O Preço Da Traição - Dramione escrita por Annie Malfoy, Maria Fe Rodrigues


Capítulo 10
Capítulo VIII - Draco Malfoy, você está morto.


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, olé. Eu gostaria de dizer que eu SINTO MUITO, mesmo! Eu escrevi toooda a fanfic no meu notebook antigo, só que ai os espíritos malvados do universo que conspiram contra minha pessoa falaram "vamos ferrar a Ana" e aí tandam, meu notebook queimou. Agora é sério, eu vou voltar. JURO. Já até escrevi alguns capítulos... Espero que gostem deste, é sério! Não deixem de comentar, por favor.



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"Desde a primeira vez que o vi, senti como se vermes estivessem se arrastando pelo meu corpo... Mas aquela sensação sumiu de uma hora para a outra, como bolhas de sabão."

POV Hermione Granger


Os lábios frios e secos de Draco Malfoy se chocaram rapidamente com os meus, por menos de um segundo. Eu não sabia o que fazer, meus unicos pensamentos eram que: 1 - Meu plano de descobrir se ele iria ou não tentar me jogar do sétimo andar não funcionou e 2 - Foi muito pior do que eu imaginava, isso foi uma tentativa de estupro? Eu vou denunciar! Fiquei paralisada.


Quando consegui respirar abri os olhos automaticamente, como uma máquina:


– Draco Malfoy! - Fiz uma pausa rápida, levantando-me do sofá. - O QUE FOI ISSO? - Gritei ainda mais alto, fuzilando o menino que não olhava para mim.


Ele se virou. Seu rosto estava como o de alguém que estava prestes a ser morto. Ainda bem que ele se preparou para esse momento.


– Oi Her... Granger, tudo bem? Como vai a vida? E a família, vai bem? - Ele perguntou com um tom nervoso na voz, encostando-se na parede.


Andei batendo os pés brutamente no chão. Não, não e não, isso não é possível. Como ele pode parecer tão calmo?!


– SABIA QUE ISSO É ESTUPRO? EU VOU AVISAR A PROFESSORA MCGONAGALL! - Gritei alto, muito alto. Espero que todos de Hogwarts tenham ouvido.


Continuei me aproximando, ainda fitando o garoto.Subi alguns degraus enquanto praticamente soltava fumaça pelo nariz. Fiquei frente a Draco.


– Você sabia que é bem baixa? - Ele perguntou soltando uma risada.
ISSO É SÉRIO?


Eu fiz a coisa que sempre quis fazer. Não, não dei um soco em Draco Malfoy. Não, eu não dei um tapa em Draco Malfoy, e não, eu não matei Draco Malfoy. Ainda. Eu chutei com todas as minhas forças suas duas preciosas jóias dos países de baixo.


– Espero que você nunca tenho filhos! - E fiz de novo. - E que nunca se case. - E fiz de novo. - E que você morra como um solteirão que não consegue uma única mulher, mora com quarenta gatos e faz tricô! - Gritei e chutei uma, duas, três vezes.


Eu ri ao ver Draco se contorcendo no chão, revirando os olhos e gemendo de dor. Ele merecia, estou errada? Meu rosto está vermelho, minha respiração ofegante. O que eu faço? Aish, eu não deveria estar pensando nessas coisas enquanto Lilá pode estar morta... Espera, entre Lilá estar morta e eu ser estuprada, qual eu prefiro evitar? É claro que a segunda opção.


Desculpe Lilá, não tenho tempo para pensar em você agora.


Chutei mais duas, quatro, seis vezes, até acertar sua mão que insistia em proteger as "joias" eu acertei.


– Peça desculpas, vamos! - Chutei mais uma vez porque sim. - VAMOS, PEÇA DESCULPAS, MALFOY!


– Des... Desculpe! - Exclamou com dificuldade.


– Hum... Não. - E chutei pela ultima vez. - Eu estou cansada. Amanhã termino o trabalho que comecei.


