O Preço Da Traição - Dramione escrita por Annie Malfoy, Maria Fe Rodrigues


Capítulo 2
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi sapinhos de chocolate *_* Como estão? Tomara que estejam bem.
Bem, esse é um prólogo curto e legalzinho, na minha opinião. Espero que gostem bastante.



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"Aquele que nunca viu a tristeza, nunca reconhecerá a alegria."

POV Hermione

Eu sempre achei que tudo estava bem... Que ele me amava. Eu sempre fui muito ingênua quando o assunto era Ronald Weasley. Por ser assim, que nunca acreditei no que as pessoas falavam. O que elas falavam? Simples, que a ingênua aqui, estava sendo traída por aquele retardado mental, ou como prefiro chamar, cérebro de Trasgo Montanhês.

Tudo começou há... Quatro dias, bom, quatro não, cinco. Era véspera de ano novo. Sabe quando você tem a impressão que tudo estava perfeito até demais para ser verdade? Infelizmente, não senti isso há cinco dias, quando tudo começou realmente.

~~ Flashback Mode ON ~~

Saí pela porta dos fundos da Toca, rumando em direção ao alvoroço de pessoas que se reuniam nos jardins. Os membros da família Weasley já arrumavam as tendas para festejar o ano novo. Faltavam apenas algumas horas. Saltitei por alguns morrinhos, indo em direção a Rony, abraçando-o por trás.

Que cheirinho bom esse do perfume que lhe dei de natal.

– Oi, meu ruivo... – Eu disse carinhosa, ainda abraçando-o por trás.

– Oi, Mione... – Ele disse sorrindo fraco. Soltei-o. Já havia dias que ele estava assim... Sei lá... Estranho.

– Oi para você também, Hermione. – Harry disse, sorrindo ironicamente.

– Oi, Harry. – Eu disse revirando os olhos.

– Hermione! – Gina gritou ali de longe, segurando uma grande caixa de papelão nos braços, enfeites prateados entre as pernas e outra caixa apoiada na cabeça.

Suspirei fundo, despedi-me de Rony e de Harry e fui caminhando de braços cruzados até a ruiva.

– Oi ruiva. – Eu disse com um grande sorriso no rosto, porem, o desfiz ao ver a expressão séria de Gina. – Ok né, animação zero por aqui.

– Hermione, pare de graça e me ajuda logo com isso! – Disse enfurecida virando os olhos para cima, indicando a caixa.

– Own, você fica tão fofa como estrábica. – Eu disse segurando o riso ao ver a expressão de Gina.

– Hãm? – Ela disse sem entender. Não a culpo por não entender as mínimas palavras do que falo, muitas vezes, eu também não entendo.

– Ai, ai... Significa vesga. – Digo revirando os olhos enquanto a ruiva bufava.

– Argh, tire logo isso da minha cabeça. Um, dois e três, vamos lá garota purpurina! – Ela disse já irritada. Retirei de sua cabeça a caixa que apoiava com muito pouco equilíbrio e deixei-a entre meus braços. – Obrigada senhora sabe-tudo ambulante. – Disse bufando novamente, dessa vez, tentando retirar alguns fios de palha... Digo, cabelo que ela tinha no rosto.

– Então... E você e o Harry, como vão? – Perguntei enquanto caminhávamos para dentro da tenda já montada pelos Weasley’s mais velhos.

– Ah, nem sei... Éramos para estar como? – A ruiva perguntou, indiferente.

– Deixe-me ver... – Como ela fala mesmo? Ahn... Não entendo muito essas gírias da Ginevra. – Hum... Vocês deviam estar no maior rolo, sabe? Tipo, juntinhos, agarradinhos, só de namorico no escurinho?! – É, eu tentei. Ela ficou me olhando com aquela expressão facial que dizia com todas as palavras “Que porra é essa que você disse?”.

– Que porra é essa que você disse? – Ela perguntou ainda me olhando com aquele olhar.

Confirmado, eu definitivamente virei uma Trelawney da vida.

– Argh, significa que vocês deveriam estar juntos, não? – Eu disse com certa... Dúvida.

–Erm... Mesmo eu não tendo entendido nada, acho que sim. – Ela disse colocando a caixa sobre uma mesa de madeira e virando-se para mim. – Bem, eu não sei, ele parece nunca se tocar que... Eu tenho uma leve quedinha por ele.

