Percy Jackson e a Trilogia Da Pedra escrita por Pedro


Capítulo 68
18 - As Memórias de Perseu - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

olá leitores!!
deu bastante acesso na fic, comentem, favoritem, eu estou de volta poarr!! kk



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18 – As MemÓrias de Perseu – Parte 3

 

—PANDORA!!

O grito ecoou na multidão desesperada. Raios ribombavam nos céus negros de tempestade. Ninfas, dríades e deuses menores corriam para todos os lados e trombavam uns nos outros.

Os guardas do Olimpo formavam falanges de escudos protegendo os deuses das hordas de monstros que saíam do chão. O Coliseu estava tomado por cães infernais, ciclopes, harpias e górgonas.

Quatro figuras se destacavam em meio à comoção.

Tártaro sorria abertamente. À sua direita havia um homem de cabelos grisalhos, ele trajava armadura de bronze e seus olhos eram amarelos como raios solares.

À direita do deus do abismo haviam outras duas figuras sinistras. Um homem e uma mulher.

O homem era negro como a noite, quase tão negro quanto Tártaro. A armadura era feita de ferro estígio. Seus olhos eram a única coisa clara, eram brancos leitosos.

A mulher era ainda mais incomum. Sua pele clara beirava a translucidez. Seus longos cabelos estavam trançados e adornados com ouro, além da coroa de lírios brancos circundando a testa. Ela não trajava armadura, seus pés estavam descalços e seu corpo coberto apenas por um vestido longo que serpenteava com os ventos.

Pandora estava de joelhos à frente deles. Sua armadura estava coberta de arranhões e rachaduras, a pele tomada por cortes profundos, mas os olhos dela brilhavam em fúria. A espada estava caída no chão, ela estava indefesa.

Perseu nunca chegaria até ela a tempo. Os primordiais estavam do outro lado do Coliseu. Ele estava entre os vilões e os deuses. O filho de Zeus estava de pé no meio da multidão. Zeus observava cauteloso do lado oposto do Coliseu, junto com alguns dos outros deuses. As falanges do exercito dos Olimpianos fez formação de defesa.

Tártaro esticou a mão e uma espada se materializou no ar. Os espíritos da tempestade se organizaram até a lâmina negra se tornar palpável. Ele a apontou para o pescoço de Pandora. Correntes elétricas percorreram a espinha de Perseu.

O deus do abismo sorriu sinistro para o filho de Zeus e investiu a espada contra o pescoço de Pandora...

***

1 hora antes...

Perseu e Pandora corriam rápido por entre as vielas do Alto Olimpo. O fórum e a cidadela se erguiam imponentes no nicho mais alto da montanha dos deuses. As casas dóricas estavam vazias, todos os habitantes do Olimpo estavam presentes no Coliseu.

Os dois trocaram um olhar significativo ao alcançar a enorme escada que levava à Colina dos Palácios, ela estava a uma altura tão grande que as nuvens do céu se formavam poucos metros acima. Os ventos açoitavam os cabelos de Pandora, eles subiam três degraus por vez. Por sorte até mesmo os sentinelas haviam deixado seus postos para testemunhar o julgamento do filho de Zeus.

—Temos que tomar cuidado – a voz de Dora estava carregada de preocupação – Zeus pode ter colocado armadilhas em qualquer lugar.

À medida que eles se aproximavam do topo da montanha os ventos aumentavam. Os cabelos de Pandora se balançavam em todas as direções, os dedos deles estavam entrelaçados e quase se soltavam tamanha era a pressão da ventania, Zeus deveria estar bastante estressado.

Eles passaram juntos por um imenso arco de mármore em estilo dórico.

A Colina dos Palácios se estendia por campos verdejantes até onde os olhos podiam ver. Os templos dos deuses eram incríveis, cada um correspondendo ao poder do respectivo deus. O templo de Ares parecia um arsenal militar naval, decorado com lanças e espadas de inimigos caídos. O templo de Atena era uma versão em escala um pouco menor que o Partenon de Atenas. Todos os templos deveriam ter mais de doze metros de altura, com portas de cinco metros.

O templo de Zeus se erguia imponente do ponto mais alto da colina, era de longe o maior e mais chamativo. As colunas de mármore estavam ornadas com ouro e pedras preciosas, imagens da glória dos deuses estampavam as paredes, portas, tetos e janelas. A águia de Zeus estava empoleirada na face norte do ponto mais alto do templo. Ela analisava o casal com cautela, Perseu ergueu a sobrancelha.

—E se Zeus puder ver através dela? – ele cerrou os olhos.

—Não acredito que meu avô esteja preocupado com o templo dele agora – ela pareceu decidida.

Eles avançaram correndo pelos campos verdejantes até que o templo de Zeus projetou uma sombra imensa no chão. A porta bronze polido devia ter mais de sete metros de altura.