Virei-me e automaticamente desci os degraus. Meu rosto estava queimando. O que eu estava fazendo? Por Merlin, não estava no meu melhor estado ao fazer aquilo, só pode.


Atravessei o salão e subi a escadaria que levava a meu dormitório. Entrei rapidamente e fechei a porta com força. O que eu faço?


Corri para frente do espelho, meu cabelo estava totalmente bagunçado, eu estava com uma sensação estranha nos lávios. Levei minha mão esquerda até os mesmos... A sensação era como a de ter levado um choque. Minhas bochechas ainda estavam violentamente coradas, minha cabeça estava explodindo de pensamentos.


E o principal deles era: Eu realmente te odeio, Malfoy.


– Aish, o que eu faço?! - Caminhei até o guarda-roupas de madeira e o abri, me despi e coloquei o meu pijama... De florzinhas.


Me joguei na cama e enfiei a cara no travesseiro duro e desconfortável que Hogwarts insistia em disponibilizar para nós. Como eles querem que passemos a tarde inteira estudando sem uma boa noite de sono? Só podem ser drogados.
Gritei o mais alto que podia, sendo abafada pelo travesseiro. Chutei diversas vezes a cama com os pés e soquei o colchão com os pulsos, ainda gritando. De raiva e de dor, porque bati meu dedinho na beirada. Além do travesseiro e do colchão serem duros, a cama é pequena suficiente para uma pessoa da minha altura.


E agora, depois de três minutos, fui notar que era eu que estava muito para a beirada. "Parabéns, Hermione. Andar com Draco Malfoy está te deixando cada dia mais burra" minha cabeça insistia em repetir.


O sono? Eu perdi. Por causa de um beijo estúpido, eu perdi o meu precioso sono. Enquanto existem pessoas morrendo na Africa, assassinos soltos, livros para ler, Ronald sendo expulso do colégio, ex-comensais foragidos, Lilá quase morrendo... E eu aqui pensando na Barbie oxigenada Malfoy Junior.


Um carneirinho. Dois carneirinhos. Três carneirinhos... Ok, essa coisa não vai funcionar. Revirei meus olhos e comecei a me remexer no colchão. Nenhuma posição parecia confortável.

****


Eu passei a noite totalmente em claro. SÉRIO. Minha cabeça latejava, meus olhos ardiam. Levantei da cama assim que o Sol apareceu pela janela. Bufei de raiva e sacudi a cabeça, me olhei no espelho. Minhas olheiras estavam enormes.
Fiz minha higiene diária e coloquei meu uniforme. Desci mais cedo, não queria ter o perigo de esbarrar com Malfoy, se não eu poderia parar em Azkaban.


Desci as escadas apressadas, já com meus livros nas mãos. Corri pela comunal e abri a porta de saída. Finalmente estou livre.


Comecei a andar apressada e desci a longa escadaria, parando no térreo. O que eu realmente estou tentando fazer? Não, o que eu estou fazendo? Eu não preciso agir assim. Eu não vou agir assim. Eu só posso estar ficando louca, não é? Isso não é possível, eu sou Hermione Jean Granger, a sabe-tudo irritante, a sangue-ruim Granger, a menina mais inteligente de Hogwarts e espera... Do que eu me chamei? Sangue-ruim Granger? POR MIL MERLINS, QUE DIABOS EU ESTOU FAZENDO?


– Aish! - Solto um gritinho fino e começo a andar pelos corredores. - Pare de pensar no Malfoy, pare de pensar no Malfoy! - Eu falava para mim mesma, de olhos fechados.


– Pensar em mim?


E PÁ, parei no mesmo instante. Não conseguia me mexer, era como se todas as partes do meu corpo falassem "Vamos deixar esse jogo mais interessante e fazer a Hermione morrer de vergonha". Com todas as forças possíveis, virei o rosto para o lado e o fitei, fazendo a maior cara de mau-humorada possível.


– O que você quer, Malfoy? - Fuzilo-o com o olhar e o analiso de cima a baixo... - Espera, que droga é essa?


