Chamas Da Memória escrita por Annabel Lee


Capítulo 5
Enfermaria


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer à leitora Holly, por sempre comentar a fic e incentivar na escrita!!!!!

So guys, pra vocês um capítulo Liper!



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Leo quase entrou em pânico quando viu Piper machucada daquele jeito.

Queria bater mais com a marreta na cabeça de Clarisse La Rue, mas obviamente não podia. O máximo que ele poderia fazer era carregar Piper até a enfermaria... e era isso o que estava fazendo.

O braço esquerdo dela estava vermelho, praticamente em carne viva, por causa do longo tempo que Clarisse manteve aquela lança escrota dela dando choques elétricos em Piper. Sem falar que o outro braço estava torcido para o lado oposto. Leo não entendia de medicina, muito menos de pessoas, mas aquele braço não estava nada bem.

Ele carregou Piper até a enfermaria onde um sátiro os recebeu, preocupado. Ele ajudou Leo a coloca-la delicadamente numa maca, enquanto ela quase gritava de dor.

- Vou chamar algum campista de Apolo - disse o sátiro, saindo logo em seguida.

Piper chorava de frustação. Leo sabia que ela odiava ficar assim, machucada e indefesa. Ele a conhecia bem para saber que ela agora estava decepcionada por não ter condições de provar que filhas de Afrodite podem ser extremamente fortes.

Ele tinha absoluta certeza que ela pensava aquilo. Então lhe disse:

- Olha, Rainha da Beleza... lutar com Clarisse já se mostrou uma coragem que nenhum campista teria.

Piper fez um barulho estranho. Pelo tom que ele exercia parecia que ela queria fazer algum comentário sarcástico. Mas não deu muito certo...

Ele puxa um banco e senta do lado dela.

- Dói... muito... - ela diz.

- Relaxa um pouco. O sátiro já deve estar chegando aqui.

- Leo...

- Eu.

Ela ia fazer força para falar alguma coisa. Mas o sátiro chegou junto de Will Solace, o conselheiro-chefe do chalé 7. Will arregalou os olhos ao ver os dois braços de Piper e ergue o copo com líquido dourado que segurava.

- Oi, Leo - ele cumprimenta.

Leo dá um aceno de mão.

- E aí, cara.

Will se aproxima e verifica os braços de Piper.

- Olha - ele diz para ela - você vai precisar levantar um pouco. Para beber o néctar... E vai doer um pouquinho.

Leo ajudou Will a levantar Piper para que ela tomasse o néctar pelo canudo. O filho de Apolo disse que ela teria de deixar um pouco para que ele passasse na queimadura, mas Will teve que repetir isso centenas de vezes, pois Piper não soltava o canudo.

Quando ela terminou só tinha dois dedos de líquido dourado. Will pegou o resto com os dedos e espalhou pelo braço queimado de Piper, que imediatamente começou a ficar menos vermelho. Enquanto fazia isso, Will cantarolava uma pequena reza para o pai.

Leo imaginou que maioria dos cantores de ópera deveriam ser filhos de Apolo.

Will Solace parecia extremamente cansado quando terminou o "ritual da cura''.

- Ela vai precisar descansar um pouco - ele diz.

Leo assobia.

- Ela não é a única!

Will dá um fraco sorriso. Ele e o sátiro se afastam. Alguns semideuses entravam na enfermaria. Uns tinham cortes fracos e outros não estavam com os pés e algumas partes do corpo na direção certa...

Leo se senta novamente no banco.

- Leo...

- Ei, Pipes!

- Não precisa ficar aqui... Sério.

- Eu não ligo de ficar. Além disso não aguento mais dormir numa cama de um sujeito morto nem ouvir os roncos do Jake...

Piper dá um pequeno sorriso.

- Queria poder tomar mais néctar...

- Tradução: você queria explodir em fagulhas! Nada de néctar. Agora dorme!

- Tudo bem... Boa noite, Valdez.

- Boa noite, Rainha da Beleza.

Os olhos de Piper, que já estavam miúdos como de um chinês, se fecham rapidamente. Leo não ousou sair do lado dela. Imaginou que passar a noite na enfermaria não era contra as regras. Provavelmente nenhuma harpia gorda o comeria.

