2ª Temporada - Ela É A Única Que Pode Me Salvar escrita por Bel Russeal


Capítulo 20
À Procura de Daniel


Notas iniciais do capítulo

A narração desses capítulos vai ser feita pelo o João Vitor , mas depois voltamos pro tradicional.
Boa leitura.



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Depois de algumas horas chegamos ao hotel e tio Rogério já se encontrava impaciente. E ao perceber nossa presença lançou o seu olhar raivoso sobre nós.

_ Vocês estão malucos?

_ Ainda não. – me joguei na cama do quarto do hotel.

_Sumiram por horas, não estamos aqui pra diversão. Temos coisas sérias pra resolver. – Rogério continuava com o sermão.

_ Desculpa pai , mas te.. – Bernardo tentava se explicar.

_ Tudo bem , tudo bem . Não quero ouvir justificativas. – Rogério dizia irritado.

_Pois eu não peço desculpas. – falei abrindo uma lata de refrigerante tirada do frigobar de modo descontraído.

_João Vitor, se você veio aqui... – meu tio iniciaria um novo sermão, mas resolvi cortá-lo.

_Enquanto estava aqui, teve alguma novidade? – perguntei debochando.

_ Não ainda não, mas..

_ Pois é. E enquanto Bernardo e eu demos nossa saída para diversão, descobrimos um possível local de onde Daniel possivelmente se esconde. – falei entregando o convite para ele e Bernardo deu uma leve risada.

_ Uma festa?

_ Sim . – Bernardo confirmou.

_ Felipa , uma menina que conhecemos e que supostamente é filha de Daniel.

_ Supostamente? O nome no convite está Felipa Damasceno. – Bernardo dizia rindo.

_Tanto faz , vou comprar um presente e vocês montam o plano de ataque . – falei de modo debochado enquanto levantava.

_ E você não vai ficar pra ouvir ? – Rogério disse crítico.

_ Não , eu gosto do improviso.

_ Qual é João , temos que organizar tudo , não pode haver falhas . É por causa do improviso e da sua teimosia, que ficou naquele hospital a beira da morte. – Bernardo disse irritado.

_Seu irmão tem razão . Vem , senta aqui e vamos pensar em um plano.

_ E assim formamos a liga da justiça . – disse batendo a porta e deixando os dois irritados.

Andei pelo hotel e depois fui ao estacionamento e entrei no carro , dirigi pelas ruas de Londres e parei no shopping mais próximo , entrei em algumas lojas e acabei comprando um colar para Felipa , agradá-la seria uma ótima estratégia . Quando resolvi voltar pro hotel , na saída do shopping encontro Felipa que estava sobrecarregada de sacolas.

_ João Vitor?

_ Ahh Oi Felipa , deixa eu te ajudar. – falei ajudando ela com as sacolas.

_ Que coincidência , to fazendo umas compras para festa e você ? – ela disse do jeito animado e eufórico que fazia parte da personalidade de Felipa.

_ Comprando seu presente.

_ Sério ? droga eu sou curiosa , mas vou esperar até a noite pra saber o que é . – ela disse sorridente. – E Bernardo ?

_ Ficou no hotel. Gostei do novo visual. - me referi a mechas rosa no seu cabelo que não tinha durante a manhã.

_Pintei quando sai do bar.

_ Bom , acho que devo ir.

_ Não , porque não toma um café comigo e conversamos.

_ Tudo bem , será um prazer.

Passei algumas horas conversando com Felipa , ela era muito divertida e me parecia não saber dos negócios do pai e como ela já havia ressaltado , tínhamos algo em comum ela era uma filha rebelde, fazia faculdade no Brasil , mas teve que trancar por causa da mudança sem sentido do pai . Sem sentido pelo menos a ela.

_Que anel bonito , não me diga que é ...

_ Noivo.

_ Então aquele João Vitor garanhão na revista não existe mais.

_ Não , agora sou comprometido.

_ Isso é uma pena . – ela disse com um tom tanto de interesse.

_ Felipa , foi um prazer , mas..

_ Eu te constrangi , com o meu comentário né ? – ela dava gargalhadas.

_ Nunca havia dado em cima de um noivo antes. – ela se divertia com a situação.

_ Você é uma maluca , Felipa.

_ Michael sempre diz isso.

_ Michael ?

_ Sim , sabe é a segunda vez que você da ênfase no nome dele. –ela comentou e sem querer engasguei com o líquido que bebia.

_ Ah , é que tenho um amigo que se chama assim. – disse rapidamente como desculpa

_ Ah sim. Devia conhecer o brutamonte do meu segurança, ele é um tanto insuportável , mas até que tem um lado divertido. Ele está me esperando lá fora, você não quer uma carona?

