Everything Has Changed escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 4
I need to know her


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo no ponto de vista do Edward! Espero que gostem, minha primeira vez escrevendo no pov de um personagem masculino.Por favor, pessoal, deixem reviews... Eu não quero escrever para fantasmas.Tanto críticas quanto elogios são bem vindos.



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POV Edward Cullen.

La tua cantante. Era assim que eles a chamavam. Os italianos, Volturi. Não que essa fosse a primeira coisa que me veio a mente quando senti o cheiro dela. Não que eu tivesse pensado algo coerente naquele momento.

Emmett me dissera algo sobre isso. Décadas atrás. Que era impossível resistir. Mas eu consegui, só não sei como. Agora era tão fácil pensar; Longe do cheiro de seu sangue extremamente doce. Longe do som das batidas de seu coração pulsante. Só sentindo brisa fria do norte.

Havia vindo para os Denali, mas logo me arrependi. Me arrependi por deixar Esme tão desamparada. Ela podia fazer várias coisas, mas não podia voltar no tempo e tirar aquela humana da minha vida. Eu sabia que eu não poderia simplesmente juntar a família, fazer as malas e partir novamente. Seu cheiro era impossível de se esquecer. Ainda mais quando se é imortal. Eu queria matá-la, mas não sabia se devia.

Tinha que voltar e consultar Carlisle. Era a primeira coisa que eu deveria ter feito.

Me despedi rapidamente de Tânia e Kate, que foram muito hospitaleiras mesmo com meu estado insano. Havia passado uma semana ali, mas nada parecia mudar. Corri por quase três dias até chegar em casa. Sendo recebido por Esme.

– EDWARD!

Ela me abraçou, despejando reclamações. Eu podia ver seus pensamentos. Ela se sentia preocupada e pela primeira vez, impotente por não poder fazer nada. Logo ouvi os pensamentos de todos na casa, alguns, como Alice, vindo para me receber.

“O emo voltou” emmett disse em seus pensamentos enquanto descia as escadas num ritmo humano.

“Melhor?” Alice perguntou em seus pensamentos, realmente preocupada. Eu diria preocupada até demais.

Somente balancei a cabeça para ela, e fui direto ao ponto.

– Precisamos conversar. Todos nós.

– Edward, se você está cogitando a possibilidade de matá-la...

– É claro que ele está! Ou você acha que ele conseguirá deixá-la viva? De qualquer maneira teremos de eliminar essa humana, depois do que Carlisle fez... – disse Rosalie, já fora da casa, interrompendo Alice.

– O que? O que Carlisle fez? – exigi.

Só recebi o silêncio como resposta.

– Digam! – gritei.

– Cara, você tá muito estressado, já tentou chá de ervas? – Emmett disse e a única coisa que pude fazer foi pular em sua direção e socar sua cara.

Vi em seus pensamentos que ele iria revidar, mais no momento seguinte eu já estava correndo em direção ao hospital, à procura de Carlisle.

Mesmo que Emmett compre uma briga facilmente, ele sabia que se me seguisse, a briga seria realmente séria. Ele não achava divertido lutar comigo, de qualquer forma.

Segui meu caminho pela floresta, e diminui para velocidade de um humano quando me aproximei da avenida mais próxima. O hospital não estava muito longe, e eu continuei minha caminhada. Logo que me aproximei do hospital e entrei, pude ouvir os pensamentos de Carlisle. Ele já sabia que eu estava aqui, o que facilitava as coisas. Estava me esperando em sua sala. Quando entrei ele veio me cumprimentar, mas logo me afastei.

– O que você fez com a humana? – disse rapidamente.

– Edward, por que não voltamos para casa...

– Carlisle, por favor! – ele podia ouvir meu tom torturado.

– Bom...

Ele contou tudo pelos seus pensamentos, acrescentando cenas dela caída no chão e deitada na cama de hospital. Suspirei. Eu havia pensado uma coisa muito pior do que ele ter salvado ela de um humano sem escrúpulos. Pensava que ele havia transformado a garota. Com o mesmo propósito no qual ele transformou Rosalie. Para mim. Suspirei novamente, já calmo.

– Edward... – Carlisle disse e riu, já interpretando a razão de meu pequeno surto de desespero.

De repente ele parou de rir, restando apenas silêncio no cômodo.

– Tomou uma decisão, filho?

– Não, como sempre preciso de sua ajuda – disse e sorri, para acalma-lo.

– Volte para casa, Edward. Tente se acalmar um pouco. Estarei lá à noite – ele disse, e eu pude ver em seus pensamentos que ele não podia deixar o hospital agora. Só iria se fosse algo grave, como eu tendo um ataque de histeria, por exemplo. Ridículo. Talvez eu estivesse mesmo ficando louco.

