POV Caroline

Caroline estava parada no seu, agora, antigo quarto; até o fim do dia, ela esperava, estaria pegando a estrada. A loira arrumava, há dias, todos os seus pertences em grandes caixas marrons; sabia que, provavelmente, uma parte delas residiria em seu carro durante alguns meses, se tem algo que se possa dizer sobre os dormitórios da Universidade, é que, com certeza, não possuem muito espaço. Sim, ela estava indo para a universidade. Matt a havia convencido a embarcar nessa sua nova etapa da vida humana, mesmo que isso já não fizesse muito sentido para Caroline, ela se encontrava feliz de ter sido motivada a encarar essa situação. Fora, quase inacreditável, o número de argumentos que o loiro havia usado para poder arrastar a melhor amiga, e ex-namorada, para esse mundo novo com ele. O mais incrível para a vampira, foi saber que o amigo, se quer se importava que ela tivesse que usar dos seus dotes vampirescos para poder estudar, afinal, ela havia sido regularmente aceita, porém, não possuía um centavo para pagar a Universidade Columbia.

Soltando um longo suspiro, que ela se quer se lembrava de estar segurando, as lembranças, de toda a sua vida humana, vividas naquela confortável casa, entre aquelas brancas paredes que formavam seu quarto, Caroline deixou que as lágrimas, de pesar pela sua partida, deixassem seus lindos olhos azuis, e chorou, pela primeira vez, por saber que as coisas, a partir de agora, sofreriam uma brusca mudança; ela e Matt estavam indo para New York, Bonnie para uma Universidade em Chicago, Elena, ainda sem qualquer traço de humanidade, e os irmãos Salvatore continuariam na cidade, juntamente com sua mãe, que jamais deixaria de ser a xerife de Mystic Falls, e nessa situação toda, ainda tinha Tyler, que só Deus sabe onde estava, mas que, pelo menos, não corria mais risco de vida. E era nesse ponto de suas conclusões, sobre as mudanças que já estavam ocorrendo em sua vida, que a loira era levada, mais uma vez, a pensar em Klaus; desde a partida do Híbrido, há quase dois meses atrás, que Caroline não conseguia passar um dia sem pensar nele, não havia nada interessante o bastante que a fizesse se esquecer dele, nem que fosse por um pequeno instante, nem seus amigos, e seus problemas, nem sua mãe, e seus conselhos, muito menos a organização de sua vida; a vampira tinha a impressão de que seus pensamentos sobre Klaus, a atormentariam, ininterruptamente, durante toda a eternidade.

Esquecendo - se das lágrimas, Caroline, lentamente, começou a transportar suas coisas para o belo carro cinza, que já se encontrava com o banco trazeiro totalmente abaixado, aumentando assim o espaço de seu porta malas; afinal, mesmo que ela e Matt estivessem embarcando nessa aventura juntos, ambos concordaram em ir cada um em seu carro, pois, a loira se recusava a deixar seu amado Ford para trás. Essa era uma das inúmeras coisas que Caroline estava levando com sigo apenas por não ter coragem de substituí-las como estava fazendo com a cidade, isso explicava, e muito, o seu excesso de bagagem, até os vestidos que Klaus a havia dado estavam encaixotados para a mudança, assim como o carro, eles poderiam ficar em casa, porque facilmente ela poderia conseguir novos, mas a emoção e as lembranças que eles traziam, não só os vestidos, mas também o carro, a faziam levar tudo para New York.

Quase duas horas depois, a loira, finalmente, havia conseguido colocar todos os seus pertences dentro do confortável Ford Fiesta, e agora, agitando as mãos como se as limpasse, sabia que estava pronta para partir. Ela e a mãe já haviam tido a sua pequena despedida na parte da manhã, quando a mãe da vampira estava saindo para o trabalho; apesar de a relação delas ter melhorado muito nos últimos anos, uma coisa jamais mudaria, o amor e a dedicação de Liz pelo seu trabalho. Caroline não se sentia triste com esse fato, mas tão pouco se sentia confortável, ela compreendia a mãe, e a respeitava; como a própria loira havia dito, elas ainda se veriam muito ao longo dos meses e anos. Seus amigos, exceto Elena, obviamente, por outro lado, faziam questão de uma despedida longa e demorada, como Bonnie havia mencionado a todos, ao combinarem de se encontrar na Mansão Salvatore antes da partida para a Universidade.