– Uma leve quedinha? Uma LEVE quedinha? – Perguntei frisando a palavra “leve”. – Todos, menos ele, sabem que você venera Harry James Potter, Gina. E não adianta negar, dá para ver nesses seus olhos verdes que me dão inveja, que você faria qualquer coisa para ter ele em suas mãos, digo, em seus lábios. –Eu disse colando um enfeite em formato de estrela na lateral da tenda branca.

– Oras Hermione, não é para tanto! – Exclamou indignada.

– Uhum, tá... – Eu disse terminando de pregar as estrelas na lateral da tenda.

– Argh, não fale desse jeito! – Ela disse pegando alguns balões da caixa e enchendo-os de ar.

– Tanto faz... –Sibilei revirando os olhos. Virei à cabeça para os lados, a procura de uma distração, quando...

Meus olhos pousaram nela. A garota mais repugnante, retardada, idiota, cabeça de trasgo montanhês e insignificante desse mundo, Lilá Piranha Brown. Eu nunca tive tanta raiva de alguém quanto eu tenho dela. Aquela... Piranha. Para quem não sabe, Lilá Piranha Brown é... O demônio incorporado, uma alpaca ambulante em forma humana, um bicho encapetado, como preferir chamar.

P.S.: Prefiro Lilá Piranha-Projeto-De-Alpaca-Ambulante-Bixa-Incorporada-Em-Demônio Brown.

É, ela estava saltitando feliz da vida e correndo em direção do... MEU Rony. Interessante, não? Super, interessante. Sabe, eu não sou nem um pouquinho ciumenta, ela pode ficar lá abraçando o meu Rony, enquanto eu fico aqui numa boa, só terminando de decorar essa maldita tenda de ano novo. É a quarta vez que a vejo aqui, só nesta semana. E isso me irrita.

–OI? Terra chamando Hermione! Mundo mágico gritando por Hermione Granger! Hello, my dear?! Planeta Terra chamando à senhora Hermione Granger pela milésima vez! – Exclamou estalando os dedos e balançando os braços, acordei de meu transe “hipnótico” e dei de cara com uma Ginevra Weasley muito assustadora.

– Gina... Não é que eu queria ser ignorante, mas... Eu não posso ficar por um segundo em um transe hipnótico e esse seu cabelo já vira uma peruca de palhaço? – Ok, isso soou estranho...

– Não é nada disso, Hermione! Você sabe o que o calor faz com meu cabelo... – Ela disse passando os dedos entre seus fios crespos.

– Sim, o calor transforma seu cabelo em uma espécie de Black Power dos anos setenta.

– Ai, ai, Granger... Você é uma retardada total. – A ruiva do Black Power resmungou.

– Antes retardada do que cabelo Black Power.

– Antes cabelo Black Power do que cabelo de vassoura comet 160. – Ela respondeu divertida.

– Runf. Sem argumentos no momento. – Respondi levando as mãos ao cabelo, amaciando-o. Voltei a olhar para o Ronald e para Lilá que conversavam amigavelmente. Senti algo dentro de mim... Seriam ciúmes? Em, acho que só um pouquinho.

–Sabe olhar para a Lilá Vadia Brown não vai amenizar a vontade que você tem de torturá-la com mil Crucius. – Gina sussurrou no meu lado.

– Pode não amenizar a vontade, porém, ajuda bastante a pensar em mil maneiras de matá-la. – Eu disse ainda olhando para Lilá, sorrindo.

– Que sorriso débil é esse? Sabe, isso assusta pessoas normais. – Gina disse olhando para mim com uma expressão levemente assustada.

–Enfim, vamos voltar ao trabalho, Ginavrett? – Perguntei, sorrindo forçado.

– Ginavrett? Que é isso? Pelas calçolas de bolinhas coloridas de Merlin. – Ela disse pegando mais enfeites da caixa. – E respondendo sua pergunta, vamos.

****

Nós duas já tínhamos terminado junto aos outros Weasley’s a arrumar a tenda para o festejo de ano novo. Eu e Gina fomos nos arrumar em seu quarto, já que nós duas estávamos totalmente sujas de purpurina e suor.

– Credo, Hermione. Mesmo depois desses dois banhos maravilhosos e revigorantes, ainda temos purpurina no cabelo. – Ela disse dedilhando os fios ruivos. – Parecemos a bandeira gay incorporada, só acho.

