POV Klaus

A luz forte e onipresente do Sol adentrava as cortinas azuis sobrepostas de um leve e translúcido tecido branco; um pequeno feixe de claridade se abateu sobre as pálpebras fechadas do lindo loiro que repousava na cama, ele vestia apenas uma cueca box preta, deixando assim, seu corpo imortal a mostra. Bastaram apenas alguns segundos para que a luz dourada o fizesse despertar; Klaus abriu lentamente os olhos, sentia-se incrivelmente bem aquela manhã, também, como não se sentir assim, uma vez que a mulher mais bela do mundo se encontrava ao seu lado na imensa cama de casal, localizada mais precisamente em seu próprio quarto? Se houvera outro amanhecer mais confortável que esse, o Híbrido certamente o desconhecia.

Com uma preguiça que não sentia há séculos, o Original trocou a posição em que se encontrava, de bruços, e virou não só o corpo, mas também a sua atenção para a vampira que ainda dormia. Como era possível ele ama-la tanto como amava? Essa resposta certamente Klaus nunca haveria de ter; nem mesmo aquelas mais simples, como o porque de Caroline se parecer tanto com um anjo enquanto dorme, ou porque os olhos dela lhe são tão azuis, ou porque ele, Niklaus Mikaelson, tinha a sensação de que poderia ficar o dia inteiro observando a loira magnífica ao seu lado. E como estava linda, ocorreu ao Híbrido de imediato; vestia apenas a sua camisa social branca da noite anterior, e possuía o cabelo loiro cacheado como de costume.

Com a cabeça cheia de pensamentos sobre a sua existência e a de Caroline, o loiro levantou cuidadosamente da cama dirigindo-se ao enorme banheiro de mármore; lá fez sua higiene matinal, demorando poucos minutos a admirar a face clara e de traços britânicos no espelho. Quase não reconhecia o homem ali refletido; tinha um sorriso bobo brincando nos lábios finos, os olhos verdes brilhando de um jeito que ele sequer pensou um dia ser possível, e uma expressão relaxada, nunca em todas as vezes que se olhou no espelho Klaus tinha se visto tão normal, sim, essa era a palavra, não possuía raiva ou ganancia, nem problemas para resolver, não sentia-se solitário nem confuso, nem odiável, muito menos via o monstro que sempre fora; refletido naquele espelho só o que ele conseguia ver era um homem incondicionalmente apaixonado por uma mulher tão extraordinária quanto o número de anos que ele e seus irmãos tinham vivido.

Sem se importar com a falta de roupas, Klaus foi tranquilamente até a sacada, afastou levemente as cortinas, e abrindo as portas de vidro, sentiu uma leve brisa tocar lhe a face; o Híbrido então se debruçou no ferro banhado a ouro que impediria qualquer um de deixar a cobertura do prédio de forma trágica, e passou a fitar a cidade New York e a pensar no rumo que sua vida tomaria agora. Viu-se sendo tragado para um mar de sonhos futuros, onde Caroline estaria com ele, e juntos iriam a qualquer lugar no mundo; uma casa cheia de barulho devido ao ego de seus irmãos, a esperteza de Katerina, a boa vontade de Matt, e as risadas de Caroline; desejou felicidade infinita para eles, e grandes bailes para comemorarem seus aniversários e conquistas. Absorto em suas próprias conclusões e sonhos, o Original sequer ouviu a vampira despertar, sendo assim, surpreendido por um par de braços abraçando o e uma cabeça se aconchegando em suas costas largas.

- Acordou cedo. – Caroline observou ainda sonolenta.

- São sete e meia da manhã.

- Eu sei Sweet Heart. Simplesmente não pude mais dormir. – Klaus lhe respondeu brandamente.

- O dia está tão bonito. – a vampira suspirou, apertando mais os braços em torno do Híbrido.

- Não tão bonito quanto você. – ele elogiou ficando de frente para ela que sorriu.

- Eu pensei que esse momento nunca chegaria. – a loira afirmou mais para si mesma do que para o homem que lhe retribuía o abraço.

- Você me procurou por muito tempo? – o Original perguntou curioso.

- Na verdade não. Fazem apenas três meses que eu comprei o quadro.

- Que quadro?

- Aquele que você pintou comigo vestida com a roupa do Baile dos Mikaelson. – Caroline explicou um tanto pausadamente.

- Não foi você que me pintou? – ela questionou ao ver a cara surpresa de Klaus.

- Sim, fui eu. Ele estava em Paris? O quadro? – o Híbrido questionou a loira.

- Sim. Eu o achei em uma galeria no centro. Depois que o comprei comecei a procurar por você. – ela esclareceu as lembranças, e ele riu minimamente.

- Promete uma coisa? – o Original lhe pediu divertidamente, e a vampira concordou maneando a cabeça.

