Amor & Ódio - FemmeSlash - Finalizada escrita por MiSyroff


Capítulo 8
Tempo


Notas iniciais do capítulo

Deeeeesculpem o atraso, a fic está terminada, só estou revisando pra postar. Mas nada justifica, eu sei "/ Espero que gostem! >



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367663/chapter/8

Capítulo 8 - Tempo


Era quase impossível ver algo naquela profundidade. Tudo era tão escuro e mórbido, ao mesmo tempo que era bonito. Era mesmo difícil de definir. Olhando para o lado vi alguns sereianos, me encarando com um sorriso estranho, sádico.

Virei uma curva e vi um abismo, absurdamente assustador. Mas o que me chamou a atenção mesmo foi a cena sobre ele, em que Hermione fazia parte. Gabrielle também fazia parte, porém Madame Máxime já havia ,e avisado. Senti um aperto no coração, enquanto lembranças da noite anterior vinham a minha cabeça.

Tentei afastar os pensamentos da minha mente e comecei a seguir na direção da Gabrielle, ignorando os outros que estavam ali.

De repente senti uma queimação insuportável nas pernas, que passaram para as minhas coxas, cintura. Olhei para baixo vendo umas criaturas muito estranhas, viscosas e com várias garras. Uma delas foi direto para o meu rosto, estourando a bolha que mantinha meu oxigênio, fazendo com que eu lutasse com as águas verdes a minha volta, mas aos poucos fui perdendo a consciência.

Tudo que eu via era marrom, sem cores a serem acrescentadas. Quanto mais eu olhava ao redor, mais parecia que não havia o que se ver. Até que uma voz deu vida a cena, embora estivesse furiosa. Mas o que mais doía era o tom de mágoa que estava quase escondido, mas que insistia em aparecer.

– Como você pode? – Era a única coisa que ela dizia, enquanto uma garota de cabelos cacheados e meio ruivos, com um sorriso que desarmaria até o mais forte soldado. Seus passos eram decididos, embora um pouco tortos pela bebida que desorientava seu cérebro. Nossos lábios se tocaram e eu fiquei atônica, impossibilitada de me mexer por causa da lerdeza do meu cérebro. Comecei a abrir meus olhos, mas só enxergava uma luz amarela, forte, diretamente acima dos meus olhos.

Como pode alguém perder você, como eu fiz?

Como eu quis, não te ter

Vivo iludido a acreditar

Que o amor

Não se pôs em você

Senti essa mesma luz esquentar meu corpo, e então percebi que era o Sol. Era muito difícil respirar, meus pulmões doíam. Os ruídos a minha volta se tornaram claros, e lentamente pude me sentar. A multidão ao redor era imensa, e parecia conter milhares de cores. Senti o peso de toalhas e cobertores sobre mim, fazendo parar os tremores que haviam começado.

– Você esta bem Fleurr? – Isabelle estava ao meu lado, junto com toda aglomeração de Beauxbatons.

– O que houve lá em baixo? – Madame Máxime se sobrepunha ao barulho geral.

– Estou bem sim Belle, e realmente non sei o que erram aqueles crriaturres. – Respondi com a voz fraca e senti minha garganta arder muito.

Comecei a fazer uma massagem para ver se a dor passava um pouco, mas logo Isabelle me deu uma poção e meus pulmões ficaram normais, junto com a minha garganta. Olhei rápido os cortes que haviam no meu corpo mas logo voltei minha atenção para o lago. Começaram vários gritos, e Cedrico e a japonesinha que ele foi resgatar vieram sentar perto de mim.

Minha preocupação não parava de crescer, enquanto pensava na minha irmã e na Hermione embaixo da água. A bagunça à minha volta não me atingia, nem mesmo o fato de Hogwarts ter ganhado essa prova. Queria tanto poder salvar ambas e me sentia inútil sentada aqui e não tendo conseguido fazer nada. Gabrielle dependia de mim, e eu havia falhado. E se acontecesse algo com ela?

– Calma Fleur, já vai acabar a prova e elas vão aparecer. – Isabelle disse observando meu estado de nervosismo.

– Aham. – Respondi sem tirar meus olhos do lago.

Passados alguns minutos as pessoas se aglomeraram ao redor do lago e Vitor Krum apareceu trazendo Hermione junto. Respirei aliviada e esperei que saíssem da água, observando o quanto eles tremiam e querendo desesperadamente falar com ela, abraçá-la, esquentá-la.

Me mantive imóvel, apenas observando de longe a movimentação ao redor dos dois. Por um momento Hermione olhou na minha direção,mas logo depois Gabrielle apareceu no lago, ajudada pelo amigo do Harry.

– Gabrielle! Gabrielle! Ela está viva? Ela está machucade? - Corri e ajudei a tirar Gabrielle da água, cobrindo-a com os cobertores que estava em mim, além dos novos que me entregavam.

– Forram os g-rrindylows... eles me atacarron... ah, Gabrrielle, pensei... pensei... - Aconcheguei ela junto ao meu corpo enquanto tentava ir para um lugar mais isolado, mas parecia impossível achar algo assim.

– Cuide da Gabrrielle – Falei para Isabelle, indo na direção do Harry Potter, e é claro, Hermione. - Você salvou minha irrmá – As palavras saíram meio ofegantes, mas continuei. - Mesmo ela non sendo sua rrefém.