– Argh, Gina, pare com isso! Foi o melhor que pudemos fazer com tão pouco tempo para nós nos arrumarmos... – Eu disse passando atoalha por meus cabelos molhados.

– Pelo menos temos as roupas. Elas serão tão bonitas que ninguém irá notar nosso cabelo purpurina. – Disse ainda mexendo nos cabelos.

– Se eu não gostar da roupa, é a primeira e ultima vez que deixo você escolher por mim.

– Ah, você vai gostar... Vai gostar muito. –Ela disse sorrindo de canto a canto do rosto. Por que será que eu não senti muita confiança nessas palavras, em Ginevra Weasley?

– Se você diz... – Eu disse duvidosa.

– Você verá, agora coloque esse bumbum nessa cadeira e vamos começar a mágica da “mãe Giná”. – Suspirei, Gina estava aprontando alguma. Obedeci a seu pedido, sentei-me na cadeira frente ao espelho, não tão confiante. – Você vai ficar linda!

****

Depois de quase uma hora com Gina quase arrancando todos os fios de meu cabelo, uma pausa para comer biscoitos da senhora Weasley e uma maquiagem leve, olhei-me no espelho. Realmente, Ginevra Molly Weasley sabe maquiar alguém.

Meu cabelo estava preso em um coque frouxo com uma trança embutida. Minha maquiagem? Era leve, uma sombra quase cor de pele, porem bem marcante.

E agora estava na hora de ver o meu “magnífico” vestido que Ginevra escolheu. Ela abriu seu armário velho e retirou de lá uma peça de roupa branca, colocou sobre a cama. Com certeza, naquela hora, meu queixo ficou caído.

– Gina... O que é isso? – Perguntei incrédula.

– Seu vestido, dãã. – Ela disse como se fosse obvio.

– Eu sei, mas... Mas... – Tentava falar, porém, eu estava ficando sem voz.

– É, eu sei. É maravilhoso! Perfeito! Espetacular! – Ela começou a exclamar fazendo sinais com o braço. – Eu sei que você amou. Agora vai vestir logo isso porque eu também tenho que me arrumar e já são dezenove horas!

– O que é isso, Gina?! – Eu disse apontando desesperadamente para o vestido branco.

– Um vestido. – Ela disse, repetindo a expressão obvia no rosto.

– Arf, Gina! Disso eu sei!

– Então... Qual o problema?

– Ele está muito curto... – Falei em um fio de voz.

– Curto? Curto? CURTO? – A ruiva repetia freneticamente. – Isso não está curto, Hermione. Curto é o... O... Ah, sei lá, só sei que isso não é curto. Vista logo e não reclame.

Bufei.

Peguei o vestido de cima da cama, apoiei-o sobre os braços e segui para dentro do banheiro. Sabe, aquele vestido não era muito meu estilo... Eu prefiro vestidos longos e antigos, diferente de Gina que prefere os curtos, colados e badalados dessa nova década. Retirei o roupão que vestia, e coloquei em troca, o vestido branco. Realmente, era bonito... Com uma renda leve e um laço simples... Perfeito para o ano novo.

Sai do banheiro já com o vestido. Girei o corpo dando um giro, mostrando o vestido para Gina, eu acho que eu estava fazendo cosplay de tomate nesse exato momento.

– Mione! Você está linda, amiga! – Ela exclamou sorridente. – Você vai acabar de dez a zero com aquela loira oxigenada.

– Tsc. Ela é mais loira que o Malfoy, creio eu. – Falei girando novamente.

Hum... Fico aqui pensando... Onde será que o Malfoy e a Brown pintam o cabelo? Com certeza, deve ser um salão trouxa muito ruim.

– Enfim, vou me arrumar. Fique aqui e não se mexa, Granger. – Disse fingindo-se de séria e em seguida, entrando no banheiro.

Prevejo um ano e meio de demora...

~~ Flashback Mode OF ~~

Até nesse exato momento, tudo estava normal... Lilá vadia Brown dando encima do Rony, Gina fazendo escândalos, eu e minhas manias por roupas abaixo do joelho... Simples. Nada fora do comum.

– Hermione! Abre essa porta agora! – Gritou Gina, em vão. Girei os olhos e apenas ignorei esse pedido da ruiva. – HERMIONE! NÃO ME OBRIGUE A ARROMBAR ESSA COISA!

