Depois de uma longa pausa para os comerciais a programação para o Talk Show onde são entrevistados todos os tributos de cada distrito, a multidão está mais eufórica do que nunca e ambos competidores do distrito 1 já puderam se retirar e ir para o quarto ou continuar ali assistindo ao vivo as outras entrevistas.

– Finalmente voltamos para o programa mais amado de toda Panem. - o homem falou de uma forma que faz até mesmo as pessoas dos 12 distritos acreditarem nele. - Então, vamos começar com as entrevistas e agora com o distrito 2, os carreiristas, Kate Evellyn.

A garota de um longo cabelo arruivado entrou com um sorriso vitorioso e ao mesmo tempo frio, um vestido preto com aplicações de pedras preciosas no busto e saia tule, esconde o seu corpo malhado que dá ideia de toda a sua força e trabalho. Provavelmente se essas pessoas vissem o seu corpo amariam.

– Nossa o seu cabelo é completamente lindo, vou pensar nessa cor quando for tingir o meu. - Kate demorou um pouco para responder já que ficou em dúvida sobre ser apenas um elogio ou este homem realmente pintar o cabelo.

– Obrigada. - forçou um sorriso que soou muito estranho. - Seu cabelo é bonito acho que é bem melhor do que o meu.

– Você tem razão. - falou depois de uma longa risada que deixou a garota. - Vamos começar com as perguntas mas importantes. Sabe-se que seu irmão foi sorteado para a arena e acabou morrendo, acredita que com você vai ser diferente?

– Meu irmão era muito jovem quando foi sorteado, não tinha ideia de como se defender e lutar contra algo e alguém e por isso ele se foi tão rápido. Eu acredito que poderei ganhar e a minha vitória vai ser pela alma do meu irmão que eu sinto muita falta, saudade e eu ainda o amo demais e é muito complicado falar dele ainda mais quando toda a Panem está ouvindo.

– Não se preocupe Kate Evellyn ele provavelmente está muito orgulhoso de você por ter falado isso e tenho fé que o seu irmão vai ficar muito feliz com o que fazer na arena. - ele tentou falar reconfortante, geralmente é um homem frio, mas por conta de ter um filho entende um pouco o que passa na cabeça da pobre garota.

– Muito obrigada senhor. - ela falou se reerguendo e voltando a sua aparência indiferente. - Se não for por mal eu quero continuar com a entrevista e fingir que essa cena não aconteceu.

– Claro, qual é a sensação de estar indo para a arena? É uma sensação boa? De orgulho? Explique para nós como é a sensação. - Kate percebeu que faltava algum pedaço nesta pergunta, talvez tenha alguma referencia sobre o irmão morto, mas é melhor não perguntar.

– É diferente de tudo que eu já senti pois, no caso do meu distrito, somos treinados para conseguir vencer e agora quando está quase indo para a arena dá um frio na barriga e uma vontade de gritar. Acho que não respondi muito bem a sua pergunta mais foi o melhor que consegui.

– Mas que... Infelizmente não poderemos mais conversar parece que este ano as entrevistas estão muito curtas, mas espero que tenha muita sorte e é isso que desejo á todos os outros tributos.

– Muito obrigada pela oportunidade e quero falar para os meus familiares e amigos que irei ganhar este ano e não precisam se preocupar comigo.

A garota saiu rapidamente e quando viu o seu companheiro de distrito, Carter Trent que está usando um terno digno de uma pessoa rica da capital, mas continua normal como qualquer pessoa de qualquer distrito. Ambos estão se tratando de uma forma indiferente já que logo terão que matar um ao outro, mas antes se davam muito bem e tinha alguns amigos em comum.

Carter Trent entrou imponente sem ao menos olhar para a plateia deixando aparecer todo o seu lado carreirista pois isso pode significar patrocinados, o que é comida, suprimentos e remédios para deixar a sua temporada na arena ainda mais longa e conseguir a vitória que tanto deseja.

– Nossa, você tem o jeito de vencedor dá para perceber isso no jeito que anda, caminha e não vou ficar falando pois não irá pegar muito bem para mim. - falou o final de um jeito comprometedor que deixou Carter com várias dúvidas na cabeça.

– Acredito que tenho esse jeito pois tenho mais chances de ganhar do que qualquer um, sempre fui o melhor e sei que vou conseguir ganhar.

– Exatamente assim que um bom tributo tem que ser forte, corajoso e espero. - Lower falou de uma forma um pouco indiferente o que não é próprio dele. - Acabei de ler que tem uma história triste como sua companheira de distrito, também perdeu uma pessoa da família, sua irmã.

– Não vou falar sobre isso e acho que o tempo acabou. - falando isso se levantou e saiu por conta própria deixando todos de boca aberta por alguns minutos, mas logo começaram a gritar animados.

