Elena está sentada no chão lendo um de seus livros de feitiços, Stefan está do outro lado de pé encostado á uma árvore. Ambos estão em puro silêncio.

–Tá fazendo o que Bruxa? –Stefan pergunta com seu ar de superioridade. –Procurando algum feitiço para me matar no meio da floresta? –Ele ri ironicamente. –Vamos Bruxa. Ficou muda?

–Por que você me trata assim? Eu não te faço nada de ruim e você só me maltrata. –Elena se revolta contra as atitudes de Stefan. –Cansei disso, eu faço tudo por você e você só me julga. Chega Stefan. Chega. –Ela joga o livro no chão e sai andando com passos nervosos e as lágrimas irritando seus olhos.

–Hey... Bru... Elena. –Stefan vai atrás dela. –Onde você está? –Ele a procura, mas parece que a moça sumiu.

Ele passa á tarde inteira procurando pela moça, ele a chama diversas vezes e nada dela. Stefan se cansa e se ira e sai andando de volta para onde estavam.

–Você enlouqueceu? –Ele se ira ainda mais ao ver Elena escrevendo algo. –Eu passei a tarde inteira atrás de você. –Ele grita.

–Eu sei, eu vi. –Ela nem ao menos o encara.

–Olhe para mim enquanto eu falo Bruxa. –Ele vai até ela, puxa violentamente o pequeno caderninho e joga no chão.

–Eu não consigo te entender. –Elena enche os olhos d’água. –Uma hora você se preocupa com o meu sumiço e na outra você grita comigo e joga meu diário no chão. –Elena grita ainda sentada no chão.

Stefan se abaixa e pega o diário, ele olha fixamente para a capa. Um caderninho roxo, na frente um brasão que ele não reconhece, uma fita fina e delicada é usada para prendê-lo. Stefan abre o caderno.

–Pare Stefan. Devolva-me. –Elena teme pelo o que Stefan vai ler.

Ele ignora e fixa o olhar na contracapa do diário, nela há apenas uma escrita “Pertence á Elena Gilbert” a letra da moça é perfeita e redonda.

–Stefan, por favor. –Ele se rende e caminha até ela.

–Não, não. Eu quero ler isso. –A moça loira puxa o diário das mãos de Stefan. –Eu vou ler isso. –Rebekah sorri sarcasticamente. -Vamos ver o que tem na primeira página. –Stefan olha para Elena que sente humilhada. –Bom... –Rebekah limpa a garganta e começa a ler.

“Querido diário...

Abby me deu esse diário, ela disse que eu podia escrever em você como se estivesse contando para a minha mãe.

E é sobre isso que eu vou falar na primeira página. Eu sou Elena Gilbert, tenho cinco anos. Eu vi minha mãe ser morta na minha frente e meu irmão roubado. Gostaria de saber onde Alaric está eu confio nele e sinto muita falta dele.

Sabe, eu sinto muita falta de quando a minha mãe cantava para que eu conseguisse dormir. Ela era um anjo, bom... Acho que ela é um anjo agora.

Abby é legal, ela pediu para que confiasse nela. Ela também me disse que eu sou uma Bruxa poderosa assim como minha mãe foi um dia.

Eu vou dormir e torcer para sonhar com a minha mãe.

Elena.”

–Como a nossa Elena é fofinha. –Rebekah desdenha. –Blá, blá, blá. –Ela desdenha passando violentamente de uma página para outra. –Meu irmão... blá... blá... blá... Como esse diário é cansativo. –Rebekah revira os olhos.

–Pare Rebekah. –Stefan ordena.

–Espere ai... Dessa aqui você vai gostar. –Rebekah ri. –Ela não usa mais “Querido Diário” isso quer dizer que agora ela já é uma adolescente. -Ela limpa novamente a garganta.

“ Diário...

Hoje eu tive o mesmo sonho. Eu não vejo o rosto dele, sei apenas que ele empunha uma espada com uma pequena Safira enfeitando-a. Gostaria de saber se ele existe.

Eu estive sonhando com ele por muito tempo. A primeira vez que sonhei com ele, ele era apenas uma criança. Lembro-me que no sonho ele chorava no meio de uma floresta. Tive vários outros sonhos com ele.

E agora tive esse sonho, mas desta vez era diferente porque era como se ele fosse me matar com espada. Eu só pude ver seus olhos, é uma única coisa que eu vi dele.

Olhos verdes, intensos e maravilhosos. Se eu fecho os meus olhos consigo ver os olhos dele claramente. Sinto uma coisa estranha quando os vejo.

Elena”

–Eu sei de que olhos verdes você estava falando. –Rebekah ri. –Você tinha visões. –Ela encara Elena que se sente devastada. –Vamos para a próxima.

“Estive pensando sobre o amor. Lembro-me de que mamãe dizia que amava Alaric, e eu me pergunto: O que será o amor?

A Rainha Abby me disse que é uma coisa ruim e que eu jamais posso sentir ele por ninguém. Bonnie disse que nunca irá sentir isso.

Nem eu, nem ela compreendemos esse negócio de amor. Eu e Bonnie pegamos alguns livros em alguns viralejos...”