Como uma simples humana que eu nem conhecia poderia ter esse efeito todo sobre minha vida? Ela não era nada. Eu podia matá-la facilmente. Eu poderia pensar numa maneira de levá-la a um lugar bem escondido e escuro e morder seu pescoço. Ela não poderia lutar, não teria tempo nem para gritar. Seria tão fácil satisfazer meu enorme desejo pelo seu sangue. Tão fácil.

Afaste esse pensamento. Pensei enquanto corria.

Pensar em como era tão fácil matá-la só dificultava as coisas. Me fazia querer correr na direção contrária e terminar isso de uma vez. Ir a seu colégio e roubar seus arquivos. Descobrir onde ela mora.

Parei tão abruptamente que se abriu um buraco no chão abaixo de meus pés. Dei meia volta. Eu sabia onde era o colégio. Comecei a correr. Onde será que ficavam esses arquivos? Na diretoria, provavelmente. Era sábado, não teria ninguém lá.

Cheguei numa avenida mas não parei de correr, ao contrário, só aumentei minha velocidade. Eu estava correndo tão rápido que os humanos mal veriam meu vulto. À medida que fui me aproximando do colégio, comecei a ouvir vozes lá dentro. Tinham muitas pessoas lá. Alunos. O que eles estavam fazendo no colégio num sábado? Entrei e comecei a andar num ritmo humano. Ninguém havia me visto. E se tivesse, isso não teria importância nenhuma.

Comecei a prestar atenção nos pensamentos das pessoas. Descobrir o que estava acontecendo.

“...tenho que ajudar minha mãe quando chegar em casa. E tem prova de geografia na segunda, dever de matemática...” pensava uma garota do segundo ano.

“...se não ganharmos esse jogo vou perder a porcaria daquela aposta... Eu sou tão burro. O Jacob é o melhor jogador desse colégio, se não ganharmos...” pensou um garoto próximo à mim.

Ah, então era um jogo. Mas isso não me impediria de seguir com meu plano. Eu não podia pensar em Carlisle nem em Esme nesse momento. Só seguir o plano. Continuei minha caminhada até a diretoria. O diretor havia saído de lá alguns minutos atrás. Não tinha ninguém lá dentro. A sorte dessa humana não era realmente boa.

Entrei e comecei a abrir as gavetas. Só agora que percebi que eu não sabia o nome da garota. Oh, perfeito. Como eu iria achar os arquivos dela?

Abri uma pasta aleatória e percebi que em cada arquivo vinha anexada uma foto do respectivo aluno. Suspirei, isso ajudava muito. Comecei a ver fotos e mais fotos, mas nada da garota. Letra E, F, G, H, I... I... Isabella Swan.

Um nome tão incomum. Ela não sorria na foto, como várias outras pessoas que eu havia visto anteriormente. Boas notas. Filha de Renée e Charlie Swan. Nascida no dia treze de setembro de 1987, no Arizona. Morava... À três quadras dalí.

Em vez de eu sair imediatamente à procura da casa dela, algo me parou. Eu não conseguia levantar. Aquela garota era uma pessoa, como eu. Ela tinha uma família, como eu tinha. Tinha seus gostos e seus defeitos, tinha um passado, tinha uma vida. Quem era eu para tirá-la dela?

Eu não era ninguém. Eu era um monstro.

Coloquei a cabeça entre as mãos. Eu estava torturado. A cada segundo que se passava era mais difícil tomar uma decisão.

– Não pode fazer isso, Edward – Alice disse atrás de mim.

– Sabia que você viria – falei. Eu sabia, mas estava ocupado demais pensando em outras coisas.

– Como você pôde pensar em...

– Alice, eu desisti. Desisti, certo? – ela sabia disso. Tinha visto minha decisão de matá-la e tinha visto minha decisão de voltar atrás - Eu não consigo pensar em mais nada. Estou enlouquecendo, você não entende.

– Eu te entendo, Edward. Mais do que você pensa.

Pude ver em seus pensamentos que era verdade.

– Me ajude então, Alice – eu estava tão desesperado que pedi sua ajuda em voz alta. Isso nunca tinha acontecido. Ela sempre me ajudava antes mesmo que eu pudesse pedir.

– Estou tentando, mas você só foge da sua família, foge da sua decisão – eu sabia que ela estava certa, mas desviei o olhar – Olhe, não vim aqui para te julgar. Esme achou uma solução, como sempre.

O quê?