– Que esquentadinho... Bom voltando ao nosso ponto principal do show, então... A tributo do distrito 3 Larissa, eu amo esse nome e por isso consegui guardar na minha cabeça.

A garota apareceu com um sorriso no rosto e vestindo um azul claro curto que possui uma faixa azul marinho na cintura, um salto alto transparente que a deixa alguns centímetros mais alta e o seu cabelo está enrolando e com um brilho perfeito que realça seus olhos com a sombra azul.

– Esse ano só tem pessoas bonitas para irem aos jogos vorazes? Vão fazer muita falta em cada distrito provavelmente. - o apresentador falou segurando um riso na garganta.

– Muito obrigada... - ela ia acrescentar o nome dele, mas não se lembrou de nenhum jeito. - Mas eu realmente sei que sou muito bonita.

– Vou pensar um tempo se isso é bom ou ruim. - ele falou se segurando pois nunca gostou dessas respostas. - O que te faz acreditar que vai conseguir ganhar?

– Sou muito forte, habilidosa e tenho uma grande talento para conseguir vencer esses jogos. - seu peitou inflamou dando a sensação de que vai explodir. - Duvido que tenha algum tão forte á ponto de me enfrentar pois essa edição não vai ter o 2 como campeão.

– Uma garota de atitude e sem medo do que fala. Será que temos a campeã? Vamos esperar os jogos começarem. - ele levantou o braço da garota que demorou um pouco para reagir.

– Claro que sim lindo. - ela falou com um brilho vitorioso no olhar. - Mas que saco, quem decidiu que o tempo da entrevista tem que ser? Tá menor do que o ano passado.

– É que não curtiram muito o tempo ser muito grande. - ele falou bem no canto do ouvido da garota. - Então essa foi a entrevista da Larissa-alguma-coisa e espero que tenham gostado.

– Família eu amo vocês. - ela falou rapidamente pois já era mandada sair do cenário.

A garota do distrito 3 foi andando até os elevadores quando uma mãe segurou o seu braço e em meio a relutância conseguiu leva-la para um outro ponto mais escuro. Quando a mãe a soltou e ela ia começar a xingar de tudo o que é nome viu o rosto familiar. O garoto do distrito 2, Carter Trent.

– O que você quer? - ela perguntou entre os dentes. - Alguém já te falou que isso é sequestro e que no meu distrito isso dá pena de morte em plena praça central?

– Não, isso não é um sequestro. - ele se defendeu rapidamente com um sorriso de meia boca. - Só quero te dar um pequeno aviso que não é se meter com um carreirista.

– Sério que só me agarrou para me falar isso? - ela perguntou em um tom de voz que sugere surpresa. - Nossa esperava mais dos carreiristas este ano.

– Daria tudo para pegar minha faca e cortar as veias do seu pescoço. - ele falou com um sorriso tão sínico que fez a garota recuar alguns passos. - Infelizmente ainda não estamos na arena para eu fazer isso.

– Quer dizer que quer me ver morta? - ela falou colocando sua mão no ombro do garoto e jogando o seu corpo mais para a frente. - Séria um grande desperdício não acha?

– Não, eu prefiro garotas que se valorizam. - saiu pisando mais forte e deixando a garota com um ódio mortal nos olhos.

– Você me paga! - ela gritou e Carter mostrou o 'dedo feio' para a garota o que a fez ficar mais irritada ainda. - Você me paga garoto do 2.

Enquanto isso o apresentador mais carismático da televisão ainda está entrevistando o garoto do distrito 3, Tayler Boorer, e estão fazendo algumas piadas sobre antigos competidores dos jogos vorazes. Como á vez que uma garota ficou presa na própria armadinha, ou que um menino foi brincar com um urso. Preciso falar que ambos morreram?

– Então a espada foi direto na cara do urso e a menina ficou criando 'o meu urso, o meu urso, seu assassino cruel e frio' foi uma das cenas mais engraçadas que eu já vi. - Tayler falou sem o menor esforço para segurar o riso.

– Foi mesmo uma cena memorável a edição 21 foi a mais engraçada sem a menor dúvida, pena que foi a sete anos atrás. - Lower falou também não segurando o riso. - E aquela parte das piranhas brasileiras foi a melhor ou a pior.

– Sim com certeza nossa está sendo incrível fazer esta entrevistas mesmo. - o garoto do 3 já calculou o tempo que leva cada entrevistas e se seu calculo está certo até passou do tempo.

– O que? Poxa passou do tempo e eu nem reparei sua entrevista fluiu tão bem que animou á todo mundo. Este foi Tayler Boorer do distrito 3.