Lançando um último olhar à sua eterna casa; Caroline embarcou em seu carro, e com um destemido sorriso, deu a partida no automóvel, dirigindo, pelas ruas da pequena Mystic Falls, em direção à casa pertencente aos irmãos Salvatore. Durante o caminho, de aproximadamente quinze minutos, a loira se afundou em planos para o futuro, e começou a imaginar se o curso de administração fora uma boa escolha, era, realmente, uma aposta alta; a única coisa que a loira tinha certeza, era que pretendia ser a CEO de uma grande empresa, e para isso o curso escolhido era a melhor opção. Óbvio que a vampira pensou em fazer algo como moda, mas o problema seria se algum dia ela adquirisse algum tipo de fama; como uma imortal, ela não poderia participar de algo tão grandioso que poderia colocar em perigo a sua identidade sobrenatural. Chegando a tão extravagante casa dos vampiros, no momento, mais antigos da cidade, Caroline estacionou o abarrotado carro atrás do automóvel branco, inconfundível, da melhor amiga Bonnie. Tomando uma última respiração, ela se dirigiu a porta, abrindo a, e encontrando todos, a exceção de Matt, que provavelmente, estaria acertando os últimos detalhes da sua demissão no Grill.

– Oi Blondie! Achei que havia ido sem se despedir de mim. – Damon debochou com um sorriso de canto.

– Você sabe que eu nunca iria sem me despedir do Stefan. – rebateu a loira, dando-lhe um tapa no ombro.

– Bon! – ela exclamou abrindo os braços para receber a amiga, oferecendo-lhe um abraço bem apertado.

– Caroline! Você está me impedindo de respirar... – a garota morena reclamou abafadamente.

– Oh! Tudo bem! Desculpe! – Caroline disse sorrindo abertamente.

– Olá Elena! – ela disse monotonamente, afinal, aquela já não era mais a sua amiga.

– Eu tenho mesmo que estar aqui? Por que eu não vejo aonde isso me interessa! – ela rebateu pousando o olhar frio sobre Damon.

– Você vai ficar e se despedir dos seus amigos, eles fazem parte da sua vida; e você vai acabar se arrependendo futuramente de não ter dito adeus corretamente. – Stefan rebateu um tanto impaciente, abraçando Caroline brevemente.

– Ah, já estão todos aqui! – Matt disse sorridente adentrando a residência.

– Então zagueiro? Preparado para as garotas da fraternidade? – Damon debochou maliciosamente.

– Você é nojento! – Bonnie ofendeu sorrindo.

– Eu sei! Mas só para não dizerem que eu nunca dei nada a vocês, porque eu sei que vocês dirão isso no futuro. Eu trouxe presentes! Na verdade são meus e do meu irmão ali com o penteado de herói. – ele continuou, apontando para Stefan e então pegando uma sacola no canto da sala, que até o momento Caroline nem se quer havia reparado.

– Vocês são um saco, sabiam? Vão até trocar presentinhos estúpidos agora! Que tédio! – Elena se pronunciou se ajeitando melhor no sofá no qual estava sentada.

– Não acredito que eu vou dizer isso, mas que saudades da Katherine! – Damon sussurrou revirando os olhos.

– Nem me fale! – Stefan rebateu igualmente baixo. Os três viviam juntos, uma vez que Bonnie havia feito um feitiço ligando Elena aos irmãos Salvatore, assim, ela não poderia fugir, e cometer as atrocidades que ela tanto gostava.

– Bom, para o nosso único humano, aqui! – Damon estendeu o anel Gilbert pertencente à Jeremy, à Matt.

– Já que você vai para a cidade grande, e nós não poderemos mais te proteger o tempo todo, é um presente bem conveniente. – ele completou.

– Isso é meu! – Elena disse se colocando em um piscar de olhos na frente de Matt.

