Suntuoso Passado:A história de Endymion e Serenity escrita por Darin


Capítulo 18
Capítulo 18: Sol e Lua


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, novo capítulo para vcs...
Espero que gostem



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Ela é tão linda...

Este pensamento invade minha mente enquanto olho-a dormi. A pele clara dela parece brilhar, suas pálpebras brancas rodeada de cílios enormes estão fechadas. Um pouco de baba se acumulou no canto de seus lábios pequenos e rosados. Ela mexe, incomodada, o rosto, pois um fio de cabelo dourado está fazendo seu nariz coçar, gentilmente afasto-o de seu rosto e aproveito para fazer uma carícia em sua face pequena.

Tão macia é a pele dela...

Quando estou com ela minha mente fica tranquila, todas as minhas obrigações e temores desaparecem, ela é minha musa.

Movo-me um pouco e vejo que o dia já amanheceu, os três sois do Sistema Alpha Centauri são três círculos fulminantes projetados no fino tecido da tenda que armei para mim e Serenity no terceiro planeta deste sistema.

Já faz dois dias que vi todo o poder que Serenity possui... Fiquei chocado e fascinado da forma como ela conseguiu vencer o inimigo em Kinmoku...

Será que o poder de minha amada poderá nos salvar do nosso trágico destino iminente?

Movo o meu corpo um pouco para espreguiçar e quando me volto para minha bela vejo que seus grandes olhos celestes estão a me olhar.

–- Bom dia.

–- Bom dia – ela sorri de forma meiga e ofereço – Café da manhã?

–- Uhum...

Em Kinmoku agi de forma vil e afastei minha amada de mim... Lá, não tínhamos como conversar e quando Serenity derrotou aquele inimigo recebemos a informação de que a Lua estava enviando reforços...

Precisávamos ganhar tempo...

Saímos implorando à Lady Kakyuu que não informasse aos Lunares sobre nossa presença ali, pois éramos fugitivos da terra e que a ela desejávamos retornar por nossas próprias pernas...

Elevo-me e abro a tenda para avistar o paraíso que é o terceiro planeta.

Como chegamos durante a noite não tivemos tempo de avistar a paisagem, mas este planeta era um paraíso escondido em nossa galáxia. O ar era úmido, o que favorecia o aparecimento de diferentes espécies de vegetais. Aqui havia arvores tão gigantescas que se assemelhavam a castelos e tão diminutas que deveríamos ter cuidado para não pisá-las. A copa de todas era coberta por uma folhagem diferente, extremamente fina e de magnitude gigantesca, semelhante ao tecido que cobria o corpo das mênades de Elysion. Foi algumas destas folhagens que utilizei para fazer a tenda que dormi com Serenity.

Consigo avistar um brilho distante que se aproximava de nós, eram nossos anfitriões que vieram nos receber.

Não sabia ao certo que idioma utilizar para comunicar-me com estes seres pequenos, mas antes de qualquer tentativa minha Serenity avança para eles.

–- Bom dia – uma das criaturas brilhantes toca no rosto de Serenity, agora que está próxima é possível ver que possuem um corpo pequeno e longas asas de borboletas que lhe dão o brilho que chamou minha atenção – Desculpe-nos por invadir seu planeta.

A criatura sorriu e acenou para as demais que se aproximaram, era como se estivéssemos em uma tempestade de bolhas brilhantes. Ouvi sua voz em minha mente. “Sejam bem vindos, é raro termos visitantes”.

–- Tentaremos não incomodá-los – Falei enquanto acariciava a cabeça de um dos nossos pequenos anfitriões.

“Não é incômodo. Vocês devem estar famintos.”

Eles nos guiaram para quem imaginei ser o líder, uma fadinha, na falta de melhor termo para definir nossos anfitriões, um pouco maior do que as que nos recepcionaram, as asas dela eram cor de arco-íris e sua pele despendia uma luz estrelar.

“Sejam bem-vindos, seres do Sistema Solar”.

Eles sabiam nossa origem, mas não consegui teme-los pareciam seres de paz, anjos da guarda.

Alimentamo-nos de um néctar adocicado e de frutas que desconhecíamos. Serenity sorria e contava histórias da Lua para eles que ficavam cada vez mais fascinados.

Quando o céu se tingiu de vermelho considerei ser a hora de partirmos, se alguém em Kinmoku falou sobre nós para os novos visitantes, era melhor não ficar no mesmo lugar... Os Fatuns*, nome que eles se apresentaram a nós, nos forneceram alimento e algumas folhas de suas árvores. Agradecemos muito e antes de partirmos a líder deles, Flower, me alertou para voltarmos à joia azul... Ela conhecia a profecia e implorou pelo nosso regresso... Prometi falar com Serenity, algo que já planejava há muito...

Prosseguimos para outro sistema, neste havia somente uma estrela azul solitária, “Sírius”, nos abrigamos no planeta mais próximo desta estrela.

–- Endymion – Serenity me olhava com olhos incomodados – O que é a proibição? Nunca a entendi bem... Estou preocupada.

Não esperava falar sobre isso tão cedo com Serenity, mas devo ter murmurado algo em meus sonhos... Peguei um punhado de terra negra do planeta e sentei-me ao seu lado na fogueira, ela aconchegou a cabeça dela no meu ombro.

–- O universo, Serenity, foi criado em meio a uma explosão de energia, você sabe disso, né? – ela assentiu com a cabeça e eu prossegui jogando a areia no fogo, a areia formou uma fumaça negra e transformou-se em uma pedra brilhante no fundo da fogueira – Nesta explosão surgiu um poder incrível que deu a luz a duas divindades: Sol e Lua.

