Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 8
Capítulo 07




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Dumbledore leu o pergaminho e ficou branco. Eu também li aquele pergaminho e sinceramente não conseguia achar que era uma piada. Clair olhou para mim, com os olhos brilhando com dor. O que aquele brilho era, exatamente? Tristeza? Talvez. Mas com certeza havia preocupação.

– Se isso for verdade, talvez você seja a única a poder ajudar a Srt. Granger. Esta conversa é confidencial, ninguém deve saber dessa informação, senão nós. Entendido? – Nós dois acenamos positivamente. – Leonidas, retorne para sua sala. Clair vem comigo.

– Certo!

Eu voltei para minha sala. Enquanto pensava na conversa. Se historia que Clair contou e que estava escrito naquele pergaminho tão antigo fosse mesmo verdade, seria melhor que Voldemort nunca, jamais, soubesse disso. Ao chegar em sala, suspirei ao encontrar uma bagunça. Me apoiei no batente da porta e resmunguei, ainda reclamavam que eu era impossível.

– Espero que tenham a terminado o resumo, pois ele está valendo 2 pontos. – Eu disse, com uma voz fria e uma sobrancelha arqueada. Naquele momento todos perceberam minha presença e imediatamente pararam de fazer bagunça e voltaram a se sentaram e fazer o resumo com as cabeças baixas. – A propósito só aceitarei esse resumo hoje.

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Eu estava com raiva. Quem Zabini pensava que era para segurar Granger daquela forma? Quem ele pensa que é para tocar na coxa nua dela enquanto a carrega entre os corredores. Eu rosnei baixo, enquanto via-o deitá-la na maca recém-arrumada por Pomfrey.

– Ela vai ficar bem? – Perguntou ele, com a voz preocupada.

Pomfrey a examinou e parecia temerosa. Ao tocar a pele pálida de Granger, Pomfrey se assustou. E sussurrou um “céus” preocupada. Ela não respondeu a pergunta de Blaise e aquilo mexeu comigo, ela estava tão mal assim? A velha nos expulsou do quarto, enquanto chegava McGonnal e Potter.

– Como a Mione está? – Ele perguntou, sua voz estava tremula.

– Nada bem, senhor Potter, nada bem! – Respondeu, com a voz baixa. Zabini se assustou com a resposta e eu me preocupei Granger.

McGonnal e Pomfrey entraram na enfermaria, nos deixando do lado de fora. Logo Dumbledore e a professora Fontaine chegaram na enfermaria e nos perguntaram por Granger. Potter explicou o que sabia a eles. Dumbledore nos mandou para nossa sala e então fomos.

Potter parecia preocupado e infeliz. Zabini parecia preocupado e de certa forma assustado, e temeroso. E eu, eu não conseguia não me importar. Por algum motivo eu queria que Granger ficasse bem, eu queria que ela estivesse bem e sorrindo, até mesmo me chamando de fuinha, mas pelo menos estaria bem.

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Me assustei ao tocar a pele de Hermione. Estava fria como o gelo. Eu entrei em contato com minha mãe, ela certamente saberia o que fazer. A pele estava muito fria, e ela estava quase imóvel. Se não fosse pelo movimento dos seios que subiam e desciam a cada respiração. Naquele instante ela chegou pela lareira, que Dumbledore havia liberado para ela.

– Meus deuses! Essa é garota? – Perguntou, vendo a Hermione. Naquele momento, só havia, eu, Dumbledore, Pomfrey e minha mãe na enfermaria.

– Sim mãe! – Eu respondi. Mamãe se aproximou de Hermione e tocou sua testa.

– Está fria e pálida. – Resmungou. – Precisamos aquecê-la, e sem usar magia.

– Mas como não podemos usar a magia? – Resmungou Pomfrey.

– Se minhas suspeitas estiverem corretas, o uso de magia nela pode piorar a situação. – Naquele momento Leo entrou na enfermaria. – Olá Leonidas.

– Mônica! Como está a Srt. Granger?

– Temo dizer que ela está muito mal! – Respondeu minha mãe.

– Não acho que devemos manter a Srt. Granger na enfermaria se o caso for a magia. – Disse Dumbledore. – Ninky! – Um elfo-doméstico apareceu e cumprimentou Dumbledore e a todos nós. – Ninky quero que prepare um quarto na ala superior norte, em uma torre, apenas para a Srt. Granger. O quarto não deve conter muito artefatos mágicos, de preferência nenhum!

