As Surpresas Do Amor escrita por Butterfly


Capítulo 17
Viver




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Caroline

Hoje completava dez dias que Laura estava em coma. Calma Caroline, vai dar tudo certo. Eu encontrava Gustavo diversas vezes, o que me distraía bastante. Ele era atencioso, educado e engraçado. Em vários momentos, ele me fazia rir. O que não acontecia muito depois do acidente de Laura. Estávamos sendo amigos. Ele costumava ligar para mim e trocávamos mensagens no WhatsApp. Eu estava cochilando, sentada na cadeira ao lado de Laura até que alguém me mexeu levemente, porém acordei assustada.

— O que foi? A Laura acordou? — Falei rapidamente. Laura permanecia quieta e imóvel e vi quem havia me acordado. Gustavo.

— Não, desculpa, é que o horário de visitas tá acabando e eu te acordei. — Murmurei um “ah” e beijei a bochecha de Laura. Eu e Gustavo saímos juntos em direção ao estacionamento. Eu não estava com meu carro. Apenas tinha pegado uma carona com minha mãe.

— Droga.

— O que foi?

— Não estou com meu carro e agora não sei como eu vou voltar pra casa.

— Eu te levo pra casa. — Percebi que ele estava com dois capacetes na mão e me entregou um quando chegamos a sua moto. Ele subiu primeiro e depois eu subi. Envolvi meus braços em sua cintura, como se estivesse abraçando ele. Percebi que ele tremeu quando fiz isso. Indiquei á ele onde era minha casa e rapidamente chegamos. Saí da moto e entreguei seu capacete, ele tirou o seu e desceu da moto.

— Obrigada. — Sorri e ele fez o mesmo.

— De nada. — Quando fui beijar sua bochecha, ele virou o rosto produzindo assim um selinho demorado. Separei nossos lábios, confusa. — Desculpe, eu não queria me aproveitar de você, juro. — Ele me olhava sinceramente e sorri olhando para o chão. Ergui meu rosto e o fitei.

— Está tudo bem, Gustavo. Relaxa.

— Olha, não se vai adiantar muito, mas... A Laura vai acordar, ok? Sabe, se precisar de qualquer coisa é só falar comigo.  — O abracei forte e ele retribuiu o abraço. Caraca, ele tinha um cheiro delicioso que me fez perder os sentidos por alguns segundos. — Só falei isso para se sentir melhor.

— Eu sei, obrigada. Bom... Boa noite.

— Boa noite, Car. — Era a primeira vez que ele me chamou assim. Entrei em casa e o vi saindo com sua moto. Não, eu não gostava de Gustavo desse jeito. Ele era interessante e estávamos sendo só amigos. Pelo menos por enquanto.

Danyel

***

21 dias. Era o total de dias que eu havia chorado e várias e longas noites alternadas sem dormir esperando notícias de Laura e a visitando no hospital. E quando dormia, era sempre o mesmo sonho. Três semanas completas. Meus pais estavam do meu lado no corredor, um sentado de cada lado e eu no meio.

— Eu não aguento mais. — falei nervoso e chorando. Era a primeira vez que eu tinha medo de perder alguém.

— Filho, calma. — Meu pai passava a mão pelas minhas costas, consolando-me.

— Eu não vou suportar perder a Laura. Eu preciso dela. Eu não aguento mais vê-la naquela cama. Eu quero que ela abra os olhos e sorria pra mim dizendo que ama. — Eu soluçava forte e chorava muito, muito mesmo. Minha mãe pôs minha cabeça em seu ombro e me abraçou de lado. Meu pai continuou alisando minhas costas e minha mãe fazia carinho em meus cabelos. Depois de eu me recompor, fui até o quarto e como de costume me sentei na cadeira ao seu lado e segurei sua mão. — Oi princesa. — Sorri para ela. — Eu não sei até quando mais eu vou conseguir aguentar, mas eu estou aqui. Sempre estarei aqui para você. Eu sou seu príncipe, lembra? Laura, você sempre vai ser a mulher que vai fazer meu coração bater mais forte. Você foi o melhor presente que eu poderia ganhar de Deus. — Me inclinei um pouco e fiquei próximo de seu rosto. — Eu te amo. — Juntei nossos lábios, mesmo que eu não pudesse sentir os seus. Afastei-me e fiquei com a cabeça abaixada e encostada em sua cintura. Ouvi um barulho agudo e ignorei. Eu podia estar ficando maluco, mas senti algo na mão que estava segurando a de Laura.

— Dan... — Olhei para Laura e vi seus olhos abertos, me fitando. Lágrimas desceram involuntariamente. — Dan, é você?

— Sim, sou eu. — Ela acordou. Abri um largo sorriso e beijei sua mão. Eu ia sair para chamar alguém, mas ela não queria me deixar sair.

— Não, não vai. — Apertei aquela campainha que chamava os enfermeiros e eles rapidamente a socorreram e me pedindo para sair do quarto. Meus pais estavam de pé, com olhares curiosos e de mãos dadas.

— Dan, o que aconteceu? — perguntou minha mãe e eu sorri, abraçando os dois.

— Ela acordou. — Pude sentir os dois sorrindo e me abraçando forte. Obrigado, obrigado meu Deus! Pela primeira vez em 21 dias eu estava feliz novamente.


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