Sabe aqueles uniformes de futebol americano? Ele estava usando. Ele estava usdando um uniforme de futebol americano completo.


– Você disse que ia terminar o serviço hoje, não é? Sangue-ruim, por que você não luta como um bruxo de verdade faz? Que droga. Sabe o que eu tive que fazer para arranjar isso? Por sua culpa, talvez nem filhos eu possa ter!


– Merecido! Estuprador não merece ter filhos. - Cruzo os braços.


– Eu não te estuprei, para começo de conversa. Você nem peitos tem, como eu posso estuprar uma menina que não tem seios? E olha o jeito como se veste, como uma velha! E eu nem sei se você realmente tem o que nós homens gostamos, uma vagina. - Ele falou tudo rápido, ironizando.


Isso é sério?


– Olha como fala comigo! - Minha boca se abriu em um perfeito "o" ao ouvir tudo o que ele disse. - Não são minhas roupas, minha aparência ou minha personalidade que me faz uma mulher. O que me faz uma mulher são as minhas genitais, seu tosco! E sim, EU TENHO UMA VAGINA!


Acho que eu gritei muito alto. Não, eu tenho certeza de que gritei muito alto. Todos os estudantes que antes estavam andando agora estão parados, me olhando com uma cara estranha, como se eu fosse um tipo de pervertida psicopata.


– Nossa Granger, isso é revelador. Hoje qualquer homem pode ter uma vagina, nunca ficou sabendo daquelas cirurgias trouxas?


Esse. Garoto. Vai. Morrer.


– E hoje qualquer mulher pode ter um pênis se quiser, Malfoy. Ah, isso esxplica esse seu jeito afeminado e sua aparência de barbie oxigenada de camelô. Quando você fez a mudança de sexo, há muito tempo? Como você era quando pequena, Draquinha?


– Meu orgão reprodutor é perfeito, entendido? - E agora ele parece ter se estressado. - Se quiser, eu posso te mostrar. - E com uma piscada de olho, deu seu famoso e típico sorriso irônico que eu odiava.


Revirei meus olhos. Estralei meu pescoço. Fechei meu punho. Cerrei meus dentes.


– Posso te falar uma coisa, Malfoy?


– A vontade, Granger querida.


– Corre.


Juro que os olhos de Malfoy se arregalaram no mesmo instante, e suas pernas começaram a se mover rapidamente, assim como as minhas. Ele é muito rápido, isso é uma caracteristica adquirida devido ao quadribol? Creio que sim, já que ele talvez fosse apenas mais um garoto alto com cara de anêmico sem esse esporta um tanto que brutal.


Consegui chegar mais perto dele enquanto corríamos, estiquei o meu braço o quanto pude, tentando agarrar aquele uniforme ridículo de futebol americano. Ele acha mesmo que um simples uniforme vai o proteger de mim?


Isso só pode ser brincadeira. Pobre, inocente e iludido Draco... Não sabe o que vai acontecer quando eu lhe pegar.

****


A corrida finalmente acabou quando acabamos em um corredor no quarto andar. Eu caminhei com passos lentos e pesados enquanto o fuzilava com o olhar, e ele andava para trás, me olhando como se eu fosse um urso perigoso ou algo do tipo. Ele não ousava a fazer qualquer movimento brusco.


– Malfoy... Eu vou te matar! - Exclamei ofegante e fechei o punho.


– Só na sua próxima vida, Granger. - E ele abriu a porta do final do corredor e entrou.


Antes que ele fechasse, puxei a maçaneta com as mãos, e assim começamos um cabo de guerra. Eu puxa,a ele puxava... E aí, PADUM! Eu consegui abrir a porta. Entrei e vi Malfoy caído no chão, também respirando ofegante.


Fechei a porta lentamente e andei em sua direção. Eu juro que nesse momento meus olhos estavam pegando fogo, e eu que nunca sou violenta, estava prestes a cometer um ato pior do que o do dia anterior. "Definitivamente eu vou castrar esse idiota!" pensei.


