Nico

E corremos até o local, onde estava acontecendo uma pequena batalha. As coisas não estavam nítidas ainda, eu via um enorme monstro do lago, que lutava com alguma coisa e rugindo de dor, tentava pegar o pequeno adversário com a longa cauda, mais para azar dele, ele nem chegava perto.

Não quis me envolver nessa batalha, ou melhor, ninguém quis, pois todos nós estávamos observando aquele monstro virar churrasquinho. Era uma luta bem interessante de olhar, percebi em primeiro lugar que a magia estava presente ali, mas não conseguia afirmar se é isso mesmo ou coisas de minha cabeça. Mas Estela já mostrou sua opinião:

– É ela!

– Ela quem? - Perguntei.

– A garota ali. - Estela apontou para a luta.

– Não estou vendo nenhuma garota. - Disse revirando os olhos.

– Serio? - Perguntou ela com espanto. – Bom isso não importa, o importante é que ela é o que nós estamos procurando. Eu sinto isso.

– É a Magia Estala? - Perguntei.

– Nico sem ofensas. - Estela disse. - Está cego? Ela está jogando um monte de magia em cima do monstro e você não vê?

– Eu não estou vendo isso. - Respondi em defesa. - Estou vendo um monstro apanhar feio aqui.

– Homens. - Estela bufou. - Só vê coisas que não tem nada ver.

– Hei! – Os meninos reclamaram.

– Estela tem razão! – Disse Piper.

– No que? – Perguntou Jason ofendido. – Que os homens só conseguem ver o que eles querem ver?

– Não Jason! – Disse Piper, meio com duvida de sua afirmação.

– Não está me parecendo segura... – Disse Jason.

– Parem! – Disse Leo. – Agora não é hora de um DR aqui não.

Eles começaram a discutir entre eles, e eu comecei a chegar mais perto da cena da batalha, e percebi que Estela tinha razão. Tinha sim magia ali, e uma feiticeira. Que deu seu ataque final no monstro, que caiu na água com um rugido de derrota.

Continuei a olhar para ela, uma garota que deveria ter nossa idade, era ruiva com os olhos verdes que resplandecia a luz do luar. Fiquei admirado com a beleza dela, era muito bonita. E percebi mais ainda, que aqueles olhos estivam me observando a olhar pra ela, nunca na minha vida fiquei sem palavras, não sabia o que fazer ou o que dizer. Só fiquei em transe, ela olhando para mim, e eu olhando para ela. Deveria estar com cara de idiota, pois Hazel me olhou e perguntou:

– Que cara de Idiota é essa?

Cai na real, e entrei um pouco no lago, e vi que ela se afastou e disse:

– Não. – Disse calmamente para ela. – Não precisa ter medo de mim.

– Não mesmo! – Afirmou ela. – Até parece que eu tenho medo de você, pois o que eu acabei de fazer eu posso bem fazer pior. – Ela me olhou com afirmação em sua atitude, ela não estava brincando. Ela podia me fazer de gato e sapato, mais não mostrei que fiquei meio nervoso.

– É mesmo?- Disse. – Porque você não vem aqui e me mostra?

– Nico, acho melhor não! – Disse Estela meio preocupada na borda do lago.

Olhei para trás e disse:

– Quero ver aonde vai à coragem dela. – Voltei a olhar pra ela, mais ela não estava mais no local de antes. Estava bem na minha frente, com um centímetro de distancia, olhando bem nos meus olhos, e disse:

– Coragem? Eu tenho de sobra! – Disse ela me desafiando. Podia sentir seu coração batendo, ela era linda. Sua pele era branca como o luar, e macio como pêssego. Fiquei sem palavras de novo, e ela rui dizendo:

– Então? Perdeu a língua?

– Não! – Disse Estela querendo intervir. – Meu amigo não quis te ofender.

– Ele não me ofendeu. – Ela saiu de cima de mim. – Pelo contrario, adoro que me desafiem.

– Então se eu te desafiar a uma missão você vai? – Perguntou Estela.

– Não! – Disse ela.

– Porque não? – Perguntou Estela.

– Não faço o que os outros mandam. E também não confio em vocês. – Disse ela. – Não confio em ninguém. – Ela estava indo embora e eu disse:

– Isso não é resposta! Nem quer escutar nossa proposta?

– Não me interessa! – Disse ela grossamente.

– Espere! – Disse Estela suplicando. – Começamos errado. Meu nome é Estela. – Ela apontou para mim e disse. – Esse é o Nico.

– Humm... Então é o Nico? – Ela perguntou.

– Sim, e daí? – respondi.

– Nico! – Estela me repreendeu. Sai da água e sentei numa pedra. – Desculpa, mais esses são Hazel... – Ela cortou Estela dizendo:

– Eu sei quem são vocês. – Disse ela. E começou apontar para cada um dizendo o nome – Hazel, Frank, Piper, Jason, Leo, Estela e Nico. – Ela revirou os olhos. – Ta vendo.

Devemos ter ficado com cara de idiotas, pois ela riu.

– Como? – Estela perguntou, mais deixou a pergunta de lado, pedindo: - Por favor, precisamos de sua ajuda.

– Não, não precisam! Vou pra casa. – Disse ela.

– Então aproveite bem a sua casa, pois em alguns dias ela não existirá mais. – Gritei.

– Como? – Ela perguntou.

– Deixe agente explicar. – Disse Piper, usando o seu poder de convencimento.

