Nada Alem De Silent Hill escrita por Kay Colchester


Capítulo 8
Capítulo 7 - Ilusões




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359818/chapter/8

Todos ficaram meio espantados com a aparição de Tyler pela janela.

-Tyler ainda deve estar aí dentro. Letíshia venha cá. Deve haver um jeito de voltá-lo ao normal. –Diz Eddy enquanto Tyler chegava perto do rádio examinando-o estranhamente. –Parece ser Tyler ainda. Um fantasma não faria tal coisa.

-Esqueça isso Eddy. Nós não dependemos da sobrevivência dele para sair daqui.

-Desculpe. Esqueci que você é fria e sem coração.

-Não adianta ficar me elogiando, porque eu não vou mudar de opinião.

-Se você diz... –Eddy retruca um pouco irônico já saindo do apartamento um pouco apressado.

A porta do apartamento com correntes e cadeados por toda extensão.

-Não há como sair daqui. –Diz Letíshia. –O jeito é voltar por onde viemos.

Eles entram pelo buraco na parede e saem no chão por entre um matagal alto. Depois saem em uma estrada. Um nevoeiro denso. Aquela sirene mais alta e forte. Frio. Não sentiam mais suas extremidades. Um vento gelado tornava um pouco mais inconveniente o frio. A estrada se prolongava bastante. Parecia não ter fim.

-Quanto mais falta para chegarmos a algum lugar? –Disse Letíshia com os braços cruzados. –Não aguento mais andar aqui.

-Pelo ou menos não encontramos Albert ainda. –Disse Eddy curvando e apoiando-se sobre os joelhos para descansar.

-Um pouco adiantado você, Eddy. –Diz Albert que, novamente, aparece repentinamente. –Não achei que sobreviveria esse tempo todo, mas estava errado. Não importa. Vou acabar com vocês ainda.

-Por que você não para de nos perseguir e arranja alguma coisa para fazer? –Diz o menino Eddy já cansado de Albert. –Você sempre aparece e some sem fazer nada. Espera que os monstros desse lugar façam isso para você.

-Não fale sobre o que você não sabe menino. Sua estadia aqui foi prolongada por uma desventura que tive. Mas não vai ficar por muito tempo.

Albert some novamente.

A estrada parecia infinita. Eles andavam por ela durante horas e não chegavam a lugar algum.  O nevoeiro aumentava. Uma subida na estrada. Parecia uma serra ou algo do tipo. As paredes no interior da curva feita de rochas. Havia gotas de água no chão e nas paredes, mas era muito tarde para ser orvalho e  muito cedo para ser sereno. Não havia outra escolha a não ser continuar subindo. Algumas árvores no caminho. Barulhos estranhos vindo de todas as partes. Grunhidos amedrontadores, gritos de agonia, gemidos de dor, vozes, cochichos dizendo qualquer coisa. O único som que se podia distinguir era a voz de Albert sussurrando “41.793”. “E esse número ainda nos persegue. Deve haver mais alguma coisa além de uma data.”Pensava Eddy.

No fim da estrada, o topo da colina. Um hospital. A sirene quase ensurdecedora vindo dali. Eles entram. Na recepção, muito sangue e alguns papeis jogados no chão. Um recipiente com uma bebida de nutrição. Parecia útil. Guardaram a mesma e entraram em uma porta ao lado. Um corredor enorme com várias portas. Mais parecia um corredor polonês, pois haviam braços saindo das paredes segurando candelabros. As luzes piscavam. Algumas não funcionavam. No fim do corredor, um relógio de cabeça para baixo com seus ponteiros rodando desordenadamente. “Será que esse relógio tem alguma ligação com aquele do apartamento? Vou descobrir.”

-Pegue o relógio Fer.

-Pra que?

-Deve haver alguma coisa nele. Pegue e traga-o consigo.

-Você está começando a ficar maluco. –Retrucou Letíshia ignorando os pensamentos do menino.

