Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 87
37 - Um Velho Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite pessoal, vou ter q comunicar com vocês só por aqui né, pq acesso na fic tá dando muito, comentário que é bom, nada!

De qualquer forma, boa leitura!



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37 — Um Velho Inimigo 

 

Os dois estavam inseparáveis. O Alcione havia se transformado em um ninho de amor. O convés do barco foi palco de juras de amor, carícias e carinhos intermináveis. Percy fazia de tudo para arrancar um sorriso de Annabeth a cada minuto, ela estava adorando isso. As águas do Egeu continuavam calmas e límpidas, como os corações dos semideuses.

A calmaria antes da tempestade.

Por mais felizes que estivessem, o objetivo da missão até Alexandria ainda martelava no fundo dos pensamentos de ambos. Mas por hora eles estavam se entregando a cada momento que passavam juntos.

O Alcione passeava nas águas e volta e meia Percy o atracava para aproveitar as belas cidades e praias gregas. Eles passearam pelas colinas brancas de Santorini, ou Thira como Annabeth gostava de chamar. Era o nome certo, segundo ela. 

Eles visitaram as fontes termais de Nea Kameni durante a noite anterior, se banharam em iguais medidas de carinho e prazer. Os toques ternos e as mãos quentes de Percy faziam Annabeth se sentir nas nuvens, cada beijo e carinho parecia ser o primeiro, e, ao mesmo tempo, como se fossem os últimos. A conexão deles parecia ser de éons, realmente. Como almas que se reencontravam reencarnadas.

O veleiro era visto em diversos atracadouros sempre que uma faixa de terra cobria o mar, Percy sempre arrumava uma desculpa para parar o barco, ele queria estender o máximo a lua de mel deles. 

Desta vez o Alcione estava ancorado no extremo oeste da ilha de Santorini. Era um cartão postal incrível, aberto para visitação de uns punhados de turistas. Poucas nuvens cobriam o intenso brilho solar, as águas estavam mais cristalinas que nunca. Poseidon realmente havia caprichado nesta parte do Egeu. As ilhas Cíclades eram realmente as jóias das ilhas helênicas, era possível ver Andros e Milos, Naxos e Paros circulando a ilha sagrada de Delos.

Annabeth dormia calmamente na cama enorme, na suíte do deck inferior. Ela estava nua e babava um pouco, sua expressão era serena, talvez estivesse sonhando com algum dos incríveis momentos que partilhara com Percy nos últimos dias. 

Ela estava se remexendo levemente, com preguiça demais para abrir os olhos acizentados. Notou a ausência de Percy ao passar o braço pelo outro lado da cama, onde será que ele havia se metido — ela pensou. O medo que ela sentiu dele sumir novamente foi inevitável.

Annabeth se levantou afoita, ela quase saiu do quarto pelada, mas parou na porta e retornou ao guarda roupas — Droga. Cadê aquele idiota?

A garota vestiu uma saia branca de tecido, um biquíni amarelo pastel por baixo. Ela não procurou cobrir os seios além do biquíni. Estava calor e eles estavam na praia.

Ela saiu pelo corredor e procurou na despensa, nenhum sinal dele. Nem na cozinha. 

A semideusa subiu pelas escadas e abriu a escotilha com violência, ela estava nervosa. Não saberia o que fazer se não encontrasse Percy no convés superior. 

Ela já olhou logo para a roda do leme, nada. Ela estava começando a ter uma crise de ansiedade e levou a mão ao peito, se apoiou na amurada e o procurou na água. Sem vestígios do namorado

Annabeth correu os olhos por toda a extensão do veleiro e suspirou aliviada ao vê-lo esparramado em uma espreguiçadeira, na outra extremidade do Alcione — Graças aos Deuses — ela murmurou. 

—Ei, Aquaman — ela vinha andando na direção de Percy, ele não respondeu. O garoto continuava parado na espreguiçadeira, ele tinha algo em uma das mãos.

Annabeth chegou próximo à ele e o cutucou. A cabeça dele pendia para o lado, os óculos Rayban estavam tortos no rosto, Percy babava um pouco. 