– Na verdade, esse anel é do Damon, você o deu pra ele na noite em que desligou os seus sentimentos. Portanto, ele pode dar para quem ele quiser. E, a propósito,eu achei que você não se importasse com nada. – Stefan lembrou, recebendo um olhar mortal da doppelganger, que voltou a ocupar o seu lugar.

– Para você Witch, um grimório novo para que você possa estudar. – Damon estendeu um livro grande e velho para Bonnie.

– Obrigada! – ela respondeu pegando o presente.

– E para você. – Damon se virou para a loira.

– Nós temos dois presentes. Um meu e um do seu melhor amigo!

– Aqui! Esse é o número de vampiros que conseguem documentos falsos para outros vampiros. – Damon estendeu um pequeno pedaço de papel para Caroline, que o pegou agradecida mente, pois sabia que seria uma das coisas mais úteis que poderia possuir.

– O meu, bom, você vai ter que dividi-lo com Matt durante algum tempo, eu acho. – Stefan se aproximou da loira, lhe entregando um molho de chaves.

– São as chaves do meu apartamento em New York. Ele é seu agora! Eu sei que você surtaria dentro de um dormitório pequeno. – ele sorriu abertamente, e Caroline pulou em seu pescoço. Ela sentiria saudades extremas de Stefan, ele era mais que um amigo, ele era um professor, sem ele, a vampira não seria nem metade do que era.

– Obrigada! Aos dois! – a loira disse já emocionada.

– Bom, já está na minha hora. – Bonnie se pronunciou.

– Nós também já vamos indo, não é Car? – Matt perguntou calmamente.

– Claro.

– Sendo assim, vem aqui Vampire Barbie.

Damon abraçou Caroline que, honestamente e carinhosamente, retribuiu o abraço; e assim, as despedidas começaram, abraços e palavras foram trocados, apenas Elena continuava na mesma posição e expressão, que dizia o quão tedioso tudo lhe parecia, a loira sentia um incontrolável desejo de pular no pescoço da ex-amiga, porque no fim, Caroline sentia falta da sua querida e emocionada irmã.

– Você não vai se despedir de nós? – Matt perguntou intrigadamente.

– Claro! – Elena respondeu fingindo emoção, e tanto Matt quanto Bonnie sorriram.

– Adeus! Espero nunca mais ter que olhar para essa cara insuportável de vocês! – a morena completou tão friamente e debochadamente, trocando de posição no confortável sofá.

– Sua! – Caroline avançou furiosamente na direção da Doppelganger, sendo segurada por Stefan.

– Não faça isso! Você sabe que ela não é a Elena de verdade. – o querido amigo a alertou, e ela relaxou em seus braços, sentindo os mesmos lhe abandonarem a cintura.

– Vamos Matt, vamos de uma vez, antes que eu arrebente essa vadia! – a loira tomou a frente, já abrindo a porta da casa. Quando sentiu algo a puxando pelo blazer.

– Ninguém me chama de vadia! – Elena bateu com as costas de Caroline na parede.

– Vadia! – a loira, rebateu, quebrando, em um piscar de olhos, o pescoço da morena.

– O que foi? Eu andei treinando. – Caroline rebateu com um grande sorriso, ainda passando as mãos pela sua roupa como se a desamassasse, ao ver a expressão de todos.

Ao entrar novamente em seu automóvel, Caroline sentiu seu estômago afundar um pouco, apesar de tudo, das despedidas, e dos presentes, nada era capaz de diminuir a distância que seria posta entre eles; seus amigos queridos. Ela ainda dera sorte, pois Matt a estava acompanhando, e como morariam juntos, não se sentiria tão só. Pegando a rodovia, a vampira conferiu mais uma vez se a pick-up do amigo, continuava a seguir o seu Ford Fiesta, e sorriu largamente ao constatar que sim. A loira percebeu então, que em algumas horas eles estariam chegando a Universidade Columbia, e se transformando em universitários cheios de provas, trabalhos e responsabilidades; e sendo assim, Caroline não conseguiu deixar de pensar, que talvez, só talvez, ela conseguisse manter a cabeça ocupada tempo suficiente para parar de pensar em Klaus.