- Lia? – chamou Vitor gritando.

Ela não ouviu, devido ao som da guitarra.

- LIA?? – berrou ele mais uma vez, em plenos pulmões.

Ele percebeu que ela não o escutava e decidiu se levantar. Com muito esforço ele conseguiu se sentar no sofá, ele tinha machucado sua barriga quando caiu da moto, e ainda doía muito. Vitor conseguiu se levantar do sofá e, segurando nos móveis, foi se dirigindo ao quarto.

Havia uma “mesinha” do lado do sofá com um vaso em cima, quando Vitor foi passar por ela, seu pé ficou preso no pé da mesa e ele caiu, derrubando o vaso junto e quebrando-o.

Lia ouviu o barulho do vaso quebrando e foi ver o que era. Chegou na sala e viu Vitor no chão e o vaso quebrado ao seu lado.

Cara, - começou ela se abaixando ao lado do garoto caído no chão. Lia se segurava para não rir. - você quebrou o vaso favorito da minha mãe. E falando nela...

Raquel entrou no apartamento e se assustou.

- Lia! – exclamou ela.

- Não foi culpa minha mãe, eu juro. – a garota se apressou a dizer.

- Foi culpa minha, desculpa. É que eu to meio machucado e.. – disse Vitor de levantando.

- Meio? – tornou a dizer Lia.

- Quem é ele Lia?

- Ah mãe, esse é o Vitor. Ele é irmão da Fatinha.

Raquel se agachou ao lado de Vitor e Lia.

- Calma, onde tá doendo? – indagou a médica.

- Meu braço tá doendo muito, e minha barriga também. – respondeu Vitor.

- Leva ele pro hospital mãe.

- Não. Não precisa, eu tô bem. – disse ele rapidamente.

- Acho que não precisa de hospital. – comentou Raquel. - Eu vou pegar um kit de primeiros socorros, esperem.

Raquel sai da sala e entra em um quarto.

- Como você caiu?

- Como você acha? Te procurando, né.

- Ah, foi mal. – exclamou Lia rindo. - É que você tava falando com a Luana e...

- E...?

-... E eu não queria atrapalhar.

Raquel volta pra sala.

- Lia, ajuda ele a levantar, coloca ele no sofá e depois pega uma vassoura e vem limpar o que sobrou do meu vaso. – ordenou a doutora.

- Por que eu? – perguntou Lia indignada.

- Porque eu vou cuidar dele, anda.

Lia ajuda Vitor a levantar, o deita no sofá e depois vai pegar a vassoura. Raquel começa a cuidar dele enquanto Lia varria os cacos de vidro. Vitor olhou pra ela e eles sorriram um para o outro.

- Doutora, tá doendo. – comentou Vitor.

- Eu sei, calma.

- Bem feito. – comentou Lia.

- Para com isso. – retrucou Vitor rindo.

- Como você se machucou? – indagou a mãe de Lia.

- Ah... Eu caí.

- Tombo feio esse que você levou, hein. – exclamou Raquel.

- Tá ficando tarde, eu acho que já vou indo... – disse o motoqueiro.

- De jeito nenhum! – disse a médica. - Você precisa ficar deitado, se não vai piorar.

- Eu prometo que quando chegar em casa eu deito doutora.

- Mãe, deixa ele ir.

- Então eu te levo em casa e você vai ficar deitado amanhã o dia todo, repousando, entendeu? – indicou a mulher.

- Não precisa me levar em casa, eu pego um táxi.

- Ok, mas então eu vou pagar o táxi pra você. Espera um pouco, vou pegar o dinheiro. – finalizou Raquel.

Raquel saiu da sala e Lia se sentou perto de Vitor no sofá.

- Você pode enganar minha mãe, mas não me engana não. Qual é Vitor, eu sei que você não vai pegar táxi nenhum e vai tentar ir de moto pra casa.

- Tá, mas qual o problema? Depois eu te dou o dinheiro que sua mãe vai me dar e você devolve pra ela ué.

- Qual o problema? – retrucou Lia indignada. - Você tá todo quebrado e não vai conseguir voltar dirigindo.

- Tá duvidando, é? – o garoto sorriu tentando aliviar o clima.

- Para de graça.

Vitor foi levantando aos poucos e chegando mais perto de Lia, ele sentia dor, mas sua vontade de beijar ela era maior do que a dor naquele momento.