Ela sorriu ao perceber que ele estava cochilando. Ela arfou um pouco ao ver o que ele estava segurando. 

Um pequeno colar de cipó—marinho esverdeado, como seus olhos. Ele havia improvisado um pequeno trançado irregular e uma presilha feita com um anzol de pesca. No centro do colar havia uma pequena pérola prateada, levemente rosada e acizentada. Ela era perfeita, esférica e brilhante. 

Annabeth suspirou e se derreteu com o presente que ele havia preparado. Mas ela era travessa demais para se derreter por ele, ao invés de acordá-lo com um beijo, ela se foi até o outro lado do barco. Havia um pequeno balde de plástico próximo a um dos mastros. Ela sorriu maldosa.

A garota se esgueirou pela amurada e esticou o braço para encher o balde com as águas do Egeu

Ela retornou até Percy com o balde cheio e tomou cuidado para não fazer barulho. Ela ficou atrás da espreguiçadeira e despejou violentamente a água na cabeça dele. 

O garoto deu um pulo na espreguiçadeira e balançou os braços, o colar saiu voando e por sorte parou no chão do deck. Ele agitou os braços pelo ar desesperadamente.

—Porco-espinho! — ele esbravejou, ela caiu na gargalhada, literalmente. 

Annabeth se contorcia no chão de tanto rir, Percy virou o pescoço e fechou a cara — Porco-espinho? Deve estar me confundindo com alguém.

—Há-há, vai ter volta Sabidinha — ele se levantou ao perceber a ausência do colar improvisado — Ah se eu tiver perdido o presente que passei a manhã inteira fazendo pra você. Além disso, você sabia que não pode acordar alguém assim? Eu podia ter morrido. Quero ver como ia fazer pra chegar até Alexandria sem mim. 

—Tenho certeza que eu daria um jeito — ela dizia em meio à risada. Percy estava ensopado, ele havia sido pego de surpresa, os poderes de Poseidon não foram páreo para a brincadeira de Annabeth. 

Percy viu o pequeno colar no chão, ele o pegou e usou seus poderes para secá-lo. 

—Você podia ser uma dessas namoradas normais que acordam os namorados com um beijo ou um abraço, sabe — ele sentou-se na espreguiçadeira bufando. 

—Achei que à esta altura você já saberia que não sou normal. Não somos normais — ela passou uma perna pela cintura de Percy e se sentou no colo dele. 

Annabeth o beijou e o abraçou, o cheiro de água salgada característico ainda fazia borboletas voarem no estômago dela — A propósito, eu vi o meu presente, achei incrível. Você é incrível — ela esticou o braço para tomá-lo da mão de Percy. 

Annabeth girou o corpo e ficou de costas para ele. Ela puxou os cabelos por cima do ombro e o olhou pelo canto do olho. 

Ela estendeu o colar para ele por cima do ombro. Percy abriu a presilha improvisada e prendeu o colar no pescoço dela. Annabeth tocou a pérola com as mãos. 

—É lindo, Percy — ela sorriu — Obrigada, está perdoado por me abandonar na Colina Meio-Sangue, idiota. 

Ela se virou e o beijou mais uma vez. Annabeth se levantou e correu os olhos pela paisagem, a costa de Santorini era um cartão postal incrível, Percy tinha bom gosto ao escolher as paradas. 

O farol de Akrotiri se erguia na rocha próximo ao penhasco que caia no mar. As colunas de mármore branco e a torre alta protegiam o mar e os navios cruzeiros ancorados do outro lado da protuberância de rochas vulcânicas, o Alcione era a única embarcação ancorada no lado oposto à torre do farol. 

—Estamos quase em Creta — ela olhou à esquerda, para o sul. A ilha de Santorini era a Cíclade mais austral do Egeu — Será que vamos encontrar seu amigo Minotauro?

Percy não estava ansioso para parar na ilha onde Dédalo construiu as fundações de seu labirinto. Ele não estava preparado para uma terceira visita de seu inimigo mais antigo. Mas Annabeth como sempre era contra as vontades dele.

—Eu quero visitar o palácio de Cnossos — ela olhou para a faixa de terra extensa que cobria toda a visão do mar à frente. Creta era a maior ilha grega banhada pelo Egeu e o Mediterrâneo Oriental. 