– Olhe garota! Piper... – Disse ela meio que irritada. – Eu não posso ser convencida. – Ela respirou fundo, “EU” que convenço as pessoas! Não tente usar seus poderes em mim. É só um aviso. – Ela começou a sair da água, e veio até onde nós estávamos

– Venham comigo. Aqui não é seguro.

– E que lugar é? – Perguntei grossamente. – Você não confia na gente, mais quer que agente confie em você?

– Quem precisa de ajuda aqui não sou eu. – Disse ela no mesmo tom, olhando nos meus olhos. Fascinante como essa menina me deixava sem fala. E olhando bem pra ela, percebi que ela nem estava molhada. Nem um pingo de água, mais segundos atrás elas estava encharcada. Será que o poder da magia é usado também pra coisas tão pequenas como essas? Ou deixa a pessoa mais bonita? Porque ela dava incrível. Credo! Pare Nico! Não gosto dessa garota, ela me irrita!

– Nós seguimos você. – Disse Estela me olhando com cara feia.

Levantei-me da pedra, e todos nós á seguimos para lanchonete. E eu disse:

– Então é aqui o seu lugar seguro?

– Cala boca! – Disse Hazel. – Está muito bom esse lugar.

– Eu escolhi esse lugar por que... – Disse ela. – Porque vocês pediram comida, mais não deram tempo de comer, pois foram ver a minha luta.

Fiquei ainda mais supresso, não sei como está a reação dos meus amigos, a minha não está nada boa.

– Como você sabe tanto de nós? – Perguntei

– Entre que eu te conto! – Respondeu ela

Entramos e sentamo-nos à mesa, e pedimos à garçonete o que tínhamos pedido antes. E a garota disse:

– Nem precisam me contar a história eu já sei.

– Como? – Perguntou todos.

– Vocês precisam do sol e da magia. O sol vocês já encontraram. Mais estão dias em busca da magia, e, pois bem, acabaram de achar ela.

– Sim. – Disse Estela alegremente. – Mas lá no lago... Me pareceu que não sabia.

– Sim, eu sabia um pouco. Mas não sabia o real motivo. E agora, eu sei. Mais isso não significa que eu vou com vocês. – Falou ela.

– Porque não? – Perguntou Estela.

– Por quê? – Disse ela. – Porque vocês são iguais a todos.

– Como? – Perguntou Estela.

– Deixe quieto. – Disse ela. – O que importa nisso é que Gaia está ganhando cada vez mais força.

– Nós sabemos disso! – Disse Jason. – E pra deter essas forças vamos precisar entrar na Casa de Hades, para fechar as Porta da Morte e para isso precisamos do sol e da magia para nos guiar.

– Eu sei que pode ser difícil para você. – Estela estava falando e ela interrompeu dizendo:

– Difícil? Ta brincando? – Perguntou ela. – Olha isso pode resolver os meus problemas também.

– Que problemas? – Perguntou Franck.

– Tenho sonhos, ou melhor, pesadelos. Todas as noites sonho com a Casa que vocês falaram e com uma porta enorme para ser fechada. E nem se fale da guerra que vocês irão ter contra Gaia e seus guerreiros.

– Então... – Disse. – Você sonha com o futuro?

– Eu acho que sim. – Disse ela. – Um sonho se revelou hoje.

– Qual sonho? – Perguntou Hazel.

– O sonho que vocês me pedem ajuda. E está agora na minha mão, a decisão de salvar o mundo e seus amigos.

– Como você sabe deles? – Perguntou Leo.

– Já disse. – Ela respirou fundo. – Tenho sonhos, e sei o que vai acontecer. Conheço vocês antes de vocês me conhecerem.

– Então você vai nos ajudar.

– Depende. – Disse ela.

– Depende do que? – Perguntei bravo. – Você sabe de tudo o que vai acontecer. E ainda fica na duvida?

– Vocês são todos iguais. – Disse ela olhando para janela. Como se lembrasse de alguma coisa dolorosa.

– Porque você diz isso? – Perguntou Estela, mas confusa ainda.

– Isso não importa. - ela olhou para nós. - Vocês precisam da magia, o mundo precisa. Irei com vocês. Mas não pensem que eu estou fazendo isso por vocês.

– Tudo bem. – Todos concordaram.

Depois de comer fomos para o navio, a garota nem impressionada ficou, ela entrou no navio como se o conhecesse a milhões de anos. Fiquei bastante intrigado, mas ao mesmo tempo alguma coisa crescia dentro de mim que eu não conhecia. Olhei para ela e ela olhou para mim, e perguntei:

– Você sabe o nome de todos. Mais nós não sabemos o seu.

– Você está perguntando o meu nome graçinha? – Perguntou ela sarcasticamente. - Não é assim que começa uma cantata viu.

– Quem disse que isso é uma cantada? – Perguntei na defensiva.

– Eu não sei. – Disse ela chegando perto de mim. – Mais e você sabe?

Ficamos nos encarando pelo menos cinco segundos, e sentia uma plena irritação misturada com desejo? Não! Irritação mesmo. Garota insuportável. Ela se virou para entrar no corredor dos dormitórios e disse:

– Jade. – Meu nome é Jade. Filha da deusa Hecate. – Ela se virou e olhou pra mim e perguntou: - Algo mais?

– Não. – Disse. – Ainda não.

Ela entrou, e eu olhei para os outros e disse:

– Encontramos a Magia. E ela é bem “Mágica”. – Disse fazendo com as aspas com meus dedos. – E agora é com você Leo, nos tire daqui. A partir de hoje estamos indo a caminho à casa de Hades.