- Nunca diga ao Kol que foi assim que a sua procura começou.

- Por quê? O que Kol tem a ver com isso? – Caroline inquiriu.

- Vamos apenas dizer que o quadro só estava na galeria porque ele o colocou lá. – Klaus explicou resumidamente.

- Então quer dizer que foi o Kol que nos uniu? – a loira disse com um sorriso travesso surgindo nos lábios.

- Sim. Mas não diga nada a ele, ou teremos um século muito irritante pela frente.

- Não direi, eu prometo. Mas como pagamento quero um beijo. – a loira sussurrou bem perto da boca carnuda e tentadora do Híbrido.

- Só um? – ele provocou já roçando os lábios macios nos dela.

- Muitos. – a vampira respondeu, puxando em seguida o Original para mais perto em um beijo cheio de amor e luxúria.

Em um piscar de olhos eles já estavam novamente na cama; Klaus começou então, de forma maliciosa, a distribuir beijos pelo alvo pescoço da vampira que soltava gemidos e palavras inteligíveis, tamanha excitação; e ao roçar o nariz para absorver melhor o cheiro adocicado que ela possuía, sentiu suas presas arderem, mas uma vez pego de surpresa pelas compridas unhas que começavam a lhe arranhar as costas, ele logo se esqueceu da sede, voltando toda sua atenção para o corpo escultural de Caroline.

Com um movimento rápido e bastante controlador, a loira inverteu as posições, ficando ela por cima; e sem partir o libidinoso beijo que trocavam, como que decidida a provocar o Híbrido, abriu de maneira bem tentadora as compridas pernas, sentando-se lentamente sobre o membro já rijo dele, começando a fazer mínimos movimentos de vai e vem, enquanto Klaus tentava, inutilmente e consciente de que com a sua força poderia fazer o que quisesse, retomar o controle.

Cada nervo presente naqueles dois corpos que se moviam hora apressados hora calmos, como se estivessem em uma dança sincronizada e sensual, pegava fogo. As mão femininas de Caroline agora se encontravam no emaranhado de cabelos loiros do Original, ela puxava inconscientemente, cada vez mais forte, cada fio do cabelo macio dele; ambos deliravam, uma vez que Klaus abocanhara um dos seios médios da vampira, e agora, sugava o com avidez, fazendo movimentos circulares com a língua, enquanto apertava com a mão forte o outro, fazendo a gemer seu nome como se fosse uma prece. Ele a estava enlouquecendo; descobrira que podia assumir as rédeas da situação sem ter que se encontrar por cima do corpo quente da loira, por isso sentia-se confortável o suficiente, para retirar a mão do delicioso seio dela, e lhe tocar a intimidade, fazendo Caroline jogar a cabeça para trás e abrir mais as pernas em torno da cintura dele.

Com a excitação ultrapassando todos os limites possíveis, a loira, tentando enlouquecidamente não perder a noção de seus atos tamanho torpor, arrancou a cueca de do Híbrido, que automaticamente, a puxou para a posição anterior, e sem qualquer tipo de aviso prévio, a penetrou em uma estocada forte e cheia de desejo. Caroline, em um frenesi de prazer, cavalgava como uma verdadeira amazona, sentia cada junta de suas pernas tremer, quando seus sexos se chocavam, e tudo era mais intensificado ainda, pelas mãos másculas de Klaus que lhe apalpavam os seios, lhe agarravam pelos cabelos compridos, ou lhe tomavam possessivamente a cintura.

Mais uma vez, trocando a posição de seus corpos, a loira deixou-se ser invadida pelo Original enquanto se encontrava de quatro. Suas respirações já se tornavam pesadas e um tanto descompassadas, mas o estado de luxúria em que se encontravam os fazia delirar um no corpo do outro; e sem noção alguma de seus movimentos, em um ato impensado, enquanto Klaus mantinha sua boca na curva do pescoço da vampira, ele a mordeu, arrependendo-se no segundo seguinte quando percebeu que jamais o poderia fazê-lo sem a machucar, e sendo surpreendido quando a mão de Caroline procurou a sua, e sem uma palavra sequer, ela lhe mordeu o pulso cheia de urgência e gozo.

Agora, o prazer de ambos era completo, partilhavam não só os corpos, mas também as almas, e se deixavam levar pelo poder do sangue um do outro, sentindo todo o seu interior se agitar de prazer e felicidade. Com mais algumas estocadas animalescas, diga-se de passagem, a loira sentiu seu corpo escultura estremecer, e como se fosse um tsunami seu orgasmo chegou, fazendo suas pernas cederem um pouco, e sua voz se perder no meio dos gemidos nem um pouco discretos. Nem um minuto depois, foi a vez de Klaus, com uma grunhido baixo e rouco atingir seu ápice, se derramando dentro dela, lhe marcando a cintura tamanha força com que a segurava. Assim, cansados e soados, mas com sorrisos bobos, os dois caíram exaustos e respirando sofregamente sobre o colchão.

