2ª Temporada - Ela É A Única Que Pode Me Salvar escrita por Bel Russeal
Notas iniciais do capítulo
A narração desses capítulos vai ser feita pelo o João Vitor , mas depois voltamos pro tradicional.
Boa leitura.
Depois de algumas horas chegamos ao hotel e tio Rogério já se encontrava impaciente. E ao perceber nossa presença lançou o seu olhar raivoso sobre nós.
_ Vocês estão malucos?
_ Ainda não. – me joguei na cama do quarto do hotel.
_Sumiram por horas, não estamos aqui pra diversão. Temos coisas sérias pra resolver. – Rogério continuava com o sermão.
_ Desculpa pai , mas te.. – Bernardo tentava se explicar.
_ Tudo bem , tudo bem . Não quero ouvir justificativas. – Rogério dizia irritado.
_Pois eu não peço desculpas. – falei abrindo uma lata de refrigerante tirada do frigobar de modo descontraído.
_João Vitor, se você veio aqui... – meu tio iniciaria um novo sermão, mas resolvi cortá-lo.
_Enquanto estava aqui, teve alguma novidade? – perguntei debochando.
_ Não ainda não, mas..
_ Pois é. E enquanto Bernardo e eu demos nossa saída para diversão, descobrimos um possível local de onde Daniel possivelmente se esconde. – falei entregando o convite para ele e Bernardo deu uma leve risada.
_ Uma festa?
_ Sim . – Bernardo confirmou.
_ Felipa , uma menina que conhecemos e que supostamente é filha de Daniel.
_ Supostamente? O nome no convite está Felipa Damasceno. – Bernardo dizia rindo.
_Tanto faz , vou comprar um presente e vocês montam o plano de ataque . – falei de modo debochado enquanto levantava.
_ E você não vai ficar pra ouvir ? – Rogério disse crítico.
_ Não , eu gosto do improviso.
_ Qual é João , temos que organizar tudo , não pode haver falhas . É por causa do improviso e da sua teimosia, que ficou naquele hospital a beira da morte. – Bernardo disse irritado.
_Seu irmão tem razão . Vem , senta aqui e vamos pensar em um plano.
_ E assim formamos a liga da justiça . – disse batendo a porta e deixando os dois irritados.
Andei pelo hotel e depois fui ao estacionamento e entrei no carro , dirigi pelas ruas de Londres e parei no shopping mais próximo , entrei em algumas lojas e acabei comprando um colar para Felipa , agradá-la seria uma ótima estratégia . Quando resolvi voltar pro hotel , na saída do shopping encontro Felipa que estava sobrecarregada de sacolas.
_ João Vitor?
_ Ahh Oi Felipa , deixa eu te ajudar. – falei ajudando ela com as sacolas.
_ Que coincidência , to fazendo umas compras para festa e você ? – ela disse do jeito animado e eufórico que fazia parte da personalidade de Felipa.
_ Comprando seu presente.
_ Sério ? droga eu sou curiosa , mas vou esperar até a noite pra saber o que é . – ela disse sorridente. – E Bernardo ?
_ Ficou no hotel. Gostei do novo visual. - me referi a mechas rosa no seu cabelo que não tinha durante a manhã.
_Pintei quando sai do bar.
_ Bom , acho que devo ir.
_ Não , porque não toma um café comigo e conversamos.
_ Tudo bem , será um prazer.
Passei algumas horas conversando com Felipa , ela era muito divertida e me parecia não saber dos negócios do pai e como ela já havia ressaltado , tínhamos algo em comum ela era uma filha rebelde, fazia faculdade no Brasil , mas teve que trancar por causa da mudança sem sentido do pai . Sem sentido pelo menos a ela.
_Que anel bonito , não me diga que é ...
_ Noivo.
_ Então aquele João Vitor garanhão na revista não existe mais.
_ Não , agora sou comprometido.
_ Isso é uma pena . – ela disse com um tom tanto de interesse.
_ Felipa , foi um prazer , mas..
_ Eu te constrangi , com o meu comentário né ? – ela dava gargalhadas.
_ Nunca havia dado em cima de um noivo antes. – ela se divertia com a situação.
_ Você é uma maluca , Felipa.
_ Michael sempre diz isso.
_ Michael ?
_ Sim , sabe é a segunda vez que você da ênfase no nome dele. –ela comentou e sem querer engasguei com o líquido que bebia.
_ Ah , é que tenho um amigo que se chama assim. – disse rapidamente como desculpa
_ Ah sim. Devia conhecer o brutamonte do meu segurança, ele é um tanto insuportável , mas até que tem um lado divertido. Ele está me esperando lá fora, você não quer uma carona?