– Agora é a sua hora de morrer, Malfoy! - Exclamei e fui para o lado dele, preparando-me para socar novamente suas "joias", mesmo elas estando protegidas pelo uniforme ridículo.


– Isso é tão cansativo. - Ele revirou os olhos e eu não entendi. Malfoy apenas puxou meu pulso e me jogou para cima dele e depois se virou para o lado e se posicionou sobre mim.


Nossos narizes estavam a poucos centimetros de distancia, eu podia sentir sua respiração ofegante. Meus olhos estavam arregalados, que diabos ele está fazendo? Me debati diversas vezes tentando me livrar de suas mãos que me prendiam ao chão. Ele riu.


– Você achou mesmo que eu era tão fraco a ponto de perder para uma garota, Granger? E você caiu feito um patinho.


– Quando eu me livrar dessas suas patas imundas, você vai ver! - Exclamei emburrada, ainda me debatendo.


– Você é tão problemática, Granger. O que devo fazer com você? - E ele aproximou mais o seu rosto do meu, chocando seu nariz contra o meu. - Te beijar? - E aproximou ainda mais, fazendo com que eu sentisse o ar que saia enquanto falava. - Ou te estuprar?


Essa foi a gota d'água. Comecei a me debater ainda mais, gritando e gritando.
– MALFOY, EU VOU TE MATAR! EU VOU TE PROCESSAR E NEM O SEU PAI VAI PODER TE LIVRAR DISSO, SUA DONINHA LOIRA OXIGENADA, EU TE OD... - E tudo parou de repente. Aqueles lábios frios de que tinha falado antes voltaram a se encontrar com os meus. Que agonia.


– Você fica mais bonita quando não fala. - Ele saiu de cima de mim e se colocou de pé. Eu não conseguia falar nada. - Vai ficar deitada aí? Quer mesmo que eu te estupre?


E pá, como mágica eu me coloquei de pé.


– Eu vou te matar! - Gritei e me dirigi até ele, socando seu peitoral afofado pelo uniforme.


– Eu já disse que não estupro garotas sem corpo e que provavelmente não te uma vagina, Granger. - Ele explicou enquanto segurava firmemente meus pulsos, impedindo-me de socá-lo. - Só queria deixar isso claro. Agora, se me der licença, eu preciso voltar para a minha vida diária. E o contrato ainda está de pé, queira você ou não. - Ele soltou meus pulsos e começou a caminhar até a porta. O segurei pelo ombro.


– Não, não está. Quem tem que decidir isso sou eu, não você.


– Você não tem escolha, e eu também não. Aceite.


– Eu não tenho escolha? Claro que tenho, não sou eu que vou ser obrigada a casar com uma garota estranha.


– Mas foi traida pela única pessoa que já amou e ainda disse para ele que estava namorando com a pessoa que ele mais odeia. Você não acha que ele riria se você dissesse que fez tudo isso por causa dele? Tsc.


Sabe aquela sensação maravilhosa de deitar na sua cama depois de um dia longo de trabalho? É a mesma sensação de bater nas joias do Malfoy. Eu bati com tanta força que agora duvido da capacidade dele de ter filhos.


E ele nem se mexeu. COMO ASSIM ELE NÃO SE MEXEU? ELE NÃO SENTIU DOR?


– Hermione, você é mesmo um gênio? Porque sabe, se você não lembra, eu estou usando uma proteção bem adequada para situações como essa. - Ele disse apontando para a proteção que usava entre as pernas.


Revirei os olhos. E agora, que arma posso usar?


Minha varinha, é claro. Deslizei as mãos pelas vestes até encontrar o bolso, enfiei minhas mãos lá dentro, procurando a varinha. Merlin, onde está a minha varinha?


– Tentando achar isso? - Ele riu e balançou minha varinha com as mãos. - Você acha mesmo que naquela situação em que estávamos, eu não ia aproveitar a chance de retirar todos os seus recursos possíveis para tentar me matar? Ah, doce e inocente Herm... Granger, você não contava com a minha astúcia.


