E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 12
É segredo


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei e peço desculpas mas eu queria que este cap fosse perfeito. Acho que ele não ficou tudo isso, mas cabe a vocês julgarem.
E que isso? Gente eu sinto muuuuuuuuuita falta de certos coments... Mas que fique um beijo para quem lê a fic em silencio!
Boa leitura.



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SADIE

Assim que entrei no campo de visão de todos os alunos, uma multidão tentou me alcançar. Austin e Jake não saíram um só segundo do meu lado. Eu me sentia uma estrela teen com os seus seguranças à volta. Os meninos mais brincalhões de todo o colégio estavam com as expressões sérias e impassíveis. Medo!

A escola estava cercada por algumas viaturas, o que eu achei um pouco exagerado. Assim que entramos no hall da escola notei vários (tipo vários mesmo) policiais. Eu conhecia quase todos eles e corrigindo minha fala acima: eu achei isso muito exagerado, mas para que tudo isso?

-O que, exatamente, significa isso? – perguntei em alto e bom som

Todas as conversas morreram ao som inesperado da minha voz. Pude sentir a tensão no corpo dos meninos ainda ao meu lado. Todos os olhares caíram sobre mim e ao contrario do que menininhas fariam, eu não baixei o olhar e encarei a todos com uma expressão de duvida.

O chefe da policia se aproximou e sorriu docemente para mim e os meus “seguranças”.

-Senhorita Kane. Ouvi falar muito de você. – ele sorriu novamente acompanhando o som suave de sua voz.

-Isso não me surpreende. O que exatamente esta acontecendo? – perguntei novamente só que sem nenhum traço de carisma. Muito ao contrario, fui fria.

Ele se mexeu um tanto desconfortável. Eu sabia que minha voz soava alta e firme. Desde os últimos anos em que hospedei a deusa Isis aprendi a soar ainda mais autoritária do que já era. Mas mesmo assim eu estava falando com um chefe de policia e meus amigos se sentiram um pouco desconfortáveis.

-Senhorita, eu acredito que este não seja o melhor... – ele começou a dizer algo que estava longe de ser a resposta que eu esperava. Ergui a mão e ele parou de falar no mesmo instante. Todos nos observavam abismados. Até porque não é nenhum pouco comum meninas de 14 anos darem ordens a um policial.

-Você esta se desviando da minha pergunta. E eu acredito que mereço saber a resposta. Até onde sei vim para a escola e não para uma cena de crime. E você mais do que ninguém sabe o que eu passei ontem.

Minha voz foi cortante e fria. Tão fria que eu cheguei a me surpreender comigo mesma. Mas no fundo, coisa que poucos notaram, havia uma nota de medo.

- Vamos para a minha sala. Lá explicarei tudo. Como você mesma disse Sadie, merece as respostas antes que os outros. – o diretor quebrou o silencio desconfortável para todos os policiais e me conduziu até sua sala

Assim que eu entrei, sozinha, ele fechou a porta e me olhou com uma expressão severa que me lembrou muito claramente meu pai. Mas afinal, se nem mesmo o meu pai conseguia me controlar não era o diretor que conseguiria.

- O que você pensa que estava fazendo lá no hall? – sua voz soou severa em tom de bronca, mas sem soar alta de mais.

Ergui uma sobrancelha como se a resposta fosse óbvia... E era!

- Uma pergunta.

Ele tentou, em vão, me fuzilar com o olhar.

- Devia praticar mais o seu olhar severo. Ele não funciona comigo! – era oficial: eu tinha o dom de irritar as pessoas. Ele ia começar a falar e novamente ergui a mão e assim como o oficial, ele parou de falar – Não vim aqui para ouvir nenhum discurso seu. Nós estamos aqui porque você vai me explicar que porcaria aquele povo de uniforme faz aqui.

Ele fechou os olhos com força. Quando finalmente olhou em meus olhos, juro por tudo que é mais sagrado que ele tinha uma preocupação tão grande quanto a que o meu pai teria.

-Sadie me perdoe por força-la a lembrar do ocorrido de ontem. Sei que ainda esta um pouco abalada embora eu saiba que você é a menina mais forte e corajosa que conheço. – ok, eu estava morrendo de medo desta conversa. – Os caras que te perseguiram foram presos e isso você já sabe, certo? – apenas assenti – Mas você sabia que aquele homem iria mata-la por ordem de outra pessoa? – ele olhou profundamente em meus olhos.

Senti a cor sumir do meu rosto. Imagine: eu já tenho a pele clara se eu ficasse mais pálida do que já estava iria acabar sumindo! Senti meu corpo fraquejar pela quarta ou quinta vez no dia. O diretor correu para o meu lado e amparou meu corpo frágil.

-Sadie? – seus olhos estavam preocupados.

Apenas balancei a cabeça negativamente.

- Eu sentia. – ele me olhou como se não entendesse o que eu dizia e tentei formular melhor as palavras – Ele me queria, mas não tinha coragem de tirar minha vida. Eu sentia isso! – olhei em seus olhos desesperada por uma boa noticia, que pelo visto não chegaria.

- Não é a primeira vez que te perseguem e tentam te matar antes de abusar de você. Sadie você e suas amigas são meninas muito lindas e devem ter mais cuidado. Não se sabe quem foi que mandou e os três indivíduos pegos não querem colaborar. Eu sei que não esta sendo fácil...

-Fácil? Eu não sei se vou aguentar isso mais uma vez! Em todo lugar que eu passo, não importa a idade que tenham todos os homens olham para mim como se eu fosse comida! É repulsivo... – eu sentia as lagrimas quentes escorrendo pelo meu rosto já frio.

