Olhei para os lados, senti meu corpo diferente do normal, a janela estava fechada e Sasuke dormia um sono de pedra ao meu lado, sem camisa, os cabelos desgrenhado e os lábios carmins entreabertos, olhei para baixo estava sem roupa, suspende o lençol e corei com a nossa nudez, ai meu Deus! O que eu fiz! Eu estou grávida! Será que tem problema? Olha o que eu estou pensando! Alô! Sakura! Olha quem está deitado do seu lado! E você burra que deixou! Burra! Burra!

Tentei descer da cama, mas ele estava com os braços ao beu redor me segurando como se soubesse que eu iria fugir pela manhã, olhei novamente para sua cara de anjo e por um momento tive pena de deixar ele ali, mas antes de resolver meu dilema intelectual a Karin abriu a porta e parou morta e pálida encarando nós dois, esperei o grito que não veio, esperei que Sasuke acordasse de sobressalta e dissesse "não é nada disso que você está pensando!", mas isso também não aconteceu, ela saiu fechou a porta sem fazer barulho e entrou novamente, teve a mesma reação como se para ter certeza do que estava vendo, então veio o grito e Sasuke acordou de sobressalto dizendo "não é nada disso que você está pensando!", porém o fato dele ter levantado nu ao dizer isso não ajudou muito ela gritou mais uma vez.

-ITACHI! VEM VER! ITACHII!

-Que porra está acontecendo aqui?! - Itachi falou sem se virar para cena minha e de Sasuke nus na cama.

-Olha para trás! - ele se virou e nos olhou sem acreditar no que estava acontecendo, chegou perto de Sasuke e lhe deu um tapa no rosto.

-VOCÊ SABE O QUE VOCÊ FEZ?! ELA ESTÁ GRÁVIDA! VOCÊ LEMBRA DISSO?!

-Itachi, por favor... - falei debilmente.

-Eu sei que você nem tem culpa! Não precisa se justificar...

-Não Itachi! Para de me proteger! Ele só está aqui porque eu quis, eu deixei, a culpa não é só dele.

-Sakura, você não é minha namorada, não tem que me justificar nada, nossa relação afetiva é difrente, mas por que justo ele? Sakura ele te rejeitou quando você mais precisou!

-O que está acontecendo aqui? Eu não estou entendendo mais nada! - Karin descia escorregando pela soleira da porta enquanto tentava conter as lágrimas.

-Cala a boca Karin! - Itachi esbraveja para a figura pálida de Karin encolhida na soleira da porta - Se você não pode ajudar, não atrapalhe mais, metade dessas coisas não teriam acontecido se você não tivesse aparecido!

-Não culpe ela pela covardia do Sasuke! Ela é insuportável, incoveniente e sem noção, mas não foi culpa dela!

-Diferente dos nossos pais ela teve escolha, ela só aceitou o casamentos porque quis, ela já devia estar de olho nele a um bom tempo, mas essa criança não sabe o que é um casamento, ela nem sabe o que é amar alguém, ela só ama ela mesma.

-O que é que eu tenho haver com isso? Eles me traiem e eu ainda tenho culpa?! - todos pareceram ignorar o que ela disse, e Itachi centrava sua atenção em mim.

-Você não sabe como eu me sinto por ter aceitado esse casamento, Itachi não fique me julgando pelos meus desejos egoístas, pois os seus são tanto quantos.

-Eu não quero ouvir essa choradeira sua e da Karin, tire ela daqui.

-Eu vou Itachi, mas eu vou voltar para buscar a Sakura e nós vamos embora. - Itachi paralisou, os soluços histéricos do choro da Karin cessaram restava apenas os dois rostos atônitos as nos encarar.

-Como assim você vai embora Sasuke-kun? - Karin levantou-se num pulo enquanto Itachi permanecia chocado.

-Pegando o carro e indo.

-COMO ASSIM VOCÊ VAI EMBORA? VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR! NÓS TEMOS UM CONTRATO!

-Cobre esse contrato do meu pai, ele vai te ressacer de todas as formas que você pedir.

