Promisses From Another Life escrita por Fuinha, KillerPanda


Capítulo 9
Capítulo 9 — Confissões


Notas iniciais do capítulo

Olá meus lindos ♥ E Panda!
Com licença leitores que gostaram dos momentos GrayLu na fic... QUEM QUE TÁ MORTO MESMO?! HEIN?! HEIN?! HÁÁÁÁÁ! O GRAY TÁ MORTO! ELE MORREEEEEU! HAHAHAHAHAHAH' MORTINHO DA SILVA!
Sem mais rodeios. Boa leitura.



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Capítulo 9 — Confissões

POV’s Natsu

O baile não era nenhuma novidade nem para mim e nem para Levy, já sabíamos que este ocorreria logo no início do ano letivo, e também já sabíamos quais seriam os previsíveis pares do ano. Erza e Jellal, isto era quase tão óbvio para mim quanto para o resto do colégio. Redfox e minha melhor amiga, mesmo que ambos fossem inibidos demais para convidarem um ao outro. Porém, algo que realmente me surpreendeu, magoando-me ao mesmo tempo, fora Gray convidar Lucy, e, acima de tudo, ela aceitar o pedido nem sequer feito formalmente, sem nenhum cuidado ou educação para se falar com uma menina. Afinal, eu ia convidá-la, eu realmente ia fazer isto. Quando a vi entrando pelas portas de nossa sala na segunda aula, juro que vi um rapaz de cabelos loiros e uma cicatriz apontando para a garota e fazendo sinais enquanto mexia sua boca formando a seguinte frase: “convida ela, seu idiota”. Um belo incentivo vindo de Sting. Estava quase certo de que eu iria agora pedir para acompanhá-la no baile, contudo, ela já fora assediada pelas amigas perguntando sobre coisas do baile. Pelo menos agora ela estava informada sobre o evento. Depois de mais alguns “inventivos” vindos do loiro, decidi ir falar com a garota de madeixas da mesma tonalidade. Gaguejei, obviamente, e ela acabou entendendo que eu queria minha blusa, dando-me a peça de roupa e logo sendo convidada pelo Capitão Cueca. Aceitando a porcaria do convite. Claramente fiquei abalado com sua decisão, porém, tinha de respeitá-la, mesmo querendo bater no meu melhor amigo o qual deveria ter percebido meu interesse em Lucy.

Muitos decepcionaram-se com o ocorrido, sem falar na fúria de Juvia, quem deveria ser a dona por direito de Gray. Admito que senti uma parte de mim morrer. Planejava dançar junto da loira, como no Baile Mágico, fazendo pequenas referências àquele dia, vendo se algo lhe voltava a memória. Deixei de lado isto para conversar com Levy, já enfezada por eu ter tatuado o símbolo vermelho de Fairy Tail em meu ombro direito, onde sempre fora seu lugar. Percebi a ex-maga celestial nos ouvindo, aproveitei para me referir à ela como causa de minha mágoa, vendo se de alguma forma ela entendia, entretanto, parece que continuamos na mesma situação parada de sempre. E, como já esperado, Levy acertou em cheio a pessoa que fora o motivo para eu fazer tal coisa vista como delinqüência entre os adultos e outros jovens. Possivelmente o único que aprovou minha atitude fora o tatuador Elfman, irmão de Lisanna, ainda assim com um pouco de relutância. Sem dúvida, ele não era o mesmo homem que costumava gritar o que é ser “homem” na guilda.

A aula passava sem nenhum incidente muito maior do que a decepção dos alunos por Gray ter conseguido Lucy para ir como sua acompanhante, incluindo eu como uma das vítimas de tal tristeza. A troca de professores era o único período, tirando o recreio, em que podíamos conversar e esticar um pouco as pernas, também sendo aproveitado, agora, para convidar pessoas para o baile. Resolvi ficar sentado, não tinha mais nenhum interesse em garota alguma, sabia que algumas gostariam de receber meu convite, azar delas. Eu não iria as convidar. Alguns outros pares iam se formando neste meio tempo, dentre estes poucos eram óbvios. Entretanto, algo no meio de todos os alunos chamou tanto minha atenção quanto a do resto da classe. Era Lyon e Juvia.

