Céu De Inverno escrita por Hey Evy


Capítulo 36
Marionete


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores!!!!
Sim, sim, eu sei, vocês provavelmente estão querendo me matar... Porém, como eu sempre tenho uma desculpa pra salvar minha pele, aqui está:
Bloqueio criativo, eu sabia o que eu tinha que escrever, só não sabia como escrever, as palavras exatas... Sabe é bem difícil isso... Mas depois de ouvir três horas de música, aqui está o resultado do meu estudo criativo.
BOA LEITURA!!!!



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De repente eu fui empurrada para uma das paredes e uma mão cobriu minha boca, me impedindo de falar ou gritar.

Mas que merda está acontecendo aqui?

–Shhh... Fique bem quietinha, Yukki – Raito sussurrou no meu ouvido, enquanto prendia meu corpo com o dele.

Eu tentei me mexer do aperto de Raito, mas foi em vão.

–Não se esforce em vão, Yukki, L não está aqui para te ouvir – Ele riu com divertimento.

Isso só pode ser brincadeira... O que esse cara está pensando?

–L... Ele é um homem inteligente, você não acha? – Raito perguntou, mesmo sabendo que não havia maneira de eu responder.

–Ele sempre está certo... Até mesmo sobre mim – Ele disse com um riso.

Ele não pode estar falando sério... Ele não pode ser...

–Eu sou Kira – Raito sussurrou, com um sorriso sádico.

Eu senti meu corpo congelar ao ouvir as palavras de Raito.

L estava certo esse tempo todo... Como eu pude ser tão idiota em cair na conversa de bom moço de Raito?

–Ah, não fique assim tão irritada comigo, Yukki-chan – Ele ronronou, enquanto acariciava meus cabelos.

Eu me mexi tentando fazer com que Raito me soltasse, mas tudo que consegui fazer foi arrancar uma risada dele.

–Calma, Yukki-chan, eu vou te soltar... Mas me prometa que irá ficar quietinha, está bem? – Raito disse, entre risos.

Logo em seguida ele finalmente me soltou.

–Por que... Por que, Raito? Nós confiamos em você... Como você pode dar um golpe tão baixo? – Eu sussurrei ainda não acreditando no que o Yagami me falara.

–Você não consegue ver? Olhe pra esse mundo, ele está podre, pessoas de matando aos montes por coisas fúteis, vidas jogadas foram como se fossem lixo e quem deveria acabar com isso apenas olha com os braços cruzados, alguém precisava fazer algo para acabar com isso – Ele rosnou, com um sorriso sádico.

Eu não posso acreditar... Esse está longe de ser o Raito que eu conheço...

–E matar essas pessoas, ser deus de um novo mundo, obrigar as pessoas á viver sob seus caprichos, essa é a solução que Kira almeja? Eu duvido muito que isso irá resolver algo – Eu murmurei, olhando o homem á minha frente atentamente.

Raito apertou os punhos com um olhar irritado.

–Vamos lá, você é uma mulher inteligente, olhe pra estatísticas, as porcentagens nos crimes, desde o aparecimento de Kira elas abaixaram muito, você consegue ver? Eu sou a única salvação pra vocês, eu vou fazer um novo mundo, um novo mundo com apenas pessoas boas, eu vou ser deus desse novo mundo, e eu não iriei permitir ninguém no meu caminho, porque eu sou a justiça – Raito disse com arrogância e um sorriso diabólico.

Eu sentia pena do que Raito estava fazendo com ele mesmo... Quando ele chegou á esse ponto? A um ponto em se considerar deus e a justiça?

–Raito... Você está certo, os números abaixaram muito desde que Kira começou á agir, mas olhe pra você, você está se matando aos poucos... – Eu sussurrei, com um olhar triste.

–Calada! – Raito elevou sua voz com raiva.

–Você mais do que qualquer um deve entender... Pense em como a justiça em seu país foi inútil, você realmente acha que se você continuasse no Japão eles iriam resgatar seu irmão? Não, não mesmo, eles apenas se mexeram porque L se envolveu no caso, e é claro que eles não iriam querer que L os vissem com maus olhos – Ele continuou, com pura raiva em seu olhar.

Eu não poderia deixar de concordar com uma pequena parte do que Raito havia me falado.

–Eu sei disso... Mas matar... Matar para provar que é errado, francamente, isso é ridículo, Raito... Mas acho que tentar discutir isso com você vai ser em vão, por que me contou sobre Kira? Se você é tão inteligente assim sabe que eu não sou uma das pessoas que dariam a vida por Kira... Então por que me contou mesmo sabendo que provavelmente eu iriei contar para L? – Eu perguntei, com uma sobrancelha erguida.

Raito soltou um pequeno riso com meu comentário, e se aproximou de mim.

–Ah, Yukki-chan – Ele disse, com um sorriso astuto, enquanto enrolava uma mecha do meu cabelo entre os dedos, fazendo com que eu me enojasse.