Não contava mesmo. Ele é inteligente apenas em horas como essa ou fica fingindo ser um idiota?


– Me devolva agora, Malfoy! - Exclamei e abri a palma da mão. - Eu quero a minha varinha.


– Não, não e não. Isso está confiscado até eu estar oficialmente seguro, ou seja, até o final do ano.


Ele só pode estar brincando com a minha cara, não é? Eu ri, eu ri muito.


– Eu vou ferrar a sua vida, Malfoy! Não estou nem aí para o que falei para Ronald, se disse que estou com você ou não! Eu já tinha dito antes, nada de beijos!


– Ah... Aquilo foi para provar que você não estava dormindo, Granger. E o segundo foi porque eu simplesmente não gosto de número ímpares. Entendido? - Ele arqueou as sobrancelhas. - Ou você achou que eu gostasse de você? - Ele riu de sua própria pergunta. Minha gargante ficou seca. - Eu sei que crianças como você só querem o melhor dos melhores, mas... Você não é o meu tipo, eu já disse isso, não é? Eu só fico com garotas bonitas e com corpo. Você não se encaixa em nenhuma das duas categorias, será que devo comprar um espelho de corpo inteiro para você? Tsc.


– Já chega. - Falei olhando diretamente para seus olhos. - Esse relacionamento falso acabou definitivamente, Malfoy. A partir de agora, vamos seguir nossos próprios caminhos e vamos fingir não nos conhecermos, entendido?


– Não. Vamos lá, apenas me bata até que toda sua raiva passe.


Ele é masoquista?


– Você é masoquista, Malfoy?


– É claro que não, sua garota estúpida. Mas eu preciso de você me ajudando, então me bata o quanto quiser, quebre quantos ossos quiser... Contanto que você continue nesse plano idiota, está de bom tamanho, porque eu simplesmente desisto de tentar me proteger, já que se eu fizer isso você cai fora. - Falou se aproximando um pouco mais e se sentando no chão. - Pode chutar o meu lindo rosto o quanto quiser.


– Você acha mesmo que eu quero apenas te bater? Eu estou triste e com muita raiva, muita mesmo! - Exclamei cruzando os braços.


– Você ganhou um beijo do cara mais lindo de Hogwarts, mais lindo da Grã-Bretanha e está com raiva? Pfft. - Ele revirou os olhos.


– Seu idiota arrogante.


– Não é arrogância, eu sou realmente muito bonito.


– Eu te odeio. - Chutei seu braço várias vezes até meu pé esquerdo doer.


– Acredite, é recíproco. Mas fazer o que, né?


Revirei os olhos e caminhei até a porta. Tentei abrir mas não consegui, Malfoy tinha trancado?


– É sério, abre essa porta.


– O que? - Draco perguntou como se não soubesse.


– Para com isso, Malfoy! Vamos, abra logo essa porta. - Comecei a bater e chutar a porta, tentando abrir.


– Mas eu não fiz nada! - Ele se levantou e veio para meu lado, tentando abrir também. - Espere, se afaste. - Draco retirou sua varinha do bolso, se afastou um pouco e apontou a varinha para a porta. - Estupefaça!


O feitiço foi lançado com perfeição, mas a porta recocheteou o feitiço que foi janela à fora. Eu olhei para Draco e Draco olhou para mim. O que fazer?


– E agora, o que fazemos?


– Nada. Vamos simplesmente mofar aqui até utilizarem a sala, simples.


Me aproximei novamente da porta, puxando e puxando a maçaneta, esperando que ela abrisse magicamente.


– Merlin, o que eu fiz para merecer isso? - Encostei minha testa na porta e comecei a bater devagar.


– Se continuar batendo a sua cabeça, você vai ficar burra igual ao Potter, só um aviso. - A doninha comentou enquanto se sentava no chão de madeira.


– A janela! - Corri até a janela sorridente, e me deparei com a vista mais estúpida de Hogwarts: O lago negro.


Que decepção.


