Caroline

Depois de cinco dias que Laura estava em coma, seu quarto de hospital parecia bem enfeitado, com desenhos e mensagens de conforto. Eu queria tanto que ela acordasse. Sentei-me ao seu lado, na cadeira.

— Oi amiga. — Sorri para ela, que permanecia imóvel. — Eu sinto sua falta, sabia? A galera do primeiro ano fez uma homenagem pra você, sabe, cantaram a música Keep Holding On, você teria gostado de ver. Foi lindo, eu até filmei. — Sorri fraca. — Laura, acorda, por favor. Eu preciso de você. — Quentes e fortes lágrimas desciam pelas minhas bochechas. — Eu preciso da minha irmã mais velha ao meu lado. — Sequei minhas lágrimas quando vi um casal e uma criança entrando no quarto. Eu os conhecia. Eram Liz e Peter, tios de Danyel e sua pequena prima, Sara. Eles me cumprimentaram e Sara mexia lentamente o braço de Laura.

— Papai, por que ela não acorda? — Perguntou Sara. Peter manteve um olhar triste, mas sorriu para a filha.

— Eu já falei filha, ela está dormindo. — Sara se sentou na cadeira e encostou sua cabeça na cintura de Laura, fazendo carinho em sua coxa. Liz chorou abraçada ao marido. Aproximei-me de Sara.

— Ei, porque não faz um desenho para ela? A Laura vai gostar de ver quando acordar. — Fiz um sorriso forçado. — Vamos pra lanchonete ali, eu tenho lápis de cor e papel na minha bolsa.

—Ok. — Ela se levantou, eu peguei minha bolsa e em seguida, ela segurou minha mão. Liz murmurou um “obrigado”. Eu apenas assenti com a cabeça e fui até uma lanchonete que havia no hospital. Sara só queria um biscoito recheado e refrigerante e eu apenas pedi um suco. Peguei papeis coloridos e lápis de cor. Sara desenhava várias coisas. — Gu! — Ela falou e sorriu, quando viu um alto e atraente garoto entrar na lanchonete. — Car, esse é Gustavo (http://media.tumblr.com/5bac06e20ef16e3a904c2c907521b5fa/tumblr_inline_mn3ry9pHht1qz4rgp.jpg), meu irmão. — Ela se levantou da cadeira, e eu fiz o mesmo, cumprimentando seu irmão. Quando apertei sua mão, senti um choque elétrico e seus bonitos olhos claros me fitaram. Ele havia sentido também. Não sabia que Sara tinha um irmão. Nessa hora, os pais dos dois vieram até nós. Sara mostrou seus desenhos para seus pais, que sorria.

— Você é Caroline, né? — Gustavo falou comigo. Assenti com a cabeça. — Não cheguei a conhecer a Laura.

— Vai gostar dela. — Falei, com a esperança de vê-la acordada. Peguei minhas coisas e Sara me abraçou. A peguei no colo e beijei sua bochecha. Despedi-me de Peter e Liz, que logo foram com Sara no quarto de Laura para colar os desenhos na parede. — É... Foi um prazer conhecer você. — Ele deu um meio sorriso e quando fui beijar sua bochecha, ele virou um pouco e minha boca atingiu o canto da sua. Não foi de proposito, mas fez meu coração bater aceleradamente.

— Desculpe.

— Tudo bem... Tchau, Gustavo. — Fui para o meu carro e vi uma foto de Laura. Eu estava do seu lado, a abraçando e ela beijava meu rosto. Amávamos aquela foto. Ergui a cabeça, respirando fundo. Estava tão cansada de chorar. Mas eu ainda tinha esperança e terei até o fim.