 Perseu fechou os olhos por alguns segundos e esticou o braço até tocar a imensa porta. A fumaça verde desprendeu e serpenteou pelo rosto dele, um clique fez a porta se afastar o suficiente para eles entrarem.

Pandora foi na frente e se esgueirou cautelosa. O filho de Zeus respirou fundo e entrou no templo.

 A expressão no rosto dos dois foi idêntica. Eles estavam maravilhados. O templo se abria em um átrio redondo amplo, uma escada redonda de porcelana branca lustrosa circundava a enorme estátua de mármore branco representando o rei do Olimpo.

A figura de Zeus era extremamente apavorante. A expressão fria talhada no mármore retratava bem a realidade da presença do Senhor dos Céus. Frieza, superioridade. Seus braços estavam levantados na altura da cintura e pequenos raios azuis ribombavam em pequena escala por entre seus dedos. Os olhos sem vida pareciam seguir Perseu e Pandora à medida que os dois avançavam cautelosos em direção a escada.

O restante do salão estava decorado com pinturas, estátuas menores de outras divindades, prateleiras com livros e pergaminhos antigos. Os passos dos dois ecoavam.

Pandora estava absorta observando as figuras gravadas na parede. Ela sorriu ao se reconhecer numa delas, ela trajava armadura de batalha e sorria desafiadora. O artista capturou perfeitamente a expressão dela.

—Precisamos nos apressar – ela sentiu o toque da mão de Perseu. Pandora fechou os olhos e relaxou os ombros.

—Eu estou com medo – a voz de Pandora estava embargada. Perseu passou os braços pela cintura e a abraçou de costas.

—Nós vamos conseguir – Perseu enterrou o nariz no pescoço da deusa.

—Como pode ter tanta certeza? – ela entrelaçou seus dedos nos dedos do filho de Zeus.

—Às vezes você parece se esquecer de algo muito importante – Perseu a girou e os dois se encararam.

—Que é... – os olhos dela brilhavam cheios d’água.

—Você é a deusa da esperança – ele acariciou as bochechas de Dora — Você é a minha deusa da esperança.

Os dois se beijaram por alguns segundos antes de serem interrompidos por um barulho de rachadura ecoar no átrio.

Eles se separaram de súbito e se viraram para a estátua de Zeus. O pedestal embaixo dos pés de mármore do rei dos Olimpianos havia ruído.

A estátua parecia estar acordando. Aos poucos as rachaduras tomaram conta do corpo da representação do deus. Uma lufada de ar cortou o salão quando as rachaduras se estouraram em mil pedaços. O mármore estilhaçado projetou uma fumaça que cobriu todo o átrio.

Perseu engoliu em seco. Ele apertou a parte do meio do broche de cabelo e seus dedos se fecharam no cabo da espada de bronze celestial. Pandora também desembainhou sua espada.

Eles se encararam e acenaram de cabeça. Perseu girou a espada habilmente e respirou fundo.

Quando a fumaça se dissipou uma figura estava de joelhos. A pele da estátua não era mais feita de mármore.

Uma réplica exata de Zeus se pôs de pé, quase três metros de altura. A mesma pele clara, a toga branca caindo até os pés e os braceletes de ouro. Os cabelos brancos caíam como cascatas nas costas, a única coisa diferente eram os olhos. A estátua possuía olhos brancos leitosos como uma nuvem, diferente dos olhos azuis do verdadeiro Zeus.

—Você vai pela esquerda – Perseu cerrou os olhos e apertou os dedos no cabo da espada.

Os dois atacaram juntos.

Para o azar deles a estátua possuía os poderes de Zeus. Ela lançava raios loucamente na direção dos dois. Perseu se desviava com dificuldade, ele descrevia giros e arcos com a espada, mas seus golpes eram inúteis. Os cortes rasos na pele da réplica se fechavam no instante seguinte, sua regeneração era rápida demais. O suor começava a empapar a camisa de Perseu.

A estátua investia e pisava forte no chão fazendo o templo inteiro estremecer.

Perseu tentava se concentrar no poder da Centelha, porém algo o estava bloqueando, talvez fosse algum encantamento que Zeus havia deixado de presente no templo.

As ondas de energia não supriam a força vital dele, seus reflexos não estavam a altura da réplica, ele estava ficando sem tempo e sem opções.

Os dois lutavam habilmente, Pandora investia e atacava na diagonal, a sintonia do casal era espantosa, eles lutavam juntos como se um fosse a extensão do corpo do outro, quase como uma dança. Pandora deslizava pelas costas de Perseu e atacava os braços da estátua, eles descreviam arcos perfeitos com as espadas, parecia que lutavam como uma só pessoa.