– Foi. – Ele respondeu meio desajeitado, enquanto eu me abaixava e dava um beijo em cada bochecha dele. Olhei para o lado e me deparei com o ruivo que ajudará minha irmã.

– E você, tambá... você ajudou...

– Foi - Disse ele parecendo extremamente esperançoso - Foi, um pouquinho...

Me curvei e dei um beijo nele também, olhando pela primeira vez para a morena. Seu olhar deixava bem claro que não gostava da cena, e intimamente ri com seu desgosto.

Ludo Bagman começou a anunciar as notas, fazendo com que eu descobrisse que o que me atacará se chamava grindyiow. Eu ficara em último lugar, com 25 pontos.

– Eu merrecia zerro – Murmurei sacudindo a cabeça.

Olhei com carinho para o Harry quando anunciaram que ele teve determinação em trazer todos os reféns de volta. Fiquei feliz quando ele empatou no primeiro lugar junto com Cedrico, e aplaudi observando Hermione sorrir e gritar.

Por um momento ela lançou um olhar pra mim que dizia que sentia muito, e ao olhar mais atentamente para mim seu rosto ficou preocupado. Logo sua atenção foi exigida pelos amigos e o contato visual cessou.

A terceira tarefa foi anunciada para 24 de junho, e houve certo alivio da parte dos participantes. Pedi pra Gabrielle chamar Hermione pra mim, e ela discretamente o fez. Isso era uma das melhores coisas na minha irmãzinha, além de especial, era fiel e não fazia muitas perguntas.

Caminhei até debaixo de uma arvore, onde esperei que Hermione viesse. Seu rosto não tinha expressão, parecia vazio enquanto se encaminhava até mim.

– Não vai cuidar dos ferimentos? – Ela perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

– Depois. – Respondi vagamente. Realmente não me importava com eles agora.

– Mas e sua pele de porcelana? Não se importa com ela agora? – Sua voz estava carregada de ironia, magoada.

Eu me entrego, eu não nego

Eu errei, mas sou capaz

De fazer sua vida melhor

– Por favor Hermione, me desculpe. – Pedi, ignorando suas palavras anteriores. – Nunca quis te machucar.

– Mas machucou. – Sua voz saiu fraca, contendo várias emoções escondidas.

– Queria tanto voltar no tempo, desfazer tudo que eu fiz. – Disse sentindo meu olho encher de lágrima.

– Não recomendaria, é perigoso. Não tenho boas experiências quanto a isso.

Fiquei quieta por alguns instantes, absorvendo a idéia que me invadia. Observei seus cachos ao vento, ainda pingando algumas gotas de água. Nunca havia pensado seriamente nisso, considerado a idéia. Mas não tinha o que dar errado. Tinha?

Seus olhos me penetravam, curiosos pelo meu silêncio. Na outra margem da multidão o ruivo á chamava, até que na terceira vez ela ouviu.

– Tenho que ir. – Ela se levantou, lançando um último olhar pra trás. A dor que vi em seus olhos castanhos me derrubou, e tive certeza da decisão que tomara.

Observei ela se juntar ao ruivo e logo os dois sumirem na multidão. Procurei Gabrielle e juntas fomos falar com a enfermeira da escola, que deixou minha pele como antes e fez a loirinha ao meu lado parar de espirrar.

Chamei Isabelle e fomos as três para a carruagem. Fomos para quarto e as três tomaram banho juntas. Foi muito divertido ver o jeito que Isabelle e Gabrielle se davam bem, e eu não conseguia parar de rir.

Fomos para o quarto e Gabrielle logo adormeceu na cama. Chamei Isabelle para a mesa enquanto pegava um pergaminho e uma pena, e sentava na mesa.

– O que você vai fazer? – Isabelle sussurrou sentando-se ao meu lado.

– Calma. – Disse enquanto escrevia freneticamente.

Cheguei a ultima linha e entreguei a folha para Isabelle:

“Pai

Eu sei que não tenho escrito muito, mas gostaria de pedir um favor.

Sabe aquele Vira-Tempo que era da vovó?

Eu queria usá-lo pra uma coisa, e prometo que não tem nada a ver com o Torneio.

O senhor poderia mandá-lo pra mim o mais rápido possível?

Sua filha que te ama muito,

Fleur.”

Isabelle ficou olhando atônita para o pergaminho, enquanto eu deitava ao lado de minha irmã e a abraçava.

– Mande ela pra mim por favor? E peça urgência.

Ela olhou para mim por alguns instantes, enquanto eu mantinha meus olhos firmes. Isabelle se levantou e foi até a porta.

– Espero que saiba o que está fazendo.

– Eu sei. – Murmurei.

– Mas seu pai irá permitir?

– Assim espero. Do jeito que o conheço, ele estará aqui assim que receber a carta. E eu sei como persuadi-lo. – Disse piscando para ela.

Ela riu, certamente lembrando das coisas mais absurdas que meu pai permitira depois de uma conversa comigo.

– Te espero aqui pra gente comer ta?

– Tudo bem. – Isabelle respondeu se retirando.

Na hora que meus olhos se fecharam é que percebi o quanto estava exausta. Em poucos segundos havia adormecido, mergulhando em sonhos conturbados, em que nunca chegava à superfície de uma água dourada, límpida. Talvez fosse até bom ficar por lá, mais tranqüilo.

To voltando, não sei quando

Pra roubar seu coração

Vou chegar no final de mais uma canção







Música: Mais Uma Canção - Los Hermanos


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor & Ódio - FemmeSlash - Finalizada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.