_ Não , não precisa . Vim de carro . E eu tenho mesmo que ir , Felipa , obrigado pela tarde em sua companhia. – falei dando um leve beijo em sua mão e me levantei.

_ Te espero na festa .

_ Com certeza estarei lá .

_ E quem sabe não aproveita e faz uma despedida de solteiro ? – ela piscou e caiu na gargalhada novamente.

_ Tchau Felipa. – peguei o meu casaco e sai do shopping.

A noite veio rápido e acertávamos alguns detalhes antes de irmos.

_ Temos que ter cuidado com a aparição, ficaremos bem neutros , Daniel e companhia se verem nos reconhecerão.

_ Felipa disse que dificilmente seu pai vai pisar na festa e que ele sempre fica trancado no escritório. – comentei.

_ Mas não podemos vacilar , tem os seguranças. Então nada de chamar atenção ok João ?

_ Porque João ? – indaguei.

_ Preciso mesmo responder? – Rogério disse irônico

_ Não .

_ Tem um problema a imprensa vai ta lá e se nos reconhecerem?

_ Isso é na sorte e não chamar a atenção, lembre-se.

_ Prontos Vingadores? Ao infinito e além ? – perguntei subindo na cama e erguendo os braços como se fosse voar e debochando da seriedade de Rogério que logo me tacou uma almofada.

_ O que tem haver o vingadores com esse bordão ? – Bernardo indagou.

_ Ah calado.

_ Idiota. – Bernardo disse rindo.

_ O que você tem contra em o Buzz Lightyear participar dos vingadores? – protestava enquanto tio Rogério empurrava-nos para o elevador impaciente.

_ Eu sou contra a sua idiotice . – Bernardo continuava a debochar.

_ Pelo menos eu não sou encalhado , quem sabe assim vestido todo bonitinho não arranja uma garota. – revidei e a confusão se prolongou até a chegada do elevador.

_ Vamos crianças , estamos atrasados. – Tio Rogério disse impaciente com nossa discussão boba.

Chegamos ao endereço indicado e era uma linda mansão e que de fora já dava de prever os adolescentes bêbados que nela possuía. Verificamos a entrada e nenhum dos seguranças que recebiam o convite era conhecido ou integrante da máfia e dentro do local da festa também, na área de fora da casa também não havia , somente os funcionários , organizadores da festas e convidados.

_Vocês se distraem por ai e me avisem se virem alguém incomum , vou checar dentro da casa. – Rogério anunciou .

_ Sozinho ? – Bernardo indagou.

_ Sim , chama menos atenção.

_ Vai a onde? – Bernardo perguntou ao me ver caminhar em direção a aniversariante.

_ Vou entregar o meu presente. E há melhor fonte do que a filha do Daniel Damasceno ?

Felipa dançava no centro da festa e caminhei até ela desviando de algumas pessoas e Bernardo também veio junto a mim .

_ Ei vocês vieram ! – ela disse animada abraçando nós dois.

_ Claro, não podíamos fazer essa desfeita.

Entreguei o presente para Felipa que se encantou com o colar e me pediu para colocar em seu pescoço , sentamos em uma das mesas e percebi que ela não estava muito animada.

_ O que foi Felipa ? Parece que não esta contente.

_ Devo confessar que não muito.

_ O que houve?

_ Meu pai não se lembrou do meu aniversário e quando comentei da festa ele pouco ligou.

_ sinto muito. Ele é um homem muito ocupado ? – tentava de alguma forma extrair informações.

_ Quase não o vejo e dele quase não tenho uma demonstração de carinho.

_ Pelo visto temos muita coisas incomuns.

_ Porque seu pai também o renega ? –ela soltou um leve sorriso em meio a sua feição tristonha.

_ Não exatamente. Minha mãe , ela era uma mulher ambiciosa e o que mais considerava importante era o dinheiro , a empresa e tudo que a fornecesse mais prestígio e lucro. Mas tive uma oportunidade pequena de me acertar com ela antes dela morrer.

_Clarisse Roccher morreu ? – ela disse surpresa.

_ Sim , a pouco tempo.

_ Eu sinto muito.

_ Pelo visto não anda acompanhando revistas como antes . Essa noticia vem percorrendo na impressa ultimamente.

_ Depois de mudar para cá , meu pai vem me privando de muitas coisas , quase não saio e a metade desse pessoal aqui confesso que não conheço. Ele está tão misterioso , como se tivesse se escondendo .

_ Pelo visto ele gosta de um esconderijo bem luxuoso , olha só essa casa é linda. – Comentei na tentativa de descobrir se Daniel estava mesmo nessa casa.

_Não moramos aqui , meu pai não suportaria uma festa lotada de adolescentes bêbados no seu quintal .

_ Você me falou das viagens que ele anda fazendo, por quê ? Você sabe algum motivo disso ?