—Nós já fizemos muitas paradas, Annie — ele tentou convencê-la usando o apelido carinhoso, sem sucesso.

—Eu quero visitar a oficina de Dédalo — ela o olhou significativamente — A oficina original. Os arquivos do laptop dele indicavam uma ferramenta interessante, que está na ilha. Precisamos de toda ajuda possível para vencer o abismo.

Percy se deu por vencido. 

—E o que é esta tal ferramenta? — Percy se levantou e foi até a manivela da âncora do Alcione. Ele a recolheu rapidamente, eles não podiam perder mais tempo ancorados em Santorini. 

—Algo que pode nos ajudar a desmascarar o Véu de Tártaro. Imagino que você saiba dos pilares. Eu li bastante enquanto estive cativa ao lado dele.

—Sei uma coisinha ou duas, Dora mencionou isso enquanto estive cativo no Olimpo. 

Dora? — ela arqueou uma sobrancelha enquanto Percy se dirigia à roda do timão, Annabeth o seguiu.

—Desculpe, Pandora — ele respondeu enquanto manejava a retranca da quilha e içava a vela mestra a favor do vento. 

Ele se ajoelhou no chão e o barco respondeu ao seu comando, se deslocando à estibordo, rumo à ilha de Creta.

—Ela e Perseu, bom… estavam juntos durante a primeira vinda de Tártaro. Deusa corajosa, por sinal. Me ajudou muito quando consegui escapar do meu cativeiro.

—Essa ferramenta de Dédalo é capaz de fazer qualquer um enxergar através da Névoa, não só mortais clarividentes. Tártaro tem muito poder sobre a Névoa, ele ludibria até deuses através de seu poder, nem Hécate tem tanto poder, e ela e a deusa da magia. 

Percy continuava manejando o timão. Que sorte Annabeth ter retornado, ele não sabia quase nada sobre como derrotar o senhor da escuridão, sem ela, Percy estaria perdido. 

—E eu acredito que o Poder dele vem do Véu, afinal quando mais deuses, monstros e mortais se juntam às suas forças, mais forte ele fica — Annabeth havia puxado uma das espreguiçadeiras para próximo ao deck onde Percy manejava o leme do Alcione. 

“Se pudermos descobrir o Véu, será mais fácil destruir o Poder e a Oferta. Eles todos são codependentes, tirando a Arma e o Veneno. Estes dois atacam cada um de uma forma, como a mim: Tártaro usou minhas mágoas contra mim, a raiva que sinto do meu pai, o cansaço de profecias e monstros e você ter partido… só foi preciso um empurrão, me senti estúpida…”

—Pra alguém que esteve ao lado dele, você até que pesquisou bastante sobre como derrotá-lo — Percy ergueu uma sobrancelha.

—Foi por puro conhecimento, o Veneno não pode tirar nossa essência, ele só acentua as partes ruins. Eu anseio por saber, nem o senhor dos abismos pode tirar isso de mim. 

Percy não respondeu, ele observava a proa do barco, de olho em Creta.

Algo chamou a atenção do garoto nas águas. Ele sentiu um calafrio na nuca, algo estava abaixo do Alcione. Algo grande. As águas ao redor do veleiro se revolviam e balançavam, criando resistência no descolamento para o sul. Com poucos segundos o barco foi capturado em um redemoinho veloz. Ele começou a girar com violência, Percy tentou se concentrar nas águas do Egeu, mas o mar parecia não responder à ele. 

Percy correu até a amurada e seu coração galopou, o Alcione estava envolvido em uma enorme mandíbula com inúmeras fileiras de dentes, ele não soube de início do que se tratava.

O garoto disparou até a escotilha do convés e desceu as escadas correndo. Ele foi até a suíte e pegou a mochila ao lado da cama. O arco de Épiro estava apoiado na parede, Percy o prendeu nas costas. Ele também pegou a mochila que Annabeth havia encontrado na casa em Leptokarya, além de passar as alças da mochila camuflada pelos seus braços. 

Estava demorando até demais para aparecer algum monstro para importuná-los. 

