POV. Hermione

O tumulto predominava por todo o Ministério da Magia.

Eu, Gina e Minerva tentávamos cavar um espaço pela multidão agitada do lugar.

Quando nós, finalmente, chegamos ao escritório de Minerva, eu já tinha me controlado do choque inicial por saber que iria ser caçada até a morte.

Não era a primeira vez que aquilo acontecia.

– Vamos esperar os outros chegarem, Senhoritas. – Concordamos com a cabeça – Granger? – Ergui meus olhos. – Sei que já entendeu o que Bellatrix queria dizer... Não se preocupe, vamos dar um jeito nisso.

Não me dei ao trabalho de responder.

Saberia que era impossível dar um jeito naquilo.

Era o que era e ponto.

Os meninos chegaram e Draco, pela primeira vez que nos reencontramos, me lançou aquele olhar de novo.

Ele também havia entendido. Aquela expressão era a mesma que dominou minha cara quando entendi as palavras escritas por Bellatrix.

Com aquele olhar, tive a esperança que, talvez, as coisas não estivessem perdidas pra nós.

Aquele olhar dizia que ele ainda se importava comigo, assim como eu me importo com ele.

Expulsei os pensamentos da minha cabeça.

– Acredito que todos vocês saibam do por que de estarmos reunidos aqui. Não sei se todos decifraram a mensagem na parede, mas, nós, eu, o ministro e os aurores, achamos que quer dizer...

– Que Bellatrix quer matar todos nós. – Draco completou e Minerva confirmou com a cabeça.

– Achei que finalmente teria paz... Depois de dez anos, será que não posso viver minha vida? – Harry verbalizou seus sentimentos.

– Todos nos sentimos da mesma maneira, Harry.

– Vocês não vão se meter nisso. – Falou/ordenou McGonegall - O ministério irá protege-los e os aurores vão caçá-la...

– Minerva, agradecemos por isso tudo, mas...

– Eu não estou dando uma segunda opção, Weasley. Vocês ficaram num lugar seguro do Ministério, serão transferidos daqui a vinte e cinco minutos, e irão ficar lá até resolvermos tudo. Não se preocupem com seus pertences ou com suas famílias, iremos providenciar tudo. Fiquem aqui enquanto vou falar com o ministro. – Ela se encaminhou até a porta e não nos deu chance de responder – Vou trancar com um feitiço, pro caso de vocês precisarem... Ir ao banheiro (N/a: Pra quem não sacou, lembrem-se que a entrada (e também a saída) de visitantes do Ministério é pelo banheiro...).

Disse isso e simplesmente saiu.

– Não vamos ficar aqui, não é?

– Oi, meu nome é Gina, me dá um biscoito? – Rony retrucou, ríspido, ao comentário da irmã. – Claro que não, Ginevra.

– Não entendo por que eles não querem deixar a gente ir... – Harry falou.

– Também estou tentando entender. Mas, fazemos isso mais tarde. Temos que arrumar um jeito de sair daqui. – Draco disse, inspecionando a sala.

– Não é óbvio? Minerva nos deu todas as dicas, gente. Ela fechou com um feitiço, só existem três tipos de feitiços capazes de trancar fechaduras e todos eles tem contra-feitiços. Além do mais, ela ainda nos disse quanto tempo tínhamos pra decidir o que fazer. “Iremos providenciar tudo” eu acho que... – Olhei pela sala – BINGO! – Fui até a estante onde os livros dela estavam e murmurei um feitiço. A estante se moveu pra baixo e a parede para o lado. Dentro, se encontrava cinco bolsas pequenas. Eu sabia o que aquilo queria dizer. – Aqui. - Disse apontando pras bolsas. – Aqui está tudo que precisamos.

Eles me olharam boquiabertos.

– Não me olhem com essa cara, peguem as bolsas, não temos muito tempo.

Cada bolsa tinha o nome de uma pessoa. Quanto tempo Minerva conseguiu arrumar aquilo tudo? Será que ela sabia que Bellatrix tinha voltado antes?

Depois pensarei nas respostas.

– Vocês podem precisar ir ao banheiro... JÁ SEI! A área do banheiro está sem gente fiscalizando a saída, temos que ir pra lá. Quando sairmos, pensamos no que fazer.

Fui até a porta, murmurei os três contra-feitços e no terceiro ela se destrancou.

– Não corram, vão desconfiar. – Eles concordaram com a cabeça.

– Hermione? – Draco falou.

– Hm?

– Você é um gênio. – Corei.

Chegamos até a entrada do banheiro sem mais problemas.

Mas não seria a gente se tudo desse certo.

Exatamente quando os vinte e cinco minutos de Minerva acabaram, os seguranças chegaram à área do banheiro.

– Droga! – Rony vociferou.

Pensa rápido, Hermione. Pensa rápido!

– Harry, você ainda tem a capa da invisibilidade?

– Claro, levo ela pra todo canto.

– Coloca agora. Distraí os seguranças! Quando eu der o sinal, siga-nos, okay? – Ele concordou com a cabeça e foi. – Rony, Gina, vou lançar um feitiço desilusivo em vocês e então vocês se esgueiram pelas paredes, okay? Tentem chegar até a porta e esperem eu dar o sinal. Vamos entrar no portal juntos pra aparatarmos, certo? Só mais um porém... De jeito nenhum se intrometam na briga que vai ter. Depois explico.

Lancei o feitiço e eles foram de fininho pelas paredes.

