Fire On Ice - Hiatus escrita por tbagmari


Capítulo 5
05


Notas iniciais do capítulo

Com esse capítulo acho que a maioria de vocês vão entender o sentido das fotos no início do capítulo.



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Bocejei.


– Travis, tá tarde. Você pode me levar pra casa? - disse coçando os olhos.




– Claro, mas vai dar seis horas agora – ele respondeu franzindo o cenho.





– É que meu pai sai do serviço ás seis e se eu chegar depois dele, ele vai ficar perguntando onde eu fui. Na verdade, se ele chegar em casa e eu não estiver ele vai chamar a S.W.A.T. – respondi juntando os livros, cadernos e canetas que estávamos usando em cima da mesa de centro da sala.





– Por que chamar a S.W.A.T.? Seu pai iria achar que você está praticando uns crimes? - Travis riu.





– Na verdade, ele vai achar que me sequestraram, porque só assim pra eu sair de casa.





– Então quer dizer que... eu, Travis McGuire, consegui tirar você da sua casa? – falou sorrindo e erguendo uma sobrancelha.





– Não fica se achando ai, ok? Só estou aqui porque preciso realmente de dinheiro – falo desviando o olhar dele.





– Ah, verdade, esqueci de te perguntar. Pra que você precisa de dinheiro?





– Hm, eu quero comprar uma bota – dei de ombros.





– Sério? - ele parecia surpreso. - Achava que você não era esse tipo de menina – espera, a voz dele esta... decepcionada? Que porra é essa?





– Na verdade, é uma bota de uma feiticeira das Filipinas – falei e ele sorriu.





– Ah sim – juntou as sobrancelhas. - Acho que não preciso dizer que você é estranha.





– Vai se foder, Travis – disse e ele riu. - Cara, na boa, você tem problemas com risos e sorrisos?





– Eu não tenho culpa de gostar demonstrar meus sentimentos – respondeu cerrando os olhos.





– Está insinuando que eu não demonstro meus sentimentos?





– Não, nunca – disse rindo. - Só acho que você devia ser mais aberta. Sorria, Mellery. Olhe em volta, olhe para as coisas à sua volta. Cada mínima coisa pode lhe fazer sorrir. Há cada coisa nesse mundo que nos passam despercebidas. E eu apenas gosto de apreciá-las, demostrando minha felicidade ao vê-las. É bom fazer isso, pois quando eu for mais velho não pensarei: “Puxa, eu deveria ter sorrido mais.” A vida é assim. Devemos apreciar todos os momentos que temos ao nosso dispor. Você devia aproveitar as coisas boas da vida. Tente sorrir, que verá o que quero dizer.





Uau, você quase me convenceu – disse e ele revirou os olhos. - Vamos, me leve pra casa.




Pegamos os materiais e levamos pro quarto de Travis. Enquanto ele colocava seus livros na escrivaninha, eu vi uma câmera fotográfica em cima de seu criado-mudo.



– Gosta de fotografia? - pergunto.




– Adoro. Quero ser fotógrafo – fala se virando pra mim.





– Interessante – falo. Pego a câmera e a ligo.





– Não meche nela, vai que você apaga as fotos – diz vindo em minha direção pra pegá-la. Viro-a em sua direção e bato uma foto. Como ele estava bem perto, pegou apenas de seus ombros à seus lábios.





– Eu não vou apagar nada – falo e faço bico quando ele tira-a de minhas mãos. Ele olha a foto que bati e sorri.





– Até que ficou boa – reviro os olhos.




Peguei minha mochila e fomos pro carro.


O caminho foi silencioso, tirando o som do rádio, que tocava um rock.

Tente sorrir, que verá o que quero dizer. As palavras de Travis vieram em minha cabeça. Suspirei e usei os dedos indicadores pra puxar os lados da boca. Vamos, sorria Mellery. Pensei.


– O que você está tentando fazer? - Travis perguntou. Me virei pra ele e, ainda puxando a boca, respondi:




– Tentando sorrir – minha voz sai estranha por causa das bochechas apertadas.





– Mellery, um sorriso pra ser realmente um sorriso, tem que ser verdadeiro – disse me olhando pelo canto do olho.





– Gay – resmunguei parando de puxar as bochechas. - Vira à esquerda na próxima rua e vai reto até chegar naquele restaurante italiano estranho, daí vira à esquerda de novo e minha casa é a branca – falo olhando pela janela.





– Ok.




Mas alguns minutos se passaram e logo Travis virava na rua de minha casa.



– A branca? - perguntou e eu acenei com a cabeça. Paramos na frente de minha casa, que era a quinta à esquerda. - Pronto, esta entregue. E não foi a S.W.A.T. que te trouxe.