Percy retirou um dos cintos de faca e o prendeu no braço enquanto subia a escada, as lâminas de bronze mortais seguiam a curva do braço até o ombro do garoto. 

Ele subiu e em uma fração de segundo quase foi atingido por um tentáculo gigante. Percy se esgueirou abaixando a silhueta, Annabeth havia abandonado o leme, ela estava no centro do barco, escondida atrás de um dos mastros. 

Percy deslizou a mochila preta para Annabeth e ela retirou a adaga de bronze e o boné dos Yankees. 

—O que é isso? — ela esbravejou enquanto outro tentáculo arrancava o timão do Alcione. Percy xingou em grego. 

—Acho que já enfrentei essa coisa antes — ele gritou de volta — É um Kraken, e eu sei quem o controla. 

Percy pensou no fato de seus poderes não funcionarem. Alguém que também tinha controle sobre o mar deveria estar interferindo em seus dons. 

—Apareça Fórcis, seu covarde. Venha para sua derrota, novamente — Percy retirou a caneta do bolso dos shorts e a jogou para cima, no característico movimento que Perseu havia ensinado.

Seus dedos se fecharam no cabo de couro da espada Contracorrente. Os noventa centímetros de bronze celestial mortalmente afiado brilharam refletindo a luz dourada do sol. 

Um tentáculo avançou na direção dele como um míssil, Percy se desviou no último segundo e brandiu Contracorrente em um golpe certeiro. Metade do tentáculo caiu imóvel no chão de madeira branca do convés. 

Ele girou Contracorrente habilmente com a mão direita.

Annabeth também conseguiu fincar a faca e fazer um rasgo num dos tentáculos. Fórcis estava ficando impaciente, a mandíbula do Kraken forçou contra as estruturas do veleiro e começou a esmagá-lo lentamente. Um tentáculo se enroscou num dos mastros e o arrancou com violência, levando o conjunto de velas consigo para as águas.

Água começava a verter de alguns pontos, em poucos minutos o barco entraria para a estatística de naufrágios no mar Egeu. Percy estava ficando sem tempo e sem opções. Ele precisava forçar Fórcis se mostrar, enfrentá-lo na forma de Kraken seria complicado sem se dispor da vantagem aérea de Griphion, como no lago Superior.

Percy olhou para os arpões prateados rolando pelo convés, o Alcione estava sendo partido ao meio, as extremidades se encavalando com o centro, criando um poço de água no meio.

O segundo mastro foi arrancado, Percy correu até os arpões e conseguiu arrancar um deles antes do tentáculo puxá-lo junto com o resto da vela mestra e a retranca. 

Não estava sobrando muita coisa do Alcione, logo não teriam onde pisar e seriam engolidos pela bocarra do Kraken.

Percy catou o arpão e correu até a beirada, se apoiando no que restava da amurada. Ele lançou o arpão para cima e se projetou no parapeito. Suas mãos se fecharam com habilidade no arpão no momento em que ele pulou pela beirada, indo de encontro à boca do monstro. 

O garoto não titubeou, ele se jogou de cabeça nas águas, o arpão apontado como uma baioneta para baixo.

Percy furou as águas do Egeu como uma bala de canhão, ele atravessou a boca do monstro junto com o corpo todo. O sangue esverdeado manchou as águas salgadas. Ele usou seus poderes para se acelerar e furou a outra extremidade do Kraken, saindo pelo outro lado, o arpão ainda em mãos.

Um estrondo percorreu as águas, todos os tentáculos do monstro largaram o Alcione e investiram contra ele em um ataque desesperado. 

Percy forçou todo seu poder e provocou uma explosão de bolhas, como um epicentro de terremoto. O Kraken não conseguiu acertá-lo. O monstro foi lançado para trás e recuou vacilante. 

O filho de Poseidon havia recobrado o controle do mar e se concentrou erguendo os braços para frente. Ele isolou o monstro em uma bolha de ar, retirando toda a água que o cercava, em uma tentativa de exterminá-lo com a falta d’água, asfixiando-o.

Foi demais para Fórcis

Percy conseguiu ver a divindade marinha sair cambaleante pela bocarra do monstro. Ele ainda usava a mesma camisa havaiana e shorts bege, a pele azulada era inconfundível. 