Ele sente as pálpebras pesarem. Abrindo uma cortina para mais um sonho esquisito.

Ele estava sentado numa mesa de lanchonete. Sozinho. Estava acostumado. Leo rodeou os olhos pelo local e reconheceu a cantina da Escola da Vida Selvagem.

Era a mesma coisa do que se lembrava. Valentões, líderes de torcida e nerds. Todos eles com algo em comum: todos eram delinquentes juvenis.

Mas não havia sinal de Jason.

Leo olhou para o próprio lanche. Hambúrguer de carne e suco de maracujá. Normal. Ele lembra que eles sempre davam suco para os "esquentadinhos". Leo riu do termo.

Ele toma um gole do suco, quente, e vê uma menina chegar. A menina que viu no dia da matrícula. Dos cabelos castanhos e olhos incríveis de caleidoscópio. Piper.

Ela ficou um tempo em pé na frente dele.

- Hã... Oi! - diz Leo odiando o silencio.

- Oi - ela responde.

Ela era tímida. Muito. Leo sempre teve cara de pau então sorriu para ela, na habitual forma louca que ele tinha.

- Quer sentar? - ele pergunta.

Ela balança a cabeça rapidamente. Ela puxa a cadeira e se senta.

Leo notou que ela só tinha o copo azul de suco maracujá nas mãos.

- Não vai comer nada? - ele pergunta.

- Sou vegetariana - ela responde.

- Ah, entendi.

Leo continuou a comer o lanche. Os dois quietos e silenciosos. Ele odiava quietude, mas não tinha nenhum comentário sarcástico ou divertido a fazer, então não viu escolha.

Para a surpresa dele, ela puxou assunto.

- Como veio parar aqui? - pergunta.

- Polícia.

Ela ri. A primeira vez que Leo a escutou rir. Não sabia que ficava mais bonita rindo.

- Dois! - ela comenta.

- Por que a polícia te procurava?

Ela mordeu o lábio inferior. Como se decidisse se o contava ou não. Isso só serviu para aumentar a curiosidade dele.

- Roubei uma BMW.

Leo quase cuspiu o suco. Ela arregala os olhos. E ele ri alto.

- Jura? Putz, que incrível!

Ela abre um sorriso miúdo.

- Acredite ou não... Eu só pedi o carro... E o cara me deu.

- Mentira! Como fez isso?

- Nem eu sei...

Leo achou a garota mais que incrível. Era bem raro garotas bonitas terem senso de aventura. Muito menos sair por aí roubando BMWs. Mas ela tinha algo dele. Os dois se entendiam.

- E você? - ela pergunta.

Leo também se perguntou se contava ou não. Mas ela confiou nele de certa forma. Por que ele não confiaria?

- Fugi do meu sétimo lar adotivo.

Ela fica séria. Leo franziu o cenho. Parecia que ela entendia do assunto.

- Você também é órfã?

- Não. Mas, não tenho mãe.

Leo respira fundo.

- Somos dois.

- Conheceu a sua?

- Conheci... Eu... vi ela morrendo.

Os olhos dele começam a ficar marejados. Que droga, Leo! Agora a garota o veria chorando e o acharia fraco. Mas Piper apenas pegou na mão dele. E ele sentiu um choque correndo por todo o corpo. Olhou bem no fundo dos olhos dela.

- Leo...

O que quer que ela falaria foi interrompido pelo sinal.

- Qual é a sua aula? - ela pergunta.

- Educação Física.

Ela sorri.

- Vamos. Acho que o treinador deve ser gente boa.

Leo duvidava muito. Mas se levantou e os dois seguiram juntos para a quadra. O sonho parou aí.

Leo acordou o sol começava a nascer. Mas um sonho revelador. Leo vislumbrou Piper dormindo. Ela era linda. Não do jeito que todos sabem. Como filha de Afrodite. Ela era linda porque não queria ser. Era linda quando picotava o cabelo com uma tesoura cega e quando colocava aquele casaco brega de snowboard.

Leo piscou forte os dois olhos. Seria possível? Não. Não poderia ser. Mas parte dele já sabia... Ele estava gostando de Piper.


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Notas finais do capítulo

:D



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