— Juvia-chan, você me daria a honra de te acompanhar no baile? — ele perguntou com a intenção de conquistar tanto o olhar da azulada quanto os olhares dos outros jovens.

Todos olhavam a garota, curiosos, e um tanto esperançosos que ela aceitasse, já que sabiam do amor incondicional que o grisalho sentia por ela.

— J-Juvia não p-pode aceitar p-porque ela ama o G-Gray-sama. — falou corada. E, também, sabiam o que a ex-maga da chuva sentia pelo moreno popular.

Se não me falha a memória, era a centésima vez que isto se repetia ao decorrer dos bimestres, e consequentemente, anos. Se eu fosse aquele rapaz,—o que graças a deus não sou,—trataria de mover em frente ou de espancar o seu meio-irmão. Bem, na verdade eu estava, sim, na mesma situação, a diferença é que eu e Lucy tínhamos sido feitos um para o outro, e Lyon e Juvia simplesmente não eram. Olhava de rabo de olho para tudo, quando, de repente, uma ideia me ocorreu. Observei mais interessado o desfecho de tudo, mesmo já sabendo que não iria acabar nada bem para nenhum dos lados. O grisalho cerrou seus punhos, obviamente estressado e querendo bater no moreno o qual não considerava mais seu irmão. Ouvia seus amigos lhe dizerem palavras com o intuito de acalmá-lo, claramente não obtendo resultados satisfatórios.

— SE TOCA, JUVIA! AQUELE MALDITO DO GRAY NUNCA VAI TE AMAR! ACEITE ISSO! EU TE AMO, ELE NÃO! ELE NUNCA VAI TE AMAR COMO EU! É HORA DE VOCÊ ACORDAR! — ele estourou. Até eu concordo no fato em que o rapaz havia passado dos limites. Não era sensato falar algo assim para uma garota. Até mesmo Gray assustou-se com tais palavras.

O silêncio se instalou na sala, enquanto ouviam-se apenas os soluços baixos de Juvia com os olhos marejados. Todos sentiam pena dela, agora. A azulada começou a chorar desesperadamente, logo, saindo correndo da sala, muito provavelmente indo para o banheiro. Antes que qualquer outra pessoa pudesse ir atrás dela, levantei-me bruscamente de minha carteira e me pus a correr seguindo Juvia, causando espanto em praticamente todos os meus colegas de classe, principalmente em Lucy. Sabia que ouviria um sermão de minha melhor amiga depois, mas eu precisava falar de algumas coisas importantes com a garota magoada no momento. Ela poderia não querer me ouvir, contudo teria de fazê-lo. Como de se esperar, ela entrou no armário do faxineiro para poder chorar em paz. Parei em frente à porta do local e fiquei ouvindo por alguns breves momentos antecedentes a eu adentrar o cômodo fechando-o novamente. Era apertado. Esbarrei em algumas vassouras chamando a atenção da azulada que parara de chorar para me encarar confusa. Tentei sentar à sua frente, desistindo da ideia quando fiz com que mais produtos de limpeza caíssem. Quem estivesse do lado de fora iria pensar qualquer outra coisa, menos que estivéssemos conversando... Ou quase isso.

— Olha, Juvia, eu sei que você ama o Gray e tudo, mas bem... Ér... Como a você está sem par e eu também... Pensei que pudéssemos ir ao baile como amigos, sabe? — falei coçando minha nuca em pouco encabulado. Sabia que ela gostava do Capitão Cueca, tanto agora quanto sete mil anos atrás, porém, não custava tentar.

— Por que o Natsu-san fez essa tatuagem? — ela ignorou meu pedido e ficou apenas encarando a imagem rodeada da vermelhidão de minha pele.

