E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 14
O começo de um jogo de vinganças


Notas iniciais do capítulo

demorei? se sim espero que me desculpem.
Eu caprichei bastante nesse cap. É consideravel dizer que eu me empolguei, mas fiz ele com muito amor.
Boa leitura!



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SADIE

Eu dormi muito bem. Tipo, muito bem mesmo. Sem abrir os olhos passei a refletir sobre onde estava e o porquê de estar ali. Assim que todas as memórias do dia anterior voltaram, memórias ainda mais antigas me vieram. Lembranças de antes de a magia entrar na minha vida. Ainda não me sinto pronta para me abrir com vocês ou mesmo com o Walt. Meu pai e Carter nem fazem idéia de como minha vida foi.

Abri meus olhos a muito custo e me deparei com a pouca quantidade de luz solar vinda da janela. Abri as cortinas e me deparei com uma gostosa manhã nublada, um dia nem frio, nem quente. Eram 6 da manhã;

Notei a porta do quarto entreaberta e me apressei a procurar por Walt/Anúbis. Assim que cheguei á sala, pude ver que o menino dormia tranquilamente no sofá. Parei para pensar. Durante as duas vezes em que havia dormido nesse apartamento, eu havia acordado na cama. Não pude negar um sorriso em meus lábios. Walt havia cedido a sua cama para mim; cedido o seu espaço e mesmo assim acordava sorridente.

Se Basted estivesse aqui teria ficado orgulhosa de mim. Sai tão sorrateira quanto um gato, silenciosa como a noite. Abri um portal direto para a minha casa. Eu havia ficado excelente em abrir portais sem a presença de algo egípcio. Apenas me concentrava no meu colar e chegava aonde queria.

Sai exatamente no meu quarto e comecei a separar minha roupa. Eu tinha que separar uma roupa ousada, mas sem exageros. Eu precisava de algo que fizesse aquela vadia soltar fumaça pelas orelhas. Assim que encontrei a roupa perfeita, passei a procurar os acessórios. Afinal, o look não estaria completo sem no mínimo um brinco!

Pequei uma toalha e segui em direção ao banheiro. No mesmo instante em que a água morna caiu no meu corpo, senti um alivio incapaz de expressar em meras palavras. A água levou de mim todo o cansaço e mal estar existente no corpo e na alma. Passei no meu corpo o meu sabonete preferido de lavanda e amora. Um cheiro totalmente inebriante. Apesar de ter enrolado, eu não passei mais de quinze minutos embaixo da água.

Sai debaixo do chuveiro me sentindo renovada. Coloquei minha roupa separada com cuidado e os acessórios: uma blusa que ia até os cotovelos, listrada em preto e branco. A blusa tinha dois botões próximos aos seios para ajustar o tamanho do decote. Uma saia levemente rodada preta e uma bota de cano curto com um leve saltinho. De acessórios eu usava apenas um brinco de argolas e os meus colares que já faziam parte do meu corpo. Ah! E um lindo anel de dois dedos no formato de uma águia.

 Passei a me preocupar com os meus cabelos ainda úmidos. Sentei na minha cama sem presa alguma e deixei que minhas mãos conduzissem a escova pelos meus fios dourados. Assim que todos os nós foram desfeitos com carinho, tirei o excesso de água com a toalha. Tirado o excesso, peguei meu secador e terminei de secar meus cabelos. Juntei os fios e os enrolei de qualquer jeito e os joguei para trás.

Analisei, então, meu rosto no espelho: só posso dizer que eu estava muito bem. Sem olheiras com o rosto corado e os olhos brilhantes. Mas eu precisava estar mais que bem. Passei uma sombra cinza escura nas pálpebras esfumaçando-as de leve. O resultado foi I-N-C-R-I-V-E-L. Olhos com atitude sem deixar de serem meigos e delicados. Como meus cílios já eram grandes e curvados, dispensei o rímel. Nos lábios passei apenas um gloss da cor dos meus lábios avermelhados.

Terminada a maquiagem, voltei meus olhos para o espelho e admito que goste muito do que vi. Não que eu não goste de me arrumar! É que simplesmente só não me importo com a opinião alheia. Como os meus cabelos estavam bagunçados, passei mais uma vez as escova neles. Assim que alinhados em ordem novamente, passei os dedos na raiz dos cabelos próxima a testa, e joguei os fios para um lado dando um ar mais despojado aos fios.