Como se você tivesse força o bastante...

– Granger, abra logo essa porta! Eu tenho força sim, sua garota de cabelo de vassoura velha! –Ginevra exclamou.

Sério, agora a Gina virou Trelawney? Por Merlin, acho que a ruiva é uma legimente... Só pode.

– Sério mesmo que você vai me ignorar? Ok, né. Eu volto outra hora, lembre-se Granger... – A ex-cabelo de Black Power começou. – Eu sou uma Weasley e nunca desisto.

Tudo se calou naquele momento, o ar ficou mais... Calmo (?). Tanto faz. Ela que volte outra hora... Gina ver-me neste estado deplorável seria horrível, a diva purpurina perguntaria para mim o que houve e simplesmente, eu teria de dizer o que realmente aconteceu. Que ele me traiu. E o pior, com a Brown.

Continuando...


~~ Flashback Mode ON ~~

****

Meus cabelos esvoaçavam com o vento forte da noite de ano novo. Estava tudo tão calmo... As pessoas comemorando a festa anual dentro da tenda e quase ninguém ali fora, nos jardins... Ainda não era meia noite. Sabe, adoro ver os fogos de artifício que soltam no horário da passagem de ano... Deixa-me calma ao saber que mais um ano se passou, mais uma meta foi cumprida e deixa-me calma ao saber que mais um obstáculo foi vencido.

– Sabe Granger, não acho bom ficar aqui fora sozinha... Solitária. – Disse uma voz rouca por trás de mim, fazendo-me arrepiar a nuca.

Virei-me e deparei com a única pessoa que não queria ver nem vestido de Dolores Umbridge de bigode, roupinha rosa e tudo!

– O que quer, Malfoy? – Perguntei revirando os olhos.

– Nada, Granger. Só paz. – Ele disse sério, olhando para o vácuo. – Já viu como as estrelas brilham? – Malfoy perguntou, ainda fitando o além.

Ok, essa cena está definitivamente me assustando. E muito.

– Sim, já notei. – Respondi seco.

– Ano novo é uma época de perdoar, para um Sabe-Tudo irritante, você até que é bem burrinha, não? – Questionou com um sorriso sarcástico em sua face.

– Não tem mais nada para fazer não, Malfoy?!

– Na verdade, não tenho não.

Argh... Imbecil esse Malfoy, não?!

– Ah, Malfoy! Vá procurar alguém para se agarrar e me deixa quieta.

– Sabe, até poderia agarrar você... – A doninha Júnior começou a falar “inocentemente” com um sorriso estampado na face, fuzilei-o com o olhar, seguidamente, sabendo a noção do perigo, retirou o sorriso do rosto. – Porem, você é a sabe-tudo ambulante e nunca vou esquecer-me disso. Certo, Granger?

– Certo Malfoy. – Sorri vitoriosa.

Uma das infinitas coisas que odeio em Drac... Digo, Malfoy, é essa sua ironia. Esse seu sarcasmo faz meu sangue ferver de raiva, tipo, ferver mesmo.

– Hermione. – Falou outra voz.

Era Ronald.

– Oh, Ronald... Onde estava? – Perguntei, indo abraçá-lo.

– Conversando com Lilá. – O ruivo disse retribuindo o abraço. Soltei-o.

Conversando com Lilá? Com Lilá? Sério mesmo? É isso mesmo o que eu ouvi?

– Ah... – Comecei, tentando falar algo. – Interessante... – Falei em um tom de sarcasmo, quase irreconhecível para Ronald. Ciúmes? A gente vê por aqui.

Eu apenas sorri, sorri e sorri.

– Malfoy. – Rony falou com desprezo. – Nem o notei. Mione, o que ele faz aqui? – O ruivo perguntou, virando a cabeça para mim.

– Érm... – Comecei, porém fui interrompida por uma barbie falsificada muito intrometida.

– Bem, eu estava aqui conversando com a Hermi... Digo, Granger, sobre uma possível possibilidade de eu agarrar ela aqui no meio de todo mundo, obvio, inesperadamente e depois levar um belo tapa. – Ele disse sorrindo novamente, e obvio, sarcástico.

Já viram Ronald Weasley fazendo cosplay de pimenta? É, viram agora.

–O que você disse?! – Começou a falar pausadamente, fechando o punho e provavelmente, segurando a vontade de ir até a doninha quicante e acertá-lo no mesmo instante com um soco.

