Wake escrita por Taís, Juh, Amanda


Capítulo 11
Engano


Notas iniciais do capítulo

Hello!!!

Quem está vivo sempre aparece, não é mesmo?! ;)

Pessoal, nos desculpem pela demora. Durante as férias eu (Taís) viajei, as meninas se mataram de estudar pros vestibulares, fora nosso trabalho e vida social; e como não queríamos postar de qualquer jeito, acabamos por demorar.

Mas aqui está mais um capítulo... Que é super dedicado à Hideko e LuHiuga que recomendaram lindamente Wake... Muito obrigada queridas, nos fizeram muito felizes!

As três autoras também estão dando cambalhotas e dedicando o cap à Ana Vitoria Sousa , que recomendou Vigaristas... Obrigada, amamos cada palavra querida!


Boa leitura à todos!



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Sakura rodopiava tanto no meio da rua com os braços abertos, que quase fiquei tonto só de observar aquilo.


— A heroína está pensando que pode voar também? — perguntei vendo-a parar com um sorriso esplêndido nos lábios.


— Voar não... Mas posso fazer algo tão bom quanto isso. — disse como se acabasse de ter uma super idéia. — Está com muito sono doutor? — perguntou com um olhar estranho, talvez... Desafiador.


— Não estou com sono nenhum. — admiti.


— Bom, então talvez eu possa ir pra sua casa agora.


"... talvez eu possa ir pra sua casa agora... agora... agora... agora..."


Diabos! Isso é interessante demais, mas... Você é o médico dela! Ponha a mão na consciência Sasuke!


— E então o que acha? — perguntou com uma sobrancelha erguida. Deveria negar? Afastar a tentação daquela proposta implícita?


Mais nem ferrando! Sou seu médico, meu dever é estar sempre por perto. Para cuidar dela... É claro.


E talvez, ela só esteja se sentindo sozinha demais naquele apartamento, precisando de um amigo. Claro, só pode ser isso!


— Claro, vamos no meu carro. — disse dando a volta para abrir a porta pra ela. Malditos cabelos esvoaçantes e cheirosos! Como se não bastasse, ainda vi quando ela cruzou suas pernas generosas, fechei a porta do carro na mesma hora, respirando fundo antes de dar a volta.


Sua paciente... Ela é sua paciente!


Cuidei de manter isso fixo na mente tanto no caminho, como também ao chegarmos em meu apartamento. Estávamos na sala e fui até a mesinha para colocar minhas chaves.


— Lindo... — apreciou e eu me virei vendo-a retirar sua jaqueta e jogando em meu sofá. Ela vai mesmo ficar com essa blusa e essa saia apertada ao corpo me chamando de lindo? — Este apartamento é realmente lindo! — completou desfilando até meus livros e CDs da estante. De repente a saia de couro justa parecia-me curta demais naquela mulher.


É claro que ela estava se referindo ao meu apartamento, mas que cabeça a minha!


Virou-se para mim exibindo seu generoso decote naquele pedaço de pano colado. E eu, um renomado psicólogo sério e focado, jamais pensaria besteira e olharia com segundas intenções para a... Os dois... Lindos... Seios da professora. Diabos, é exatamente o que estou fazendo!


Se não estava querendo ficar só em casa e passar o tempo com algum amigo, então deveria ter procurado um amigo, oras! Não sou amigo dela! Amigos não olham pros peitos da amiga! Ou olham?


Não interessa! Ela é sua paciente! Onde foi parar a sua ética? Lembre-se que esse pedaço de tentação é a sua tese!


— Ham. — pigarreei olhando para os meus pés. — Ta com fome, professora?


— Panquecas! — respondeu na lata. Humf, além de atentar ta querendo me escravizar também, é?


Fui para cozinha sendo seguido pela professora, que se sentou no balcão cruzando as pernas enquanto me olhava cozinhar com uma taça de vinho em mãos.


Ofereci a bebida por educação, não pensei que fosse aceitar. Se ela já está tão solta assim sóbria, imagina quando estivesse embriagada? Não, melhor não imaginar!


Balancei a cabeça rejeitando o pensamento perigoso quando mais uma vez ela cruzou as pernas, o que me deixou com a pulga atrás da orelha. Afinal, qual era a da professora? Definitivamente não éramos amigos. Mesmo assim, ao invés de ir pra casa de Ino, por exemplo, pediu pra vir até a minha, logo eu... Que sou legal, solteiro e lindo! Ai tem...