O diretor, um coroa super gente, enxugou minha lagrimas e com uma expressão triste prosseguiu.

- Sadie, perceberam que já não é a primeira e que não será a ultima vez que isso ocorre. Todas as meninas que são particularmente bonitas são as vitimas e elas são poucas. Você e suas amigas são uma delas.

-E os policiais?

-Eles vão rondar toda a região da escola e os bairros mais pertos. Alem de tudo isso hoje nós temos um aluno novo. Ele além de tudo ficará de olho em você e suas amigas. Pelo o que podemos ver ele é bastante responsável para ficar de olho na nossa pequena encrenqueira. – ele finalizou sorrindo e não pude negar um sorriso de volta. Um sorriso entre lagrimas, mas mesmo assim um sorriso.

Beleza é ai que você pode me chamar de lerda. Juro que na hora nem percebi de quem o diretor falava. O desespero que se formou dentro de mim foi tão grande que eu passei a pensar muito mais devagar.

Enxuguei as lagrimas em meu rosto.

-Pode entrar. – a porta se abriu e vocês já sabem quem eu vi – Nosso novo aluno Walt Stone.

Ficamos nos olhando por algum tempo. Não sei e nem me importa quanto tempo foi. Só sei que eu estava perdendo tempo de aula de matemática e isso por si só já era incrível. O diretor notou certa tensão entre Walt e eu e resolveu quebrar o silencio.

- Bem Sadie, como você é a menina mais simpática e popular da escola você mostrará toda a escola para ele. Walt como nos prometeu ficará ao seu lado como se fosse seu...

-Segurança. - completei ainda sem tirar os olhos do menino na minha frente – Pelo o que vejo você cumpre mesmo suas promessas. – me dirigi diretamente a Walt.

Ele sorriu.

- Prometi protegê-la. Pode contar com a minha palavra.

Mais um silencio constrangedor que não durou nem três segundos.

-Ótimo. Então vocês dois vão para o hall ou deem uma volta pela escola. Só vão voltar para a segunda aula. Dispensados... E Sadie. – me virei novamente para ele – Você já superou isso uma vez e vai superar de novo. – ele sorria confiante.

-Obrigada! – agradeci sinceramente e sai da sala com Walt.

Fui andando em direção aos armários seguida de perto por Walt.

-Então você vai me mostrar à escola? – ele perguntou tentando puxar assunto.

-Vou, mas não vejo a mínima necessidade disso.

-Como assim? – até agora nenhum de nós havia olhado nos olhos um do outro. Estávamos sempre olhando para frente.

Coloquei-me a sua frente fazendo-o para e olhar nos meus olhos e não neguei um sorriso.

- Por favor, Walt! Posso ser lerda, mas não sou boba.

Ele ergueu uma sobrancelha em duvida me fazendo rir.

-Eu sei que você me seguia escondido nas sombras. – ele me olhou surpreso.

-Como sabia? – sua voz soou baixa.

-Eu sentia. – essa era a resposta mais simples e mais verdadeira possível e foi o que nos bastou.

Voltamos a andar sem rumo algum pela escola até chegar ao meu armário, quer dizer, na direção do meu armário. Eu não sabia exatamente o que pegaria lá, mas algo me atraia.

-Você vai pegar seus livros agora? Ainda faltam trinta minutos para a primeira aula acabar! – Walt exclamou surpreso. Afinal o menino me seguia e sabia perfeitamente que eu não iria estudar.

-Não. – minha voz soou fraca e distante algo que ele percebeu e olhou preocupado para mim.

-Então o que?

Fechei os meus olhos e senti um arrepio na espinha.

-Uma sensação.

Ele entendeu e nós corremos para o meu armário. Ele ficava do outro lado da escola, ou seja, corremos bastante. Muito mais do que o meu corpo aguentava. Assim que parei em frente ao meu armário eu respirava muito pesadamente algo que Walt percebeu com facilidade, fora o fato de eu com certeza estar muito pálida.

Abri meu armário com a mão um pouco tremula. No instante em que abri uma pequena folha de papel desceu flutuando até o chão. Eu a peguei antes que Walt e a li sozinha.

          Menina sortuda, acha que vai escapar de mim outra vez? Seja bem vinda ao jogo onde só pode haver uma vencedora. Só a mais bela pode ganhar... E eu detesto a concorrência que você e suas amiguinhas oferecem. Ninguém pode salvá-la Sadie. Não ouse mostrar este bilhete a ninguém. Eu saberei e você e o individuo azarado pagarão por isso.

         Que vença a mais Bela!

Meu coração estava disparado e toda a minha pele estava arrepiada. Meu sangue havia gelado e como se fosse possível eu estava ainda mais pálida. Tive que encostar as costas nos armários para não despencar no chão, tamanho foi o choque que levei.

-Sadie, o que está escrito? – Walt praticamente exigiu a resposta.

Li mais uma vez o pequeno bilhete e dobrei-o até não poder mais e escondi dentro dos meus coturnos. Finalmente encontrei seus olhos preocupados e muito aflitos. Forcei meu melhor sorriso

- É segredo.

Ele me olhou preocupado e nenhum pouco convencido. Sem me desencostar dos armários suspirei fundo. Eu sabia quem havia mandado aquele bilhete. Mas queria provas. Que fique claro: Eu não sou o tipo de menina que leva desaforo pra casa!


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Notas finais do capítulo

Me mandem suas suspeitas... COMENTEM =D