Assim que aprovei meu visual, abri outro portal e voltei para a sala em que Walt ainda dormia. O menino estava em um estado entre a realidade e o sonho. Sentei-me na mesinha cumprida de centro de frente para ele. Com meu celular em mãos fiquei esperando o menino abrir os olhos.

WALT/ANÚBIS

Primeiro foi o cheiro. Um maravilhoso cheiro de lavanda e amora que me trouxe de volta ao corpo. O cheiro era inebriante; totalmente vicioso.  Quando não consegui mais manter os olhos fechados olhei para o meu lado de onde vinha o tão maravilhoso cheiro já conhecido por mim.

Assim que encontrei aqueles olhos azuis despertei de vez. Sadie sorriu.

-Acho que hoje você é a bela adormecida. – ela comentou e eu não consegui conter o riso. E como podia?

- Anda. Levanta palhaço.  –ela falou ainda sorrindo o que fez meu corpo reconsiderar a hipótese de um sonho.

-Não sabia que você gostava de ir pra escola. – comentei me sentando enquanto a menina se levantava e ia em direção a janela.

Depois desse meu comentário Sadie olhou para mim com irritação.

-Ah, por favor, Walt! Eu gosto de ir á escola. Eu só não gosto de estudar! – ela disse como se fosse óbvio aquilo.

Não consegui conter o riso.

Voltei então a me concentrar no que estava fazendo. Levantei-me e fui tomar um banho. Mas reparei como Sadie estava linda e totalmente pronta para sair. Desfiz a cara de bobo que se formou em meu rosto quando reparei que Sadie estava PERFEITA!... Foco! Ok, depois da expressão de bobo veio a expressão de confusão.

-Você saiu enquanto eu dormia?

A menina estava distraída mexendo no celular, mas olhou em meus olhos para responder a pergunta.

-Talvez – sorrindo, ela voltou a mexer no seu celular.

-Como assim, Talvez?

-Faz um favor... Vai tomar um banho e se arruma logo!

Abri a boca para responder, mas não me veio nada em mente. Sadie deixou escapar um risinho e nós dois voltamos a fazer o que tinha que ser feito.

SADIE

Mandei mensagens para Liz, Emma e Gabi. Avisei a elas que era para irem super sedutoras, mas sem serem vulgares como a nossa “professora”.  Todas elas responderam com torpedos de interrogação e duvidas. Disse a elas que explicaria tudo na cafeteria próxima ao colégio. Elas concordaram e então Walt saiu do seu quarto já pronto para ir à escola.

Guardei o celular na minha bolsa (havia deixado todos os livros e outros materiais no meu armário, de modo que não precisava de mochila) junto com alguma maquiagem e meu dinheiro.

-Vamos? – eu perguntei a ele já na porta e indo escada a baixo.

-Nossa... Você quer mesmo chegar logo na escola. – Walt comentou impressionado e eu sorri negando - Ainda falta muito tempo. – ele me seguiu e em questão de segundos já estávamos na rua.

-Eu sei. Por isso nós vamos até aquela cafeteria próxima a escola. Vamos tomar café lá com as meninas enquanto eu explico o que está acontecendo.

-Entendi. Quer mesmo contar a elas? – ele perguntou cuidadoso

Apenas assenti.

- Guardar segredos dos amigos é perigoso. Além disso, elas estão envolvidas nisso tudo.

-Aquela mulher é uma psicopata. Estava pensando se teremos de usar magia para confrontá-la.

-Não. Entenda uma coisa nada, repito NADA, é pior do que um bando de meninas malvadas. - sorri para ele de uma forma muito marota e que teria dado orgulho ao deus do mal.

Ele me olhou com duvidas.

Suspirei.

-Pergunte a seu pai.

Ele me lançou um olhar de interrogação e quando entendeu não consegui evitar um risinho.

- Sério, você ta muito lerdo esses dias.

-Não, to não! – ele exclamou em defesa própria me fazendo rir mais.

Seguimos o restante do caminho em um silêncio profundo, mas agradável. Assim que nós dois chegamos à cafeteria (praticamente lotada) encontrei o olhar das minhas amigas e Walt e eu seguimos até a mesa delas.

Não vou descrevê-las para vocês, pois iria levar tempo demais, mas todas estavam lindas com saltos sem exageros e as pernas amostra. Assim que pedimos comecei a explicar tudo o que sabíamos e dei todos os detalhes que consegui juntar. Walt contou algumas partes que foram dolorosas para mim, como por exemplo, quando ele me salvou naquele beco escuro e me levou ao hospital.