–Você ainda não entendeu? Existe uma razão para que eu tenha te contado... – Ele sussurrou ao serpentear um braço em volta de minha cintura.

Francamente, ele realmente acha que eu vou cair nessa?

–Você é tão inteligente, delicada e bonita... Uma deusa perfeita – Raito sussurrou em meu ouvido.

Eu ri amargamente para a frase clichê do Yagami.

–Foi tão fácil convencer a Misa que você achou que seria mole repedir a tose, não é? – Eu disse com um sorriso sarcástico.

Eu ouvi Raito rir um pouco, antes de me largar.

–Você é bem esperta, Yukki-chan... Acho que vou ter que arranjar um outro meio de te chantagear para que fique ao meu lado, não é? – Ele disse sarcasticamente.

Você vai ter que pensar muito bem... Porque acho bem difícil você conseguir com que eu fique ao seu lado...

Raito se sentou na borda de sua cama, me encarando com um sorriso sádico.

–Vamos ver... Se eu não me engano se escreve Nicollas com dois l, certo? – Raito perguntou-me, com seu sorriso se alargando a cada palavra.

Eu fiquei imobilizada ao ouvir as palavras de Raito... Não, ele não pode estar tão doente a esse ponto...

–Vo-você está mentindo... Você com certeza não tem um Death Note... L está com um e Teru com outro... É impossível que você tenha um... – Eu gaguejei nervosamente.

–Você acha? Por que não testa então? Mas pense bem... Eu sou Kira, eu poderia mata-lo sem que ele ao menos perceba... E sem que você saiba como... Eu tenho todo meu jogo preparado... E você só será uma peça, um peão, para garantir minha vitória, isso é um jogo, Yukki-chan e eu estou apenas garantindo as melhores peças para meu tabuleiro – Raito disse, com seu sorriso doentio.

Não... Ele não tem nada á ver com isso... Eu não posso deixa-lo fazer algo com Nick... Mas eu não posso ser uma cumplice... Eu não posso trair L... O quê eu faço...?

–Vamos lá, Yukki-chan, você não deixaria ele morrer assim tão cedo... Pobre garoto... Ele tem muito sonhos, não é? E seus pais... Aposto que eles ficariam arrasados... Iriam perder o filho mais velho... Você não deixaria isso acontecer, não é? Você tem um bom coração... Não deixaria os outros pagarem por um erro seu... – Raito riu, com divertimento.

Eu tomei uma respiração funda... Eu estava em uma situação pior do que a de Beyond e Alfred ,será que é apenas impressão minha, ou desde que eu vim trabalhar no caso Kira eu estou me tornando um imã pra problemas?

–Eu... Eu... Eu não posso fazer isso... – Eu suspirei, esfregando as pálpebras.

–É claro que pode... Não se preocupe, você não terá que matar ninguém... Tudo que terá que fazer é atrasar L – Raito disse com calma.

–O- o quê? Como você acha que eu vou fazer isso? Ele só vive para o trabalho – Eu disse, franzindo a testa.

Raito riu da minha reação.

–Não seja idiota, está mais que claro que L está caidinho por você, vai ser fácil pra você – Raito disse, com um sorriso.

............O quê............?

–Claro que não! L é focado demais no trabalho para esse tipo de coisa – Eu praticamente gritei.

Raito franziu a testa para meu tom de voz.

–Que seja, se não consegue ver, não vou me esforçar para que veja, eu apenas quero que o distancie do caso de um jeito ou de outro... Eu preciso ganhar tempo... – Raito murmurou pensativamente.

Eu sabia que iria me odiar pela minha decisão, mas com certeza me odiaria mais por não ter feito algo para salvar o Nick...

–Tudo bem... Mas eu quero deixar bem claro, eu não faço isso por medo de você, e sim pela sua chantagem barata, eu sei que vou me arrepender disso pelo resto da minha vida... Mas eu não conseguiria viver sabendo que poderia ter impedido que algo acontecesse com Nick... – Eu sussurrei, com nojo de minhas próprias palavras e com algumas lágrimas que já se formavam em meu rosto.

Raito sorriu vitoriosamente para minhas palavras e caminhou até minha frente.

–Boa garota, mas nem pense em dizer uma palavra para L, Nicollas não seria a primeira e a última pessoa que eu mataria – Raito sussurrou, segurando meu queixo com força, obrigando-me a olhar nos seus olhos nublados por ganancia e ódio.

Eu não pude evitar que algumas lágrimas escorressem sobre meu rosto. Eu me sentia tão envergonhada pelo que estava fazendo... Talvez... Talvez quando tudo acabar L possa me perdoar...

–Ei! Raito! O papai chegou, venha dar um oi pra ele! – A voz de Sayu gritou, fazendo com que Raito me soltasse.

–Aja naturalmente – Raito murmurou-me, antes de abrir a porta do quarto.

