Bruno abriu a porta e me puxou para dentro.

Na sala havia estantes com vários livros e uma mesa no centro com uma poltrona e um homem sentado nela, quando percebeu minha presença o homem rapidamente abriu um sorriso.

-Como é bom te ver de novo, Yukki Scarllet – Albert disse olhando diretamente para mim.

Eu apenas fiquei parada olhando para seus olhos frios.

-Qual é o problema? Por que está tão calada? – Ele perguntou com diversão.

Albert se levantou e caminhou até minha frente, ele pegou meu rosto com força forçando-me a olhar nos seus olhos azuis gelados.

-Você está morrendo de medo, não é? Eu me pergunto quem você te salvar agora... Beyond Birthday? L? Ou aquele delegado miserável? – Ele perguntou com um sorriso arrogante.

Eu olhei para ele por um segundo e logo sem seguida comecei á rir.

-Você é patético – Eu disse ainda rindo.

Albert apenas olhou para mim como se eu fosse louca.

-Você não é muito esperto, não é? Você parou pra pensar nesse seu planozinho de merda? Contratar um dos mais perigosos seriais killers para me matar, muito bem bolado, mas aqueles dois homens... Como eles se chamavam mesmo? ... Oh, o Bernatt e o Scott, bem eles disseram umas coisas e o Beyond ouviu, e depois como todos sabem, ele os matou, mas você realmente acha que o Beyond vai deixar você o enganar assim facilmente? – Eu perguntei com um sorriso.

-Cala a boca, você acha que eu tenho medo de um assassino vagabundo? Ele não vai conseguir nem entrar na mansão sem levar um tiro – Albert disse irritado.

Eu soltei mais um pequeno riso.

-Não, ele não, mas você sabia que se ele fala L o escuta? Ainda mais se for para falar do homem que o contratou para me matar, sabe, eu e L nos damos muito bem, e eu pessoalmente acho que se você me matar L o colocara em uma cela pelo resto de sua vida... Mas eu não te culpo por seu plano patético, eu acho que você está obcecado demais em mim para pensar em um plano melhor – Eu o retruquei com um sorriso arrogante.

Albert olhou para mim com pura raiva e levantou a mão para me bater, mas a voz de Bruno o interrompeu.

-Espera um pouco, você contratou Beyond Birthday para mata- lá? Você é doente – Bruno rosnou com raiva.

-O que você ainda está fazendo aqui? Vá embora, eu não preciso mais dos seus servicinhos sujos – Albert gritou com raiva.

Bruno olhou para mim por alguns segundos e hesitantemente saiu da sala.

Albert pegou meus braços com força e tirou um par de algemas do bolso do paletó.

-Vamos ver se você vai continuar confiante assim – Ele murmurou com raiva enquanto algemava minhas mãos.

Albert me puxou para fora da sala e começou a me arrastar para um dos inúmeros corredores da mansão até chegarmos á uma porta de madeira velha, a porta era guardada por dois homens altos e fortes que como todos na mansão usavam terno preto.

Albert olhou para eles e disse algo em alemão.

Os homens concordaram com a cabeça e rapidamente abriram da porta, Albert puxou meu braço e me arrastou para dentro da sala, os dois seguranças também entraram na sala e um deles fechou a porta.

A sala era na verdade um pequeno e mal iluminado quarto com apenas uma velha cama, apesar da pouca luz era possível ver a silhueta de um homem agachado no chão com o rosto entre os joelhos, foi quando eu percebi quem era aquele homem...

-Nick – Eu disse com meus olhos já enchendo de lágrimas.

Nick rapidamente levantou a cabeça e olhou surpreso para mim.

-Yukki... – Ele murmurou fracamente.

Eu dei um passo para frente só para Albert me segurar pelos cabelos.

-Solta ela, seu bastardo de merda – Nick murmurou com raiva.

Albert soltou um riso e disse algo em alemão.

Nick se levou e foi em direção de Albert, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa os dois seguranças de Albert seguraram ele pelos braços.

-E agora? Por que você não chama por L, Yukki Scarllet? Vocês não são tão amigos? – Albert perguntou com divertimento.

Eu ignorei Albert e continuei a olhar para Nick, ele parecia tão cansado...

-Eu vou fazer você pagar por tudo que você fez por mim – Albert sussurrou puxando meu cabelo.

Albert disse mais alguma coisa em alemão, os seguranças abriram um pequeno sorriso e um deles deu um chute no estomago de Nick, que soltou um grito de dor.

-Pare, você disse que não iria fazer mal á ele, eu já estou aqui, então pare com isso, ele não tem culpa, por favor, deixe ele ir – Eu implorei para Albert com lágrimas rolando por meu rosto.

-Eu estou morrendo de pena de você, você deve estar morrendo de culpa sabendo que se não fosse por você ele não estaria assim agora – Albert disse com puro divertimento.

Droga onde está o delegado...?

Albert me soltou e foi em direção á Nick, os seguranças o seguraram enquanto Albert procurava algo no paletó, eu senti meu corpo congelar quando ele tirou de lá uma arma e colocou-a na cabeça de Nick.