Perseu fez uma alavanca e Pandora se jogou por cima do corpo dele, ela saltou e voou no pescoço da estátua, estocando sua espada até o cabo na jugular do deus. O filho de Zeus torceu o nariz quando a espada agarrou Pandora pelo pescoço e arrancou a espada do pescoço como se ela fosse uma farpa incômoda. A réplica atirou Pandora na parede com violência, ela caiu desacordada no chão.

O filho de Zeus recuou indefeso, ele se postou entre a deusa caída e a estátua. Sua respiração estava ofegante, o peito subia e descia fervorosamente.

“Não se esqueça, meu campeão. Você é filho de Zeus, você possui todos os poderes do Senhor dos Céus. Use isto a seu favor, você precisa ser o que quer destruir. Seja esperançoso, meu peão.”

A voz de Gaia percorreu todo o corpo de Perseu, ele sentiu os volts de eletricidade percorrerem sua pele. Dessa vez a fumaça verde não se desprendeu de seus olhos, um raio ribombou no céu.

Perseu não era apenas o escolhido, o portador da Centelha. Ele era O filho de Zeus, filho do rei dos Olimpianos.

Instintivamente ele jogou a espada para o alto. Ela voltou a se tornar broche. Perseu movimentou os dedos das mãos, arcos elétricos azuis percorriam os braços do semideus.

A espada fez menção de atacar, ela investiu o braço contra Perseu. Ele ficou imóvel e fechou os olhos e levantou o braço.

Milhares de volts de eletricidade cortaram o salão quando os braços do semideus e da estátua se tocaram. A réplica de Zeus foi lançada até o outro lado do salão e bateu na parede violentamente.

Perseu não havia saído do lugar. Ele abriu os olhos e avançou em direção à estátua. O semideus lançou arcos de eletricidade e prendeu os braços da figura na parede.

Perseu ficou de pé na frente da estátua.

Depois de tanto tempo ele sentiu o característico repuxo no estômago. Havia bastante tempo desde a última vez que ele usara seus poderes de semideus, após invocar a Centelha ele não mais se via como filho de Zeus, e sim como o escolhido como Gaia sempre dizia.

—Obrigado Mãe Terra – ele fechou os olhos – Não me esquecerei de quem eu sou.

O repuxo no estômago ficou mais forte quando ele canalizou toda a eletricidade do lugar. Os arcos azuis de energia tomaram a forma de uma lâmina de eletricidade. Perseu estocou a lâmina de energia no peito da estátua e uma explosão estremeceu o templo.

Ele tossiu com a fumaça e sentiu o rosto queimar, as pontas de seus cabelos estavam carbonizadas, assim como parte da sobrancelha esquerda.

A estátua havia sido reduzida a pó de mármore.

Perseu se recuperou do choque e correu até Pandora. Ela ainda estava desacordada no chão do átrio, sua pele estava pálida.

Dora— ele deu tapinhas delicadas no rosto da deusa – Acorde, precisamos chegar até a Pedra.

O semideus depositou a mão sobre o peito de Pandora e fechou os olhos. A costumeira fumaça verde serpenteou como uma víbora traiçoeira. Passados alguns segundos a cor voltou ao rosto da deusa da esperança e ela tossiu engasgada.

—Percy, Percy a estátua – ela levantou o tronco e balançou os braços desesperada – Cadê... – Pandora correu os olhos pelo templo à procura da estátua.

—Calma – ele a encarou complacente – Eu a destruí.

Dora inclinou a cabeça e ergueu uma sobrancelha.

—Podia ter feito isso antes dela me acertar em cheio – ela levou a mão à testa, um grande hematoma cobria o lado esquerdo de seu rosto.

Ele sorriu e a ajudou a se levantar.

—Vamos – ele a puxou pela mão.

Os dois subiram a escada de porcelana cautelosamente, espadas em mãos, sabe-se lá se Zeus havia colocado mais alguma sentinela para defender a Pedra.

O topo da escada revelou os aposentos de Zeus. Uma escrivaninha gigante estava no canto, juntamente com mais estantes de livros e manequins com as armaduras do rei. Não havia cama, no lugar disso o trono de Zeus demonstrava imponência no centro do quarto.

À direita do trono havia uma pequena pilastra dórica. Em cima dela estava a gaiola de bronze celestial que as visões de Perseu mostraram. A Pedra de Onfalos jazia dentro sozinha.

Perseu transformou o broche em espada e desferiu um golpe fatal que destruiu a gaiola. Ele encarou Pandora e entrelaçou suas mãos.

—A Luz nos espera – ele esticou a mão para a Pedra.

Quando seus dedos se fecharam em torno da Pedra tudo ficou escuro e eles foram transportados dali.


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Notas finais do capítulo

comente!! nao se esqueça de avaliar



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