- Eu preciso de um banho. – murmurou Caroline, enquanto se aconchegava no peito bem definido do Original.

- Nós dois precisamos de um banho. Isso sim. – Klaus falsamente a repreendeu.

- Mas só tem um banheiro, então eu vou primeiro. – a loira rebateu fazendo biquinho.

- Por quê? Que eu saiba essa casa ainda é minha. Eu vou primeiro. – decretou de forma divertida o Híbrido, que se levantou rapidamente indo em direção ao banheiro.

- Isso não é justo. – a vampira reclamou infantilmente, enquanto babava na visão de um Klaus completamente nu a sua frente.

- Vêm comigo então? – ele ofereceu entendendo-lhe a mão.

A loira seguiu os passos do Híbrido, e segurando a mão dele, rumaram para o luxuoso banheiro. Aproveitaram o banho para fazer amor mais uma vez, e se acariciarem em meio a brincadeiras e risadas. Até Caroline deixar a água refrescante do chuveiro para se arrumar, deixando assim um Klaus sorrindo feito bobo terminando de tomar banho. Cessando com a água do chuveiro, o Original, que escutava perfeitamente a amada no cômodo ao lado, provavelmente procurando alguma roupa sua para vestir, secou o corpo bem definido e com a toalha enrolada na cintura e bagunçando distraidamente os cabelos molhados, partiu em direção a vampira. Mas o que ele encontrou não foi uma loira vestida com um de suas camisetas estirada em sua cama, e sim uma que o usava o vestido da noite anterior e parecia pronta para sair.

- Aonde você vai? – ele questionou um tanto confuso.

- Vou para casa. – a vampira respondeu naturalmente, enquanto se aproximava dele.

- Você vai voltar? – Klaus a questionou tentado disfarçar o medo que assoma seu ser.

- Claro. Por que eu não voltaria? – indagou sorridente a loira lhe acariciando a nuca carinhosamente.

- A não ser que você não queira que eu volte.

- Por favor, volte! Eu não aguentaria mais uma década de sofrimento! – a voz de Kol ecoou do andar de baixo.

- Deixa eles Kol! – ralhou Rebekah.

- Desse jeito a Caroline não vai voltar mesmo, ninguém merece um cunhado chato igual a você. – zombou Katherine.

- Pode confessar, eu deixo. Eu sei que você me ama Katherine! Me ama! – o moreno brincou e ouviu-se um barulho de água, Klaus pode imaginar a cena que se desenvolvia na sala ao ouvir a risada estridente da irmã e de Matt.

- Bem feito! – tripudiou Elijah divertido. Fazendo não só os presentes no andar de baixo rirem amis, como Caroline soltar uma gargalhada.

- Eu tenho que ir. – ela informou, beijando de leve os lábios do amado.

- Janta conosco essa noite? – ele perguntou quando ela já alcançava a porta do quarto.

- Claro. – a loira respondeu sorridente, quando girou a maçaneta e desapareceu, deixando o Original para trás como um cachorrinho que caiu da mudança.

- Klaus! – Caroline irrompeu travessamente pela porta, assustando o loiro.

- Eu te amo! – ela disse ternamente, fazendo o Híbrido sorrir.

- Eu também te amo Sweet Heart! – Klaus respondeu indo até ela.

- Nos vemos a noite? – ele questionou mais uma vez, beijando a logo em seguida, um beijo cheio de paixão e com certa porcentagem de luxúria.

- Sim. – a vampira disse, ainda de olhos fechados quando ele se afastou.

- Tchau Caroline!

- Tchau Klaus! – e com essas últimas palavras a loira fechou a porta e rumou em direção a saída.

O Original ainda pode ouvi-la responder “Não se preocupe Kol, eu voltarei sempre. Amo demais os meus cunhados para abandona-los.” antes de com um alegre “Até logo!” deixar, a passos calmos e ritmados, a cobertura. Após um suspiro pesado, Klaus atirou-se de volta na cama; não conseguia assimilar direito todas as coisas boas que aconteceram em sua vida nas últimas vinte e quatro horas. Era tamanha felicidade, que ele se perguntou quando, através dos séculos, imaginaria tamanha perfeição para sua vida. Com os olhos brilhando, um sorriso bobo na face, e um desejo de que a noite chegasse logo, o Híbrido passou o resto do dia pensando na mulher amada; a mulher que mudara a sua vida e a de seus irmãos, e o fez, pela primeira vez,  o homem mais feliz do mundo ao invés de o mais poderoso.