Olhei para o local onde o desenho estava exposto e olhei novamente para a azulada. Se quisesse sua colaboração dentro de meus planos para ter novamente Lucy ao meu lado, teria de confessar tudo o que ocultava há tempos. Mesmo passando a imagem de loucura implacável, eu revelaria os detalhes absurdos, e até lúdicos, da verdade escondida nas sombras de nosso mundo atual. Fitei a garota cujos cabelos eram da tonalidade azul como o mar e respirei fundo. Cerrei levemente meus punhos antes de me pôr a falar.

— Eu sei que isso vai parecer estranho, mas peço que ouça até o final antes de me tachar de louco. Combinado? — a vi assentir com sua cabeça e se calar. Suspirei. — Sete mil anos atrás existia magia no mundo, como nos contos de fada. Nem todos desfrutavam de tal benção, todavia havia magos com várias habilidades e atributos diferentes, e, bem, também tinham guildas onde essas pessoas se reuniam para conseguirem trabalhos, deste jeito arrecadando dinheiro. Cada organização dessas portava um símbolo, uma em especial era muito conhecida, a Fairy Tail. — tomei uma golfada de ar antes de terminar. — No passado, eu, você, a Lucy, o Gray... Praticamente todo mundo do colégio fazia parte dessa guilda, ou seja, todos éramos magos. E... Esse era o símbolo dela. — apontei para minha tatuagem vermelha.

Observei a expressão do rosto pálido e perfeitamente delineado da azulada a qual parecia estar confusa com tudo falado e explicado até então. Ótimo. Já esperava os insultos e ofensas referentes à mim, como: maluco, doido, louco, idiota. Qualquer coisa, sendo que muitas destas palavras de baixo calão já foram usadas contra minha pessoa. Relaxei meus braços, preparado para o que ela perguntaria ou falaria.

— A Juvia sabe.

Meus olhos arregalaram-se de surpresa ao ouvir tais palavras da azulada.

— V-Você... Lembra? — questionei incerto com sua resposta.

— Sim. Juvia se lembra de tudo, Natsu-san. — assentiu com a cabeça logo abaixando seu olhar enquanto suas bochechas se coloriam de vermelho vivo. — Por is-isso a Juvia ama o Gray-sama... O Gray-sama salvou a vida da Juvia... — confessou em um tom triste.

Cerrei meus punhos. Era verdade. Como não recordar do que aquele idiota fez pela garota cujos olhares lhe tiravam o fôlego? Na hora em que soube, simplesmente queria surrá-lo até ficar inconsciente, fazer com que filetes vermelhos de sangue escorressem pelo canto de sua boca devido a meus socos. Ele dizia-me para não morrer e no final quem acabava quebrando o acordo era ele. Burro. Nem estava lá para proteger meu melhor amigo, e muito menos Lyon fez algo. Acho que ninguém poderia intervir na sua demonstração de amor por Juvia, isto era algo que talvez, somente talvez, ele fosse fazer, todavia não ocorreu como planejado. Respirei fundo tentando arejar minha mente turbulenta. Não era hora de falar nisto, estávamos todos vivos agora e isto que era importante. Olhei diretamente nos olhos azuis de Juvia, determinado e até um pouco mais enfurecido com Gray por recordar-me de sua idiotice anos atrás.

— Juvia Lockser, QUER IR AO BAILE COMIGO? — convidei-a com um tom de voz um pouco mais alto do que pretendia. Ouvi algo bater na porta, ou melhor, alguém, no entanto não fora uma batida leve, estava mais para como se essa pessoa tivesse batido sua cabeça sem querer, ou talvez por querer mesmo, nunca se sabe.

Notei seu olhar hesitante procurando pela aceitação ou permissão de alguém para responder a meu pedido. Desconhecia boa parte da história de vida de Juvia, limitando-me apenas a saber sobre o bullying sofrido por ela durante seus dez anos, sendo este o motivo de tal submissão por parte da azulada.