-Por que ficou tão assustada de repente? – Albert perguntou com um sorriso.

-Por favor, não o mate – Eu sussurrei olhando para Albert.

Albert apenas riu com divertimento.

-O que é pior, ser sequestrada por um psicopata, ser traída por um colega de trabalho ou ver uma pessoa amada morrer na sua frente? – Albert me perguntou com diversão em sua voz.

Aquele homem é com certeza um doente, eu precisava fazer alguma coisa, mas era inútil minhas mãos estavam algemas e mesmo com eu pedindo ele só ignorava, tudo o que eu posso fazer é esperar o delegado e pedir á Deus para que tudo ficasse bem.

De repente um barulho de tiro me tirou dos meus pensamentos, eu olhei para Nick só para ter a surpresa que ele estava vivo.

Albert olhou com raiva para os seus seguranças e gritou alguma coisa para eles, os seguranças soltaram rapidamente o Nick e saíram da sala, depois que eles saíram ouvi mais dois tiros.

Eu olhei para Albert, que estava visivelmente furioso, já Nick estava com um pequeno sorriso nos lábios.

-Eu acho que seus seguranças não são tão competentes como você pensava, não é Albert? – Nick disse rindo um pouco.

Albert olhou com raiva para Nick e deu um soco em seu rosto, o fazendo cair no chão.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa a porta aberta chamou a atenção de todos, Bruno entrou calmamente.

-O que você ainda está fazendo aqui? Eu já mandei você ir embora – Albert gritou com raiva.

Bruno tirou uma arma da cintura e a apontou para Albert.

-Policia federal, largue a arma, Albert Thorsten você está sendo acusado de manter em cárcere privado Nicollas Fujioka e da tentativa de assassinato de Yukki Scarllet Fujioka, seu único direito é o de permanecer calado – Bruno disse rigorosamente.

Albert olhou para ele com pura confusão e medo.

-O que você está falando? Nós tínhamos um acordo está lembrado? – Albert perguntou irritado.

-Você é idiota ou o quê? Você realmente achou que eu estava traído o delegado por uns trocados? Não mesmo, isso só foi um plano para colocar você atrás das grades, e conseguimos, nesse momento 50 policiais estão na sua mansão, desista Albert, o jogo acabou – Bruno disse com um pequeno sorriso.

O corpo de Albert começou a tremer, e pela expressão do seu rosto eu podia dizer que era de raiva.

-Não, essa vadia tem que pagar pelo que ela fez – Albert gritou com raiva apontando a arma para mim.

Sem hesitar Bruno atirou no ombro de Albert o fazendo largar a arma.

-Ela não fez nada, tudo que ela fez foi tentar fazer com que vermes como você ficasse aonde deveriam – Bruno rosnou com raiva.

Logo em seguida o delegado entrou na sala.

-Estou orgulhoso de você, garoto – Ele disse colocando uma mão no ombro de Bruno.

-Obrigado, senhor – Bruno disse com um sorriso.

O delegado caminhou até Albert e sussurrou alguma coisa para ele, Albert engasgou e tirou uma chave do bolso do paletó.

O delegado pegou a chave e caminhou até mim e tirou soltou minhas mãos, ele pegou as algemas e usou-as para prender as mãos de Albert.

-O que você está esperando, você não está morrendo de saudades dele? – Bruno me perguntou com um sorriso caloroso.

Eu me levantei imediatamente e corri pra abraçar Nick que ainda estava sentado no chão.

-Me desculpe, me desculpe, é tudo minha culpa, por favor, Nick, me desculpe – Eu sussurrei enterrando meu rosto no peito de Nick enquanto chorava como criança.

-Eu é que devo me desculpar, eu disse que seria ser seu herói, seu samurai, mas olha só pra mim, eu sou a donzela em perigo, me desculpe por não te proteger como eu deveria – Nick disse esfregando minhas costas.

-Nã-não, vo-você é meu herói, não diga que não é, você é meu samurai, eu te amo tanto – Eu disse chorando ainda mais.

-Droga mulher, você quer me fazer chorar? – Nick perguntou rindo levemente.

Eu ri um pouco e soltei ele.

-Você é minha heroína – Nick sussurrou limpando os restos das minhas lágrimas com o polegar.

-Agora, vamos ir, eu estou morrendo de fome, e eu preciso tomar um banho daqueles – Nick disse animadamente se levantando.

Nick e eu saímos da sala deixando Bruno, o delegado e Albert, quando estávamos quase descendo as escadas um grito me fez virar.

-Eu não vou deixar ele me enganar duas vezes, ela merece morrer – Albert gritou com fúria, enquanto Bruno e o delegado tentavam segura-lo.

Albert conseguiu pegar a arma que estava na cintura de Bruno e disparou.

Eu senti uma dor no meu estômago.

A última coisa que eu me lembro é de Nick e Bruno gritando meu nome, depois tudo ficou escuro.

Fim do capitulo 25!!!!