Harry não gostava de hospitais, ninguém gosta na verdade. Mas nos últimos tempos, ele estava desenvolvendo um desgosto ainda maior pelo local. Talvez porque relacionasse hospitais a morte, apesar de nenhum dos que havia perdido, haviam morrido no hospital.

Eles deixaram os convidados na casa e voaram para o hospital assim que Gina começou a chorar de dor. Ela repetia insistentemente que ainda era cedo para James nascer, não que alguém precisasse lembrar a Harry. Sabia que seis meses e meio não era o suficiente para o bebê estar pronto para nascer.

Eles levaram Gina assim que chegaram ao hospital e Madame Pomfrey chegou logo depois. Já se passavam duas horas desde então, e nada de notícias. Agora, só os irmãos e os pais de Gina estavam ali com ele, enquanto ele batia o pé apressadamente no chão, ansioso e cansado.

_ Sr. Potter? – chamou Madame Pomfrey, saindo de um corredor de porta dupla. Toda a família se levantou ansiosa, especialmente o rapaz – Conseguimos controlar as contrações, e demos sorte que a bolsa não rompeu.

_ E como vamos controlar isso? – perguntou Molly.

_ Repouso. Total e completo. Sem se levantar da cama para mais do que ir ao banheiro e tomar banho. – recomendou a médica – Porém, ela não poderá ir para casa hoje. Precisará ficar alguns dias internada.

_ Ela vai ter que tomar medicamentos? – perguntou Gui, que tinha passado pelo mesmo com Fleur, quando Vicky estava para nascer.

_ Estamos dando alguns medicamentos para ajudar a amadurecer o pulmão do bebê, porque isso é o mais preocupante. Também daremos alguns medicamentos inibidores de parto.

_ O que pode ter causado o trabalho de parto prematuro? – perguntou Harry, parecendo devastado.

_ Muitas coisas podem causar isso Sr. Potter. – explicou a médica, com um sorriso bondoso – Não é necessariamente o estresse que causa o trabalho de parto prematuro. Às vezes tem a ver com a questão hormonal. Mas podemos controlar isso, é só todos mantermos a calma.

_ Eu posso vê-la? – perguntou Harry.

_ Claro, quarto 305. – explicou a médica – Ela está meio grogue, por conta dos remédios, mas está acordada. Sinta-se a vontade. Quanto ao resto dos familiares, eu pediria que esperassem até amanhã. Sem muito estardalhaço hoje.

_ Claro, claro. – concordou Molly, segurando o braço do genro – Harry, querido, viremos amanhã cedo para vê-los, está bem?

_ Claro Molly, muito obrigado. – agradeceu o moreno, abraçando a sogra – Agora, eu vou ver a Gina. Com licença.

Ele se afastou dos familiares, caminhando apressado até o quarto 305. Bateu na porta, entrando logo em seguida e encontrando Gina aos prantos. Se aproximou dela, sentando-se ao seu lado e a abraçando.

_ Pronto meu amor, calma. – pediu ele, afagando os cabelos ruivos da esposa – James está bem, está seguro.

_ Eu vou ter que tomar remédios Harry. Uma porrada de remédios, porque não consigo cuidar do meu filho como uma boa mãe deveria. – chorou ela.

_ Você e a melhor mãe do mundo Gina, tenha certeza disso. – garantiu Harry, deitando-se ao lado dela e a aninhando – James é apenas um pouco apressado e quer vir logo para junto da gente. Mas ele sabe que tem que ficar ai mais um pouquinho, certo filhão?

_ Harry, ele depende de mim, só de mim. – choramingou Gina – Eu só quero trazer ele ao mundo em segurança.

_ E você vai meu amor, você vai. – prometeu Harry – Você é a pessoa mais forte que eu conheço, e eu sei que você vai fazer de tudo, tudo que estiver ao seu alcance, para que o nosso filho nasça em segurança.