-Esperem e verão. A propósito, você ainda não nos contou o porquê você tem medo de banheiros.

-Meu pai morreu em um banheiro. Eu vi a cena. Apenas eu, meu pai e o bandido em um shopping. O bandido nos levou para o banheiro e me deu um tiro no ombro. Eu caí e fingi estar morta, mas vi tudo. Ele pegou meu pai dilacerou sua face com um triturador, arrancou seus olhos, sua mandíbula, abriu seu peito e começou uma seção de tortura. Parecia um filme de terror. Meu pai sendo mutilado vivo por aquele bandido. Tenho um rancor enorme de Albert por esse motivo. A sorte de vocês é que seus parentes foram trazidos para cá, vivos. Vocês não tiveram que vê-los passar por uma autópsia, vivos. Foi horrível. Por isso me tornei fria. Nada mais me dá medo ou me apavora. Apenas banheiros pelo trauma. –Conta ela, enquanto vasculhavam alguns dos quartos, na maioria, vazios.

-Entendo. –Diz Edward

O filho de Fer começa a ter um colapso nervoso e cai no chão. Algumas palavras saem inconscientes de sua boca. “T-T-T-Telev-v-visão, R-R-Rád-dio, R-Rel-ló...” Um último suspiro, o garoto morre. Fer entra em pânico, não sabe o que fazer. Ele apenas debruça sobre o corpo do filho e começa a chorar. Alguns segundos depois, ele se levanta e começa a abrir os armários do quarto onde estavam procurando por remédios ou algo do tipo, mas só encontra sangue e algumas coisas inúteis nesse caso. Então volta e continua debruçado sobre seu filho.

-Não entendo o porquê de Albert fazer isso com meu filho. Ele é só uma criança. –Diz com soluços do choro. Depois volta se debruçar sobre seu filho.

-Vamos. Não dá para salva-lo. Agora ele está morto. –Diz Letíshia tentando confortar o amigo.

-CALE A BOCA! Você não sabe o que é perder um filho. Eu não vou deixá-lo sozinho. Sigam vocês. Minha vida já não tem mais sentido. –Responde Fer irritado chorando muito ainda.

-Tudo bem. Você quem sabe. Se mudar de idéia, pode ser muito tarde. –Diz Letíshia virando as costas e indo embora levando o relógio.

-Não acha que foi um pouco dura com ele?- Perguntou Eddy já chegando à porta de saída do hospital.

-Não Eddy. Estamos em um mundo estranho onde podemos morrer a qualquer momento, e você quer que eu seja flexível? Ele é adulto. Sabe se virar. Não vai sobreviver por muito tempo.

Eles abrem a porta e o lugar mudou. Agora era um caminho em espiral para baixo. A névoa ainda era forte. No lado de fora da passarela algumas gaiolas grandes penduradas. O lado de dentro nada. O caminho parecia suspenso pela sua própria força em cima de  um precipício que não se via o fim devido ao nevoeiro.

-Mais uma coisa. –Pergunta Eddy. –Por que você pegou o relógio? Não disse que eu estava louco?

-Não tenho nenhum plano melhor, então vou investir no seu. Pode funcionar. E pare de fazer perguntas. Isso me irrita.

Eles chegam a uma porta no fim da passarela. Eles entram e tudo escurece. Alguns minutos depois eles acordam caídos no meio daquela cidade. Nenhuma alma viva, nem morta no local. Apenas os mesmo grunhidos apavorantes. Mas não durou muito. Aquele grito da criatura de duas cabeças, logo em seguida sua aparição. Mais apavorante. Uma de suas cabeças era a de Dante e a outra era a de Silver, ambos no mesmo estado das cabeças de bebê. Tyler aparece em chamas flutuando atrás e Fer sangrando também como fantasma.

-Fer! –Diz Eddy espantado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nada Alem De Silent Hill" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.