-Mas eu te amo, você não pode me deixar! A Sakura está grávida! Nós nem sabemos quem é o pai, pode ser o Itachi, como pode ser qualquer outro!

-Não fale assim dela! - ela se agarrava a ele chorando como se isso fosse impedi-lo de ir.

-Sasuke, - Itachi saiu do estado de choque e falava calmo e pausdamente - leva a Karin para fora daqui, converse com ela, explique tudo e faça-a entender, depois volte e vamos resolver isso nós três. - Sasuke saiu levando Karin pelo braço, ela não podia andar sozinha, acho que se ele a soltasse ela iria com tudo de encontro ao chão. - Sakura, por favor, me explique o que aconteceu aqui.

-Itachi eu vou entender se você se sentir traído, mas eu amo o Sasuke, sempre amei, eu não queria, mas eu não consigo esquecer ele, ele veio aqui e ontem, bêbado, e me prometeu que nós íamos fugir, eu quero ir com ele, eu sei que você não aprova, mas eu vou.

-Que bom que você finalmente entendeu o que você sente, - ele sorriu de um jeito doce como eu jamais tinha visto - se você realmente quer isso eu não vou me opor de maneira alguma, mas você já pensou que a Karin não vai largar o osso assim tão fácil?

-Não entendi.

-Ela não ama ele, isso é fato, mas ela pensa que ama e isso já é suficiente.

-E?

-Vamos ver o que acontece depois disso, tenho a nítida impressão de que essa fuga vai ser adiada um pouquinho. Por hora é melhor você vestir algo e se alimentar, eu também diria que seria bom se você não ficasse com o Sasuke hoje, deixe as coisas se acertarem no seu tempo.

Coloquei ele para fora do quarto aos tapas por ter ficado me olhando nua esse tempo todo e fui tomar banho, não tinha parado para pensar, mas eu estava grávida e apesar de eu quase não notar meu ventre pesava de vez em quando, afinal já faziam três meses que aquele pequeno serzinho de pai desconhecido habitava meu corpo, também comendo feito uma porca é lógico que ia ficar pesada, não vi mais Sasuke durante o dia inteiro, aquela ansiedade de vê-lo tinha voltado para mim, cada carro que estacionava, ou simplesmente passava por ali fazia meu coração dar pulos, se ele não chegasse logo eu iria enlouquecer, ou quem sabe enlouquecer o Itachi que tinha escondido os chocolates e quase me amarrou a uma cadeira para eu parar de andar de um lado para o outro.

A noite logo veio e eu continuava plantada na sala esperando ele chegar até que finalmente ele entrou pela porta de entrada um tanto pálido eu diria, ele me viu, mas passou direto e subiu as escadas, não entendi, mas quem ia entender ele, é quase impossível! Subi logo atrás e entrei no quarto sem bater, me sentei na cama e fiquei o observando enquanto ele me olhava com um ar de mistério.

-Que foi? - ele falou depois de longos minutos.

-Nada, você passou e não falou comigo, então eu vim ver o que aconteceu.

-Não foi nada.

-Nada? Tem certeza?

-A Karin deu trabalho para ficar em casa, eu não vou me surpreender se o pai dela ligar dizendo que ela fugiu.

-Tem louca para tudo... - sussurrei.

-O que?

-Nada não. Mas essa cara toda não é só por isso não é mesmo?

-A gente não vai poder viajar hoje.

-Eu sei.

-Como você sabe?!

-Você nunca cumpre as suas promessas.

-Não é bem assim, eu vou ter que resolver umas coisas primeiro e eu queria saber o sexo do bebê antes de ir.

-Faz sentindo, apesar de que a cada dia o seu casamento se aproxima...

-Eu não vou mais me casar, tudo depende da Karin, mas ela já percebeu que eu não a amo.

-Eu não seria tão otimista assim.

-Seu pessimismo é que me mata!

-Não pessimismo, é realismo. Aquela lá é louca! É lógico que não vai desistir de casar.

-Mas eu não posso desistir sozinho, tem que ser um acordo de ambas as partes, é isso que está no contrato.

