta.

– Tem que haver alguém que...

– Talvez realmente haja alguém para fortalecer a energia de Hermione! – Eu comecei, interrompendo Leo e fazendo com que os três olhassem para mim. – Nós temos seis alunos em Hogwarts que são druidas: três são do primeiro ano, um do terceiro, e dois do sexto!

– Você não está pensando em colocar crianças para alimentar energia uma pessoa esta? – Perguntou minha mãe, chocada.

– Não, estou pensando em colocar Zabini para tal.

– Zabini? – Perguntou Leo, chocado.

– Exatamente, Zabini e o outro garoto, o novato, Dranias, são druidas, ou vocês não tinham percebido?

– Admito que apenas suspeitava! – Disse Dumbledore.

– Mas por que acredita que Zabini pode fortalecer Hermione, Clair?

– Zabini parece ter um tipo laço com Hermione, dessa forma, talvez ele tenha uma energia compatível com a de Hermione, que possa fortalecê-la. – Eu disse. Eles me olharam. – Eu posso falar com ele.

– Isso é loucura, Zabini tem apenas...

– 16 anos? A idade adulta de druida! – Interrompi Leo.

– Certo! Clair, você terá que explicar a situação a Zabini e coisas do gênero, se não se importar. – Disse Dumbledore.

– Não me importo!

– Ótimo! Espero que esteja certa senhorita!

– Tenho quase certeza que sim! – Terminei e virei as costas.

Segui a até a classe de Snape. Sabia que o Zabini estava tendo poções agora. Quando cheguei na classe vi Snape me olhar como se eu fosse estranha, muito provavelmente por causa da roupa que eu estava usando, que era uma roupa de ritual. Revirei os olhos. Snape era um cara chato, que eu conhecia desde a infância, ele conseguia ser mais irritante ainda quando estava dando aulas.

– Snape, eu gostaria de conversar com o Sr. Zabini, por uns instantes.

– Ele está ocupado preparando uma poção, pois não sei se percebeu ele é o único que está tendo que preparar tudo sozinho.

– Blá-blá-blá! – Eu disse. – 1. A Srt. Granger não pediu para ficar quase morrendo em uma cama, caso seja o que está pensando. 2. Não sou obrigada a aturar seu mau humor ou suas grosserias, Severus então trate de melhorar seus modos. E 3. Poção do morto-vivo? Ele pode fazer outra hora! – Respondi com confiança. Ele iria começar a encher minha paciência, mas logo eu o interrompi. – É importante, e Dumbledore quer que essa conversa aconteça o mais rápido o possível.

Ele suspirou irritado.

– Zabini, vá com a prof. Fontaine! Acho bom que seja realmente importante, Clair! – Ele resmungou e eu ri.

Zabini se levantou e me seguiu silenciosamente pelos corredores até a ala superior norte. Subimos as escadas espirais da torre e entramos na ante sala do quarto de Hermione. A ante sala servia como um escritório onde eu e minha mãe conversávamos sobre ela e os métodos de procedimento. Eu me sentei na poltrona e apontei para que ele se sentasse na cadeira a minha frente, o que ele fez.

– Sr. Zabini, alguma vez o Sr. já ouviu falar em druidas? – Ele negou com a cabeça. Eu suspirei, seria muito mais fácil se ele fizesse alguma noção do que é um druida. – Certo! Então vamos pelo inicio. Existiu, há muito tempo, um grande grupo de bruxos que eram capazes de fazer magia sem o uso de varinha. Esses bruxos eram extremamente poderosos, mas um dia essa magia enfraqueceu e o grupo começou a diminuir, por diversos fatores. Mas apesar de ter diminuído, os druidas ainda existem hoje, muitos nem conhecem a própria magia e acreditam veemente, serem bruxos comuns, enquanto na verdade são muito mais poderosos do que os bruxos.

– E aonde você quer chegar com essa historia de druidas e bruxos? – Ele me perguntou de forma petulante. Revirei os olhos.

– Digamos que druidas são muito poderosos e podem curar pessoas. – Vi quando ele arqueou uma sobrancelha. – Mas antes de continuarmos me diga algo Zabini, o que faria para fazer Hermione ficar melhor? – Perguntei a ele.

Vi uma dúvida passar em seus olhos. Mas ela se apagou quando ele, com destreza e sabedoria, respondeu.

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– Eu faria qualquer coisa por ela! – Os olhos azuis da professora brilharam como se já esperassem por essa resposta.

– Se eu te dissesse que é um druida você estaria disposto a aprender comigo? – Eu afirmei. – Que bom, pois eu acredito que você seja capaz de fortalecer Hermione com sua magia druida.

– Isso significa que ela ficará bem? – Perguntei a ela. Ela afirmou. – Mas como que eu posso salvá-la?

– Existe um ritual Sr. Zabini! Eu e minha mãe tentamos, mas acontece casos em que a energia de certa pessoa possa ser rejeitada, infelizmente a Srt. Granger rejeitou nossa energia.

Eu pude entender o que ela disse. Isso ficou claro para mim também. Foi como um aviso de que nada garantia que ela acordaria com o uso da minha magia, eu sorri. Entendia o que ela queria dizer e não me importei com isso. Eu queria tentar antes.

– Certo!

– Ótimo, venha comigo!

Ela se levantou e foi até uma porta que estava ali naquele escritório e a abriu, eu a segui e então vi um quarto grande, com paredes brancas e o chão de madeira polida. O quarto possuía pouca mobília e todas eram tons neutros. As duas janelas estavam abertas e entre elas tinha uma enorme cama de madeira branca que possuía dosséis de seda branca, na cama eu vi Hermione.

Hermione! – Eu sussurrei e me aproximei dela, tocando sua pele. Céus ela estava gelada, muito gelada. E mal respirava.

– Hermione está assim há muito tempo, somos forçados a usar de poções para que ela não morra desidratada ou desnutrida. – Explicou Fontaine. Logo entrou uma mulher, que para mim era estranha, ela usava roupas parecidas com os da professora e sinceramente ela parecia um pouco com Fontaine.

– Oh! Vejo que você é o Sr. Zabini! – Disse a mulher, que me estendeu a mão. – Sou Mônica Fontaine, mãe de Clair e responsável por Hermione. – Eu apertei sua mão.

– Blaise Zabini!

– Certo, não sei o que Clair o explicou, mas nossa magia já foi rejeitada por Hermione, dessa forma apenas você poderá fazer o ritual, eu irei lhe explicar tudo com antecedência e se você fizer o que eu disser, podemos ter Hermione lendo e carregando livros por ai até o fim de semana que vem! – Ela disse correndo. – Você vai fazer o que eu disser, Sr. Zabini?

Eu ponderei antes de responder. Eu não sabia o que fazer, mas deixar Hermione naquelas condições estava completamente fora de cogitação. Eu olhei castanhos esverdeados daquela mulher mais velha, que me olhava de forma desafiadora. E então assenti.

– Vou!


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Notas finais do capítulo

Oies!

Recentemente eu andava muito ocupada com as provas finais e as recuperações finais (física e matemática) então não tive muito tempo para postar, então peço desculpas.

E recentemente eu também percebi que eu não coloquei uma imagem para o Theo, que futuramente será um dos personagens mais importantes da história, então tenham uma linda imagem para o Theo.
Theo => Alex Pettyfer -> http://static1.wikia.nocookie.net/__cb20130108212439/divergent/images/a/ab/Alex_Pettyfer_02.jpg



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