Separei com uma varinha o vidro ainda quente no meio da fogueira.

A estas duas divindades foram destinadas de nunca se encontrarem, pois o poder delas duas era tão fantástico que atrairia toda a maldade do mundo...

–- Nunca ouvi esta lenda...

–- É uma lenda antiga do universo, mas acredito que nossos guardiões e pais a conhece... o que está em questão é que você, Princesa da Lua – Serenity não gostava deste título, então me olha com tristeza – é a reencarnação de uma destas divindades... Enquanto eu, o Príncipe de Elysion, sou da outra.

–- Então estarmos juntos é realmente errado? – lágrimas já banhavam os olhos de minha princesa.

–- Algo tão puro e belo não pode ser errado – toco seus lábios rosados – Por isso precisamos encontrar um jeito de fazer a joia azul forte, tão forte que nunca sucumbirá diante do mal.

–- Não queria voltar... – ela me olha nos olhos implorando – Se voltar significa escolher entre você e o bem-estar do planeta, eu não quero voltar...

–- Não precisamos escolher. Lembra-se do meteoro?

–- Como não lembrar... Mars está desesperada porque o fragmento que possuíamos virou pedra...

–- O nosso sumiu antes mesmo de investigarmos, juntamente com o próprio meteoro. Ninguém em Elysion entendeu bem o que aconteceu, eu já havia alertado meus Shintennous sobre o perigo do meteoro antes dele desaparecer... – pondero se devo falar ou não e decido-me – Mas seu aparecimento é uma prova do mal que se aproxima da joia azul quando os dois poderes estão sobre ela.

–- O mal que surgiria se nos uníssemos?

–- Isso mesmo, mas só foi eu começar a agir na superfície do planeta e o meteoro sumiu...

–- Será que... – ela me olhava entusiasmada.

–- Sim, minha amada, podemos ficar juntos... Isso é possível. O poder do reino dourado e do Milênio de Prata pode se unir...

–- Isso é maravilhoso – ela me abraça e sinto o aroma doce de rosas que Serenity exala.

–- Maravilhoso é poder compartilhar isso contigo. Mas somente podemos fazer isso se voltarmos e convencermos os outros...

–- É, eu sei.

–- Será difícil ficar longe de você depois de tanto tempo unidos...

–- Mas precisamos aguentar – ela me abraça com mais força.

–- Antes de voltarmos, quero lhe fazer uma promessa –segurei firme sua mão em meu peito – vou te amar para sempre, Serenity, enquanto meu coração estiver batendo e até mesmo quando ele parar... Sempre você será a única para mim.

–- Oh, Endymion... – lágrimas iluminam os olhos de minha princesa – Eu te amo.

Procuro nos meus bolsos o anel que ia dar-lhe antes de nossos guardiões nos interromperem, mas não o encontro.

–- O que procura, meu amado?

–- O anel... Temo ter perdido-o – me desespero, aquele anel era o símbolo do nosso compromisso.

–- Será? – vejo um nota de tristeza passar pelos olhos celestes de minha amada, abaixo a cabeça, como posso ter perdido o símbolo de nosso amor? Ela, ao ver meu desespero, toca carinhosamente minha mão – Não preciso de um anel, se tenho você...

–- Mas aquele anel era o símbolo de nosso compromisso – tento argumentar, mas ela, enquanto me olha, procura distraidamente algo nos bolsos do vestido.

Quando encontra o que procurava, um sorriso de satisfação se espalha em seu rosto que me mostra algo em formato de estrela.

– Este relógio foi presente do meu pai – Seu pai? Ela nunca tinha falado sobre ele, sempre imaginei que ela fosse órfã como eu... Esta nota de pesar invade minha mente juntamente com a curiosidade de como será o pai de minha amada?

–- Seu pai?

–- Uhum, mas ele não se importa se eu dá-lo a quem eu amo... Este relógio foi um presente dele para o meu futuro marido -- ela sorri – Ele também é uma caixinha de música e nela, eu gravei uma música especial, algo que compus para simbolizar nosso amor.

Quando toco a estrela que ela tem nas mãos uma doce melodia inicia-se. Aperto mais meu corpo ao de Serenity. Realmente não precisamos de anel algum, o importante é o nosso amor.

Teremos que regressar a Terra, eu sei disso, mas, por enquanto, somente quero ouvir a melodia que Serenity criou para nós. Ela toca meu rosto com suas mãos delicadas e nos aproximamos até não haver espaço algum entre nós, nossos corpos se moldam como se fossemos um, e quem sabe em uma vida mais feliz não o fomos? Tendo a acreditar na lenda das almas gêmeas...

Os lábios doces de minha princesa tocam os meus e sinto toda a tensão e medo fugir de mim.

Amo-a e não aceitarei que nada nos separe...

* Fatum, é uma palavra do latim que significa destino. Foi desta palavra que derivou o termo fada que utilizamos hoje em dia. Segundo um site de misticismo que consultei, antigamente acreditavam que eram criaturas mágicas que interferiam nos destinos dos outros. Bom, precisei delas aqui para interferirem no destino de Endymion e Serenity...


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Notas finais do capítulo

Meninas...
Então, com este capítulo fecho o arco das viagens pelo universo de Serenity e Endymion...
Estou entrando no arco final da fic, vamos ver se consigo.

Por enquanto não vai dar para trazer dois capítulos na semana... dia 16 tenho um concurso que não quero passar, mas preciso fazer com a mínima seriedade....
¬¬
Odeio aquela cidade e não quero morar lá,
mas preciso fazer esta bendita prova
Amém