Just A Dream escrita por WaalPomps
Notas iniciais do capítulo
Me sentindo abandonada pra carai e etc etc etc
Aproveitem o capítulo.
_ Cara, pescar é um saco. – reclamou Edward, após duas horas – Porque vocês me trouxeram aqui?
_ Papai queria nos trazer aqui, que nem ele trouxe a mim e Harry alguns anos atrás. – contou Dimitri.
_ Tá, mas o papai está morto. – rosnou o menino.
_ Edward...
_ Não Dimitri. – revidou o garoto – Papai está morto, mamãe está morta, tio Remo e tia Dora estão querendo assumir os lugares deles, você vai para Hogwarts, Alexa vai morar com o Michael e eu vou ficar sozinho.
_ Você nunca estará sozinho Edward. – garantiu Harry – Sabe que nunca o deixaremos sozinho.
_ Você não entende.
_ Claro que entendo. – lembrou Harry – Eu perdi meus pais, não se lembra? Eu sei o quão ruim é.
_ Você nunca conheceu seus pais, não entende como é a saudade. – rosnou Edward, os olhos já cheios de lágrimas.
_ Não, não conheci. E não tenho lembranças de momento felizes, como eles me ensinando a andar de bicicleta, me levando ao meu primeiro dia de escola ou me abraçando no meu aniversário. Só o que tenho de lembrança é minha infância horrível com meus tios e o que passei com Sirius e Remo, que são o que eu tenho mais próximo de pais. – explicou Harry emocionado. Dimitri encarava o lago em silêncio, enquanto Rony olhava as próprias mãos – Mas eu não desconto isso em todo mundo. Sabe por quê? Porque só existe um culpado, e é esse culpado que seu pai procurava, que eu procuro, que todos procuramos, para que ele possa ir para trás das grades.
_ Eu sinto falta do meu pai. – sussurrou o garoto, enquanto Harry o puxava para um abraço. Os olhos negros de Edward começaram a lacrimejar e ele chorou abraçado ao mais velho.
_ Você sempre vai ter seus irmãos, Tonks e Remo, eu e Gina. Nós nunca o abandonaremos, eu prometo. – disse Harry calmamente – E quanto a Remo e Tonks estarem querendo ser seus pais... Sabe o que seu pai me disse antes de ir viajar?
O garoto negou e Dimitri ergueu os olhos cheios de água, encarando Harry ansioso.
_ Que quando escolhemos os padrinhos de nossos filhos, estamos escolhendo alguém que nós sabemos que podem ser os pais deles, criá-los e cuidar deles, quando nós não estivermos mais aqui. – explicou o homem – Se seu pai escolheu Remo e Tonks, é porque ele sabia, de alguma maneira, que os dois poderiam ser os pais que vocês precisariam, caso ele e Lene não estivessem mais aqui. Deixe que eles tentarem cuidar de vocês. Eles nunca serão seus pais, mas podem te amar e proteger como se fossem.
_Obrigado. – agradeceu o garoto, secando os olhos – Mas nós temos que ficar aqui até domingo?
_ Na verdade... O que vocês acham de irmos embora amanhã de manhã? – propôs Rony – Podemos ir até a cidade hoje, comprar alguns presentes. Gina vai adorar.
_ Gostei da ideia. – apoiou Dimitri, enquanto ligava o motor do barco para voltarem – Vamos avisar que estamos voltando?
_ Não... Vamos fazer surpresa. – propôs Edward animado e todos concordaram, felizes pela aparente melhora do garoto. Pararam o barco e pediram que os empregados da pousada fizessem suas malas, recém-desfeitas. Avisaram os aurores e foram tomar banho.
No começo da tarde saíram para a cidade, prometendo voltar ao anoitecer. Tiveram uma tarde masculina atípica, recheada de compras. Edward era o mais animado, escolhendo muitos presentes para os padrinhos, sua maneira de mostrar que não estava ressentido com eles. Os mais velhos permitiram e ajudaram, felizes pela animação do mais novo. Em determinado momento, Harry tentou ligar para Gina, mas o celular estava fora de área.
Eles voltaram para pousada no começo da noite, colocaram os pijamas que ficaram para fora da mala e adormeceram, tamanho era seu cansaço. Quando acordaram no outro dia, sentiram o cheiro forte de fogo.
_ A pousada está pegando fogo. – gritou um dos aurores, Chris, entrando no quarto – Rápido.
Harry e Dimitri puxaram Edward, enquanto Rony ia à frente com Chris, vendo se estava tudo limpo. Chegando lá fora, os quatro foram colocados com os demais funcionários e hóspedes da pousada, enquanto esperavam os bombeiros chegarem. Harry viu os carros em que haviam vindo em chamas e deu graças a Deus por ter deixado o Maverick em casa.
_ Liga pra Gina, avisa que estamos bem. – pediu Rony. Harry percebeu que o celular havia ficado no interior do quarto e praguejou – Calma, os aurores vão avisar.
Harry concordou, sentindo um aperto incomodo no peito. Algum tempo depois, outros carros pararam e deles, desceram diversos aurores, que logo se embrenharam nas arvores ao redor da pousada. Kingsley caminhou até eles.
_ Como estão Gina e Hermione? Avisaram que estamos bem? – perguntou Harry e o homem concordou.
_ Kingsley, aqueles aurores não estavam na mansão? – perguntou Rony, e o homem concordou.
_ Se acalme Rony... Tiramos alguns homens para virem conosco, porque tínhamos que deixar o mínimo de proteção com todas as famílias ameaçadas. – lembrou Kingsley e o ruivo concordou – Agora, não saiam daqui. Estamos fazendo uma varredura em busca de quem provocou o incêndio. Não deve ter ido tão longe.