É certo que ela pensa que vai bater as botas, e que está com os dias contados. O que deixa compreensível ela querer aproveitar a vida e seus prazeres nos seus “últimos” dias, não é? E qual mulher em sã consciência não se interessaria por mim? Então é absolutamente natural a professora querer aproveitar seus dias da melhor maneira possível e me... Paquerar? Hmm.


Sua paciente... Ela é sua paciente!


E como um bom doutor, precisava comprovar se era isso mesmo, e assim finalmente conseguir espantar os pensamentos impróprios. É isso.


Sakura, como se tivesse pressentido minhas dúvidas, acabou com todas elas ao levar a taça de vinho lentamente até os lábios, descendo do balcão onde estava sentada e inclinar-se ao meu lado. Desviei os olhos pra não queimar as panquecas, mas ela segurou meu braço, então tive de encará-la.


— Não podemos adiar isto um pouco doutor? — perguntou me fazendo ficar confuso. Ela estava se tornando especialista nisso.


— Você não está com fome?


— Isso pode esperar... Quero fazer outra coisa com você! — ela disse se desfazendo dos sapatos.


— Olha professora... Isso não é sensato! — contestei recuando um passo para trás.


— O que tem demais nisso? Estamos só nós dois na sua casa, não tem ninguém nos vendo! — argumentou. São nessas horas que realmente conhecemos as pessoas; Sakura me tarando na cozinha, quem diria?


— O que tem demais? — perguntei "abismado”. — Sou seu psicólogo e isso é maluquice!


— Ah, doutor... Qual é? Nem está tão frio assim!


— Quê? — perguntei novamente confuso.


— Tira a roupa de uma vez! — exigiu ao puxar sua própria blusa para cima ficando apenas de sutiã azul claro com rendinhas. É o meu fim. Em seguida, abaixou-se para passar a saia pelos pés, soltou os cabelos e colocou as mãos na cintura, como se tivesse esperando alguma coisa, mas acabou sendo a melhor pose que já vi na vida.


E eu que não seria idiota de negar o que ela queria!


Desliguei o fogo, mandando aquela panqueca pra casa do chapéu. Tirei minha camisa e bermuda ficando apenas de boxer. A professora pareceu desconcertada ao me olhar, como se por um momento admitisse que o que íamos fazer fosse completamente absurdo, mas logo reativou o brilho vital dos olhos verdes e veio até mim, entrelaçando sua mão na minha. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ela me puxou.


— Por aqui... — disse ao levar-me.


Que o santo dos médicos lindos me defenda!


Enquanto eu apreciava sua bela bunda rebolando durante o percurso, perdi totalmente a noção de que não estávamos indo em direção ao meu quarto. Sakura abriu o vidro que dava para a parte externa da cobertura de meu apartamento e desfez sua mão da minha.


Há tempos tenho perdido o sono, só de lembrar-me do dia em que demos uns amassos na cama da professora... Queria levá-la pra minha agora.


Pena que ela não estava pensando o mesmo.


Quando vi o entusiasmo dela ao olhar pra água, e dar o impulso necessário do mergulho, percebi que o objetivo daquilo tudo, era apenas se aproveitar da minha piscina... E nada mais.


Sacudi a cabeça sentindo-me frustrado, fechei os olhos e massageei as têmporas. Sakura está acabando com a minha sanidade. Não acredito que pensei besteiras!


— Douto- oor... — cantarolou fazendo-me abrir os olhos e ver seu indicador me chamando pra água. Fitando-me com ar de provocação. — Ainda estou te esperando... É sua vez!


Se já tinha feito o papel ridículo de cair na dela e ficar de cueca, mergulhar ali não seria nada! Então foi o que fiz, mergulhei desejando que aquela água gelada me devolvesse o juízo, mas ao subir me pego diante dela, diante daqueles olhos verdes e brilhantes, tão grandes e tão... Sedutores...


— Você também é lindo doutor. — Afirmou com um sorrido terno. Sakura percebeu que tinha me enganado quando escutei o elogio ao meu apartamento e não a mim. Eu poderia me sentir um otário, se não tivesse acabado de confirmar que ela estava sim flertando comigo.


Então a puxei pela cintura, dando-lhe um beijo furtivo e fiz o cálculo perfeito de tornar aquilo meio selvagem e galante, mas só consegui ser... Carinhoso com ela. Sakura não correspondia ao meu beijo, o que me fez pensar que talvez meu desempenho não tivesse sido tão bom. Assim que separei meus lábios dos dela, lhe fitei. Sakura estava séria.