— Q-Quero dizer... — comecei a explicar o porquê de tão repentino pedido. — O Gray vai com a Lucy, e eu acho que seria justo irmos como um par, sabe, para fazer ciúmes neles. — continuei coçando minha nuca desconfortável diante de tal situação. — Se você se lembra da Fairy Tail, então também deve se recordar do amor que aquele idiota do Capitão Cueca sente por você. 

Sua expressão mudou rapidamente de relutância para dúvida e constrangimento, parecia lutar contra si mesma dentro de sua cabeça. Mordeu o lábio inferior pensativa. Novamente ouvi barulhos vindos do lado de fora, parecia alguém insultando a si mesmo. O estranho era que tal voz não me era incomum. Meus pensamentos foram interrompidos por um suspiro vindo de Juvia cujos olhos fitavam-me decididamente.

— Juvia aceita ir ao baile com o Natsu-san, SÓ para o Gray-sama notar a Juvia. — disse impondo uma condição já óbvia no início de nosso “contrato”.

Sorri para a mesma que me retribuiu com um sorriso quase tão radiante como meu próprio. Ofereci minha mão, logo sendo pega por Juvia enquanto a ajudava a ficar de pé muito próxima de mim devido ao pouco espaço proporcionado pelo armário do zelador. Ainda segurando sua mão, beijei suas costas não interrompendo o contato visual feito por mim e pela garota com as bochechas coloridas de vermelho vivo combinando perfeitamente com seu sorriso resplandecente. Após separar meus lábios de sua pele branca e aveludada, ambos demos uma leve risada cortada por barulhos ainda mais altos do lado de fora. Olhamos diretamente para a porta aguardando por mais alguma coisa.

Nada.

Voltei meu olhar para a azulada a qual compartilhava da mesma expressão de dúvida estampada em ambos nossos rostos. Dei de ombros e, soltando a mão de Juvia, abri a porta que dava para o corredor vazio de nosso colégio. Sorri galanteador para a moça.

— Será uma honra te acompanhar no baile, senhorita Lockser. — falei enquanto a mesma atravessava a passagem ficando fora do armário do zelador.

— Juvia diz o mesmo, senhor Dragneel. — ela fez uma breve reverência e riu levemente antes de desaparecer em uma das inúmeras portas disponíveis naquela ala da escola, provavelmente voltando para nossa sala ou indo para o banheiro se limpar do choro.

Meu sorriso bobo se desfez ao ver cabelos loiros correndo ao final do corredor, ela parecia um pouco desesperada em sair dali o mais rápido possível. Estranhei tal comportamento, aquilo destruiu meu coração, todavia quando ia correr para alcançá-la fui parado por uma Levy enfurecida e com bochechas rubras. Tentei gesticular com ela para que me soltasse, porém ela não parecia que iria ceder tão cedo. Pelo o que consegui entender ela estava furiosa por minha saída atrás de Juvia, visto que eu havia dito para a azulada que eu gostava de Lucy e somente Lucy, e, além disto, suas bochechas estavam coradas porque o tal Gajeel finalmente a convidara para o baile. Olhava de soslaio para a direção tomada pela ex-maga celestial procurando por alguma oportunidade de escapar da minha melhor amiga, falhando em tal tarefa.

Passei o resto da tarde com Levy que me obrigara a ir comprar vestidos com ela já que suas outras amigas estariam ocupadas e, ela ainda queria escolher um terno para mim, fez questão disto. Entretanto uma imagem não saía de minha cabeça: a loira correndo apressada pelos corredores do colégio. Questionava se ela ouvira minha conversa com Juvia. Impossível.

Cheguei em casa exausto e simplesmente dormi com o intuito de ir para o mundo de devaneios. Pois nos meus sonhos Lucy era minha, porém na minha realidade ela era apenas um sonho.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Merecemos reviews?
Bem! Até a próxima :33


O GRAY MORREU.