_ Não , não precisa . Vim de carro . E eu tenho mesmo que ir , Felipa , obrigado pela tarde em sua companhia. – falei dando um leve beijo em sua mão e me levantei.
_ Te espero na festa .
_ Com certeza estarei lá .
_ E quem sabe não aproveita e faz uma despedida de solteiro ? – ela piscou e caiu na gargalhada novamente.
_ Tchau Felipa. – peguei o meu casaco e sai do shopping.
A noite veio rápido e acertávamos alguns detalhes antes de irmos.
_ Temos que ter cuidado com a aparição, ficaremos bem neutros , Daniel e companhia se verem nos reconhecerão.
_ Felipa disse que dificilmente seu pai vai pisar na festa e que ele sempre fica trancado no escritório. – comentei.
_ Mas não podemos vacilar , tem os seguranças. Então nada de chamar atenção ok João ?
_ Porque João ? – indaguei.
_ Preciso mesmo responder? – Rogério disse irônico
_ Não .
_ Tem um problema a imprensa vai ta lá e se nos reconhecerem?
_ Isso é na sorte e não chamar a atenção, lembre-se.
_ Prontos Vingadores? Ao infinito e além ? – perguntei subindo na cama e erguendo os braços como se fosse voar e debochando da seriedade de Rogério que logo me tacou uma almofada.
_ O que tem haver o vingadores com esse bordão ? – Bernardo indagou.
_ Ah calado.
_ Idiota. – Bernardo disse rindo.
_ O que você tem contra em o Buzz Lightyear participar dos vingadores? – protestava enquanto tio Rogério empurrava-nos para o elevador impaciente.
_ Eu sou contra a sua idiotice . – Bernardo continuava a debochar.
_ Pelo menos eu não sou encalhado , quem sabe assim vestido todo bonitinho não arranja uma garota. – revidei e a confusão se prolongou até a chegada do elevador.
_ Vamos crianças , estamos atrasados. – Tio Rogério disse impaciente com nossa discussão boba.
Chegamos ao endereço indicado e era uma linda mansão e que de fora já dava de prever os adolescentes bêbados que nela possuía. Verificamos a entrada e nenhum dos seguranças que recebiam o convite era conhecido ou integrante da máfia e dentro do local da festa também, na área de fora da casa também não havia , somente os funcionários , organizadores da festas e convidados.
_Vocês se distraem por ai e me avisem se virem alguém incomum , vou checar dentro da casa. – Rogério anunciou .
_ Sozinho ? – Bernardo indagou.
_ Sim , chama menos atenção.
_ Vai a onde? – Bernardo perguntou ao me ver caminhar em direção a aniversariante.
_ Vou entregar o meu presente. E há melhor fonte do que a filha do Daniel Damasceno ?
Felipa dançava no centro da festa e caminhei até ela desviando de algumas pessoas e Bernardo também veio junto a mim .
_ Ei vocês vieram ! – ela disse animada abraçando nós dois.
_ Claro, não podíamos fazer essa desfeita.
Entreguei o presente para Felipa que se encantou com o colar e me pediu para colocar em seu pescoço , sentamos em uma das mesas e percebi que ela não estava muito animada.
_ O que foi Felipa ? Parece que não esta contente.
_ Devo confessar que não muito.
_ O que houve?
_ Meu pai não se lembrou do meu aniversário e quando comentei da festa ele pouco ligou.
_ sinto muito. Ele é um homem muito ocupado ? – tentava de alguma forma extrair informações.
_ Quase não o vejo e dele quase não tenho uma demonstração de carinho.
_ Pelo visto temos muita coisas incomuns.
_ Porque seu pai também o renega ? –ela soltou um leve sorriso em meio a sua feição tristonha.
_ Não exatamente. Minha mãe , ela era uma mulher ambiciosa e o que mais considerava importante era o dinheiro , a empresa e tudo que a fornecesse mais prestígio e lucro. Mas tive uma oportunidade pequena de me acertar com ela antes dela morrer.
_Clarisse Roccher morreu ? – ela disse surpresa.
_ Sim , a pouco tempo.
_ Eu sinto muito.
_ Pelo visto não anda acompanhando revistas como antes . Essa noticia vem percorrendo na impressa ultimamente.
_ Depois de mudar para cá , meu pai vem me privando de muitas coisas , quase não saio e a metade desse pessoal aqui confesso que não conheço. Ele está tão misterioso , como se tivesse se escondendo .
_ Pelo visto ele gosta de um esconderijo bem luxuoso , olha só essa casa é linda. – Comentei na tentativa de descobrir se Daniel estava mesmo nessa casa.
_Não moramos aqui , meu pai não suportaria uma festa lotada de adolescentes bêbados no seu quintal .
