Just A Dream escrita por WaalPomps


Capítulo 36
Capítulo 35




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Aquele não era o mesmo homem que Harry havia conhecido no seu primeiro dia na Peverell, com a roupa bem alinhada, o cabelo bem cortado e uma aparência saudável. Aquele homem não tinha mais o nariz, apenas pontos mal cicatrizados onde ele deveria estar. Seus olhos inchados eram fendas vermelhas e seus lábios finos estavam pálidos e ressecados.  Sua pele estava quase translucida e ele sorria friamente.

_ O garoto que sobreviveu? – perguntou Harry, franzindo o cenho.

_ Você deveria estar no carro com seus pais, sabia? Mas sua mãe teve um sentimento estranho e quis deixá-lo em casa. – contou Riddle, seus olhos beirando a insanidade – E então eu mandei Peter atrás de você, para que ele o trouxesse para mim. Mas aquele paspalho covarde não era capaz nem disso. Quando ele finalmente te trouxe, Black já estava na porta do esconderijo.

_ Porque você fez tudo isso Tom? – perguntou Harry, trêmulo – Nós somos todos da mesma família, sempre fomos. Eu li os diários dos meus antepassados e nunca, nunca, faltou carinho a nenhum dos descendentes de Cadmus.

_ Carinho? – exaltou-se Tom – Carinho? Realmente, sempre houve carinho, mas faltou algo importante: dinheiro e poder. A Peverell sempre foi uma das maiores do país, mais poderosa e influente que qualquer outra empresa, porém, apenas os descendentes de Ignotus tinham poder sobre ela. Os de Cadmus nada mais eram que funcionários.

_ Cadmus perdeu tudo que tinha. – lembrou Harry – Quem ergueu tudo isso foi Ignotus, então seriam seus filhos que herdariam tudo.

Tom começou a negar com a cabeça, tremendo cada vez mais. Um filete de sangue escorria pela sua boca e Harry se arrepiou ao vê-lo simplesmente lambê-lo.

_ Oh sim... Porém, se você tivesse morrido, Cornélio já tinha um novo testamento forjado para que a empresa fosse minha. – rosnou o lunático – Mas você sobreviveu, e mais, te mandaram para um lugar que só Deus sabia qual era e eu tive que esperar 18 malditos anos para tentar novamente. Mas eles descobriram, graças ao fofoqueiro do Snape.

_ E você resolveu que queria destruir minha vida? – perguntou Harry – Você sabe que nunca chegaria à presidência da Peverell.

_ Eu quero destruir tudo àquilo que lhe é mais caro, Sr. Potter. – rosnou Riddle – Você conseguiu trazer seu filhinho ao mundo, mas não acho que ele e sua esposa vão aguentar muito tempo. E nem você. Se saírem daqui, meus servos vão caçar cada um de vocês, seus cunhados, seus sobrinhos... E vai matar todos eles.

_ Não se eu puder evitar...

_ Como fará isso, morto? – perguntou Riddle e Harry ouviu um rosnado. Virou-se depressa, engatilhando a arma e disparando, acertando no peito de um cachorro preto e grande, que caiu imóvel – NAGINI.

Foi tudo muito rápido, Harry não conseguiu processar direito. Quando voltou-se para Riddle, ele já disparava a arma, acertando no tórax de Harry. O moreno gritou, caindo de joelhos no chão e ficando imóvel. Riddle gargalhou alto, ensandecido.

Ele começou a disparar em todas as direções, gargalhando cada vez mais.

_ Harry Potter está mooooooorto. – gritou ele, mais e mais sangue escorrendo de sua boca e nariz – Eu acabei com a linhagem de Ignotus Peverell... Ou não, ainda falta um.

Ele começou a dar passos vacilantes para fora do quarto. Ele observou o quarto onde Gina estava semi-inconsciente, segurando o bebê no braço. Observou que Rony não estava no quarto e sorriu, caminhando na direção do local.

_ O último descendente de Ignotus Peverell... – grunhiu, entrando no quarto e erguendo a arma. Gina, mesmo quase inconsciente, envolveu mais o filho com o colete, tentando protegê-lo. Riddle ergueu a arma, posicionou o dedo e um tiro ecoou. Gina fechou os olhos, sentindo as lágrimas virem. Porém, quando abriu os olhos, viu que James chorava de fome, procurando seu seio.

A ruiva ergueu os olhos, observando Tom Riddle encarando a arma, vendo que não tinha mais munição. Tocou o próprio peito, vendo sangue escorrer pelo furo da bala. Virou-se para trás lentamente, vendo Harry ali, de pé, segurando o tórax ensanguentado.

_ Você... Nunca... Mais... Tocará... Na... Minha... Família... Novamente. – rosnou o moreno, se aproximando de Tom. Ele ergueu o punho direito, que estava com a arma, e deu um soco no rosto de Riddle – Isso é pelos meus pais. – um chute na barriga – Isso pelos meus padrinhos. – outro chute – Isso é por Olho Tonto. – outro chute – E isso, é por tentar matar meu filho.

_ Você... Você... – tentou dizer Riddle, lutando contra o sangue que enchia sua boca.

_ Vá para o inferno Riddle. Seus antepassados te esperam lá. – rosnou Harry, caminhando até Gina e caindo ao lado dela – Você está bem?

_ Ele está com fome. – ela murmurou, apontando o bebê. Ela havia puxado a camiseta rasgada e exposto o seio, que o menino sugava ávido – Acho que herdou o estômago do Rony.