-Como assim?

-No contrato de compromisso existe uma cláusula de que se uma das partes não concordar mais com a união terá de pagar uma indenização BEM ALTA!

-É tão alta assim?

-Sim, é muito alta, quase o valor da empresa, meu pai me mataria, e ela fez questão de jogar isso na minha cara.

-E o que nós vamos fazer?

-Graças a Deus infidelidade não está no contrato, - ele passou a mão pelo meu cabelo - enquanto isso nós vamos fazer ela desistir.

-Posso bater nela?

-Não, não pode bater nela, isso é agressão e você vai acabar presa.

-Eles não prenderiam uma mulher grávida...

-É, pensando por esse lado... Não, de jeito nenhum, se ela encostasse um dedo em você eu não ia me perdoar.

-Juro que não vou bater nela, agora vamos pensar em como nos livrar dela.

-Pode ser amanhã? Eu estou morte de cansaço.

-Se ela não chegar aqui antes do Sol nascer...

-O Itachi disse que vai cuidar disso para mim, caso ela apareça ele mesmo vai coloca-la para fora.

-Por enquanto é melhor que muitas pessoas não saibam que nós voltamos, como antigamente - incrível, mas falar isso me trouxe uma nostalgia que eu nunca imaginaria

-Por quê?

-Todo mundo acha que o meu filho é do Itachi, apesar disso não ser confirmado, se de repente você larga a Karin para ficar comigo vai ser um caos no colégio e na empresa, vão dizer que você roubou a namorada do seu irmão e podem até supor que nós já tinhamos um caso, o que não é mentira, mas vão falar que esse filho deve ser seu e quando o bebê nascer seu pai vai querer fazer o teste, para saber se a criança é ou não neta dele, vamos imaginar que o filho não seja de nenhum de vocês dois, o que você vai fazer com toda essa desordem?

-Faz sentido... Está bem, ficamos em segredo, difícil vai ser manter a Karin de bico calado.

-Deixe que dela eu cuido.

-Olha lá o que você vai fazer...

-Não vou fazer nada de mais, nós só vamos conversar.

Deitei ao seu lado na cama e dormi aninhada a ele, queria realmente guardar aquele cheiro do qual eu sentia tanta falta, o perfume suave da sua pele, maciez dos seus cabelos, a textura daqueles lábios carmins, era bom estar ali, mesmo que não dure para sempre aqueles segundos podiam ser intermináveis.

No outro dia de manhã fomos para o colégio como de costume, e como de costume sentamos separados, mas as meninas notaram algo mais diferente e ficaram me interrogando a aula de matemática inteira até eu contá-las o que aconteceu, a Ino apoiou de primeira, as meninas ainda acharam meio estranho, mas disseram que iam ajudar a tirar a Karin do jogo, isso só me lembrou que eu tinha que conversar com ela, durante o intervalo fui falar com ela já esperando o pior.

-Karin?

-O que é que você quer ladra de noivo? - "calma Sakura" eu disse a mim mesma

-Eu quero conversar com você, esclarecer tudo.

-Não tem nada pra esclarecer, você roubou meu noivo e ponto.

-Isso quer dizer que você vai desistir de casar?

-Não. - como uma palavra tão pequena podia abalar tanta coisa?

-Mas ele não te ama!

-Isso é coisa de tempo, depois do casamento ele vai me amar.

-Não, ele não vai te amar, porque ele me ama.

-Isso também reversível... Era só isso que você queria falar comigo?

-Não, na verdade eu queria saber se você vai falar por aí que eu e o Sasuke estamos juntos.

-Claro que sim, você não merece ficar aonde eu posso te ver, eu não vou aceitar a traição do Sasuke assim normalmente. - suei frio por dentro, mas tinha que ser rápida, pois ela não podia notar isso.

-Que bom. - ela não entendeu o que eu havia dito.

-Como assim? Você vai ser desmoralizada na frente de todo mundo!

-Mas depois disso todos já vão saber e eu e o Sasuke vamos poder ir embora livremente, afinal você que vai levar a fama de otária não é? E se você aceitar o noivo traidor de volta quem vai se desmoralizar vai ser você.