_ Você me falou das viagens que ele anda fazendo, por quê ? Você sabe algum motivo disso ?
_ Não , eu não sei de nada , ele vem agindo estranho , eu só queria ficar quieta em um lugar ,somente isso.
_ E porque veio ? É maior de idade , podia ter ficado no Brasil.
_ Isso não justifica , meu pai tem uma autoridade sobre mim que eu não consigo enfrentar.
_ E sua mãe , o que acha disso?
_ Minha mãe morreu quando eu nasci.
_ Sinto muito . – disse constrangido.
_ Tudo bem , não precisa ficar constrangido .
_ Desculpa , to te fazendo milhões de perguntas né ?
_ Normal , você só que me conhecer , não é ?
_ É isso mesmo.
_ Acho que esse seria o motivo do meu pai não ter tanta proximidade comigo.
_ Motivo ?
_ É , acho que ele me culpa pela morte da mamãe.
_ Não seja boba , você não é culpada.
_ Eu sei , só queria que meu pai soubesse disso também.
Com os comentários de Felipa ficou claro que Daniel não estava ali . Mas eu havia de descobrir onde ele estava.
_Nossa, meu uísque favorito . – falei empolgado pegando a garrafa em uma bandeja que um copeiro segurava.
_ Sabe do que você precisa Felipa? É dessa porção mágica. – falei entregando a garrafa a ela.
_ Desculpa, mas eu não bebo.
_ Não seja boba, não tem nada melhor pra levantar o astral e esquecer as dores. – Falei pegando outra garrafa que estava ali por perto.
_ Tudo bem, eu vou experimentar. – ela disse colocando um pouco da bebida na boca e fazendo careta.
_ Que isso? - perguntei indignado.
_ O que?
_ Não é assim que funciona, vou contar até três e viramos certo?
_ Virar ? Tudo de uma vez ?
_ 1 ,2 ..3 . – Viramos a garrafa e Felipa depois me olhou divertida.
_ Como se sente?- Perguntei.
_ Ainda normal.
_ Precisamos de mais porções mágicas, eu já volto.
Passei por algumas pessoas até encontra Bernardo o puxei pelo braço e saímos ao encontro de Rogério que saía de dentro da mansão .
_ Deixa eu adivinhar..Não encontrou nada , acertei ? – disse sarcástico.
_ Não. – tio Rogério disse decepcionado.
_ Como assim ? Ela não é filha dele?- Bernardo perguntou surpreso.
_ Ela é , mas ele não está morando aqui , tem outra casa.
_ Estranhei a falta dos homens de Daniel pelo lugar
_ Temos que descobrir o endereço. Chega! Vamos ser direto e interrogar logo essa garota - Bernardo afirmou.
_ Calminha Indianas Jones . – disse parando Bernardo.
_O que descobriu mais João ? – Rogério perguntou.
_ Eu sei que Felipa não tem nada haver com os negócios do pai e que ela esta confusa com as viagens que o pai vem fazendo.
_ Ela ta desconfiada de algo ?
_ Não , acho que não . Ela estranha tudo, mas não suspeita de nada , afinal qual filho iria querer desconfiar que seu pai é um crápula.
_ E como vamos descobrir o endereço ? – Bernardo fez a pergunta chave e antes de qualquer desenvolvimento de resposta Felipa apareceu.
_ Ei João Vitor , você não quer dançar comigo ? – ela disse mais animada.
_ Aah claro, só um minuto e eu já te encontro.
_ Pelo visto alguém ta caidinha por você – Bernardo disse depois da saída de Felipa.
_ Isso !! – disse empolgado.
_ Isso , o quê , garoto ? – Rogério e Bernardo me olhavam confuso.
_ Qual é o jeito melhor de descobrir onde uma garota mora?
_ Uma pós- festa?! – Rogério disse rindo e sacando do que eu falava.
_ Espera , é só eu que não to entendendo nada. – Bernardo disse confuso.
_ Claro que não entende , ficava estudando até tarde em vez de curtir uma balada comigo no colegial. – Rogério gargalhava com meu comentário.
_ Sério , me explica o que você ta pensando.
_ Ela está afim de mim , então posso sugerir uma segunda festa na casa dela , se é que você me entende ou preciso explicar para um futuro doutor como você veio ao mundo.
_ Então ta , no fim da festa você a leva pra casa e nós seguimos você .- Rogério disse.
_ A Duda não vai gostar nada desse plano de ataque. – Bernardo disse zombador.
_ Eu não vou transar com ela , idiota. Só vou atrair ela pra casa. – disse irritado caminhando de volta ao salão .
_ Eu que deveria levá-la pra casa. Afinal, eu sou o irmão solteiro. – Bernardo reclamava e Rogério ria.
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