– Draco... sinto que Minerva colocou poção polissuco na minha bolsa, mas não acho que é a hora de usarmos... Vamos ter que ficar assim mesmo. A distração de Harry só vai deixar- nos chegar até a porta do banheiro, em seguida alguns seguranças vão apertar o botão de fechar as saídas pelo banheiro, só que, esse botão deles é temporário, só dura por dois minutos, temos que não ser presos durante dois minutos, você tá dentro?

– Você ainda dúvida? – Sorri – Como sabe de tudo isso? – Eu ia responder, mas vi que os seguranças já estavam nos alcançando, o Ministro deu por nossa falta.

– Depois te explico, temos que agir agora!

Harry os distraiu. Rony e Gina chegaram à porta. Eu e Draco corremos na direção do banheiro.

Eles nos interceptaram e, como previ, apertaram o botão. As portas fecharam.

Guardas vieram de todos os lados. Virei pra Draco, trocamos um sorriso e agimos.

Duelamos com todos os guardas, e, quando pensei que íamos ganhar, surgiram mais. E mais.

Brotou guarda até do meu...

Os dois minutos estavam acabando...

Só mais trinta segundos.

Draco foi atingido por um Estupefaça e desmaiou.

Eu estava sozinha.

Os trinta segundos passaram. Peguei a varinha de Draco, lancei um feitiço de levitação nele, estuporei um guarda com minha varinha, guiava Draco com sua varinha na minha mão esquerda e me protegia dos guardas com minha varinha na mão direita.

Cheguei às portas do banheiro.

Harry, Rony e Gina já estavam lá. Demos nossas mãos e aparatamos dentro do portal.

A última coisa que vi foi um lampejo de luz vermelha.

**

Eu ofegava. E lutava por ar.

O primeiro lugar que me veio em mente foi o rio de Hogsmead.

Procurei os outros.

Gina bem.

Harry bem.

Rony b...

Não achei Rony em lugar nenhum. Nem Draco.

– HERMIONE! ACHO QUE O RONY FOI ESTUPORADO, TEMOS QUE ENCONTRA-LO!

Então a ficha caiu.

Rony e Draco estavam desmaiados dentro do rio. Acendi minha varinha e mergulhei a procura deles.

Achei Rony primeiro. O puxei com toda a força do meu ser e consegui nos levar pra superfície novamente.

Harry veio apressado até nós e o levou pra grama na encosta do lago.

Nada de Draco.

O desespero me tomou.

Mergulhei mais uma vez a sua procura, mas não o achei.

Lágrimas brotaram por meus olhos.

Fui até a superfície novamente e vi que Gina também havia mergulhado.

Vejo seu cabelo ruivo contrastando com a água preta, por ser noite.

Mas ela não estava sozinha. Senti uma pontada de ciúmes mas ignorei.

Ajudei-a a levar Draco até a encosta.

Ele não respirava.

Fiz respiração boca a boca dele. Massagem cardíaca. Nada.

Me desesperei novamente.

Lancei vários feitiços, fiz várias e várias vezes a massagem cardíaca e a respiração boca a boca. Minha visão estava embaçada pelas lágrimas, mas continuei.

Quando eu estava quase sem esperanças ele abriu os olhos.

Virou para o lado e vomitou. Vomitou novamente.

Quando ele parou, não pensei e o abracei.

– Nunca, nunca mesmo, pense na possibilidade de me assustar desse jeito novamente, entendeu? – Disse entre soluços. – Eu pensei que... você não respirava, nada do que eu fazia adiantava... – Mais lágrimas. – Eu suporto viver sem você, mas é insuportável viver num mundo em que você não esteja vivo.

Ele retribui o meu abraço e afagou minhas costas.

Nos afastamos e olhei dentro do seus olhos e tentei dizer tudo o que sentia por ele.

Desviei o olhar e virei pra Rony e Harry. O Rony já estava acordado, e tinha um sorriso nos lábios.

– Estão todos bem? – Perguntei. Eles assentiram com a cabeça. – Ótimo, precisamos sair logo daqui, não é seguro. Alguém tem algum lugar em mente?

Rony e Draco se entreolharam.

– Temos um lugar secreto, em Las Vegas. Ninguém vai nos achar lá.

– Las Vegas? Ótimo, estava precisando de férias mesmo! – Disse Gina, irônica.

Demos a mão e desaparatamos num beco. No final desse beco, chamativo como só em Vegas podemos encontrar, estava o Hotel e Cassino Flor de Lótus.

– Temos que tomar cuidado aqui. Hermione, coloca seu relógio, celular ou qualquer outra coisa que você tenha pra ver as horas, pra despertar de uma em uma hora. Nesse hotel, a noção do tempo é diferente. Você pensa que passou uma hora, mas já tem passado mais um dia.

Arregalo os olhos, mas faço o que ele pediu.

Entramos no hotel e um carinha simpático olhou pra Draco e Rony, abriu um sorriso ainda maior e disse que éramos clientes vips ouro, seja lá o que isso for, e nos levou até nosso quarto.

– Tem certeza que aqui é seguro? – Perguntei ao entrar no majestoso cômodo.

– Absoluta, tivemos uma missão aqui, lembra? – Rony disse.

– Então – Harry começou – Qual é o plano?

– Vocês conhecem Bellatrix, ela não vai desistir enquanto não nos achar e matar todos nós. – Gina disse.

– Então, suponho que temos que encontra-la primeiro. – Retruquei.

Spoiler do próximo capítulo:

“- E por que você não conserta as coisas, idiota?”

“- Eles vão voltar, Potter. Eu sou apenas o começo, algo maior do que isso vai acontecer.”