Nós descemos as escadas e entramos na sala, no sofá, além de Sayu estava sentado um homem de meia idade, ele tinha cabelos escuros levemente grisalhos, e usava roupas formais, óculos e um bigode.

–Pai, como o senhor está? – Raito cumprimentou o homem, com um sorriso gentil.

Como ele consegue ser tão sínico? Eu sinto muita pena da família dele... Com certeza devem pensar que ele era um exemplo de bom menino que eu também achava...

–Eu vou bem, e como vai o caso, meu filho? – O homem perguntou com um sorriso.

–Tudo vai bem, essa é Yukki Scarllet, ela é aquela garota que eu lhe disse, Yukki esse é Soichiro Yagami, meu pai – Raito me apresentou ao pai, com um pequeno sorriso.

–É um prazer conhece-lo – Eu me curvei educadamente.

O pai de Raito se inclinou.

–Igualmente, então você também trabalha no caso Kira... É muito bom ver jovens como vocês se dedicando em uma causa dessas... Para mim Raito é um motivo de orgulho, a maioria dos jovens da sua idade não tem o mínimo de responsabilidade, mas veja ele, seguindo os mesmos passos de seu pai, fazendo com que o mundo fique com menos psicopatas como Kira – Soichiro disse, com um sorriso orgulhoso ao segurar o ombro de Raito.

Como Raito consegue fazer isso com a própria família?

–Tudo bem, tudo bem – Sayu murmurou, com um pouco de irritação e ciúmes em sua voz.

–Por que você e sua namora... Quer dizer, a Yukki-san não ficam para o jantar? A mamãe disse que não iria demorar muito – Sayu disse, com um pequeno sorriso travesso.

–Não vai dar Sayu, acho que o pessoal já deve estar preocupado, acho melhor até irmos andando, já está ficando um pouco tarde – Raito respondeu calmamente.

Sayu estufou as bochechas com uma cara irritada.

–Quem sabe outro dia, Sayu-san? – Eu sugeri, com um pequeno sorriso, por mais que eu estivesse sentindo um ódio mortal por Raito, isso não significa que eu não iria querer mais ver sua família... Além do mais, eles não devem nem suspeitar dele.

A garota abriu um meio sorriso e acenou com a cabeça.

Logo depois, nos despedimos dos pais de Raito e Sayu, e caminhamos de volta para a sede, por mais estranho que parece, Raito não trocou uma palavra comigo até chegarmos ao enorme prédio. Quando entramos no prédio, eu não pude deixar o nervosismo e a culpa tomar conta de mim, como eu conseguiria encarar L depois disso?

Eu esfreguei minhas mãos suadas na barra da minha saia, quando entramos na escura sala de investigação. Em frente às telas dos computadores, estavam sentados dois homens muito semelhantes, L e Beyond, quando perceberam nossa presença ambos se viraram para nos olhar.

–Vocês demoraram... Estávamos começando a nos preocupar, o que estavam fazendo? – L perguntou diretamente.

–Eu acabei me encontrando com a Yukki-chan quando ela havia saído do... Ah, como posso dizer? Serviço com o Mikami... – Raito disse, com um pequeno sorriso.

–Certo... A Amane-chan estava muito preocupada com você, Yagami-kun, eu sugiro que você vá vê-la – L disse cautelosamente.

–Claro, boa noite – Raito se despediu, antes de pegar o elevador.

Eu estava me auto debatendo em ir para meu quarto ou correr e falar tudo para L, mas... O receio do que Kira poderia fazer com Nick ainda tomava conta de mim.

–Yukki-chan, sente-se, por favor – L me chamou.

Eu engoli o seco em minha garganta e me sentei ao lado de Beyond.

–Então, como foi com Mikami? – L perguntou, me observando atentamente.

–Be-bem, um-muito bem... – Eu gaguejei nervosamente.

Ambos os homens olharam para mim com uma sobrancelha erguida.

–Você está bem? Aconteceu alguma coisa? – Beyond perguntou-me, com um olhar preocupado.

–Nã- não, e-eu estou bem, só um pouco cansada, isso é tudo – Eu ri nervosamente.

Vamos, Yukki, você consegue mentir melhor que isso...

–Tem certeza, você está pálida, está passando mal? Quer que te levem ao médico? – L perguntou, com a testa franzida e um olhar atento sobre mim.

Como você pode, Yukki? Esse é provavelmente o homem que mais te ajudou nesses últimos meses e você o traiu assim tão descaradamente, que tipo de monstro é você?

–E-eu... Eu... Eu – Eu tentava dizer algo, mas nada saia, e só piorou quando eu comecei á suar frio.

...Ótimo, sai dessa agora espertinha...

Fim do capitulo 36!!!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?
Cuidado com ruas escuras... Eu tinha medo delas quando eu era viva (Uí, assombrando geral, fiquem sem dormir a noite u.u)
Até a próxima and.... LET'S GROOVE!!!