Wake escrita por Taís, Juh, Amanda


Capítulo 10
Doutora


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos *--*

Obrigada por todos os reviews,demoramos um pouquinho pra postar, mas cá estamos nós!

Boa leitura!



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É Sasuke, você virou um babaca...

O que te importa se a camisa preta ta melhor que a azul? Isto não é um encontro, isto é uma consulta... Num bar, mas é uma consulta!

Se ao menos ela tivesse aceitado minha carona depois da escola, poderia coagi-la a me contar o que tanto quer naquele bar fuleiro.

Ela recusou até mesmo que eu fosse buscá-la em seu apartamento, terei de ir direto pra lá... Que seja!


A cada beco que eu entrava ia achando que aquele estabelecimento era mais duvidoso do que pensava. Estacionei meu carro, com um enorme medo de não revê-lo nunca mais, e sondei o segurança que estava á porta...


— Boa-Noite... Ainda está meio vazio ou é impressão minha?



— Ah senhor... Aqui não costuma ser muito badalado, e acredito que os poucos que sempre vêem já estão por aqui. Hoje teremos uma atração nova, o pessoal está bem animado... — disse o "segurança" que era tão magrinho e estranho que me fez pensar caso houvesse algum perigo seria o primeiro a correr.



— Está bem, vou entrar... — disse sendo consumido por uma fumaça aromática artificial, e golpeado com um jogo de luzes florescentes nos olhos, quando me recuperei consegui olhar a minha volta.



Tinham muitas mesinhas no salão, mas pessoas ocupando-as que é bom nada, mais ao lado tinha o bar, e ao fundo o placo cuja banda estava se preparando para começar o "grande show"...



— E com vocês... Ela! A grande! Maravilhosa! Esplendorosa... Inacreditável... Incrível... VOCALISTAAAAA... — dito esta revelação muito reveladora, os instrumentos tocaram desembestados quando a tal entrou...
 



E quando vi aqueles cabelos cor de rosa, pensei que as luzes florescentes sinistras do bar haviam me cegado de vez, mas realmente era ela... A professora!

 

— Hey, platéia mais linda e mais agitada do mundooo!!! — ela gritou toda empolgada esperando que retornassem com os gritos, e na dúvida olhei para os lados vendo que ninguém tava empolado coisa nenhuma, quem dirá alguém bonito. Tsc! Certamente a pessoa linda a que ela se referiu, era unicamente a mim. — Essa música diz um pouco sobre mim... Quero que me ajudem a cantar, certo?

 

E então ela se virou para banda de malucos dando sinal para que eles começassem, e depois se virou agarrando o microfone de olhos fechados... Como se estivesse querendo sentir à música.

 

O sol se foi e as flores estão podres

Palavras são espaços entre nós

E eu deveria estar afogado nos rios que encontrei das lembranças perdidas

E eu deveria estar mal quando você me deixou inseguro


 

Então acabe comigo se isso te faz se sentir bem

E me odeie agora se isso te mantém bem

Você pode acabar comigo se isso está em seu poder

Pois eu sou muito mais que os seus olhos podem ver


 

 
Sakura parecia sentir dor, parecia revoltada... Ela alternava entre ficar de olhos fechados e focar o olhar num ponto do bar... Intrigado com a letra da música deprimente, segui seu olhar e quase cuspi o chope batizado que me serviram.... A professora cantava olhando pro bar bem onde estava escorado o ex namorado ruivo, que sequer piscava aqueles olhos de peixe morto enquanto a fitava no palco.

 

 

E o que diabos o psicólogo bonito, boa pinta, bem vestido faz nessa joça mesmo? Ah sim, ele veio servir de encontro para alguém que já tem um encontro! Tsc!

 

 

E eu sou aquele em quem você nunca pode confiar

Porque as feridas são modos de nos revelar

E sim, eu poderia ter tentado e devotado minha vida a nós dois

 
Mas que desperdício do meu tempo, quando o mundo que tínhamos era só seu


 

 

 Por enquanto que o Slash fazia-se presente com seu solo de guitarra e a professora se remexia no ritmo, ela resolveu dizer umas sábias palavras também...

 

— Às vezes precisamos nos afastar de algumas pessoas, pois só assim, conseguimos um bom impulso pra voadora.

 

Então acabe comigo se isso te faz se sentir bem (Então acabe comigo)

E me odeie agora se isso te mantém bem (Então acabe comigo)

Você pode acabar comigo se isso está em seu poder

Pois eu sou muito mais do que todas suas mentiras

 



— Só vocês! — disse oferecendo o microfone pra platéia de cinco pessoas, que não faziam idéia de que letra era aquela e muito menos eu.

Quando viu que ninguém cantaria deu de ombros voltando a cantar a música depressiva. Será que ela sabe que o muro das lamentações fica lá em Israel?