Não acredito que aquilo foi apenas um elogio qualquer, e eu a agarrei desta forma! Dei um passo para trás esperando uma bofetada ou alguma agressão verbal, mas me enganei redondamente... Mais uma vez.


— Sabe doutor... Sempre que vou corrigir a lição dos meus alunos, dou uma olhada na ultima folha do caderno... É como se fosse um rascunho de toda a vida deles ali... O número do ano junto ao nome, uma continha de matemática, o nome da paixonite da semana, uma lista com o apelido dos amigos, coraçõezinhos e grafites inúteis, mas tudo isso... Muda com o passar do ano, as coisas se renovam e nada volta a ser como era antes, as pessoas e os sentimentos que nutre por ela, também podem mudar... E sabe o que é chato? Eu perceber que as coisas na minha vida são as mesmas há anos!


— Sakura...


— Eu quero falar... — advertiu-me continuando. — E o engraçado, é que a minha rotina veio mudar justo agora que estou com os dias contados. Sasuke... Por que você não apareceu antes do Sasori ter desgraçado com a minha vida? Por que me atropelou justo agora? Eu não teria descoberto que iria morrer! Por que fica me beijando mesmo sabendo que estou com o pé na cova?


— Pare com isso! — interrompi sentindo-me terrivelmente culpado por toda aquela aflição dela. Você não vai morrer droga! Meus pensamentos fritavam, mas eu era incapaz de dizer. — Não fiz isso pra te atormentar ta legal? Me desculpe se fui rude ou algo assim... Eu pensei que você queria!


— Não, eu não queria! Você tem que me ouvir, Sasuke... Preferia que tivesse sido rude comigo, mas você não foi. Se me beijar dessa forma, não vou ter forças pra impedir, vamos parar na tua cama e duvido que tenha um preservativo na gaveta! Vou acordar vomitando no café da manhã que você preparou com carinho e comprimidos de vitaminas C amassados no sanduíche pra eu não cair no sono de novo, e descobrir que estou grávida de um filho que nem vai nascer porque vou morrer antes que ele complete um mês e meio dentro da minha barriga. Também não quero que escreva um livro sobre nossa breve história de amor e fique milionário com uma vagabunda que vai sapatear de alegria no meu caixão por ter saúde pra ficar ao seu lado e te dar o final feliz que não vou poder ter ou te oferecer! Então não me beije mais assim... — despejou sem pausas sobre mim, afastando-se até a borda da piscina. — Nunca mais. — concluiu e seguiu para dentro da casa novamente.


Deixei-a na sala secando-se com uma toalha enquanto trocava de roupa no quarto, assim que terminei voltei à sala pegando as chaves do carro.


Fomos o caminho até seu prédio num completo silencio. É claro que eu não abriria a boca depois do grande vacilo... Dela, óbvio. Por que diabos alguém que pensa que tem poucos dias de vida se privaria de ficar com alguém como eu? Esse alguém definitivamente precisa de mim... Dos meus cuidados profissionais de psicólogo, é.


Pequenos vacilos, grandes estragos à parte... Assim que estacionei, ambos percebemos que constrangimento era o menor dos nossos problemas naquele instante. E se ainda não estava comprovado que quando uma coisa dá errado ferrando contigo, o universo conspira para que todas as outras desgraças aconteçam em seguida, eu, Sasuke Uchiha, acabo de oficializar. Afinal, o problema sequer bateu na porta, ele chegou arrombando-a... Literalmente!


Era só o que faltava sermos assaltados na frente de seu prédio em plena sexta-feira, não é mesmo?


Fomos praticamente arrancados do meu próprio carro pelo marginal que apontava o revólver bem no centro da minha testa. Postei-me a frente de Sakura instintivamente, e com as mãos levantadas tentava amenizar o ambiente.


— Passa o celular, o relógio e as chaves, playboy! — gritou o bandido.


— Acalme-se... Pode levar o que quiser! — disse retirando o relógio do meu pulso para entregar-lhe. O seguro me daria outro carro do ano, tenho outros relógios bem melhor do que este e o aparelho celular já estava ultrapassado. O marginal poderia levar tudo o que tenho desde que poupasse os bens da professora e nossas vidas.


Infelizmente não se fazem mais mocinhas que se permitem ser protegidas como antigamente. Também estava enganado a respeito dela não reagir...


— Ah, mas não vai levar mesmo! — disse passando por debaixo de meus braços e colocando-se a minha frente, o bandido então trocou de alvo e mirou seu revolver para a cabeça dela. Sakura começou a rir! Santo Deus, estamos fritos! — Pode levar o meu relógio, mas não vai levar nada dele! — disse após se recuperar da insana gargalhada. O bandido desceu o olhar para o pulso da professora e fez cara de nojo.


