Seis anos atrás...

Harry Potter trabalhou duro no seu curso de auror. Se formou com sucesso, e já exercia sua profissão.

Era uma quarta-feira à tarde quando ele estava reunido no café com Lindy, Tom (que o garoto descobriu que era gay) e Rowena. Eles haviam se tornando grandes amigos do menino, mas, ainda sim, ele não contou sobre o motivo de ter se afastado de Hermione, prima de Rowena.

Mas, depois de todo esse tempo, ele se sentiu obrigado a se abrir pros amigos.

– Então, foi isso! Todos me odeiam! – Ele concluiu a história.

– Babaca! – Lindy soltou.

– E por que você não conserta as coisas, idiota? – Tom pergunta.

– Porque, se eu aparecer pra eles, é capaz de todos me receberem com maldições da morte. E eles devem estar melhores sem mim!

– Você é um otário, sabia? – Rowena levantou um pouco a voz – Eu não estou falando de consertar as coisas pro seu lado, Potter! Para de ser egoísta! Estou querendo dizer, que você deveria explicar pro Draco o que realmente aconteceu, ele e a Mione devem estar sofrendo muito, separados um do outro. Se ela, realmente, importasse pra você o tanto que você diz que ela importa, faria isso por ela. Talvez você não saiba, Potter, mas a pior dor do mundo é a de um coração quebrado.

– Acontece que, não tenho nenhuma notícia de onde eles estão e... – Ele parou de olhar quando viu a cara de Lindy e de Rowena de “corta essa”. – Eu estou envergonhado. Granger, eu sei o que é um coração partido, eu sinto essa dor todos os dias!

– Potter, você é criatura mais egoísta que eu conheço no mundo!

– Obrigado pelo apoio, Lin!

– Amigas são pra isso! Você tem que parar de pensar apenas em você e se dar conta do sofrimento que causou as pessoas que mais te amaram e apoiaram durante sua vida! – Disse a loira.

Harry respirou fundo e tentou mudar de assunto, a cara que Rowena estava fazendo pra ele o assustou muito.

Quem diria que o grande Harry Potter, que lutou contra Voldemort e vários outros comensais, dementadores e diversas criaturas das trevas, iria ficar com medo de uma simples mulher, lançando um olhar feio pra ele?

– Por que você tá tão calado, Tom? – Ele pergunta.

– Se eu falar alguma coisa, posso parar de me controlar e dar um soco na sua cara!

– Quem escuta ele dizendo isso, até pensa que é hétero! – Lindy diz brincando.

– Sou tão hétero quando o Harry é inteligente. – O loiro diz e todos soltam uma risada, menos Harry.

– Tenho uma coisa pra falar pra vocês. – Rowena diz.

– Começou a sessão psicologia, vamos todos nos abrir!

– Lindy, essa frase ficou um pouco estranha. – Tom comentou, rindo, e Lindy enrubeceu.

– Pode falar, Rô! – Harry diz, com sua curiosidade aflorada, lançando um olhar feio pra os outros amigos.

– Quando eu tinha 15 anos, e ainda cursava Hogwarts, eu me apaixonei pelo menino mais lindo da escola, na minha opinião, e, por coincidência, ele também era um Malfoy. Num dia depois de um jogo de quadribol em que a Grifinória ganhou da Corvinal, minha casa, eu estava no jardim, olhando para as estrelas e ele sentou ao meu lado. Nós passamos a noite conversando e descobri nele uma gentileza que nunca pensei que um cara como aquele iria possuir. Nos aproximamos, nos tornamos amigos, nos apaixonamos, nos beijamos e começamos a namorar. Depois de um ano de namoro, as coisas entre nós ficaram um pouco... quentes, se é que vocês me entendem, e acabei engravidando. Ele ficou ao meu lado, me apoiou. Aos cinco meses de gravidez, ele estava um pouco estranho, distante... Depois, ele trocou seus antigos amigos por outros mais sinistros... Descobri que ele estava usando magia negra, quando o convenci de sair daquele circulo negro, seus amigos jogaram um feitiço em mim que, por pouco não me matou, mas, matou nosso filho. – A mulher estava com lágrimas nos olhos enquanto contava a história e Lindy segurou sua mão:

– Sinto muito, amiga.