Me odeie, acabe comigo. (então acabe comigo)

Então acabe comigo se isso te faz sentir bem (então acabe comigo)

E me odeio agora se isso te mantém bem (então acabe comigo)

Você pode acabar comigo se isso está em seu poder

Pois eu sou muito que os seus olhos podem ver



UOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOH!

Finalizou com um grito digno daquelas cantoras negonas do coral da igreja, e com um braço a frente da barriga inclinou o corpo num gesto de reverência à "platéia". Quando vi que não teríamos um vasto repertório e ela já se preparava para descer fui ao seu encontro enquanto ela descia a escada do palco, e segurei-lhe pelo cotovelo ao mesmo tempo em que outro ser indesejável a puxava pelo lado oposto.


Sakura olhou de um para o outro, como se tivesse numa enrascada.



— Você foi... — ambos dissemos juntos e em seguida paramos a fala para trocarmos fuziladas com o olhar.

— Maravilhosa. — adiantou-se Sasori.

— Na verdade foi fantástica. — corrigi, mesmo que na verdade quisesse dizer "razoável".

— Obrigada— disse timidamente ao livrar os braços.

— Pode acompanhar-me um instante querida?— perguntei e ela assentiu indo a um canto comigo. — Da pra explicar o que esse cara está fazendo aqui?— perguntei entre dentes.

— Ele me procurou, querendo conversar...

— Vai voltar com ele?— perguntei indignado.

— Não!— exclamou— Por isso nem permiti que ele entrasse em meu apartamento. A banda me ligou pra fazer um bico aqui, achei oportuno que conversássemos num lugar público. — Como se este barzinho furrenca tivesse muita gente! Tsc!— Por isso também te chamei doutor... Só converso na presença do meu psicólogo, fora que você é meu namorado, esqueceu?— perguntou e eu olhei por de trás de Sakura vendo que ele nos observava, e antes que aquele babaca pensasse que estávamos em crise por causa dele, tratei de corrigir, trazendo Sakura junto a mim numa puxada só.

 


— Então vamos fazer isso direito... — disse inclinando o rosto em direção ao dela. Ela estava tão cheirosa e tão sexy naquelas roupas de pop star dela. Como aquele babaca pôde dar um pé na bunda desta mulher? Não me surpreende que ele venha com o rabo entre as pernas querendo voltar.
 


E eu estava ali, prestes a beijar minha paciente, mandando o resto de ética profissional que ainda me restava pros ares, quando fui interrompido no trajeto até aqueles lábios...


— ACUDAM!!!— Entrou o segurança fracote aos berros. Pronto só o que me faltava ser assaltado neste fim de mundo. Na certa levaram meu carro! Já me preparava pra noticia, eu e os cinco gatos pingados que estavam naquela espelunca, quando ele finalmente conseguiu controlar os pulmões e falar. — Uma moça, a moça do prédio da frente... Está no último andar ameaçando se jogar!— disse assombrado. Percebi quando Sakura num espasmo levou a mão até a boca e esbugalhou os olhos.


— O QUE ESTAM ESPERANDO? ACUDAM!!!— repetiu o folgadinho que ao invés de ir ajudar veio buscar reforços. Tsc!

Todos correram para fora do bar vendo o tumulto de pessoas que haviam se acumulado a nossa direita, erguendo a cabeça pude ver uma moça morena aos prantos com ambos os braços apoiados na parede atrás de si enquanto fraquejava alguns passos para os lados, olhando para a multidão abaixo.
 


— Acalmem-se, sou psicólogo... Enquanto o corpo de bombeiros não chega irei até lá tentar convencê- la.— anunciei às pessoas que desesperadas falavam ao mesmo tempo e fui em direção a entrada do prédio.
 


— Eu vou junto. — disse Sakura que mesmo ao ver meu olhar de repreensão continuou seguindo-me. Teimosa!


Pegamos o elevador, assim que chegamos ao ultimo andar, foi fácil identificar o quarto em que ela estava, pois havia pessoas à porta, alarmadas.



— Ela não deixa ninguém entrar meu filho, mas ainda está viva posso escutar a respiração dela!— uma senhorinha informou ao grudar o ouvido num copo á porta da suicida. E contrariando a minha estatística de pessoas normais, havia mais pessoas além da vizinha maluca de Sakura que aderia esta ferramenta minimamente potente já que até a respiração da mulher que esta do lado de fora ela escutou!



— Afastem-se, por favor!— disse espantando as criaturas e dei o impulso necessário para arrombar a porta.


Adentrei o apartamento indo até o quarto, que estava com a janela de vidro escancarada, pude ver os fios de cabelo preto que esvoaçavam.
 