–Pegaram? Roubaram. –Rebekah interrompe a leitura.

“...Todos eles de romances. Tem um deles que é o meu preferido, chama-se “Amor Proibido- A crônica” eu sempre o leio.

Conta uma história de uma Bruxa que se apaixona por humano, no final eles terminam juntos e felizes morando em um sitio.

Ele me mostrou que se um dia eu me apaixonar eu vou lutar por esse amor. Mesmo Abby dizendo que eu devo amar, eu sinto o contrário.

Elena.”

–Então está explicado o porquê de você ficar se humilhando. –Rebekah revira os olhos. –Vamos ler agora o que Eleninha escreveu quando te encontrou.

“Eu o vi. O Caçador . Ele é um tipo de rapaz diferente, jamais vi ninguém com uma postura tão perfeita.

Ele me viu, senti seus olhos sobre mim e tive a impressão de já conhecê-los de algum lugar. Mas... De onde?

Elena.”

–Que romântico e melancólico. –Ela revira os olhos novamente. –Esse me parece interessante.

“Dancei com ele. O Caçador, Stefan. Senti uma coisa estranha com o vi e outras piores ainda quando ele me tocou.

Ele me deixou nervosa quando se aproximou de mim. O sorriso dele é de outro mundo e eu tive a certeza que eu mais temi. Os olhos verdes dos meus sonhos são os olhos verdes dele. Stefan vai tentar me matar em algum momento de minha vida e agora eu sei o porquê, ele é um Caçador de Bruxas.

Elena.”

–Que tipo de coisas? Posso saber. –Rebekah deixou os ciúmes transpassar pelos seus grandes olhos. –Vamos continuar.

“Estou perdida, Stefan me beijou. Nunca havia beijado ninguém antes dele, Deus o que eu faço agora? Estou completamente apaixonada por ele.

O pior de tudo é que uma noite antes tentei mata-lo. Mas não tive coragem suficiente, acho que prefiro morrer ao ver ele morto...”

–Pobre Elena nunca havia beijado. Deve ter sido horrível beijar uma menina sem experiência não é Stefan? –Rebekah ria e Elena já chorava extremamente magoada. –Agora a outra parte ela conta o outro pedaço.

“Agora ele sabe a verdade, ele sabe que eu sou uma Bruxa. Stefan me odeia e eu me odeio. Ele não entende que eu menti para ele por medo de perdê-lo. Eu o amo.

O nojo e a decepção eram explícitos no olhar dele, ele poderia ter vomitado ali se não estivesse pasmo o suficiente para quase nem respirar.

Nunca pensei que o amor pudesse machucar tanto, acho que Abby tinha razão quando me dizia para nunca me dar uma única chance de amar alguém.

Deveria ter a ouvido.

Elena”

–Pobrezinha. Tão apaixonada e tão decepcionada. –Rebekah fingiu tristeza. –Vamos ler o que Eleninha estava escrevendo há alguns minutos atrás.

“Quando vi Stefan praticamente morto bem ali na minha frente, senti que se eu pudesse eu daria a minha vida por ele. Sabe o que é pior?! Eu sinto tudo isso e ele não se importa. Quando ele se torna aquela Fera eu não consigo ter medo dele e as vezes parece que a humanidade dele só aparece quando ele está transformado. A verdadeira face de Stefan só aparece quando ele não é um Humano Caçador de Bruxas.

E o pior de tudo isso que é que eu o a...”

–Não tem continuação. O que você escreveria aqui Elena? –Rebekah encara a Bruxa. –Que o ama? Coitadinha, ele não te ama e ele nem ao menos se importa com você. Ele me ama ainda. Ele não te ama. –Ela grita e Elena sai correndo.

–Você é maluca? Devolva-me isso. –Stefan puxa o diário das mãos de Rebekah e sai correndo á procura de Elena. –Elena. Elena, fala comigo. Onde você está?

A noite entra e nada de Elena.

–Elena é a última vez que eu te cha... –Stefan avista a silhueta de uma mulher sentada no chão.

–Veio me dizer o que? Tudo o que ela já disse? –Elena diz entre soluços.

–Eu vim te devolver isso. –Ele estende o diário e Elena o agarra.

–Agradecida. –Elena abaixa a cabeça e continua chorando. –Nunca fui tão humilhada na minha vida. Ao menos ela não viu a contracapa de trás.

–O que tem nela? Posso saber? –Stefan está surpreendentemente terno e sentado ao lado dela.

–Stefan Salvatore, My Hero. –Elena abaixa a cabeça e limpa as lágrimas ela está envergonhada.

–Venha Elena, não chore. -Stefan abre os braços e Elena se encaixa dentro deles. Eles ficam vários minutos ali em silêncio apenas abraçados. –Hoje é o último dia da semana que eu vou me transformar. Fuja, já estou sentindo. –Stefan tenta se controlar. –Fuja Elena. –A voz dele já está mudando.

–Não Stefan.

–Eu não sou o seu herói, eu sou um monstro. –Ele tenta se controlar.

–But you’ll always be my hero.