O elfo concordou e saiu. Minha mãe colocou uma manta em cima de Granger tentando aquecê-la.

– Eu tenho uma casa em Hogsmead, e estarei morando lá por este período. Então sempre que precisarem de mim estarei lá, pesquisando uma cura para Granger. – Eu concordei com a cabeça. – Clair, você andou tendo sonhos com Granger?

– Como? Não, nunca.

– Certo... Tinha apenas suspeitas.

– Clair, talvez devesse ir para suas aulas! Leonidas já está aqui o que significa que está na hora da sua aula. – Concordei e me afastei.

No caminho até minha sala eu me perguntava sobre o real motivo de Granger estar tão mal. Talvez algo a ver com sua real condição. Ao chegar em sala eu sorri para os alunos e comecei a aula. Potter olhava com frequência para mim, esperando que eu contasse sobre Granger. Enquanto Zabini parecia aéreo a tudo e mal prestava atenção na aula, mas eu podia sentir sua preocupação de longe. No fim da aula eu me aproximei de Zabini.

– Como está? – Perguntei a ele.

– O que quer dizer?

– Eu vi como você se preocupou com a Srt. Granger! – A simples menção ao seu nome fez com que ele prestasse mais atenção em mim. – Você está um pouco aéreo.

– Estou preocupado! – Disse, desviando os olhos.

– Claro!

Eu me levantei e vi quando ele faz o mesmo. Ele se afastou e foi em direção a próxima aula e eu me perguntei o que o perturbava. Era mais do que só aquele maldito incidente. Eu joguei meus cabelos para trás enquanto preparei minha sala para receber as crianças do terceiro ano. Enquanto arrumava minhas coisas vi o pergaminho e o li novamente, com atenção redobrada na parte em que Aleo descrevia o quão forte um druida poderia se tornar ao se ligar alguém como Granger.

“Quando me liguei a Kara eu pude sentir uma enorme onda de poder passar por minhas veias. Minha magia se tornara mais forte. Ou o restante tornara-se mais fraco. Minha existência parecia agora a maior e mais forte. Kara também se fortaleceu. Seu poder a deixou, também, mais bela. O feitiço maligno de Margie se quebrou e a luz que ela emanava poderia me cegar agora. No fim o que mais mudara fora nossa magia, que aparecera com tal poder e intensidade que agora eu me sentia completo.”

Perguntei-me, pela enésima vez, se algum dia eu sentiria esse tipo de energia e poder. E soube que a resposta, muito provavelmente, era um não. Um belo não.

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Eu a observei deitada naquela cama, tão impotente e bela, revelando ainda mais sua natureza frágil e secreta. Eu toquei sua pele, mas recuei de imediato. Ela estava fria como gelo. Não entendia o motivo de terem-na levado até aquele canto do castelo, ao invés de simplesmente deixá-la na enfermaria ou transferi-la para o St. Mungos. E sinceramente continuei sem entender.

Toquei seu rosto gelado novamente. Ela respirava com calma, era quase como se estivesse dormindo. Sorri, ela parecia um anjo. Só lhe faltava as asas. Coloquei uma rosa branca em sua mão e lhe beijei a testa.

Fique bem! – Sussurrei a ela e sai do quarto antes que alguém pudesse chegar. Eu estava preocupado com ela, mas talvez ela nunca viesse à saber sobre mim.

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Eu sorri quando vi a morte tomando conta daquele homem impuro que dizia-se bruxo. Como um trouxa imundo poderia, algum dia dizer, “sou um bruxo”. Os olhos castanhos daquele trouxa se tornaram negros e ele caiu morto a minha frente. Atrás dele eu vi duas crianças chorando, os filhos dele, que deveriam ser meus sobrinhos. Matei-o e sua esposa, irmã dela. Eu me aproximei da garotinha de cabelos loiros e puxei-a pela gola de seu vestido.

– Onde está Lanora? – Perguntei aquela mestiça. Ela chorou com mais força, mas não disse nada. Apontei minha varinha para o garoto mais novo. – Crucius! – O garoto se contorceu. – Onde está Lanora?

– Não sabemos! – Respondeu com a voz chorosa. Kall segurou meu ombro e o apertou.