As meninas ouviram tudo chocadas, mas concordaram em irritar a professora ao máximo. Mas a missão realmente impossível era convencer a outra menina mais linda de todo o colégio: Milena. É isso mesmo. A patricinha insuportável que vivia implicando comigo... Mas deixava de ser menos importante. Assim como todas nós, ela corria risco de vida.

Para ser mais exata, eu não temia tanto assim minha professora, até porque já havia confrontado coisas piores. Mas temia o que ela poderia ser capaz de fazer as minhas irmãs de consideração.

Assim que ouvimos o sinal bater, pagamos a conta e levamos os cafés. Assim que entramos na escola fomos alvo de todos os olhares. Alguns continham inveja. Outros admiração e respeito. Assim como aqueles olhares maliciosos.

-Vou te mostrar a sua sala. E nem tente contestar. – antes que ele invertesse minha colocação segurei sua mão e sai puxando ele pelos corredores. Assim, de mãos dadas, seguimos lado a lado. Reparei que ele se sentiu mais leve enquanto mantínhamos nossas mãos entrelaçadas.

Assim que chegamos a frente à porta aberta, percebi que Walt teria sua primeira aula com a detestável Andrea. Senti uma enorme vertigem só de pensar nela dando encima de todos os meninos. Fechei os olhos com força tentando afastar o sentimento de repulsa.

Senti um aperto quente e agradável na minha mão, que me forçou a abrir os olhos e encontrar belos olhos castanhos. Baixei meu olhar e percebi então, que Walt apertava a minha mão com delicadeza. Voltei então a olhar em seus olhos buscando algo que nem mesmo eu sabia.

Senti que alguns olhares começaram a cair sobre nós. O corredor estava vazio. Os olhares vinham da sala em que Andrea estava dando aula. Antes que a própria professora olhasse para nós dois, disse com a voz baixa:

- Te vejo depois.

Soltei minha mão da sua e baixei o olhar. Comecei a me afastar, mas senti meu pulso sendo segurado firmemente. Virei assustada e surpresa pela atitude de Walt. Nossos corpos ficaram muito próximos e exatamente no meio da porta. A atenção de toda a sala se voltou para nós dois inclusive a professora.

Não desviei um só instante o meu olhar do dele. Eu apenas sentia os olhares tensos e ansiosos por mais de alguns alunos. Nem precisei olhar para saber que a professora nos observava com a cara vermelha do mais puro ódio.

-Que demora a entrar na sala, mocinho – ela disse num tom a beira do agradável, mas sua raiva e inveja eram tão grandes que nem as aparências ela conseguiu manter – E você, Sadie? Já devia estar na sala.

Ela nem tentou disfarçar o ódio oculto. Sua voz soou tão fria que senti muitos alunos prenderem a respiração.

-Sadie só estava me mostrando minha sala, professora. Essa é decisão do diretor. Confronte-o se quiser – Walt pronunciou cada palavra docemente, olhando em meus olhos, como se falasse comigo e não com ela.

Um pequeno sorriso se formou em meus lábios, mas foi o suficiente para Walt abrir um lindo sorriso para mim.

-Então, você já pode ir, Sadie. O rapaz não precisa mais da sua ajuda – a voz de Andrea soou com o mesmo efeito de facas afiadas em meu peito.

Eu não queria deixar Walt. Não queria... Nossos corpos continuavam muito próximos e ele ainda segurava meu pulso com delicadeza... Ah que se dane! Se for para fazer aquela vadia sofrer, farei o serviço muito bem feito.

Soltei meu pulso do aperto protetor de Walt e lentamente subi minha mão por seu braço. Onde meus dedos tocavam, eu sentia um arrepio se passar pelo corpo do menino e também no meu próprio corpo. Assim que cheguei a ombro, me apoiei nele e na ponta dos pés beijei-lhe a bochecha demoradamente. Senti não apenas um arrepio, mas uma onda de calor passar para o meu corpo.

Afastei-me devagar, e sem tirar os olhos de Walt, senti todos os meninos da sala soltarem exclamações de surpresa. Há anos que vários meninos disputavam a minha atenção, e o fato de eu beijar mesmo a bochecha de um garoto era incomum.

Walt olhava para mim surpreso e feliz. Não neguei um sorriso a ele. Muito lentamente, lhe dei as costas e segui sem presa pelo corredor até a minha sala. Senti dois olhares sobre mim antes de desaparecer por entre portas e corredores: um frio, calculista e maldoso e o outro cheio de proteção, carinho e ternura.


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Notas finais do capítulo

Iai? coments????



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