– Ninguém vem para esse lado do castelo. - A Barbie de camelô contou.


Suspirei. Eu odeio a minha vida.

*****


– Ainda está me ignorando? - Malfoy perguntou.


"Sim, eu ainda estou te ignorando, seu idiota" pensei e revirei os olhos. Que frio. Já tinham se passado várias horas desde que ficamos presos aqui, eu estava morrendo de fome e a noite já havia chegado, deixando a sala escura.


– Você está bem?


Afirmei com a cabeça, cruzei os braços e as pernas.


– Se você está tão bem, por que está tremendo? Será por que você nunca conheceu alguém tão bonito quanto eu? - Ele riu de sua própria pergunta, como fazia habitualmente.


Comecei a fuzilar a doninha loira com o olhar.


– Por que você fica me olhando assim? Hein, por que? Não consegue dormir porque eu sou muito bonito? - O seu típico sorriso de canto se alargou.


– Não. Eu estava impressionada porque você é horrível, Malfoy. - Revirei os olhos ao falar.


– Olha, finalmente você falou alguma coisa.


– Morre, doninha idiota.


– Se você morrer comigo, talvez eu aceite, sabe...


– CALA ESSA BOCA!


Comecei a tremer um pouco mais. Que fome. Que frio.


– Nossos corpos estão ficando mais e mais gelados, devemos tirar nossas roupas e nos aquecer um no outro, não é? - Perguntou.


– Isso seria se estivéssemos com as roupas molhadas e em um lugar mais frio, doninha idiota.


– Ah, mas bem que não é má ideia... - E ele começou a retirar o uniforme de futebol.


– Ah! - Soltei um gritinho e cobri os olhos com as mãos.


Senti meu curpo um pouco mais quente. Ah não, ele não fez isso, fez? ELE FEZ?
Abri os olhos devagar e vi Draco do meu lado, sem a camisa do uniforme ridículo que estava usando. Olhei para meus ombros. A blusa branca de futebol americano estava ao redor do meu pescoço.


– Mais confortável?


Afirmei com a cabeça. Minhas bochechas estavam queimando, eu sentia.


– Vamos dormir, amanhã vou encontrar um jeito de sairmos daqui. Seria mais fácil se alguém entrasse.


Ele sem pedir permissão alguma colocou a sua cabeça sobre meu ombro e se encostou um pouco em mim. Que incomodo, é desconfortável.


Desde a primeira vez que vi Draco Malfoy, senti como se vermes estivessem se arrastando pelo meu corpo... Mas aquela sensação sumiu de uma hora para a outra, como bolhas de sabão.


– Você é tão macia, que gostoso. - Draco disse sonolento.


Retiro tudo o que eu disse. Ainda sinto esses vermes, sinto mesmo. Garoto ridículo, babaca, retardado, loiro oxigenado, barbie de camelô! Acho que vou ficar louca.


Soquei o ombro de Draco e revirei os olhos. O loiro retirou a cabeça de meu ombro e arqueou uma sobrancelha.


– Agora não posso nem dormir? Você já não bateu o suficiente em mim? Já não bateu forte? Para você, isso - Draco apontou para suas "joias" - Não foi forte o bastante? Pfft, você tem que ser minha escrava até eu estar totalmente curado, então por favor, cale a boca e me deixe dormir. - Ele colocou novamente sua cabeça em meu ombro e fechou os olhos.


Esse garoto tem problemas? Merlin.


– Malfoy?


– O que é? - Sussurrou ainda de olhos fechados.


– Amanhã iremos fazer um contrato por escrito contra o contato físico. Se você segurar a minha mão, vai me pagar dez galeões.


– E se eu te abraçar?


– Cem galeões!


– E se eu te der um selinho?


– Trezentos e cinquenta galeões!


– E se eu te beijar de verdade? - Ele levantou um pouco a cabeça e me olhou.


Zona de perigo. Muito próximo. Zona de perigo, repito.


– Mil galeões! - Exclamei e virei o rosto para o lado. Minhas bochechas coraram de novo.