– Tudo bem, tudo bem. Enfim, continuando, Liam, meu namorado, ficou arrasado, assim como eu, porém, eu não estava só triste: estava com ódio. Terminei nosso relacionamento e me afastei dele. Ao passar um tempo, no nosso sétimo ano em Hogwarts, descobri que ele se suicidou. Eu, que apesar de tudo, ainda o amava loucamente, entrei em depressão e chorei por meses.

Ela ficou em silêncio por um tempo e depois continuou a narração.

– Estou dizendo isso pra vocês porque queria lhes ensinar algo: Certas vezes as coisas acontecem no tempo errado, do jeito errado. Se eu não tivesse perdido meu bebê, talvez algo pior poderia ter acontecido. Sei que o conselho que vou dar a vocês não tem nada a ver com a história do Harry, mas vou dar mesmo assim: Respeitem a hora das coisas e aceitem o que a vida vos deu.

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Eles voltaram para o Ministério da Magia e percebem o tumulto.

– ROWENA! ESTAVAMOS DESESPERADOS TENTANDO ENTRAR EM CONTADO COM VOCÊ! PRECISO URGENTE DA SUA AJUDA NO SETOR T, VAMOS, VAMOS! – Cassy, Ministra da Magia de Singapura, sai correndo em direção ao seu gabinete deixando Harry, Tom e Lindy com cara de bobos.

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– Potter, preciso falar com você. – Rowena disse com cara séria. Ela, geralmente, não era disso, e Harry ficou assustado. – Lembra da história que contei sobre meu ex-namorado que se suicidou? – O moreno confirma com a cabeça. – O desgraçado, na verdade, está vivo.

E desaba em lágrimas.

Em três anos que a conhecia, Rowena Granger NUNCA havia chorado daquele jeito.

Isso preocupou o menino.

– Que? Como? – Ele foi até sua amiga e a abraçou forte.

– Ele forjou sua morte e se juntou com Lucius Malfoy, seu tio, e os outros comensais da morte... Depois da queda de Voldemort e de Lucius ser morto, ele se escondeu e ninguém teve notícias suas... Mas, ele deve ter cansado de se esconder, porque escreveu uma mensagem, nada discreta, no corpo de sua vítima.

– Quem foi a vítima, Rô? – Ela hesitou e mais lágrimas desceram.

– Eu sinto muito, Harry. Muito mesmo... A culpa disso é minha, eu acho. Ele fez questão de deixar uma mensagem especialmente pra mim.

– Quem morreu, Granger? Por que isso seria sua culpa?

– Harry, ele matou seu tio Válter.

O garoto ficou chocado. Tudo bem que não era apegado ao tio, mas, ainda sim, a notícia da sua morte o deixou extremamente embasbacado e sem palavras.

– Como...?

– Ele vem matando várias pessoas e não sabemos que ligações elas tem, só que, em todas elas ele escrevia uma letra, depois da morte do seu tio, conseguiram organizar e as letras formaram uma frase. E, ele deixou um P.S. pra mim... Um código que nós dois tínhamos um com o outro.

– Que frase?

– “Estamos voltando”.

– E o P.S.?

– 4U. Por você. Sempre falávamos isso um pro outro, era o nosso “Eu te amo”... Harry, isso me parece, além de tudo, uma mensagem de duplo sentido... E se ele estiver fazendo tudo isso por mim? Eu estou com medo!

– Rô, não se preocupe! Te prometo que, não importa o que aconteça, eu vou caçar esse desgraçado até o inferno!

**

O plano de Harry deu completamente errado e ele percebeu, tarde demais, que havia colocada a si próprio e a Rowena Granger numa enrascada.

Eles estavam procurando Lindy e Tom que havia desaparecido de suas cabanas, seguiram um rastro de sangue que começava a partir da cabana deles, e chegaram a uma clareira. Ao ficarem no centro da clareira, são cercados por pessoas cobertas dos pés a cabeça com um manto preto.