– Nada não. – Falou abaixando a cabeça. – Sabe, um dia eu ainda lanço um livro... ”A fantástica história de amor” Estrelando: Potter e Weasley. Seria um livro magnífico, não acham?

É impressão ou o loiro oxigenado estava bêbado? Enchi o pulmão de ar e falei:

– Tem certeza de que não está bêbado?

– Só sei que nada sei.

– Ai, Malfoy, você também para complicar as coisas, hein?

– Hermione, vamos embora. – Ronald disse segurando meu braço com firmeza, puxando-me para alguns metros, distante de Malfoy.

– Rony! Ele está bêbado! Não podemos deixá-lo lá!

– Mione! Por favor, me escute! Vamos lá para dentro, vamos nos juntar com os outros que estão se divertindo e curtindo a festa, ok? Ótimo. Agora, vamos esperar dar meia noite e deixamos a doninha albina ali, pode ser? – Ronald perguntou, ainda segurando firmemente meu braço.

Suspirei novamente antes de falar.

– Tudo bem. – Respondi seca. Sei que não era o certo, deixá-lo ali em tais condições, porem, também preciso me divertir.

– Ah, Mione... Eu lhe amo! – Exclamou estalando um beijo em minha testa.

Trocou meu braço por minha mão, conduzindo-me para a festa. Esse ano novo estava ficando bom.

****

Depois de um tempo curtindo a festa, nós já estávamos todos reunidos no grande jardim da Toca em contagem regressiva para o novo ano, sabe, os famosos cinco segundos mais esperados do ano.

– Cinco! – Exclamaram todos em coro. – Quatro! – Continuaram, mais alto ainda. – Três! – Dessa vez, faziam sinais nos dedos, seguindo a sequencia. – Dois! – Todos seguravam o fôlego para o ultimo segundo do ano. – UM!

Fogos de artifício para todos os lados, pessoas se abraçando, rindo e brindando, crianças correndo pelo gramado, enquanto outras – a minoria – choravam por culpa do barulho. Rony – Que ainda acompanhava-me – Abraçou-me forte.

– Então, meu amorzinho... Quais são suas promessas de ano novo? – Perguntei, correspondendo ao abraço.

– Hum... – Parecia em dúvida com a resposta. –Hermione... Eu prometo sempre lhe amar... – Disse estalando um beijo rápido em meus lábios.

– Igualmente.

Nossas promessas de ano novo... Se Gina estivesse aqui nesse momento, com certeza ela diria: “Nossa, como vocês são caretas.”.

Ri com meus próprios pensamentos.

****

Eu estava lá novamente, afastada da vida, das pessoas... Somente pensando. Os fogos de artifício ainda eram lançados ao céu azul e brilhante de estrelas... Era simplesmente lindo, maravilhoso... Sem palavras. Virei-me para ir embora, quando me deparei com algo que eu nunca esqueceria. E sim, eu teria pesadelo com aquilo por anos.

O que era?

Simples, a senhora doninha albina saltitante dormindo. E não só isso. Usava como vestimenta, uma roupa que lembrava muito os antigos vestidos rosa de Dolores Umbridge, estava completamente maquiado, tipo, estava com um batom vermelho totalmente exagerado, um blush que... Nem preciso comentar.

Se ele quisesse roubar o emprego de algum palhaço, era só avisar, sabe?

Até que notei... Em sua testa estava com as escrituras em tinta preta “Os Weasley’s são demais”. Ok, receio que isso não sairá facilmente.

Afastei-me um pouco, encarei-o dormindo e cai em gargalhadas. Realmente, o Weasley que fez isso ganhou meu voto de confiança.

O loiro de farmácia começou a se remexer no gramado, ele coçava seu rosto maquiado enquanto dedilhava as vestes – Ainda de olhos fechados – Franziu a testa. Dedilhou ainda mais o vestido que usava, e rapidamente, abriu os olhos.

– GRANGER! – O loiro gritou, se olhando. – QUE DIABOS VOCÊ FEZ COMIGO?! - Gritou ainda um pouco tonto, passando as mãos pelos cabelos loiros.

– Eu? Bem, eu não lhe fiz nada. Se você quiser ir a um espelho, saberá quem fez. – Comentei sorrindo internamente. Eu já disse o quanto eu amo os Weasley’s?!