– Tarde demais – resmungo melancólica ao ver o carro do meu pai na garagem. Logo observado isso, meu pai sai correndo da porta da entrada.





– Mellery?!– ele grita vindo até o carro. Abro a porta e saio do carro.





– Eu.





– Ai meu Deus! Minha filha, você quase me matou de susto! - meu pai me abraça. Fico imóvel, esperando ele me largar. - Onde você estava?





– Me desculpe senhor, ela estava comigo – Ouço a voz do Travis e meu pai me larga, encarando o garoto.





– Quem é você? - meu pai fez uma voz de mal.





– Sou Travis McGuire – disse estendendo a mão.





– Rupert Hayes – apertou a mal de Travis. - O que você fazia com minha filha?





– Eu estava estudando com ela – Travis respondeu.





– É pai – concordei.





– Estudando o que? - meu pai cerrou os olhos. É, ele tá desconfiado.





– Biologia. Sua filha é muito inteligente nessa matéria. Soube que na última prova ficou em primeiro lugar nas notas – Travis respondeu colocando as mãos no bolso. Impressão minha ou ele sabe que é só me elogiar que meu pai se esquece de tudo?





– É, ela puxou pro vô dela. Aquele era inteligente feito um cavalo.





– O que? Cavalo? Sério mesmo pai? - olhei indignada pra ele. Quem compara a inteligência de uma pessoa com a de um cavalo? Pelo que eu sabia, há aquela frase que a pessoa é saudável feito um cavalo, e não inteligente.





– Sim, por que? - meu pai disse ingênuo.





– Comparações estúpidas – resmungo e ouço Travis rir baixo.





– Bom, eu vou indo, já que você já está entregue, Mellery. A gente se vê amanhã no colégio. Tchau Sr. Rupert – Travis fala e vai em direção carro.





– Tchau Travis – meu pai fala simpático. Reviro os olhos e vou pra porta. - Não vai se despedir de seu amigo? - meu pai pergunta entrando em casa logo atrás de mim.





– Ele não é meu amigo – falo e vou pra cozinha pra comer algo.





– Não? - pergunta se sentando na bancada. Nego com a cabeça enquanto pego uma maça na geladeira. Adoro maças geladas. - Que pena, ele parece ser bem legal.





– Hm.





– E o carro dele é lindo. Um ótimo modelo. Sabia que começaram a fazer aqueles carros no final da Segunda Guerra Mundial? Depois do fim da guerra começaram a aperfeiçoar. Acho que o último modelo criado foi no final do século passado. Aquele garoto tem uma preciosidade nas mãos – olho pro meu pai enquanto ele dizia tudo isso. Não, diferente do que você pensa, não estou entediada. Na verdade, estou empolgada. Adoro coisas velhas e com história. Puxei isso de meu pai, que puxou de minha vó.





– Eu senti que conhecia aquele carro de algum lugar – mordi a maça.





– É, passou no Discovery esses tempos – meu pai disse se levantando. - Eu vou subir tomar um banho, depois venho fazer o jantar.





– Pode deixar que eu faço – falo me sentando na bancada.





– Ok – ele sai da cozinha, mas logo volta – Ah, já ia me esquecendo, a sua irmã vai vir pra cá amanhã à noite. Arruma suas coisas pra você ir pra casa de sua mãe.




Ele saiu da cozinha e nesse momento eu me dei conta que estava numa enrascada.


Eu não posso ir pra casa de minha mãe, pois preciso dar as aulas pro Travis até segunda-feira pra conseguir o dinheiro. E minha irmã – infelizmente – virá pra cá amanhã. Eu estou numa grande enrascada.

Não vou conseguir suportar ela por sete dias. Por nós não nos darmos bem, quando ela vem pra cá, eu vou pra casa de minha mãe. Assim não nos encontramos. Fazem sete meses que não à vejo. A última vez foi no enterro de um primo meu que eu nem sabia da existência, mas fui obrigada à ir no velório. E como acabou? Simples, minha irmã acabou derrubando o cachão de meu primo. É, foi emocionante.

E se isso aconteceu em menos de uma hora, imagine só nós duas convivendo por sete dias.

Eu realmente estou numa grande enrascada.


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Notas finais do capítulo

Capítulo monótomo, né? Na verdade, até o próximo capítulo, mais ou menos, será tudo calmo. Mas a partir do capítulo 6 as coisas começam a ficar mais emocionantes.
Gente, eu quero comentários, ok? Fico triste em receber apenas três comentários - mesmo amando esses três leitores -, sendo que tenho mais que isso de leitores.
Ah, a foto do início do capítulo é a foto que a Mellery tirou do Trav.
xx'



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