Atrás deles, surgem um homem alto, loiro e musculoso, olhos azuis cinzentos, assim como os de Draco, e sorriso arrogante.

– Rowena, minha querida, é um prazer te reencontrar. – O homem anda, lentamente, até a mulher, que estava tremendo, e a segura pelos ombros. – Você não sabe o quanto sofri, esses anos todos, por estar tão longe de você.

Ela estava paralisada, e Harry nunca tinha visto Rowena daquela maneira.

– Harry Potter eu presumo, não é? – Disse o homem, virando em direção a Harry. – É um imenso desgosto em te conhecer, queria ter o prazer de mata-lo, mas não o farei. Sua morte será por outras mãos, e será bem mais divertida do que aquela que eu pretendia pra você.

E ao dizer isso ele simplesmente segurou Rowena Granger e desaparatou, junto com os outros vestidos de preto, que Harry desconfiava ser comensais da morte.

O garoto entrou em desespero.

Voltou para o acampamento que eles tinham armado e encontrou Tom e Lindy semiacordados, recobrando a consciência.

– Tom – a voz do Potter transbordava desespero – TOM! LEVARAM ROWENA, ELES LEVARAM ROWENA!

– Quem? – Perguntou o loiro, que estava um pouco atordoado.

– Liam! ELE A LEVOU! TEMOS QUE IR ATRÁS DELA IMEDIATAMENTE!

Só que eles não foram. Tom desmaiou mais uma vez e Harry sabia que não poderia deixar seus amigos desacordados no meio da mata.

Ele mesmo acabou adormecendo e acordou assustado pelo pesadelo que teve, do qual ele não se lembrava.

Foi até a cabana de seus amigos e os acordou. Explicou o que aconteceu com Rowena e, após tomarem um rápido café da manhã, juntaram suas coisas e foram procura-la.

Lindy tinha uma espécie de dom. Ela sentia certas coisas, e sempre estavam certas.

A garota disse que sentia que Rowena estaria na Casa Negra de Lisboa e eles partiram pra lá.

Pra Harry, aquilo tudo estava fácil demais e ele sabia que algo iria dar errado.

Entraram na casa sem problemas, vasculharam nos dois primeiros andares e não encontraram nada. Quando já estavam achando que Lindy dessa vez tinha se enganado, ouviram gritos no andar de cima.

Foram correndo até lá e encontraram Rowena e Liam, ambos sozinhos, em cima de uma cama.

A garota estava nua, sua pele estava roxa e ele estava por cima dela, seu pênis na genital da mulher e uma faca em suas mãos.

Ele não percebeu a presença dos três, nem Rowena.

Harry, Lindy e Tom olhavam aquilo completamente horrorizados.

Liam tirou seu pênis de dentro de Rowena e se debruçou sobre ela, que começou a gritar novamente.

Seus gritos despertaram Harry.

– PETRIFICUS TOTALUS!

Liam caiu no chão, petrificado, e Harry correu até ele enquanto Lindy e Tom iam até Rowena.

Seu corpo estava totalmente mutilado.

E, com horror, eles perceberam que a faca do homem fez um trajeto até o seu coração, escrevendo por todo seu corpo “Eu te amo”.

Harry puxou Liam pelos seus cabelos e Tom se reuniu a ele, com um olhar feroz.

– Lindy, não olhe nessa direção. – Ele praticamente latiu.

Tudo aconteceu tão rápido que Harry não teve como impedir.

Tom tirou a faca da mão de Liam, segurou seu pênis e o cortou.

O feitiço que Harry tinha jogado já estava passando o efeito e, no momento que passou, um grito agonizante saiu da boca de Liam.

Em seguida ele sorriu, de um jeito desafiador, e disse:

– Eles vão voltar, Potter. Eu sou apenas o começo, algo maior do que isso vai acontecer.

Enquanto o moreno processava a informação, Liam pegou sua varinha, e sem mais gritou:

– AVADA KEDAVRA. – Mas não foi na direção de Harry.

Lindy gritou e se jogou em cima de Rowena, chorando.

Em seguida, o Malfoy pegou sua faca do chão e cortou sua própria garganta.