Ele segurou meu braço com força e puxou-me com tudo (Garoto grotesco). Passamos despercebidos pela aglomeração de pessoas no jardim, segundo para dentro da velha casa dos Weasley’s.

– Nossa, Malfoy. – Falei tentando não rir de sua aparência. –Agora você realmente parece uma verdadeira boneca Barbie.

– Cala a boca, Granger! – Exclamou o loiro, aproximando-se de um espelho. - Sabe... Até que eu fico bonito com esse vestido. – Sorriu sarcasticamente enquanto visualizava a si mesmo no espelho.

– Oh, definitivamente não. – Falei sorrindo no mesmo tom. – Sabe, essas suas pernas estão tão peludas... Precisam de uma depilação.

– Granger, minhas pernas seduzem qualquer garota, não preciso me depilar. – Falou dedilhando os cabelos loiros e dando uma piscadela. – Sei que sou seduzente.

– Só se for sedutivamente gay.

– Obrigado, eu também lhe adoro muito. – Disse revirando os olhos.

– Como retira essa coisa? – Disse deslizando a manga do vestido pela face, tentando retirar a maquiagem.

– Venha, eu lhe ajudo. – Disse segurando em seus braços extremamente musculosos, puxei-o para o andar de cima, guiando-o ao banheiro.

****

Pela primeira vez, eu e Malfoy estávamos em uma sala onde ele não me xingou de sangue-ruim e eu não o xinguei de Doninha loira. Estranho, não? É, realmente é muito estranho. Eu estava o ajudando a retirar aquela maquiagem muito feia que o nosso maquiador profissional Jorge Weasley – Provavelmente – fez.

A porta do banheiro se abriu, as risadas cessaram e um Rony muito furioso apareceu. Fujam para as colinas que o bicho vai pegar.

– Hermione? Malfoy? – O ruivo pareceu assustado a nos ver ali.

– Rony! – Exclamei levantando-me rapidamente do piso.

– Hermione, você estava... – Começou a falar, porem, interrompido pelo loiro de farmácia.

– Weasley, poupe-me, ela não estava fazendo nada comigo. – Falou o loiro revirando os olhos. – E a propósito, porque eu faria algo com a Granger? Tsc.

– Oras... – Resmungou o cosplay de pimenta Weasley.

– São duas da manhã. – Malfoy falou enquanto sorria de leve.

– Hermione, licença... Preciso ter uma breve conversa com Malfoy.

–Não, Rony! Ele não fez nada.

– Mione... Sai daqui, por favor. – Pediu o ruivo.

– Tudo bem. – Suspirei derrotada. Dei meia volta, atravessei a porta e esperei do lado de fora.

****

Depois de muita confusão, discussão, gritos e ameaças de mortes ouvidas do banheiro, os dois garotos saíram do banheiro, de cara amarrada. Sabe quando um rato e um gato ficam na mesma sala? É, era mais ou menos isso. Levantei-me rapidamente e segui até Malfoy.

– Malfoy, olha, desculpe-me pelo Ronald...

– Por que se desculpar, sangue-ruim? A culpa não é sua... – Disse como dizia quando éramos menores, frisando o sangue ruim. Lançou um olhar mortal para Rony que retribuiu, e assim, retirou-se do corredor que ligava ao banheiro.

– Tem algo para me explicar? – Perguntei a Rony.

– Eu que deveria lhe perguntar isso. Tem algo para me explicar?!

– Hum... Não. – Falei normalmente.

– Ótimo.

– Ótimo?! Tsc... – Cruzei os braços e balancei a cabeça negativamente, desaprovando o comentário de Rony.

– Não fui eu que fiquei trancado em um banheiro com uma pessoa que não é seu namorado. Sabe, poderiam estar muito bem fazendo mais coisas do que conversar... E o pior, você ainda o ajudou a limpar aquela maquiagem escrota. Tomara que a conversa que tive com ele resolva tudo isso.

– Sobre o que conversaram?

– Eu e Malfoy podemos nunca termos nos dado bem, porem, e pedi para ele nunca mais falar com você, e assim será. Sou um ótimo namorado, não?!

Meus pensamentos respondem por mim, não você não é. Ele podia ser um retardado, ele podia ser a pessoa que eu mais odeio no mundo, porem, estava sendo legal pelo menos uma vez na vida.

– Rony! Eu não acredito que você fez isso! Mais um ataque de ciúmes? Sério mesmo? E o pior, logo o Malfoy?!