_ Obrigado amor. – sussurrou ela, beijando a mão dele – Você vai passar a noite comigo?

_ Vou ficar aqui até você receber alta, prometo. – garantiu ele – Agora durma e descanse, para que nosso pequeno Jay saiba que ai é o melhor lugar do mundo para ele estar no momento.

_ É... O que são algumas semanas de repouso? – perguntou ela, antes de adormecer.

Foi muito, muito mais do que eles imaginavam. Os seis dias que Gina passou no hospital foram fáceis de controlar. Ela dormia grande parte do tempo e quando estava acordada, lia algum de seus livros favoritos.

Porém, quando ela foi liberada do hospital e foi para casa, onde só tomaria a droga inibidora 2 vezes por dia e nenhum medicamento a mais, ela não tinha mais sono constante. Depois de três dias, Harry teve que mudá-la para biblioteca, onde ela lia dois livros por dia. Às vezes três. Por sorte, o quarto e as compras de James estavam prontos, porém isso não evitava que ela ficasse chateada por não poder ir em busca das coisas para o filho.

Hermione e Rony anteciparam a volta da lua de mel em duas semanas, para que pudessem se revezar com Harry e a sra. Weasley, a companhia a Gina. Teddy, Vicky e Molly tentavam ajudar, porém não entendiam como se divertir sem brincadeiras que exigiam esforço físico, o contrário do que Gina podia.

Tudo piorou quando Harry e Rony resolveram levar Dimitri e Edward viajar. Lupin estava quase enlouquecendo com o filho mais novo de Sirius e Dimitri não conseguia controlar o irmão sozinho. Então após muito debate, Gina quase empurrou Harry para fora de casa, para um final de semana num lago no interior, o mesmo em que Dimitri, Harry e Sirius haviam pescado anos antes.

Hermione tirou folga da empresa para ficar com Gina, no que seria a última semana de repouso. Depois disso, James já estaria mais bem formado e poderia nascer a qualquer instante sem riscos a sua saúde.

Harry e Rony saíram na quarta-feira pela manhã, e voltariam no domingo pela manhã. Gina e Hermione garantiram que não sairiam de casa por nada, e Dobby prometeu que avisaria o patrão a qualquer problema.

Enquanto eles saiam, Gina sentiu um desconforto, uma sensação muito ruim. Porém achou que era o remédio e não deu bola. Seu maior erro.

Não muito longe dali, em uma casa escura e abandonada, um homem de altura mediana relatava a viagem.

_ Eles voltam no domingo pela manhã, e tem poucos aurores com eles. A segurança da casa também não está tão reforçada, porque acreditam que depois do ocorrido em Godric’s Hollow, o senhor vai atrás do Potter, diretamente. Porém, acham que não sabemos onde estão.

_ Ótimas notícias Morris, realmente ótimas. – garantiu Tom Riddle, voltando-se para o homem. Seu rosto estava pálido pela falta de sol. Seu nariz não estava no rosto, o que assustou o homem – Oh, meu nariz? Seus colegas da Ordem da Fênix acabaram acertando um tiro no meu nariz, durante o ataque em Godric’s Hollow. E como não pude ir ao hospital, isso foi o melhor que o garoto Malfoy pode fazer por mim. Ainda sinto odores, porém, não tenho mais meu nariz.

_ E o que o senhor pretende, mestre? – perguntou um homem de roupas escuras, cabelos oleosos e rosto carrancudo.

_ Simples Severo... Não atacaremos até sábado, para eles acreditarem que estão em segurança. Então, daremos uma pista falsa no lago. E quando eles relaxarem na casa, pegaremos a mulher Potter. – explicou ele, como se explicasse matemática a uma criança – E então, Bellatrix poderá brincar a vontade.

O sorriso de Bellatrix se abriu, podre e maléfico, fazendo Snape se arrepiar. Ele apenas assentiu, enfiando a mão no bolso e apertando um lírio branco.