— Olha moça, eu te pago pra não ter de roubar este teu relógio Paraguai! Agora sai da frente antes que eu perca a cabeça! — ameaçou encostando a arma na testa dela, para ser mais incisivo.


Sakura fechou a mão envolta do revolver, afastando-o um pouco mais para a esquerda de sua cabeça.


— Então atira deste lado aqui seu bandido. Aproveita e estraçalha este tumor que tenho na cabeça de uma vez, e me polpa de sofrer pelo próximo um mês e meio de vida que tenho. — pediu olhando-o diretamente nos olhos. O bandido titubeou, demonstrando certa fraqueza em sua determinação explosiva de antes.


— O que está fazendo sua maluca? Quer morrer?! — perguntei entre dentes num sussurro querendo esganá-la, porque a idiota que se meteu na minha frente impedindo o bandido de pegar meu relógio? Seria bem mais fácil do que pedir pra estourar os próprios miolos na minha frente!


— O que acha que estou fazendo, doutor? Eu vou morrer de todo o jeito! Não irei permitir que este bandido te leve as coisas que conquistou com o seu suor e trabalho prestado com tanta competência, sem fazer absolutamente nada para impedir! — disse metida a justiceira, e eu não me comovi nenhum pouco, embora tenha ficado estático junto com o bandido, tendo a sensação de que a qualquer momento ela fosse desabotoar a jaqueta e mostrar sua capa de super heroína. — Então acabe logo com isso e tire minha vida de uma vez seu bandido, mas deixe o doutor em paz. — disse com os lábios trêmulos e os olhos cheios d'água. Mas que droga, agora sim estou comovido! E quando escutei o seu bandido fungando o nariz, percebi que não era só eu.


— Minha mãe também tinha um tumor na cabeça... — declarou o bandido nitidamente sensibilizado.


Sakura meteu a mão dentro de sua jaqueta e o bandido alarmado apontou o revolver em direção ao peito dela. Sakura não se importou, e o contrário do que imaginamos ela não tirou uma bomba dali, apenas estendeu um lencinho branco pro marginal. Podia ver fumaças saindo da cabeça dele. Olhou para mim e para a professora, e hesitando abaixou a arma aos poucos, foi quando escutamos os barulhos da viatura de polícia aproximando-se de nós.


— Mas você não é minha mãe! — disse o bandido arrancado a bolsa dela em seguida atirando-se no chão e tremelicando-se todinho.


Assustado com a cena repentina, olhei para a professora que sorria vencedora com sua arminha de choque, da qual eu conhecia bem em mãos; eu mesmo já tinha sido vítima dela quando entrei escondido em seu apartamento. De uma coisa tinha certeza: Era eficaz!


— E se eu fosse sua mãe lhe daria umas boas palmadas! — ralhou a professora. Os policiais agiram rapidamente prendendo o elemento, e Sakura pegou sua bolsa para guardar sua arminha do mal, dando um tapinha em sua jaqueta como se limpasse o farelo de alguma coisa, quando ergueu o olhar pra ver que não fazia sucesso apenas no prédio da suicida, mas no próprio também.


Os policiais a reverenciaram e os moradores que certamente os havia chamado, batiam palmas de suas respectivas janelas, dentre eles a vizinha maluca que estava com uma câmera fotográfica profissional mirada bem pra nossa cara. Movimentou os lábios, sibilando um "faça uma pose doutor", então abri um sorriso forçado enquanto seu flash registrava o meu rosto e o da professora.


E eu ainda não acreditava que só nesta noite a vi cantando em cima de um palco, dando um pé na bunda do ex que a fez sofrer, salvar uma suicida, incrivelmente me rejeitar e salvar-me de um assalto.


Acho que cometi um engano.


Quem é que precisava de ajuda mesmo?




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Notas finais do capítulo

Nós meio que tentamos nos redimir pela demora de postagem nas férias, postando uma outra fic, dessa vez no universo anime que tínhamos guardada no bolso e não pretendíamos postar, pelo menos não ainda... E mesmo sem levar jeito com este tipo de fic, pra nossa surpresa, tem uma renca de gente acompanhando! Quem quiser ler Konoha: http://fanfiction.com.br/historia/393962/Konoha/


Mas e ai??? O que acharam do capítulo?
Deixem um review *--*

3 BeijOos xD