– Sabe o que eu lembrei? Que depois do jantar iríamos a festa. - Falei pro Simon olhando pro teto. Estávamos deitados na minha cama. Não rolou nada. Só ficamos conversando.

– Disse certo. Iríamos. - Então eu não vou esfregar o Simon na cara daquela vadia? Poxa…

– Mas eu quero ir. - Fiz bico.

– Não quero que você vá sozinha.

– Eu chamo a Amy.

– Piorou né, Sophie. Não to falando por você. Falo pelos outros. Você sabe como são os meninos.

– Então eu fico acampada junto com você.

– Mas nem pensar! Vai ter um monte de caras lá.

– Mas você vai tá junto.

– A gente vê isso depois. - Revirei os olhos. Vou acabar passando a sexta em casa com a companhia de um pote de sorvete e de filmes de comédia romântica. - Acho que eu mereço um beijo.

– EU mereço um beijo, seu cara de pau! Você me deixa SOZINHA, fura comigo e ainda diz que merece um beijo? Você merece um tapa na cara, Simon!

– Mas… Apesar disso, eu sou um bom namorado. - Sei, sei…

– Pega pipoca pra mim. Mostra que é um bom namorado.

– Isso é exploração.

– Cala a boca e vai logo. E traz Coca! - Simon saiu do quarto resmungando. Revirei os olhos. Esse menino só reclama.

POV Jenny

Hoje eu volto a trabalhar. Considere que eu esteja revirando os olhos nesse exato momento. Bom, o Logan vai ficar com a babá que o Jason contratou. Deixo bem claro que eu odeio babás. Quando era a Sophie, elas não duravam duas semanas. Todas oferecidas.

– Que horas a menina vai chegar? - Jason perguntou ajeitando a gravata.

– Se ela for pontual, vai estar aqui em 10 minutos. - Fechei minha blusa. - Quero dormir mais.

– Só você, Jenny... Vai querer carona? - Olhei pra ele, que ainda estava colocando a calça.

– Você tá atrasado. Eu deixo a Sophie no colégio.

– Obrigado. - Tocaram a campainha. Desci calçando o sapato.

– Já vai! - Berrei quando tocaram pela segunda vez. Mas ô vadia, eu não to demorando! Abri a porta. Encarei uma menina de 17 anos (pelo menos era isso que dizia na ficha) loira, alta (filha da mãe!), com bastante peito (olha o absurdo!) e devia usar tamanho 36. Ou seja, ela era mais gostosa do que eu quando tinha essa idade. Ah, que maravilha! - Claire?

– Oi. Você deve ser a senhora Turner.

– Sim. Bom dia. - Abri a porta e ela passou. - Tem uns papéis na cozinha. São os horários do Logan e lá tem tudo o que você precisa saber. Eu acabei de dar de mamar pra ele. Tem mais nas mamadeiras que estão em cima do balcão, do lado dos papéis. - Fui em direção a cozinha mostrando as partes da casa em que passávamos pra ela. Quando chegamos lá, encontramos a Sophie falando brava no telefone.

– Não quero saber! Aquela vadia tá pensando que é quem? - Revirei os olhos.

– Tá falando com o Simon? - Perguntei.

– Amy. - Ela respondeu rápido.

– Vai lá pra sala. - Sophie saiu e eu me senti no lugar que ela estava antes. - Pode sentar, Claire.

– Ele costumar chorar muito?

– Só quando tá com a fralda suja ou com muita fome. Mas você sabe… De três em três horas tem que dar a mamadeira.

– Tudo bem. Ele está dormindo?

– Tá. Mas daqui a pouco ele acorda. Logan não dorme até tarde. Se quiser comer algo, você sabe onde é a cozinha. Bom… Você se vira né? - Ela me mostrou uma fileira de dentes mais brancos que folha sulfite.

– Claro. - Subimos. Entramos no quarto do Logan. Ele já estava acordado. Jason estava lá.

– Não me diga que você acordou o menino. - Falei e ele me olhou.