– O mestre quer que voltemos! – Estalei a língua irritado.

Joguei aquela menina encima de seu irmão e joguei um crucius em ambos. Sorrindo eu aparatei junto a Kall até o castelo Negro. Pensamentos de Lanora me invadiram a mente. Olhei para o porta-retratos que continha uma foto dela (Jennifer Garner). Ela tinha mania de tirar os cachos com o uso de poções. E possuía o rosto delicado. No geral, Lanora era delicada.

Joguei o retrato contra a parede, com raiva. Aquela maldita havia me trocado por um nascido trouxa que mal tinha aonde cair morto. Quem em sã consciência trocaria a mim Johan Avery, um sangue-puro poderoso e rico, por um nascido trouxa fraco e que não tinha nada? Respirei fundo, com raiva. Bellatrix entrou em meu quarto, junto a Kall.

– O que querem?

– O lord me mandou entregar isso a vocês. – Disse Bella enquanto me entregava uma pasta. – Vocês tem que capturar essa garota... – Eu olhei para o retrato e crispei os lábios, aquela garota era idêntica a Lanora. – É a Granger, amiguinha sangue-ruim de Potter!

– Certo!

– O Lord a quer para atrair o Potter! – Acenei afirmativamente.

– Podemos capturá-la, quando ela estiver fora de Hogwarts!

– Certo! – Respondeu Bellatrix.

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Eu estava preocupada com Hermione. Desde que eu e Harry assumimos nosso namoro ela se afastou de nós, e mais tarde eu descobri que a culpa era minha. Se eu não tivesse insistido tanto para assumirmos Hermione ainda estaria sempre do lado de Harry e do meu, ela ainda seria minha amiga.

Eu soube que ela desmaiara em uma aula de Duelos, e que desde então não acordara. Ela havia sido transferida para um quarto especial em Hogwarts, para que os outros feridos não pudessem incomodá-la. Eu queria poder conversar com ela, mas ela sempre fugia, desde aquela noite em que eu ouvi uma conversa dela e de Rony. Rony disse que não deveria me meter nos assuntos de Hermione, porque se ela quisesse, ela mesma falaria para Harry.

Vi encima de sua cômoda os vários retratos dela, Harry e Rony e então eu me senti uma intrusa. Eu vi outras fotos em que estávamos juntas, e me lembrei dos momentos em que ela agia como uma irmã mais velha. Céus! Que tipo de amiga eu era? Nem percebia algo tão óbvio. Mexi em seu criado mudo e achei cartas de um tal de “D”, que mandava declarações para ela, e achei uma carta, que continha a letra dela, era para Harry, eu sei que eu não deveria, mas eu li a carta.

“Você sabe que nunca fui boa com público. Bem, todos sabem disso. Eu queria, mas eu com, toda certeza, não conseguiria, jamais, lhe dizer o conteúdo desta carta olhando em seus olhos esmeraldas. Provavelmente desmaiaria ou começaria a travar. Por isso coloquei tudo em palavras nessa carta. Para que eu pudesse lê-la sem olhar nos seus olhos e assim não corar.
“Eu quero te contar um segredo... Eu não sou quem você pensa que sou. Na verdade, estou surpresa que você ainda não tenha percebido, pois meu disfarce é tão frágil que poderia se quebrar ao primeiro toque. Eu sou a garota dos seus sonhos disfarçada como sua melhor amiga. Às vezes, eu quero tirar essa máscara, mas eu não posso porque você ficaria assustado e correria. Então eu decidi que é melhor viver com uma mentira do que expor meus verdadeiros sentimentos.
"Meu pai disse que existem dois tipos de garotas: Aquelas que amam de menos, mas falam demais e as que amam de mais, mas falam de menos. Eu fico realmente triste ao perceber que sou do segundo tipo. Eu posso não ser aquela que você ama hoje, mas vou deixar você ir agora, na esperança de que um dia você voe de volta pra mim porque eu acho que, por você, essa espera vale a pena."

Eu me joguei no chão. Céus! O que eu fiz? Minha melhor amiga era apaixonada pelo meu namorado a mais tempo do que eu, mas certamente, não menos do que eu. Eu coloquei a carta em seu lugar. Harry me odiaria quando percebesse que eu era a causa do afastamento de Hermione. Eu chorei. Hermione me odiava agora.


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