Sério, eu estou doente?


– Você realmente é uma boa usurpadora, Hermione Granger. - Draco falou baixo, voltando a colocar a cabeça no meu ombro.


Eu sorri.

****


Uma voz sussurrou na minha cabeça "Hermione... Hermione... Hermione" várias vezes e eu não queria acordar. O chão estava tão macio. "HERMIONE!" a voz na minha cabeça gritou, fazendo-me abrir os olhos lentamente.


O clarão irritou meus olhos, fazendo eu gemer de incomodo. Quando finalmente consegui abrir meus olhos, lá estava ela, Minerva Mcgonagall, me encarando. Levantei no mesmo instante, dedilhei meus fios de cabelo, tentando arruma-los.

– Diretora... - Falei abaixando a cabeça.


– Senhorita Granger, Malfoy já explicou todo o ocorrido. Vá para seu dormitório e se vista, se precisar tirar um dia de descanso, fique com o dia livre.


– Obrigada... Cadê a doni... Digo, Malfoy?


– Ele está na enfermaria, ficou com muito frio na madrugada e ainda tentou descer pela janela. Ainda bem que Hagrid foi fazer a ronda pelo lago e viu Malfoy escalando a parede do castelo.


Sério isso? Sinceramente, isso está começando a ficar clichê.


– Arhn... Sério? - Perguntei.


– Não. Na verdade ele só ficou mesmo com muito frio e foi socorrido há poucos minutos. O professor veio hoje abrir a sala e encontrou vocês dois dormindo e me chamou.


– Ah... Vejo que a senhora está de bom humor hoje.


– Sim, sim.


Ela bebeu? Fazendo uma brincadeira dessas.

****


Ginevra estava comigo em meu quarto, comendo chocolates. Eu amo chocolates. Suspirei e comecei a contar todos os acontecimentos para ela, sem deixar escapar um único detalhe.


– Você está apaixonada, não está? - Ela perguntou.


– Não, é claro que não! Não seja estúpida, Ginevra Weasley!


– Você parece estar, você cheira a amor.


– E como se cheira a amor, Gina?


– Você tem um cheiro incrivelmente ruim. - A ruiva explica e come outro chocolate.


– Está falando que eu cheiro mal?


– É.


– Eu te odeio, Gina.


– Eu sei... Mas enfim, quer dizer que você viu aqueles músculos do Malfoy e não tirou uma foto para mim? Cinquenta tons de bege aqui, bolada.


– Argh, Ginevra! Fala sério... Eu não consigo parar de pensar nessa doninha irritante... E isso me irrita... Muito. Será que ele está bem?


– Ai, ai... Mione, vou lhe dar um conselho da fabulosa Ginevra...


– Fala antes que eu recuse.


– ACORDA LOGO PARA A VIDA E ADMITE QUE VOCÊ ESTÁ GOSTA DO GATO DO MALFOY! - Ela gritou alto, jogando os braços para cima.


– Cala essa boca Ginevra Molly Weasley!


– Porque eu calaria?


– Porque eu tenho bons ouvidos, sabia? E eu posso muito bem contar para o Harry que você acha o projeto de Barbie bonito.


– Fala ué... Vai ver que ele tinge aquele cabelo, é claro, se a Cho Kenga não ter dito antes para ele tingir. - A ruiva revirou os olhos. - Então, né... Você gosta do Malfoy?


– É claro que não, Gi!


– Mas você também não odeia ele, certo?


– Claro que odeio.


– Claro que não.


– Claro que sim.


– Se você odiasse mesmo, não estaria preocupada com o beijo, muito menos com o estado dele.


Infelizmente Ginevra Molly Weasley nunca erra. Eu realmente não odeio o Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Bem, vou deixar o link para o meu blog (ainda em fase de construção):

http://anothergirlinwonderland.blogspot.com.br

Nele falo sobre filmes, séries, doramas, K-pop, J-pop e livros, espero que leiam.

Até o próximo capítulo, XOXO!