– Mione!

– Não, já chega... Por hoje já chega. – Comecei a falar afastando-me do ruivo. - Depois a gente se fala. Preciso pensar um pouco.

****

Eu precisava de um tempo para pensar... Se fosse Rony com Lilá dentro do banheiro, eu gostaria? Por um lado, eu entendo sua fúria... E por outro, eu não entendo tanta desconfiança. Sem chances, eu e o Malfoy? Ok, só em um filme de terror muito mal dirigido.

Não duvido nada que quando Malfoy está no banho, ele fica cantando aquela musica: “Sou a Barbie Girl, se você quer ser meu namorado, fica ligado!”.

Ok... Só de pensar nisso, fique com ânsia de vomito. Imaginar Malfoy no banho é ruim... Cantando Barbie Girl? Pior ainda.

Será que eu vou atrás de Rony? Não quero brigas... É ano novo! Um lado meu diz para eu não ir atrás dele, que tem que ir tudo com calma... Já o outro, discorda.

****

Procurei-o por todos os lugares possíveis, porém não achei nada. Suspirei fundo. ”Onde será que ele estava? Será que ainda estava bravo comigo?”. Isso palpitava em meus pensamentos enquanto ainda tentava achá-lo.

Parei em um corredor da Toca que recentemente havia descoberto. O corredor era amplo e escuro, com algumas portas, quatro para ser exata.

Fui andando devagar pelo assoalho, direcionando-me à porta no fim do corredor, estava entreaberta. Dava-se de escutar algumas risadas abafadas e ofegantes... Eu conheço aquelas vozes, só não me lembro de quem são...

– Uon Uon... – Ouvi uma voz feminina e finalmente toquei-me da situação.

Parei estática ali mesmo, a centímetros da porta. Era o que eu pensava? Seria possível?

Engoli seco. Despertei-me de meu transe e segurei o ar o máximo possível e então abri a porta.

O que tinha lá? Uma cena “muito” simples. Ronald e Lilá. É isso mesmo, porem, eles não estavam conversando, eles não estavam brincando, eles não estavam brigando, eles estavam se beijando. Senti que algo quebrar dentro de mim, senti que cacos de vidro percorriam por meu corpo, pinicando cada centímetro dele.

Nunca pensei que veria isso. Faltou-me ar nesse momento, senti-me presa ao chão, meu mundo desabou. Senti vontade de chorar, porem as lagrimas não escorriam. Senti-me morta por alguns segundos, fechei meus olhos... E tentei não abrí-los. O inesperável aconteceu, logo depois dele jurar amor a mim.

Depois de segundos fitando os dois que se soltaram brutalmente no mesmo instante, tomei coragem para falar:

– Eu... Eu não acredito, Ronald. – Falei em um fio de voz enquanto as lagrimas finalmente percorriam seus caminhos por minha face.

– Mione... – Levantou-se do lado de Lilá, tentando explicar-se com alguma desculpa.

– Você me traiu! Na primeira briga que tivemos, na primeira oportunidade, você me trai! E tinha que ser logo com a piranha da Lilá? – Exclamei raivosa, interrompendo sua fala.

– Sabe... Eu ainda estou aqui. – Falou a loira. Fuzilei-a com meu olhar intimidador. – Desculpe. – Disse escolhendo-se.

– Foda-se. – Disse seca, virando-me para ir.

– Mione! – Exclamou o ruivo, que até agora não tinha falado nada, segurando meu braço.

– Ronald, me solta. Você provou que não me ama, provou que é capaz de me trair por uma simples briga, provou que é um idiota. – Disse soltando-me rispidamente de seus braços. – Acabou. – Falei por fim, atravessando a porta e fechando-a com tudo, deixando o casal a sós.

Que sejam muito... Felizes.

~~ Flashback Mode OF ~~

Então foi assim que tudo começou... Infelizmente. Uma coisa boa eu aprendi com Ronald, a não ser ingênua. E outra coisa que aprendi com o ruivo Weasley, eu aprendi que o amor é um jogo brutal. A não ser que você jogue bem e direito. Eu perdi essa rodada, porem não perdi o jogo. Ronald Weasley não sabe que mexer com os sentimentos de uma Granger pode trazer muitos sofrimentos, e o preço da traição... É realmente alto.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, gostaram?
Comentem o que acharam *---*