– Ela ficou dias lendo aqueles livros gigantes dela. Por que ela não é rápida como nós, você sabe. Ela não queria que ninguém interferisse. Ela não dormiu por quase três dias, Edward – ela disse. Senti-me culpado quase que imediatamente. Eu estava fazendo quase todos a meu redor sofrerem comigo. Aquilo não era justo.

– Ela achou um feitiço... Que pode te ajudar.

Esme era uma bruxa. Eu sei, já não basta vampiros existirem, bruxas também.

Ela não gostava de ser chamada de bruxa, para ela era um insulto. Por respeito a ela, chamávamos essa espécie de nascidas da magia.

Não havia homens dessa espécie. Eu sei, é estranho. As bruxas só tinham capacidade de ter filhas mulheres. E a maioria delas não eram nem capazes de ter filhas. Mas quando eram, relacionavam-se com humanos e depois os matavam. As nascidas da magia, em sua maioria, eram mulheres egocêntricas, egoístas e más. Usavam seus poderes somente para o bem próprio. Sua espécie era extremamente pequena. Eu mesmo só conhecia quatro bruxas, incluindo Esme.

Esme era diferente. Ela possuía valores diferentes das outras. Conheceu Carlisle e eles se apaixonaram, mesmo com a mãe dela não sendo a favor, mesmo eles sendo de espécies diferentes. Carlisle a ama. Não sei como ele consegue conviver com o fato de que ela vai morrer daqui a alguns anos.

– Um feitiço... Bom, eu prefiro falar isso quando estivermos em casa, perto de Emmett e Jasper. Não sei se você irá aceitar bem.

– Como assim, Alice?

Tentei vasculhar seus pensamentos, mas percebi que ela cantava o hino nacional em alemão.

– Alice, seu alemão é horrível – eu disse, rindo, já aceitando sua condição.

– Que se dane.

Guardei os papeis em suas respectivas gavetas e saímos. Andando em um ritmo humano pelo colégio, recebemos vários olhares especulativos. Estávamos passando pela frente do vestuário masculino quando ouvi um pensamento intrigante.

“ A Bella nunca vai aceitar o pedido... Mas o que custa tentar?” um garoto pensava dentro do vestiário, enquanto um outro dizia:

– Se nós ganharmos você vai ter que pedir. Sam, aposta é aposta.

Bella não era um apelido de Isabella, não é? Não podia ser, podia? Eu esperava que não. Senti uma raiva subir pelo meu peito. Parei do nada e Alice me olhou estranho.

“O que foi agora?” ela pensou.

– Eu quero ficar – as palavras escaparam.

– O quê? – ela me olhou como se eu fosse louco.

– Quero... Er... Ver o jogo dos humanos – O. Que. Eu. Estava. Fazendo.

– O quê? Enlouqueceu, Edward?

– Provavelmente sim, mas essa não é a questão – Provavelmente, não, com certeza.

– Qual é, então?

Eu não sabia como responder. Eu não sabia o que eu iria fazer. Ficamos parados ali por alguns segundos até que os olhos de Alice ficaram sem foco. Percebi em sua visão que eu iria tomar uma decisão em alguns segundos.

– Sério, Edward, não sei o que fazer com você. Eu aqui, tentando te ajudar, e você planejando matar toda a raça humana. O que o garoto fez de errado?

– Eu não sei... Ei! Eu não ia matá-lo...

– Mas você acabou de decidir...

– Eu quero matá-lo, mas não vou – eu a interrompi rapidamente.

– E por que você quer matar o pobre garoto bonito?

– Jasper deveria saber sobre essa sua opinião – falei. Alice o achava bonito. Será que Isabella também achava e iria aceitar ir ao baile com ele? E eles iriam namorar por muito tempo até que...

Não.

Eu podia matá-la. Ela não poderia fazer plano algum por que eu poderia matá-la e ela não poderia finalizá-los.

E isso não faz sentido algum.

– Cale a boca e vamos para casa - ela disse.

– Já disse que vou ficar.

– Ah, é? Então eu fico com você, pra te impedir de fazer qualquer loucura.

Balancei a cabeça, rindo e caminhamos em direção ao estádio. Eu queria ficar pra saber mais sobre a garota. Sobre os amigos dela. E sobre esse garoto loiro maldito com interesses um poucos suspeitos em relação a garota que eu possivelmente poderia matar. Ou não.


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Notas finais do capítulo

"OH MEU DEUS POR QUE VOCÊ FEZ DA ESME UMA BRUXA" guys... eu sei, eu sei. Só foi uma ideia que do nada surgiu em minha mente e a partir dela eu criei uma idéia pro fim da fic. não posso e não vou mudar essa nova parte da história.reviews, para fazer uma pobre autora feliz?



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