– Não. Ele já tava acordado. - Jason olhou pra menina atrás de mim. - Claire?

– Eu…

– Ah, esse é meu marido. Jason. - Ela sorriu pra ele. Tá sorrindo muito.

– Eu vou indo porque já to atrasado. - Ele deu um beijo na testa do Logan e me deu um selinho, entrando nosso filho pra mim. - Tchau, Claire.

– Tchau. - Escutei os passos do Jason descendo as escadas. Olhei pro Logan.

– Essa é sua nova… - Olhei pra Claire. - Acho que tia.

– Oi, meu amor. - Ela me olhou como se pedisse pra pegá-lo. Entreguei pra ela. Logan fez cara de choro.

– Daqui a pouco ele acostuma. - Olhei no meu relógio de pulso. - Bom, vou ter que ir. Sophie! - Berrei. - Qualquer coisa, tem meu número, o do Jason e até da escola da Sophie no primeiro dos papéis que te passei. O ultimo lá é da minha mãe. Eu volto aqui na hora do almoço. - Dei um beijo na cabeça do Logan, que ainda fazia careta. - Te amo, neném. Tchau, Claire! - Falei pra ela já descendo.

Deixei a Sophie na escola e fui voando pro escritório. Tinha 05 minutos pra chegar lá e o colégio da Sophie é um pouco longe. Porra. Semáforo fechado não! Isso é um absurdo!

– O seu horário é 08h00. - Meu chefe disse assim que pisei no prédio. Não creio que esse velho desceu do oitavo andar pra me esperar.

– Bom dia pra você também. E eu tive que falar com a nova babá. E meu filho tá bem. Obrigada por perguntar.

– Ah! É um menininho! Deve ser tão lindinho. - A secretária disse. Mas até ela desceu?

– Obrigada. Ahn… Eu vou precisar de um relatório sobre esses meses que passei fora. - Falei pra ela.

– Já deixei preparado. Está na sua mesa. - Pessoas eficientes, saibam que eu amo vocês.

– Obrigada! - Subi e entrei na minha sala. Jesus! Quando isso se tornou uma zona de guerra? Eu acabei de voltar! Bufei. Parece que meu primeiro dia de volta, vai ser arrumando essa zona que deixei.

POV Jason

– Espera aí! Espera aí! Como é? Nova babá? - Revirei os olhos enquanto falava com o Charles no telefone.

– Eu te liguei pra ver os negócios da loja.

– Sim, mas se a Jenny voltou a trabalhar, tem uma babá no meio.

– Sim, Charles. Tem uma babá. E ela tem idade pra ser sua filha.

– Simon também tem idade pra ser filho da Ruth.

– Ouvi ciúmes nessa frase.

– Vá se foder, Jason! - Ri. - Vou pra sua casa hoje.

– Você tem casa até onde eu saiba.

– Provavelmente você vai ser o primeiro a chegar. E eu quero ver a babá.

– A Sophie sai da escola as 15h00. A babá já foi.

– Então vou tomar o café da manhã aí. Vou chegar as 07h00.

– Tá, Charles. Faz o que você quiser. Mas pelo amor de Deus! A menina não tem nem 21 anos!

– Tá, tá. Eu só to curioso. E outra! Importante agora! Preciso de ajuda.

– Quem tu quer pegar dessa vez? - Perguntei enquanto olhava uns papéis da empresa.

– Ninguém. Juro por Deus que ninguém. Preciso de ajuda pra comprar umas coisas pra Candice.

– Quem?

– Minha filha. - Isso foi mais estranho do eu pensei. Charles com uma filha!

– Ah sim… Você que escolheu o nome?

– Sim.

– To surpreso.

– Imagino. Bom, passo na tua casa amanhã.

– Tá. Eu tenho que terminar de analisar uns troços aqui. Até amanhã, Charles.

– Tchau! - Desliguei. Posso até dizer que, finalmente, meu melhor amigo tá crescendo.