— Olá... — disse fazendo-a notar minha presença ali. Tudo o que eu não queria é que ela se assustasse a me ver ali, e ai sim despencar daquela altura.

— Saia daqui! — ralhou com uma voz bastante agressiva. — Não se aproxime raça infiel.

— Está falando comigo?— perguntei confuso.

— E com quem mais? Veio defender seu amiguinho? Ah... São mesmo todos cúmplices... Raça maldita! Se você aproximar-se de mim, ranco-lhe o que tem no meio das pernas! — aturdido com a ameaça recuei uma passo, quando senti uma mão delicada em meu braço.



Sakura passou por mim e foi até a janela, eu lhe acompanhei, mas fiquei escondido, pois realmente não queria virar um eunuco, seria um desperdiço a esta perfeição.


— Se não é professora, o que faz ai tentando se suicidar? Pode dizer a mim o porquê de querer tirar a própria vida?— perguntou Sakura numa voz serena.

— Quem se importa?— rebateu ferozmente.

— Eu me importo. Sei que não te conheço, mas também sei que não quer morrer, esta é apenas uma frágil tentativa de matar a dor que está sentindo. Mas isso é covardia! Está desperdiçando a sua vida... Sabe quantas pessoas gostariam de viver?— perguntou a
professora e vendo que não obteria resposta alguma, ela mesma indagou. — Eu gostaria de viver.


— Porque está dizendo isso?


— Porque tenho um tumor maligno comendo meu cérebro neste exato momento, e menos de três meses de vida pela frente. Estou condenada a morte, e se eu tivesse o poder da escolha que você tem, escolheria viver e dar a volta por cima... Aliás, já tenho feito isso com o pouco de tempo que ainda me resta.

Houve um silêncio quase palpável com a declaração que nem mesmo eu esperava que ela desse. As pessoas que estavam lá embaixo tinham os olhos cheios d'água e eram incapazes de desgrudarem os olhos daquelas duas.


— Mas estou sofrendo tanto... O homem que amo me rejeitou da pior maneira, me iludiu, me traiu... Me reduziu a pó.— disse com  a voz chorosa.


— Pois eu também tenho algo pra lhe dizer... Dediquei três bons anos da minha vida a um homem que era professor assim como eu, estávamos noivos, a data do casamento se aproximava e coincidentemente o aniversário dele. Juntei a porcaria do meu salário e comprei duas passagens para uma viagem com ele, queria fazer uma surpresa e quem a teve fui eu... Ele terminou comigo, alegando que recebeu uma proposta de trabalho no exterior onde ganharia vinte vezes mais... Destruiu o que tínhamos, diluiu meus sonhos, meus planos, despedaçou meu coração... Eu deveria me sentir fraca agora por confessar essas coisas em público e pior... Na frente do próprio que está bem ali... — a professora disse apontando na direção do ruivo que recebeu todos os olhares da multidão para si e antes que pudesse dizer algo, um grandalhão tatuado que estava emocionado com a história de Sakura saiu correndo atrás dele com mais um bando atrás.


— Nenhum deles presta! — alegou a suicida.


— Isso não é verdade... Alguns deles prestam sim, te animam, incentivam, fazem faxina na sua casa, te oferecem caronas e sabem fazer panquecas.


— Não conheço nenhum assim...


— Pois acabo de descrever este homem bondoso a quem você acabou de ameaçar rancar os testículos e todo o resto. — Sakura disse ao olhar brevemente para mim com um sorriso angelical, algo me aqueceu por dentro, mas não consegui sorrir de volta.


Mais um momento de silêncio, até que a suicida se manifestou.


— Está bem... Me ajude aqui...— pediu estendendo uma mão para Sakura que a olhou com um largo sorriso e lhe sustentou enquanto ela pulava para dentro abraçando-a. Enquanto isso la embaixo o número de pessoas pareciam ter triplicado e batiam palmas ardorosamente, assoviando e outros filmando a cena com o celular. O corpo de bombeiros chegou, mas felizmente já não seriam mais necessários, Sakura havia salvado a vida daquela mulher.


E eu com todo o meu conhecimento e profissionalismo, presenciei de camarote minha paciente se tornando a doutora da situação.


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Notas finais do capítulo

Postamos um nova OneShot, pra quem ainda não leu, aqui está o link: http://fanfiction.com.br/historia/379347/Fleeing_The_Sameness/

Deixem a opinião de vocês!

Quanto a Valentine's Day, ganhou o concurso e iremos responder a todos os maravilhosos reviews! Quem quiser ver a resenha que a dona do blog fez: http://maeandcoments.blogspot.com.br/2013/06/resenha-de-valentines-day.html



A música deste capítulo é do Sether, pra quem quiser escutar, aqui está: http://www.youtube.com/watch?v=w09LxgeF750



E ai o que acharam do capítulo???

BeijOs!