Fórcis avançou na direção dele, rompendo a bolha de ar que isolava o cadáver do Kraken, que estava imóvel. 

O deus balançou a mão no ar e uma espada de lâmina esverdeada se materializou na água. Percy sorriu vitorioso.

—Desta vez vou me certificar de que não retorne — o garoto clicou o botão da caneta Contracorrente e avançou na direção de Fórcis

As lâminas se chocaram em uma explosão de bolhas de ar, todos os peixes e tubarões que assistiam à luta curiosos foram lançados longe. 

Fórcis não era páreo para as habilidades de Percy. Ele não conseguia acertar um golpe sequer no filho de Poseidon, que se movimentava com velocidade e habilidade superior. 

Percy se concentrou e ergueu uma coluna de água que explodiu pra cima, como um gêiser. Fórcis foi lançado para o alto, emergindo na superfície.

O garoto ergueu a mão e emergiu logo depois, lançando-se no ar. 

Ele girou o corpo enquanto caia novamente na água e desferiu um poderoso chute giratório em Fórcis.

O falso deus do mar foi lançado no que restava do Alcione, que ainda flutuava na superfície, cada vez se afundando mais. Annabeth estava encolhida apoiando-se na amurada. A água não era o terreno dela, tinha de admitir. Só podia ficar na torcida para não ser afogada durante a luta dos filhos do Mar. 

Fórcis caiu próximo à ela no chão do convés. 

Percy se ergueu nas águas envolto em um pequeno tornado que cobria até sua cintura. Projetando o corpo até ficar mais alto que o veleiro destroçado. 

Fórcis havia perdido a espada. Percy havia derrotado ele mais uma vez. 

O deus do mar ajoelhou-se no chão, desta vez sem soberba ou ameaças, como no Michigan. Ele havia aprendido a lição. 

Nuvens negras começaram a se formar nos céus, Poseidon era o deus das tempestades, afinal. 

O sol havia sido encoberto por colunas maciças de nuvem. Percy ergueu uma das mãos. 

Ele estava concentrando todas as gotículas de chuva que caiam, unificando-as em um enorme arpão feito de água pura. 

Annabeth tentou se afastar o máximo possível, ainda que estivesse difícil, a água já chegava até a cintura dela.

Percy fez o chão estremecer e raios começaram a ribombar nas nuvens negras. Se isso não apagasse a existência de Fórcis, nada mais apagaria.

O arpão estava se solidificando e se tornando mais pontiagudo. Percy esbravejou quando um relâmpago cortou toda a extensão do arpão. 

Era uma espécie de arpão de gelo todo serrilhado, como o ferrão de uma abelha, ou um raio que os filhos de Zeus invocavam.

Mas ele era filho de Poseidon, o deus das tormentas.

Percy atirou o arpão com força sobre-humana. O ferrão atravessou o pescoço do deus e se explodiu em uma nuvem de gotículas de ar. Um dos raios que ribombavam nas nuvens de tempestade descarregou milhares de volts de eletricidade na área do impacto que o arpão havia causado. 

A água usada para forjar o arpão havia se transformado em uma névoa densa. Percy sorriu sinistro. Ele se aproximou dos destroços do Alcione e desfez o tornado só colocar os pés no convés destruído.

—Eu gostava desse barco — ele rosnou. Estendeu a mão para Annabeth, ela a segurou firmemente. 

—Estou impressionada. Onde foi que você aprendeu a fazer isso? 

—O treino com Perseu não foi em vão, como pode ver — ele se vangloriou enquanto a névoa se dissipava. 

Nenhum sinal de Fórcis, que havia sido desintegrado. 

—É, não mesmo — Annabeth apoiou os dois braços, se agarrando em Percy — Mas ainda não justifica ter me abandonado daquele jeito. 

O garoto sorriu, ele conjurou novamente o pequeno tornado e se apoiou para fora do Alcione

—Parece que vamos ter que nadar até Creta.

E assim eles fizeram, Percy manteve o redemoinho cobrindo os dois semideuses, as praias de Heraclião estavam se avultando a menos de 1km de distância.


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