_ Acho que sim. – riu Harry, vendo a pele de Gina empalidecer e colocando a mão no seu pescoço – Gina, seus batimentos estão fracos.

_ Eu consegui Harry, trazer o James ao mundo. – sussurrou ela, acariciando o rosto dele – Ele vai crescer forte e saudável, e você vai precisar cuidar dele, pra ele ser um homem bom, que nem você.

_ Nós dois vamos cuidar dele Gina. – garantiu Harry, acariciando o cabelo da esposa. Ele ouviu a voz de Rony na escada e gritou – RONY, DEPRESSA.

_ Harry, seja forte, por favor. – pediu Gina, baixando os olhos para James – Eu te amo tanto meu anjinho, tanto. – e voltou os olhos para Harry – E você também, meu moreno de olhos verdes como sapinhos.

_ Gina, não vai, por favor. – pediu Harry, enquanto os médicos e Rony entravam no quarto. Um dos médicos pegou James e entregou nos braços de Harry, enquanto começavam a tratar Gina.

Rony foi até o cunhado e pegou James, enquanto um dos paramédicos corria até Harry, ao ver que seu abdômen sangrava. Harry observou a esposa, vendo que um dos médicos deslizava um tubo por sua garganta e começava a bombear ar para seus pulmões. Outro médico fazia massagem cardíaca e logo, a levavam para fora do quarto na maca. Ele tentou correr atrás, porém o médico que o atendia, o impediu.

_ Se acalme Sr. Potter. – pediu o médico – O senhor vai conosco e com seu filho, ele precisa do senhor e o senhor precisa de cuidados médicos urgentes.

O moreno concordou, apanhando o filho do colo de Rony e descendo as escadas com a ajuda do mesmo. Lá embaixo, ele viu Gina sendo colocada na ambulância, que saiu cantando sirene. Suspirou, sentindo as lágrimas o invadirem, e caminhou até a outra ambulância. Lá dentro, lhe deram uma manta quente para enrolar James.

No hospital, levaram James para área pediátrica. Como Harry foi para a emergência, Rony foi com o sobrinho, para que ele não ficasse só. Harry recebeu uma anestesia, enquanto retiravam a bala em seu abdômen. Suturaram a ferida, o levando para a sala de raio-x, para que vissem se não havia acontecido nada no interior.

Por sorte, nenhum órgão interno foi danificado, o que fez com que Harry recebesse apenas um curativo e fosse liberado. Ele foi até a maternidade, encontrando os Weasley no vidro, todos sorrindo e acenando.

_ Ele é lindo, não é? – perguntou, atraindo a atenção de todos.

_ Harry. – Molly exclamou aliviada, caminhando até o genro e o abraçando com cuidado – Como está?

_ Bem. – garantiu ele, caminhando até o vidro – A bala não feriu nada importante, tomei apenas pontos. Riddle não estava muito bem em seu fim, então não atirou com precisão. E nem percebeu que eu apenas me fingi de morto.

_ E foi isso que salvou Gina e James. – garantiu Remo, apertando o ombro do rapaz – Seu filho está bem, os médicos disseram que passou nos primeiros exames sem mostrar nenhuma sequela.

_ E Gina? – perguntou esperançoso.

_ Sabemos que está viva, porém os médicos não deram mais noticias. – explicou Arthur, suspirando. Harry concordou, observando o filho, que se mexia incomodado no berço. Harry riu. Devia ser que nem Gina, não gostar de ficar confinado.

_ Cadê a Hermione? – perguntou para Rony – Quero vê-la.

O ruivo concordou, guiando o cunhado pelos corredores. Hermione estava internada na maternidade, para poderem monitorar de perto se não havia nada errado com a gravidez.

_ Amor, podemos entrar? – perguntou Rony, colocando a cabeça para dentro do quarto.  A morena concordou e o ruivo entrou com Harry, fazendo o sorriso de Hermione aumentar.

_ Harry. – comemorou Hermione, abrindo os braços para o amigo. O moreno a abraçou com cuidado – Como está? Rony me contou sobre o tiro.

_ Estou bem. – garantiu ele, abrindo a camisa suja e revelando as ataduras – Nada grave, graças a Deus.

_ E Gina? – perguntou Hermione.

_ Não temos noticias dela. – explicou Harry, suspirando – Mas e você? Como está meu sobrinho ou sobrinha? – perguntou colocando a mão na barriga da amiga. O sorriso dela e de Rony se alargou.

_ Está bem. – garantiu ela, colocando a mão junto da dele – O médico disse que a gravidez está de 6 semanas, e que o tamanho do bebê está normal. Porém minha alimentação não foi adequada nos últimos dias, então eles querem monitorar por um tempo e...

Mas ela foi interrompida por uma batida na porta. Rony se levantou e foi abri-la, dando com um médico que eles não conheciam. O médico pediu para entrar e Rony permitiu.

_ Sr. Potter? Sou o dr. Gellar, responsável por sua esposa. – apresentou-se o médico e Harry levantou num salto, apertando sua mão.

_ Como ela está?

_ Conseguimos controlar a hemorragia, e salvamos o útero. – garantiu o médico, fazendo Harry suspirar – Porém sua esposa passou por muitos traumas Sr. Potter, só Deus sabe como ela aguentou tudo isso e protegeu seu filho.

_ E o que isso tem a ver? – perguntou Rony, nervoso – Ela está bem ou não?

_ Ela está viva. – garantiu o médico, e todos suspiraram aliviados – Mas está em coma. 


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