Os dois concordaram, vendo o homem se afastar, Harry abraçou Edward e Dimitri, que tremiam assustados. Harry observou a movimentação, até ver algo que o surpreendeu.
_ Rony, aquilo é uma rosa alaranjada? – perguntou, apontando uma flor numa arvore ali perto. O ruivo concordou – Segura eles, eu já volto.
Harry correu até a arvore, apesar dos gritos dos aurores. Ele apanhou a rosa, e logo os aurores o puxavam de volta para o abrigo em que estavam.
_ Está louco Harry? – gritou Kingsley e o garoto lhe estendeu a rosa.
_ Está suja de sangue. – gritou Harry – Assim como os lírios.
_ Porque uma rosa e não um lírio? – perguntou Rony, encarando Kingsley.
_ Talvez por que... Por que... – Kingsley tentava pensar no que dizer, mas não conseguia.
_ É da mesma cor do cabelo da Gina. – observou Dimitri, e Rony, Harry e Kingsley arregalaram os olhos.
_ Fiquem aqui. – gritou Kingsley, enquanto puxava Harry e Rony pela mão até um carro. Ele gritou coisas que os dois rapazes não entenderam e logo dois aurores entravam no carro. Saíram cantando pneus, junto de outro carro. Harry viu que Dimitri e Edward eram colocados em um terceiro, mas não conseguia se preocupar. Com o celular de Kingsley tentava ligar para Gina, mas nenhum dos números atendia.
O percurso usual seria duas horas, mas sabe lá como, fizeram em menos de uma. Quando chegaram à esquina da mansão, tudo parecia normal, até verem o portão. Estava torcido e caído. Entraram com o carro ao mesmo tempo em que os homens Weasley, com quem a muito custo haviam falado pelo celular.
_ GINA. – gritou Harry, descendo do carro e ignorando os protestos dos aurores e Weasleys, que pediam que ele esperasse. Ele entrou pela porta da frente arrombada, encontrando muito da mobília revirada – GINA, CADÊ VOCÊ?
_ Menino Harry. – ouviu o grito estrangulado e encarou Rony, que estava atrás dele. O ruivo apontou as escadas e os dois subiram correndo. Encontraram Dobby, caído no topo da escada, escorado no corrimão. No seu peito, estava enfiado um punhal.
_ Oh meu Deus, não se mexa. – pediu Rony – Kingsley, homem ferido com faca. Chame uma ambulância.
_ Dobby, onde estão Gina e Hermione? – perguntou Harry, enquanto colocava a camiseta sobre a facada, tentando evitar que sangrasse.
_ Eles estavam de preto e capuz, menino Harry. – contou o homem com a voz entrecortada – Usavam máscaras brancas, com formatos de caveiras estranhas. Eles eram muitos e Monstro estava os ajudando, Monstro conhecia os pontos fracos da casa, mesmo após os aurores terem mexido em tudo. Um dos aurores estava ajudando. Dobby mandou a senhora Gina e a senhora Hermione subirem e se esconderem, mas eles foram mais rápidos. Uma mulher enfiou isso em Dobby e Dobby caiu. Eu ouvi a senhora Hermione gritar, mas bateram nela e ela desmaiou. Eles passaram com as duas inconscientes. Dobby tentou impedir, mas Dobby estava fraco. Eles levaram elas, levaram as senhoras.
_ Se acalme Dobby, respire devagar. – pediu Rony, vendo a camiseta de encharcar de sangue – Qual dos aurores estava os ajudando?
_ Morris, senhor Weasley. Era o Morris que estava ajudando Monstro. Mas Dobby bateu nele, Dobby bateu nele com a frigideira.
_ Bom trabalho Dobby. – garantiu Harry e o sorriso do homem se alargou – Estou orgulhoso de você. Defendeu o forte como pode.
_ Dobby vive para servir os Potter, menino Harry. – garantiu o homem, seus grandes olhos azuis se fechando – Dobby está feliz por ter ajudado Harry Potter.
_ Dobby? Dobby? – chamava Harry, balançando o ombro do homem – DOBBY, ACORDA.
_ Harry, Harry. – chamou Arthur, tocando no ombro do genro – Ele se foi.
O rapaz soltou o corpo do mordomo, sentindo as lágrimas invadirem seus olhos. Ele se levantou e subiu os degraus, caminhando até seu quarto. Viu a porta arrombada e a tocou com cuidado. Entrou no cômodo, vendo tudo revirado e destruído. Sabia que as duas deveriam ter lutado, e isso o machucou. Caminhou até a cama, pegando o travesseiro de Gina e o abraçando, aspirando o cheiro de rosas da esposa. E com isso, chorou.
Longe dali, num velho casebre de madeira, uma ruiva acordava sentindo a cabeça pesar. Ergueu os olhos, encontrando a cortina de cabelos ruivos. Chacoalhou a cabeça, afastando os cabelos, e observou o local sujo e mal iluminado. Viu Hermione desmaiada ali perto e tentou se mexer, mas as mãos estavam atadas atrás do corpo. Uma gargalhada fria ecoou, fazendo sua espinha gelar.
_ Está desconfortável, mocinha? – perguntou uma voz esganiçada. Ela virou o rosto, vendo uma mulher de preto se aproximando. Ela abaixou em sua frente, segurando seu rosto e fazendo seu estômago revirar, graças à podridão de seus dentes e cabelos – Vai por mim... Está apenas começando.
E dizendo isso, enfiou a mão pelo meio de suas pernas, invadindo sua intimidade. A garota gritou alto, fazendo a mulher rir.
_ Sem dilatação... Vamos ver se isso continua, agora que não terá mais seus remédios. – a mulher retirou a mão, se levantando e saindo da sala, deixando Gina aos prantos, enquanto vomitava.
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