-Você não faria isso!

-Quer pagar para ver? Vai lá e conta é um favor que você me faz, ou mesma vou contar. - ai como eu sou esperta! Se eu não fosse eu teria inveja de mim!

-Não! Pelo amor de Deus!

-Por que eu faria isso?

-Eu faço qualquer coisa!

-Até desistir do casamento?

-Isso nunca, antes a fama do que sem o Sasuke.... Eu não conto para ninguém, eu deixo de ir aquela casa, eu nem falo com ele no colégio, mas não tira ele de mim, por favor - ela começou a chorar histericamente como de costume, mas não ia ser bom isso na escola.

-Primeiro pare de chorar e por enquanto isso está bom, vá para a aula e finja que nada aconteceu, se não você já sabe.

Assisti a última aula que foi de Literatura e voltei para casa com Sasuke.

-Como você conseguiu fazer ela não falar?

-Tenho meus métodos meu bem.

-Às vezes acho que você é alguma extraterrestre, só você consegue essas coisas sobrehumanas.

-Não, eu apenas sou mulher sabe? Quinhentos milhões de vezes mais capaz que um homem.

-Feminista...

-Não sou lésbica.

-Nem toda feminista é lésbica, santa ignorância.

-Mas as feministas são contra os homens né?

-Não Sakura, não são, elas lutam por igualdade e não por superioridade....

-Certo, não quero ouvir mais dessas explicações demoradas.

-E agora nós vamos fazer o que para comemorar? - ele veio me beijando devagarzinho até eu dar um pulo.

-Vamos ao shopping!

-Fazer o que no shopping, melhor aqui eu e você.

-Não! Eu lembrei que tem um conjuntinho lindo que eu vi numa loja que eu tenho que comprar antes que acabe!

-Você nem sabe o sexo do bebê!

-Por isso mesmo! Eu compro dois um rosa e um azul.

-Por que eu ainda pergunto? Por que você simplesmente não compra um amarelo?

-Porque amarelo bebê é brega e desbotado.

-Se isso te faz feliz, nós vamos. - nesse momento o celular dele tocou, senti ele enrijecer sob meus braços, tentei ouvir quem era, mas não consegui, esperei ele desligar.

-O que foi? Você está pálido!

-Sakura a Karin adiantou o casamento! Ela quer casar em menos de um mês!

-Puta desgraçada!

-Calma olha o bebê!

-Como é que a gente fica se você casar?

-Não vai ter casamento, na pior das hipóteses existe divórcio, o compromisso é de casamento não de não-divórcio.

-Eu não quero ver aquela vaquinha entrando na igreja com você, não quero, por favor, não me peça isso!

-Eu não vou te pedir, porque isso não vai acontecer, você queria ir ao shopping, não é mesmo?

-Não, a gente tem que resolver isso primeiro!

-Ficar desesperado não vai ajudar nada, vamos?

-Se você insiste, mas eu ainda acho que você devia ir ver isso logo.

-Não se preocupe, eu vou cuidar de tudo.

Sasuke me levou até o shopping e eu comprei os dois conjuntos, até fomos ao cinema, mas aquilo não me saia da cabeça, a Karin não iria abri a boca, isso é fato, mas para não perder o Sasuke ela adiantou o casamento, ela está querendo entrar em conflito comigo, deve estar apostando na paternidade dessa criança, tenho certeza, mas eu quero acreditar que esse filho é do Sasuke, tem que ser, não quero nem imaginar essa criancinha loira dos olhos azuis ou com os cabelos ruivos e olhos verdes, quem sabe com cara de cachorro! Ai meu Deus! O que é que eu faço se esse filho não for dele? E se for do Itachi? Ele não vai querer abdicar do filho, tenho certeza, vou explodir! Sasuke notou minha ansiedade, não disse nada, mas senti sua preocupação em cada toque, cada abraço, cada beijo, ele não queria me deixar nervosa e isso só provava que tinha algo com que eu devia me preocupar, que medo de perder ele.