_ Não , eu não sei de nada , ele vem agindo estranho , eu só queria ficar quieta em um lugar ,somente isso.

_ E porque veio ? É maior de idade , podia ter ficado no Brasil.

_ Isso não justifica , meu pai tem uma autoridade sobre mim que eu não consigo enfrentar.

_ E sua mãe , o que acha disso?

_ Minha mãe morreu quando eu nasci.

_ Sinto muito . – disse constrangido.

_ Tudo bem , não precisa ficar constrangido .

_ Desculpa , to te fazendo milhões de perguntas né ?

_ Normal , você só que me conhecer , não é ?

_ É isso mesmo.

_ Acho que esse seria o motivo do meu pai não ter tanta proximidade comigo.

_ Motivo ?

_ É , acho que ele me culpa pela morte da mamãe.

_ Não seja boba , você não é culpada.

_ Eu sei , só queria que meu pai soubesse disso também.

Com os comentários de Felipa ficou claro que Daniel não estava ali . Mas eu havia de descobrir onde ele estava.

_Nossa, meu uísque favorito . – falei empolgado pegando a garrafa em uma bandeja que um copeiro segurava.

_ Sabe do que você precisa Felipa? É dessa porção mágica. – falei entregando a garrafa a ela.

_ Desculpa, mas eu não bebo.

_ Não seja boba, não tem nada melhor pra levantar o astral e esquecer as dores. – Falei pegando outra garrafa que estava ali por perto.

_ Tudo bem, eu vou experimentar. – ela disse colocando um pouco da bebida na boca e fazendo careta.

_ Que isso? - perguntei indignado.

_ O que?

_ Não é assim que funciona, vou contar até três e viramos certo?

_ Virar ? Tudo de uma vez ?

_ 1 ,2 ..3 . – Viramos a garrafa e Felipa depois me olhou divertida.

_ Como se sente?- Perguntei.

_ Ainda normal.

_ Precisamos de mais porções mágicas, eu já volto.

Passei por algumas pessoas até encontra Bernardo o puxei pelo braço e saímos ao encontro de Rogério que saía de dentro da mansão .

_ Deixa eu adivinhar..Não encontrou nada , acertei ? – disse sarcástico.

_ Não. – tio Rogério disse decepcionado.

_ Como assim ? Ela não é filha dele?- Bernardo perguntou surpreso.

_ Ela é , mas ele não está morando aqui , tem outra casa.

_ Estranhei a falta dos homens de Daniel pelo lugar

_ Temos que descobrir o endereço. Chega! Vamos ser direto e interrogar logo essa garota - Bernardo afirmou.

_ Calminha Indianas Jones . – disse parando Bernardo.

_O que descobriu mais João ? – Rogério perguntou.

_ Eu sei que Felipa não tem nada haver com os negócios do pai e que ela esta confusa com as viagens que o pai vem fazendo.

_ Ela ta desconfiada de algo ?

_ Não , acho que não . Ela estranha tudo, mas não suspeita de nada , afinal qual filho iria querer desconfiar que seu pai é um crápula.

_ E como vamos descobrir o endereço ? – Bernardo fez a pergunta chave e antes de qualquer desenvolvimento de resposta Felipa apareceu.

_ Ei João Vitor , você não quer dançar comigo ? – ela disse mais animada.

_ Aah claro, só um minuto e eu já te encontro.

_ Pelo visto alguém ta caidinha por você – Bernardo disse depois da saída de Felipa.

_ Isso !! – disse empolgado.

_ Isso , o quê , garoto ? – Rogério e Bernardo me olhavam confuso.

_ Qual é o jeito melhor de descobrir onde uma garota mora?

_ Uma pós- festa?! – Rogério disse rindo e sacando do que eu falava.

_ Espera , é só eu que não to entendendo nada. – Bernardo disse confuso.

_ Claro que não entende , ficava estudando até tarde em vez de curtir uma balada comigo no colegial. – Rogério gargalhava com meu comentário.

_ Sério , me explica o que você ta pensando.

_ Ela está afim de mim , então posso sugerir uma segunda festa na casa dela , se é que você me entende ou preciso explicar para um futuro doutor como você veio ao mundo.

_ Então ta , no fim da festa você a leva pra casa e nós seguimos você .- Rogério disse.

_ A Duda não vai gostar nada desse plano de ataque. – Bernardo disse zombador.

_ Eu não vou transar com ela , idiota. Só vou atrair ela pra casa. – disse irritado caminhando de volta ao salão .

_ Eu que deveria levá-la pra casa. Afinal, eu sou o irmão solteiro. – Bernardo reclamava e Rogério ria.




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Notas finais do capítulo

Sentindo falta do comentário de vocês ;/
Esperando pela opinião de cada um !!