O Destino escrita por Benihime
PDV Connor Stoll
— Ei, Travs, sabe aquela garota nova, a Dare?
— Claro. Aquela esquisita ruiva. Quer fazer uma "brincadeira" de boas vindas com ela? — Perguntou, folheando nosso caderno de ideias, onde anotávamos todas as pegadinhas que fazíamos, para nunca mais fazermos de novo.
Afinal, a graça está em ter sempre uma coisa nova pra trollar todo mundo.
— Claro. Ouvi dizer que ela gosta de pintar quadros, então que tal fazermos algo envolvendo tintas?
Travis folheou o caderno.
— Contanto que não seja o truque da almofada, porque esse a gente usou com o Percy. — Disse, fechando o caderno.
— Tá, que seja. Vamos usar um bem manjado, então. A gente coloca um balde de tinta em cima da porta, fecha e depois chama a Dare pra lá...Bum! Banho de tinta!
Dei uma fugidinha da escola pra comprar a tinta e arrumamos tudo na escadaria que dava para o subsolo. Eu, que era menos tímido, fui até a Dare.
— Oi, ruvinha. Sabia que você é muito linda? — Eu disse em seu ouvido, e vi ela se arrepiar.
Eu aproximei bem nossos rostos, mas não a beijei. No último segundo, desviei o rosto para sussurrar em seu ouvido.
— Eu quero te beijar, mas ninguém pode ver. Se você quiser, pode vir comigo até a escadaria do subsolo. Ninguém vai nos ver lá.
Ela corou e eu percebi que, mesmo se vestindo como uma esquisitona, ela era bem bonitinha.
O melhor de tudo foi que ela me acompanhou até a escadaria. Quando chegamos, fiz um gesto para que ela passasse à minha frente e a ruiva levou um banho de tinta.
Foi tudo muito rápido e não vi como aconteceu, mas, de repente, ela rolou escada abaixo e a perdi de vista.
Meu coração acelerou. Eu a matara? Provavelmente não. Fiz a única coisa em que pude pensar: corri para chamar Annabeth, que saberia manter a calma o bastante para me ajudar.
PDV Annabeth
Connor Stoll chegou correndo, arfante. Eu o encarei, assustada. Difícil ver o pegador da escola nesse estado.
— O que você aprontou dessa vez? — Perguntei, com as mãos na cintura.
— A Dare. Travis e eu fizemos uma pegadinha pra ela na escadaria...
Corri até lá, praticamente voando pelos corredores. Desci as escadas até encontrá-la. Estava suada, toda coberta de tinta, e havia sangue em volta dela.
— Rachel. Pode me ouvir? Eu vou ligar pra ambulância, certo?
Eu estava ajoelhada junto a ela, então não foi tão difícil assim para Rachel pegar minha mão.
Ela disse meu nome antes de fechar os olhos. Não demorou muito para a ambulância chegar. Levaram Rachel para o hospital e eu tive que ficar na escola. Na hora do almoço, fui falar com Percy.
— Pers, pode me fazer um favor? A Rachel tá no hospital, e eu queria ir ver como ela está.
Ele assentiu. Chegamos ao hospital e voei para a recepção.
— Eu gostaria de saber sobre Rachel Elizabeth Dare. Ela foi hospitalizada por volta das dez e meia. — Eu disse à secretaria impecavelmente vestida.
—A senhorita é da família?
Pestanejei, tentando inventar uma mentira plausível.
— A loirinha aqui é minha namorada e Rachel é minha prima. Podemos ir vê-la, por favor? — Percy intercedeu.
— Ah,claro, podem subir. Quarto 112.
Percy enganchou o braço no meu e subimos juntos. Quando chegamos no quarto 112, a porta se abriu e uma bela médica saiu dali. Tinha cabelo dourado e olhos escuros.
— Ela está bem, doutora? — Perguntei. A médica teve um sobressalto e fixou os olhos em mim.
— Sim, ela está ótima, porém sedada. Sofreu um trauma razoável, e deve acordar apenas mais tarde. Pode vê-la rapidamente, se quiser.
— Tudo bem, voltaremos quando ela estiver acordada.
A doutora assentiu e caminhou conosco até a recepção. Chamava-se Júniper, e era o tipo de mulher agradável que fazia todos se sentirem bem.
Percy me deixou em casa e fiquei o dia inteiro preocupada com Rachel, afinal, eu havia visto seus machucados, sabia o quanto estava ferida.
— Annabeth, calma. Rachel está bem tenho certeza. — Ailyn disse, enquanto estávamos sentadas olhando filme, ambas enroladas em um cobertor grosso. Ela afagou meu cabelo como minha mãe costumava fazer.
— Não sei, não, Lyn.
Ailyn foi até a cozinha e voltou com uma xícara de chá de camomila.
— Beba e se acalme. Se alguma coisa acontecer, a médica vai ligar. — Disse, colocando a xícara em minhas mãos e sentando-se novamente. Encolhi mais as penas e bebi um golinho do chá, sentindo-me um pouco mais calma.
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